Categoria: macau Malaca Melaka Malasia Goa Índia

  • O EXEMPLO DE MACAU na guerra contra um gigante.

    Views: 0

    O EXEMPLO DE MACAU na guerra contra um gigante.

    Importante artigo de reflexão do meu Colega e amigo João Miguel Barros.

    Em Macau ainda não entra ninguém que não tenha o estatuto de residente. E os residentes de Macau, imediatamente após a entrada, são obrigados a fazer …

  • Médico português dá ‘receita’ para vencer a guerra contra o coronavírus – Mundo – FLASH!

    Views: 0

    Pediatra integra equipa médica de Macau envolvida na linha da frente do combate à pandemia. – Atualidade , Flash.

    Source: Médico português dá ‘receita’ para vencer a guerra contra o coronavírus – Mundo – FLASH!

  • APELO DE MACAU PARA OS PORTUGAS SE PROTEGEREM

    Views: 0

    Image may contain: one or more people and close-up
    Rita Amorim O is in Macao, China.

    Queridos TODOS, em Macau, estamos a lidar com o Covid-19 desde Janeiro. Por PREVENÇÃO a cidade parou e não foi nenhum drama ficar em casa de QUARENTENA ou passar a usar MASCARA (apesar de não adorar, não me sinto nem estupida nem ridícula por o fazer…).
    Depois de ter lido tannnnnto disparate e sentir uma vergonha gigante nos governantes portugueses venho pedir-vos: NÃO ESPEREM pelas medidas do governo e PROTEJAM-SE. A vocês, aos outros e ao resto do mundo.

  • SINGAPURA ELOGIA A ABORDAGEM DE MACAU

    Views: 0

    Singapore politician dubs Macau battle against Covid-19 ‘Platinum Standard’.

    An opposition politician in Singapore has commended Macau’s approach to battling the outbreak of the Covid-19 coronavirus, dubbing it “Platinum Standard.”

    Lim Tean’s comments were made on the politician’s Facebook page, “People’s Voice Singapore.”

    In the acknowledgment that Macau had discharged the last of the 10 patients being treated for the Covid-19, Lim said, “The territory now has zero coronavirus patients and no new cases for over a month. […] Despite being next to mainland China, it only had 10 cases of the virus.”

    In the long post, the leader of the country’s opposition party added that if there is one territory or country that deserves a platinum medal for protecting its people’s health and safety, it should be Macau.

    He praised the region’s authorities for their efforts in containing the disease outbreak and listed several measures undertaken by the local government, including the closing of the casinos, bars, cinemas, and other entertainment venues as well as the government’s mask distribution program.

    Lim also praised the enforcement of mask usage on public transport, comparing it with the situation in Singapore, where according to his opinion, people continue to focus on whether it is necessary to wear a face mask if one is not sick.

    Besides Macau, Lim also mentioned Taiwan, Hong Kong, and Thailand as other good examples of places where the wearing of face masks is widespread and encouraged, resulting in a lower number of cases of Covid-19 when compared to Singapore.

    Lim urged several ministers and other people in charge of Singapore’s task force on the Covid-19 outbreak, to “learn from these countries [and regions] instead of making excuses all the time when explaining why Singapore is seeing a spike in the number of cases.”

    Currently, the city-state has confirmed a total of 160 cases of Covid-19 from which 93 have recovered.

    No deaths due to Covid-19 have been yet reported in Singapore.

    Yesterday was Macau’s fifth day Covid-19-free after a month without any new cases being reported.

    https://macaudailytimes.com.mo/singapore-politician-dubs-ma…

    Image may contain: sky, cloud, skyscraper, outdoor and water
  • habitante de Macau em Portugal abismada com a situação

    Views: 0

    “Cheguei a Portugal há quase 14 Dias, sim, ainda estou em quarentena voluntária…apesar de muitos questionarem… Mas se nao estas doente?Mas pq? Cansei de explicar…
    Medi a temperatura 3x ao dia, estive atenta a todos os sintomas, muita vitamina C, longe de pessoas, os dias passaram, estou bem, sem sintoma algum, e quando pronta para regressar, eis que sou confrontada com uma realidade muito longe da de Macau.
    Sim, vim para Pt, para conseguir seguir o projecto Artfusion e continuar a criar, pois a situação de Macau não se mostra animadora para a minha area nos prox meses, e agora saio da quarentena e está o CAOS!
    Claro que me preocupa o universo profissional, cá e lá neste momento o melhor è esperar ja se percebeu!Monmantai!Vamos a isto!
    Mas este CAOS que falo é outro…
    Professoras que chegam de Italia contactam a Saude24, seguem a indicação de dar aulas…
    turistas Italianos, que chegam a Pt, ao fim de 24h perdem a vida, festas em Pubs CORONA VIRUS PARTY, empresas multinacionais, com centenas de trabalhadores, que recebem semanalmente visitas de outros colegas de outros países e partilham ferramentas de trabalho, não há protocolo de prevenção, mascaras, desinfectantes, reorganização de turnos e espaço; doentes internados com delay nos diagnósticos, pessoas a fazer tratamento em casa, quarentenas nas praias e centros comerciais, pessoas que continuam a viajar e a ir “passar férias”; uma teimosia, burrice, estupidez, ignorância na describilização de medidas que se provaram eficazes em números e resultados!
    Não se promove a utilização de máscaras e gel desinfectante porque o país não tem, e na Tv todos os dias repetem os mesmos discursos em guiões ensaiados sobre este assunto, fazendo acreditar que é mm verdade, que é errado usar máscaras e que basta sabão para lavar as mãos!
    Pior, um Governo pobre em decisões práticas e conscientes, em assumir que não se preparou quando devia e que agora “em cima do joelho” não consegue dar resposta à pressão que a situação exige!
    Vivi o lado de lá, que felizmente devagarinho retoma a sua “normalidade” sem casos há mais de 1 mês, no território mundial com mais seres humanos por m2 !
    Aqui ainda há muitos portugueses conscientes que apelam á inconsciência do Governo e de muitos outros Portugueses…mas não se conseguem fazer ouvir…
    Em Macau e na China, muitos outros Portugueses que viveram e vivem junto do epicentro do Covid19, apelam ao bom senso, á responsabilidade individual e social! Tentam alertar com factos reais, mostram a verdade, partilham imagens, números, medidas de prevenção, alertam mentalidades e tentam abrir os olhos a um Portugal, a uma Europa “fechada em sim mesma”!
    Acusam os Portugueses em Macau de estarem a criar o “pânico” em Portugal, de proliferar “alarmismos”, espalhar “exageros”… meus caros, em Macau, soubemos “estar”, ouvir , aprender e apreender… aceitar!
    Ninguem gostou de ficar em casa, de fazer homeschooling, de sair 1x por sem p ir ao supermercado, de deixar o trabalho ou mesmo perder o emprego…deixar os ginasios, de ir fazer as unhas, ir ao cebeleireiro, correr no reservatorio ou na guia, de assistir a concertos ou jogos de futebol, de deixar os “jantares fora” com os amigos, ninguém ficou feliz e de sorriso rasgado ao ver as suas vidas alteradas, limitadas, entre milhoes de coisas todos escolhemos o mesmo…cuidar de nós e dos outros…Instituiu-se prioridade máxima, não imposta, mas consciente e partilhada por todos numa solidariedade e sensatez mútuas!
    Nunca ninguem entrou em pânico, medos e receios sim, normal e inerentes ao ser humano, mas fomos alertados desde logo á situação real e grave deste Virus.
    Em Macau vestimos todos a mesma Camisola e sinceramente acho que nunca mais a vamos despir!
    Tudo isto nos uniu muito, e se do outro lado vos chegam conselhos e indicações pfv respeitem, assimilem, oiçam, partilhem!
    Nesta Pandemia, não interessa onde estamos, quem somos, tudo é redefinido e prioridades deixam de fazer sentido quando só uma existe, a Vida Humana!
    As consequências são inevitáveis, mas se no meio de tudo, 1 só vida se salve , já “tudo valeu a pena se a Alma não é pequena”!
    Macau Thank Ü♡”

    Laura Nyögéri

    Comments
    • Antonio Rocha Uma pequena recomendação, deixe de explicar os factos a certos “inteligentes”, por mais que temos razão é a capacidade dos outros para perceberem a pura realidade
  • O que aprendemos até agora sobre o Covid-19? – Expediente Sínico

    Views: 0

    O Covid-19 foi comunicado pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde a 31 de Dezembro de 2019.  A sequência genética deste novo coronavírus é em 80 por cento semelhante à do coronavírus respo…

    Source: O que aprendemos até agora sobre o Covid-19? – Expediente Sínico

  • diretor médico de Macau fala do COVID-19

    Views: 0

    A post to be read from Dr. Jorge Sales Marques, Director of Pediatrics at Conde S. Januário Hospital Center, Macau. 🇲🇴

    What we learned until now about Covid-19?

    Covid-19 was first reported to WHO on 31/12/2020 .

    This new coronavirus has 80 % of its genetic sequence similar to SARS coronavirus.

    The transmission is by droplets of saliva, human to human.

    The incubation period can be from 2 to 14 days with the pick around 5 th day.

    Adults with more than 55 years and with chronic diseases and with deficiency of his imune system are more sensitive to get Covid-19.

    Why the virus affected less children under 10
    years of age (less than 0.1 %)?

    The frequent stimulation of the imune system by early vaccinations in the first 18 months of age, followed by vaccine booster at 5-6 y and 10-13 y and frequent virus infections during the infancy and later in the kindergarten and schools, can be responsible for this surprising situation.

    On the other hand, we know that we have 4 coronavirus that affect humans with low to moderate respiratory symptoms like common cold and can be responsible for 10-25 % of all upper respiratory tract infection.

    All these reasons can stimulate the immune memory and help the younger people to response better for the new virus infection.

    In adults they also have virus infections and do vaccines but their immune memory is not the same.

    The Covid-19 symptoms are like flu, with cough and running nose in 80 % of cases, diarrhea in 4 % and respiratory distress, pneumonia.

    Some cases can let the patient in critical respiratory failure and even dead.

    The mortality is around 2.5 %, lower that SARS dead cases that was 9.4%.

    But the risk of contagious is higher!

    So far more than 100 000 cases (SARS around 8000) affecting already 100 countries!

    What is recommended?

    There are 4 things that any one in any country can do!

    1 – use mask correctly

    2 – wash your hands during at least 20 seconds and repeat many times a day

    3 – avoid overcrowded places

    4 – keep at home as must as you can

    What happened in Macau?

    What we did?

    The people of Macau strictly fulfilled the recommendations from the Health Bureau and the government.

    The people used mask in everyplace they need to go, including work, public transport and streets.

    They washed their hands with water and soap or alcohol gel.

    They keep at home.

    They avoid going to places with many people.

    They followed all recommendations with total complicity between them and the government and Heath Bureau!

    During this time of coronavirus crisis, we saw streets almost empty, shoppings, private clinics, gyms, some hotels and even casinos closed.

    We closed all schools, from primary to universities and the students are doing e-school’s until all is considered under control.

    We checked the temperature of anyone that came outside Macau and also in any place in Macau.

    In hospital, we stop consultations and we did by phone or video.

    We stop patients visiting.

    We restricted people coming from outside and stop visitors from risks areas, we did and keep doing tests for people with risk of contagious.

    For those that was infected or have contacted people with Covid-19, we put on quarantine.

    We protect our Macau citizens and also help to diagnose people (tourist or not) that want to enter Macau for visiting, shopping, gambling or only tasting our excellent food.

    Macau with this total cooperation between government, Health Bureau and his citizens is the best example for all over the world!

    We don’t have new cases for one month and our all 10 cases that were affected, all are discharged!

    With all respect for all countries that are affected and their health bureau program against Covid-19, they need to take the same measures we did.

    To stop spreading the coronavirus in their own countries or to others cities or countries, the only way is convinced their citizens that this is a serious disease.

    Them, recommend the citizens the 4 main thinks they need to follow, support the health professionals not only with mask, gloves and special clothes but also practical flow chart with constant update.

    And finally, but also crucial for the success, each government need to have courage to take difficult measures.

    This fight against Covid-19 is not only a Macau fight.

    All cities, countries and WHO need to join together forces to win this war against this new coronavirus.

    And learn from others cities or countries, what they did to stop virus spreading.

    If the results are good, we need to learn and why not ask people with more experiences or better results for an opinion, suggestions or help.

    This is a global fight with only one enemy – Covid-19!

    Join the forces please!

    (da página do Facebook de Jorge Sales Marques).

    Image may contain: flower
  • Macau é o melhor exemplo da luta contra o Covid-19 | TVI24

    Views: 0

    Tem uma população de cerca de 600 mil habitantes e fica a poucos quilómetros da China continental, onde surgiu a epidemia. Apesar da proximidade, apresenta três factos que contrariam a propagação do vírus: registou apenas 10 casos; curou todos esses 10 doentes; não regista novos casos há mais de 30 dias.

    Source: Macau é o melhor exemplo da luta contra o Covid-19 | TVI24

  • figuras de Macau antigo

    Views: 2

    Lourenço Pereira Marques.

    Lourenço Maria Pereira Marques [1852-1911] é uma figura enigmática na história contemporânea de Macau, mercê da sua trajectória deliberadamente obscura e também estrangeirada.

    Proveniente de uma influente e poderosa família de Macau, Lourenço Marques e os seus nove irmãos nasceram na propriedade onde está a Gruta de Camões, na colina do Patane.

    Como nota insólita, refira-se que todos os dez irmãos faleceram solteiros.

    Os pais, comendador Lourenço Caetano Marques e Maria Ana Josefa Pereira, privaram com a elite intelectual do seu tempo, com Francisco Rondina, o professor régio José Baptista Miranda e Lima ou Montalto de Jesus.

    Amantes da música e da literatura, falavam várias línguas (inglês, alemão, francês e italiano), eram católicos devotos e grandes beneméritos.

    O comendador Lourenço Caetano Marques presidiu ao Leal Senado e foi da sua iniciativa a construção do Monumento da Vitória em 1871, símbolo da espectacular vitória contra os invasores holandeses.

    O filho, Lourenço Pereira Marques estudou no Seminário de S. José de Macau e completou a sua formação em Lisboa, no Colégio de Campolide, uma escola dos jesuítas para as elites onde o ensino das ciências era muito valorizado.

    Ingressa na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, transferindo-se depois para a Universidade de Dublin, graduando-se em 1877 no ‘College of Physicians and Surgeons’ e em 1881 no ‘Royal College of Physicians in Ireland’.

    Fez estágios em hospitais, em Londres e em Paris.

    Em Dublin, foi médico assistente no ‘Mater Misericordiae Hospital’, que continua no mesmo sítio, Eccles Street, famoso na literatura por ser a casa de Leopold Bloom, do Ulisses de James Joyce.

    Devo esta preciosa informação à cortesia de Ronan Kelly, bibliotecário do Royal College of Surgeons in Ireland.

    Adquire a nacionalidade britânica, provavelmente adere à maçonaria e regressa a Macau.

    Como as dificuldades com o reconhecimento das suas habilitações académicas pareciam eternizar-se, decide rumar a Hong Kong, onde será um médico cirurgião bem sucedido e prestigiado, instalando-se no Rednaxela Terrace, a zona predilecta dos portugueses.

    Trabalhou nos hospitais civis da colónia inglesa e dirigiu o Lock Hospital, uma instituição especial, misto de leprosaria e de internamento para militares com doenças venéreas e infecto-contagiosas.

    Foi ainda o médico-chefe da Penitenciária Victoria Gaol e nos navios-prisão do antigo sistema prisional do império colonial britânico.

    Em 1880 publica um ensaio na ‘China Review’ sobre “Louis de Camoens”, marcando a sua posição no âmbito das comemorações do tricentenário da morte do grande épico, que Teófilo Braga liderava em Lisboa.

    Nesse mesmo ano participa na ruidosa polémica teológico-científica sobre o darwinismo que mobilizou as elites portuguesas de Macau e de Hong Kong, publicando a “Defeza do Darwinismo”, onde apresenta as suas ideias:

    “Sustentando a evolução, não é meu desejo ofender os virtuosos missionários católicos desta Colónia e o seu respeitável e digno chefe de quem entretenho subidas considerações. A evolução é a minha filosofia”.

    Dois anos volvidos, em 1882, publica em Hong Kong um grande ensaio, “A Validade do Darwinismo”, dizendo, “esta obra é uma tese de ciência natural”, pedindo à comunidade “uma completa liberdade de discussão e imparcialidade”.

    Um pedido razoável e justo, convenhamos.

    Estas duas obras garantem-lhe um lugar na história do pensamento filosófico português de Macau.

    Nas investigações contemporâneas sobre Hong Kong, sobretudo na história da medicina e na história das ideias políticas emergentes nos circuitos internacionais regionais, muitas conexões vão ter ao nome do cirurgião português de Macau, “Dr. Lorenzo Pereyra Marquez”.

    Foi professor no Hong Kong College of Medicine, em 1891/1892, onde o seu aluno mais conhecido foi Sun Iat Sen, o futuro presidente da República da China.

    Lourenço Pereira Marques torna-se amigo de José Rizal, médico oftalmologista e revolucionário filipino.

    A amizade entre os dois era estreita, tendo José Rizal visitado Macau talvez por sua sugestão.

    Este entregou a Lourenço Pereira Marques duas cartas, escritas em 1892, que só poderiam ser divulgadas e publicadas depois da sua morte.

    Após o fuzilamento de José Rizal, pelas tropas coloniais espanholas, em 1896, Lourenço Pereira Marques cumpriu a sua promessa.

    Essas cartas são consideradas como o testamento político de José Rizal.

    No catálogo da biblioteca de Lourenço Pereira Marques encontramos um livro de José Rizal, “Au Pays des Moines”, provavelmente oferecido e autografado.

    O relacionamento entre estas três personalidades, Sun Iat Sen, José Rizal e Lourenço Pereira Marques, carece de aprofundamento e de uma hermenêutica que valorize os contrastes culturais e a solidariedade política, independentemente da presumível base maçónica comum.

    Lourenço Pereira Marques decide aposentar-se e regressa a Macau, continuando a exercer medicina graciosamente.

    A comunidade portuguesa de Hong Kong mobiliza-se para prestar uma sentida homenagem ao compatriota ilustre.

    Óscar Baptista escreve a Marcha-Polka “Pereira Marques” para piano, integrando o repertório da Sociedade Philarmónica Portuguesa de Hong Kong.

    O Clube Lusitano de Hong Kong organiza uma sessão memorável em homenagem a Lourenço Pereira Marques.

    O emérito historiador de Macau, Monsenhor Manuel Teixeira, acrescenta outra informação valiosa: “Em 2 de Agosto de 1896, por ocasião da sua retirada de Hong Kong, os seus amigos fretaram o vapor ‘Honam’ e acompanharam-no até Macau com uma banda de música, oferecendo-lhe nessa altura uma mensagem num álbum de 73 folhas em pergaminho e com 950 assinaturas”.

    Em 1899 faz uma enorme e generosa oferta de peças etnográficas sobre Macau e a China à Sociedade de Geografia de Lisboa que decide criar a “Sala Lourenço Marques”.

    O governador Eduardo Marques, pela Portaria Nº 231, de 4 de Novembro de 1910, decide criar uma comissão para pensar a criação do Museu Luís de Camões e entre os vogais nomeados encontram-se Camilo Pessanha, Lourenço Pereira Marques, Eduardo Cyrillo Lourenço e Carlos da Rocha Assumpção.

    Lourenço Pereira Marques era comendador da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

    Faleceu precocemente com 59 anos, no dia 5 de Março de 1911.

    A prestigiada publicação inglesa, “The British Medical Journal” fez-lhe um grande elogio fúnebre, terminando deste modo: “Dr. Pereira Marques had a high ideal of his profession, and throughout his life showed the most self-sacrificing devotion to duty”.

    Dois meses antes da sua morte fez o testamento onde entre outras providências, faz a doação da sua grande e valiosa biblioteca ao Clube de Macau.

    Esta biblioteca é o retrato perfeito de um erudito discreto e sensível, actualizado com as tendências científicas e com as controvérsias filosóficas e estéticas do seu tempo.

    Para além do respeito e do reconhecimento que este gesto de filantropia e generosidade nos merece, há duas observações que se impõem fazer.

    Em primeiro lugar, ele próprio em 1882 dizia que “é de facto deplorável a falta de uma biblioteca pública em Macau”.

    Em 1911 a biblioteca pública estava sedeada no Liceu de Macau.

    Porquê a opção pelo Clube de Macau?

    Talvez a memória das velhas amizades possa explicar alguma coisa.

    Em segundo lugar, o “Catálogo da Biblioteca do Dr. Lourenço Pereira Marques”, organizado por Joaquim Francisco Xavier Gomes, foi impresso na Tipografia Mercantil de N. T. Fernandes & Filhos, em Macau, no ano de 1924, provavelmente a expensas do Clube de Macau.

    Ao longo das suas 180 páginas, o catálogo divide a biblioteca em 12 secções, onde se arrumam os 4 739 volumes, dois terços dos quais nas línguas francesa e inglesa, privilegiando as áreas científica, filosófica, política e literária.

    Encontramos aí as obras completas de Stuart Mill e de Charles Darwin, o que por si só nos revela o seu posicionamento filosófico.

    Mas também há obras de outros filósofos como, por exemplo, Spencer, Humboldt, Comte, Aristóteles, Feuerbach, Hobbes, Descartes, Rousseau, Renan, Hegel, Maquiavel, Littré, Bakounine, Proudhon, Ruskin ou Huxley.

    Apreciava igualmente Guerra Junqueiro, Bulhão Pato, Sampaio Bruno, Camões, Camilo Castelo Branco, Zola, Dante, Balzac, Dostoiewski, Loti, Vitor Hugo, Yeats, Alexandre Herculano ou Mark Twain.

    O “Historic Macao” de Montalto de Jesus, “O Andaço do Porto” de José Gomes da Silva, o “Guilherme Tell” de Manuel da Silva Mendes ou “Pio IX perante a revolução”, de Francisco Rondina também lá estão.

    Lamenta-se que Lourenço Pereira Marques nada mais tenha escrito do que as publicações anteriormente mencionadas.

    Esta biblioteca sumiu misteriosamente, e é talvez o maior roubo cultural cometido em Macau nos primeiros tempos da república.

    O Catálogo foi publicado treze anos depois da morte do benemérito.

    A Biblioteca desapareceu antes ou depois da publicação do Catálogo em 1924?

    Porque é que o Catálogo não foi publicado em 1911, o ano da doação?

    E que posição tomou a direcção do Clube de Macau?

    O seu nome está na toponímia de Macau e no jazigo de família, no Cemitério de S. Miguel Arcanjo, existe uma estátua sua em tamanho natural.

    António Aresta.
    Jornal Tribuna de Macau, 24 de Julho de 2019.
    https://jtm.com.mo/opiniao/lourenco-pereira-marques/

    Image may contain: 1 person, hat