Categoria: Galiza GALICIA

  • Três falsos amigos galegos (para maiores de 18)

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    Vou dar três exemplos de falsos amigos galego-portugueses. Começo no «labrego», avanço pelo «grelo» e acabo nos perigos que se escondem na palavra «bico»…

    Source: Três falsos amigos galegos (para maiores de 18)

  • dia da galiza com poemas meus

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    planeta galiza

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    501.2. partir (à concha rousia e a uma galiza lusófona) s. martinho do porto, setembro, 5, 1976, lomba da maia, açores fev. 13, 2011

     

    partir!

    cortar amarras

    como se ficar fosse já um naufrágio

    ficar

    como quem parte nunca

    partir

    como quem fica nas asas do tempo

    partir!

    cortar grilhetas

    como se viver fosse uma morte adiada

    vencer ameias

    cortar amarras

    velas ao vento

    olhar o mundo

    descobrir liberdades

    esta a mensagem

    levar o desespero

    ao limiar

    até erguer a voz

    sem medos

    até rasgar as pedras

    e o ventre úbere

    semear desencanto

    sorrir

    à grande utopia

    nascer

    de novo

    dar o salto

    transpor a fronteira

    entre o ter e o ser

    imaginar

    como só os loucos sabem

    e então chegaste

    com primaveras nos dedos

    e liberdade por nome

    loucas promessas insinuavas

    despontaste

    como quem acorda horizontes perdidos

    demos as mãos

    sabor de início do mundo

    pendão das palavras por dizer

    esta a revolução

    minha bandeira por desfraldar

     

     

    531. lendas da minha galiza 11 dez 2011

     

    galiza és tão especial

    quando sorris

    por que não sorris sempre?

     

    és tão bela

    quando ris com gargalhadas cristalinas

    por que não ris sempre?

     

    és tão amorosa

    quando falas e cicias

    por que não falas sempre?

     

     

    no meu quintal tenho um poço

    sempre cheio de palavras

    onde vou buscar inspiração

     

    é lá que busco amores

    como se fora o monte das ánimas

    na era dos templários

    quando os cervos eram livres e não havia lobos

     

    foi lá que aprendi a tua história

    depois de ith filho de breogán

    ir à torre de hércules

    divisar eirin a verde

     

    morto ith, perdidas as cassitérides

    aprisionados os ártabros

    resta visitar santo andrés de teixido

    duas vezes de morto

    que não o visitei uma de vivo

     

    e esta história queda silente

    nos livros e na memória dos velhos

    por que não a aprendem os nenos?

    agora que o rio minho passa caladinho

    para não despertar os meninos

     

     

    hoje quando fui ao poço

    encontrei-o seco e mirrado

    sem um fio de água sequer

    não havia pardais nas árvores

    nem flores no jardim

    senti o coração trespassado

    as lágrimas secaram-me

    aºao trespassado Castelaer

    caladinho

    fincado no chão

    pios e polinia fadas ou sereias

    atopei umas meigas

    a dançar com o dianho

    foi então que o vi, o chupacabras

    estandarte de castela

     

    não mais haveria fadas ou sereias

    cronópios e polinópios

    vou juntar ferraduras, alho e sal

    colares de conchas e tesouras abertas

    esconjuro-vos ó meigas castelhanas

    que me salve o burro farinheiro

    vou ao banho santo em lanzada[1]

     

    hei de te encontrar minha moura encantada

    não tenho medo de travessuras de trasgos

    nem marimanta ou dama de castro

    sem temor da Santa Companhatravessuras de Trasgos

    a

    a santa companha

    nem do nubeiro vagueando

    entre tempestades e tormentas

     

    hei de te encontrar minha moura encantada

    e brotará áuga do meu poço

    escreverei os versos e serão mágicos

    erguerei a tua flâmula

    no poste mais alto e cantarei

    galiza livre sempre

     

     

     

     

     

     

     

    533. concha é nome de guerra 13 dezembro 2011

     

    para ti não há música nem dança

    apenas as artes marciais

    guerrilheira de montes e vales

    urdidora de emboscadas

    sob a copa das amplas árvores

    brandes teu gládio de palavras suaves

    não usas as falas do inimigo

    vingas a dor de seres galega

     

    a montanha que herdaste sozinha

    prenhada de mar na ilha dos nossos

    o povo desaparecido da rousia aldeia

    esse recanto insuspeito ao virar da raia

    onde fui a férias em 2005 sem te saber

    eu que nasci galego do sul

    sendo galego de celanova

    apartado de meus irmãos e irmãs

    séculos de história ao desbarato

    distavam mares que nunca navegámos

    montes que nunca escalámos

    estrelas que jamais enxergámos

    até um dia em que surgiste

    vestias azul e branco orlada a ouro

    estandarte do nosso reino

    ciciavas liberdades por atingir

    sonhos por realizar

    brandias a tua utopia

    numa mesma lusofonia

     

     

     

     

    530. pesadelo zoológico 3 dezembro 2011 à concha rousia

     

    s castelhano

    onhei estar num circo

    era um leão amestrado

    o domador espanhol

     

    senti-me galego

    eles não sabem

    que não há leões domados

     

    vivem anestesiados

    um dia acordam

    sem ronronar em castrapo

    vou esperar pelo chicote

    desobediente

     

    aguardo que ele erga a cadeira

    estreleje o látego

    e me mande falar

     

    aí direi ao castelhano

    já chega de circo

    o palhaço és tu.

     

    acordei e não vi bandeiras de castela

     

     

     

     

    532. genevieve 13 dez 2011

     

    genevieve era nome de mulher

    um restaurante japonês

    no meio de chinatown

    sorrisos largos e astutos

    mansos como o rio minho

    olhos profundos amendoados

    como o canon do sil

    prometia ribeiras sacras

    seios amplos acolhedores

    como as rias baixas

     

    genoveva da galiza

    amazonaom saudades de arousamazona

    s

    amazonaaa em sidney

    um pai na argentina

    uma mãe em paris

    com saudades de arousa

    promovia sushi com saké

     

     

    loucas bebedeiras em galego

     

     

     

     

     

    1. elegia à aglp 16 dez 2011

     

    viver numa ilha é prisão

    sair dela é impossível

    nem com a velocidade da chita

    nem com a força do elefante

    nem com o mergulho do cachalote

    de nada servem passaportes

    nem vistos consulares

    só água nos rodeia

    preciso saber nadar

     

     

    viver na galiza é prisão

    sair dela é possível

    mas não elimina os carcereiros

    não abate as grades do cárcere

    não liberta do cativeiro

    mas nas árvores de nottingaliza

    há sempre uma concha dos bosques

    ou um ângelo merlim

    um joám pequeno evans pim

    um frei tuck montero santalha

    e seu bando de lusofalantes

    manejando o arco

    invencível besta da lusofonia

     

     

     

     

     

    528. ah como eu gostava 16/11/2011

     

    portugal lembra o filho ingrato

    que sai de casa levando as malas

    cresce como um sem-abrigo

    vivendo de expedientes

    sujo, maltrapilho e destituído

    mas orgulhosamente só e independente

    altivo olha a galiza do tempo dos aguadeiros

    da pobreza, fome e sofrimento

    e sente-se superior

    não reconhece pai ou mãe

    nem partilha um cobertor

    comporta-se como assaltante

    aliado ao invasor

    esqueceu a história e perdeu os genes

     

    ah como eu gostava de ser galego

    537. a nódoa 17 dez 011. (à isabel rei)

     

    as nódoas da guerra civil

    não saem com detergente castelhano

     

    trouxeste no ventre

    os bastardos de tuas violações

    enterraste parentes

    mortos por terem ideais

    as lágrimas que choraste

    adubaram teus campos

    calaste as dores e humilhações

    enquanto pilhavam teus tesouros

     

    ensinaram-te a língua do invasor

    mas cantaste vilancetes

    lembraste a alvorada de rosalía

    descobriste o arquivo valladares

    plangeste a tua guitarra

     

    para sentires a liberdade

    tens de sair do teu país

    para falares a tua língua

    tens de visitar o passado

     

    quando cantarás a liberdade?

     

     

     

     

    525. galiza como hiroshima mon amour

     

    acordaste e ouviste o teu hino

    bandeira desfraldada ao vento

    ao intrépido som
    das armas de breogán

    amor da terra verde,
    da verde terra nossa,

    à nobre lusitânia
    os braços estende amigos,

    desperta do teu sono

    pega nos irmãos

    caminha pelas estradas

    ergue bem alto a tua voz

    diz a quem te ouvir quem és

    orgulhosa, vetusta e altiva

    indomada criatura

    nenhum poder te subjugará

    nenhum exército te conquistará

    nenhuma lei te aniquilará

    és a galiza mon amour

     

     

     

    545. sal, 1 junho 2012

     

    sempre que vou ao mar

    na boca fica-me um travo a sal

    sempre que vou à galiza

    os lábios falam-me de portugal

    e em goa, timor ou macau

    no brasil ou cochinchina

    nunca me sinto mal

    sândalo, cravinho e canela

    arroz-doce, bebinca, balachão

    a língua que nos une tem sal

    nela me deito e me deixo vogar

    nesse oceano da lusofonia

    sem ventos nem adamastores

    navegam todas as naus

    todos irmãos num só mar

    bandeiras do mundo sem passaporte

    esta a nossa cantiga de embalar

    sonhos, utopias por provar.

     

     

     

     

    574. soletras autonomia, 14 abr 2013

     

    ilhas de névoas e gaze

    de novelões e conteiras

    do verde e do azul

    ó gente de basalto

    quem canta a tua gesta?

     

    terras de maroiços

    cais de rola-pipas

    mar imenso abraseado

    lacerado por vulcões

     

    ilhas de bardos e músicos

    republicanos presidentes

    poetas, pintores e artistas

    anteros, nemésios e natálias

     

    quem te liberta das grilhetas

    do passado feudal

    da escravatura da fé

    do atavismo ancestral?

     

    soletras autonomia

    gaguejas liberdade

    titubeias emancipação

    com laivos de insubmissão

    como a irmã galiza

    cicias um 25 de abril

    que tarda em chegar

     

     

     

    562. sonhar galiza sempre 25 setembro 2012

     

    hoje sonhei com a galiza

    ela abriu os braços ao mundo

    e o mundo recebeu-a de braços abertos

    depois acordei e descobri

    eu já estava noutro mundo

    vou voltar a adormecer

     

     

     

    574. soletras autonomia (lomba da maia) 14 abr 2013

     

    ilhas de névoas e gaze

    de novelões e conteiras

    do verde e do azul

    ó gente de negro basalto

    quem canta a tua gesta?

     

    terra de maroiços

    cais de rola-pipas

    mar imenso abraseado

    lacerado por vulcões

     

    ilhas de bardos e músicos

    republicanos presidentes

    poetas, pintores e artistas

    antero, nemésio e natália

     

    quem te liberta das grilhetas

    do passado feudal

    da escravatura da fé

    do atavismo ancestral?

     

    soletras autonomia

    gaguejas liberdade

    titubeias emancipação

    com laivos de insubmissão

     

    como a irmã galiza

    cicias um 25 de abril

    que tarda em chegar

     

     

     

    579. bandeira por desfraldar, 3 maio 2013

     

    quero cantar armas e brasões assinalados

    faustos doutrora que poucos igualaram

    em vez de chorar corruptos governantes

    dilapidando pátrias vetustas

     

    quero cantar navegadores e descobertas

    missionários e colonizadores

    em vez de chorar vendedores de pátrias

    marionetas de troicas estrangeiras

     

    quero cantar guerras e batalhas

    expulsões de castelhanos e mouros

    em vez de chorar um país vendido

    à especulação bancária e ao iv reich

     

    quero cantar a vizinha galiza livre

    celta, orgulhosa, ancestral

    em vez de chorar a repressão

    e extermínio por castela

     

    queria cantar a liberdade, igualdade e fraternidade

    em vez de chorar esta escravatura

    o silêncio e o medo sem futuro que nos impõem

    até que alguém sem hesitações nem temores

    se erga e vá desfraldar a bandeira dos açores

     

     

     

     

    608. eleições 29 jul 2013

     

    era tempo de eleições

    políticos vinham e prometiam

    a populaça aplaudia

    acenava e acreditava

     

     

    depois de contados votos

    os políticos desapareciam

    junto com as suas promessas

    e o povo esquecido esperava

    assim crendo na democracia

    uma pessoa, um voto, uma promessa

    repetiam a antiga escravatura

    acreditando serem livres

     

     

    627.2. (à galiza), moinhos, 16/8/2013

     

    imagino a galiza

    de cravo e bandeira na mão

    gritando a plenos pulmões

    que a liberdade é merecida

    que a rua é dos poetas

    que o 25 de abril não é de todos

    mas será sempre para todos

    mesmo para aqueles que o negam

     

    imagino a galiza

    de manifesto e megafone na mão

    declamando a poesia da alforria

    das conquistas irreversíveis

    quando os esbirros vierem

    feitos controladores do pensar

    sei que ela estará lá

    e abrirá o peito às balas

     

    e o sangue que jorrar

    será poema e arma

    e o corpo desvanecido

    será escudo e estandarte

    para que a liberdade não morra

    nem haja estertor do povo

    com ela será 25 de abril sempre

     

    que ninguém nos cala

    e a voz dos poetas

    troa mais que a da bala

     

     

     

    636. o voto 1, moinhos, 21/8/2013

     

    nova campanha eleitoral

    o país de rastos

    rojado às feras do capital

    promessas mil

    projetos reciclados

    autarcas em igrejas

    distribuem dinheiro do púlpito

    sorrisos, apertos de mão

    beijam velhas e crianças

    visitas e inaugurações

    e o povo manso

    que não se insurge

    escravizado e pobre

    acredita e sorri

    vota sempre nos mesmos

     

     

    646. enquanto dormias a nova escravatura chegou, nov 2013

     

     

    nenhum de nós é livre

    enquanto ao teu lado

    houver fome

    miséria

    desemprego

     

    hoje são os outros

    amanhã serás tu

    passaram 40 anos

     

    nenhum de nós é livre

    enquanto abril não se cumprir

     

     

     

    689. ondas, moinhos 3 fev 2017

     

    ah se eu pudesse parar as ondas

    essas que arrebatam as areias

    essas que escavam a minha praia

    essas que descarnam a minha vida

     

    ah se eu pudesse parar o mar

    que inclemente se abate sobre as arribas

    que insensivel corrói as fajãs

    que impérvio repete a violação

     

     

    ah se eu pudesse parar

    o avanço do castelhano

    estuprando o galego

    cantaria a felicidade

    da tua libertação

     

     

    assim limito-me a orar

    pela tua sobrevivência

     

     

     

     

    690. se os carvalhos falassem ( à concha rousia), moinhos 3 fev 2017

     

    ah se os carvalhos falassem

    dir-te-iam que já foste livre

     

    ah se os carvalhos falassem

    recordariam teus dias faustosos

     

     

    mas como ainda não falam

    ninguém sabe da tua história

    ninguém sabe da tua mordaça

    ninguém sabe do genocídio

     

     

    ah se os carvalhos falassem

    serias livre

     

     

     

     

    691. galiza não morras sozinha (moinhos) 17 fevº 2017

     

    (este parte, aquele parte e todos, todos se vão)

     

    galiza morres sozinha

    mataram-te a língua

    roubaram-te a riqueza

    vives só e à míngua

    despovoada frágil presa

     

    galiza morres sozinha

    esqueceram a tua história

    enterraram teus heróis

    castraram-te a memória

    já nem sabeis quem sois

     

    galiza morres sozinha

    nas tuas aldeias desertas

    nas ruas e cidades colonizadas

    no desprezo dos portugueses

    nos livros que ninguém lê

    na história que não despertas

    memórias ancestrais apagadas

     

    galiza morres sozinha

    abri as portas e o coração

    ressuscitei lendas e pedras

    escrevi laudas e poemas

    recordei a sueva coroação

    e acreditei que renascias

    autónoma sem problemas

     

    galiza não morras sozinha

    deixa-me cantar-te

     

    e viverás só minha!

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    692. portugaliza (moinhos) 17 fevº 2017

     

    este país rima com sal

    nunca nada está bem

    e tudo vai sempre mal

     

    insatisfeitos

    impotentes

    impávidos

    incapazes

    ingratos

    incompetentes

     

    quisera eu

    pudesse eu

    e dava-te um nome

    portugaliza

     

     

     

     

    [1] (sansenxo)https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/galiza.pdf

  • A ciência e a sua espiritualidade – PGL

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    “A tua vontade bloqueia teu ouvido, introduz-te num abismo e cobre-te com a sombra do que queres, de tal forma que não te podes elevar às coisas sobrenaturais e supra-sensíveis” (Jacob Böheme – A vida Espiritual) Uma ciência esotérica? Como nos dá a entender Nelson Job, no seu artigo “Miséria da Ciência e da Filosofia

    Source: A ciência e a sua espiritualidade – PGL

  • Galicia galega

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    Faltava esta. Obrigado Carlos Figueiras.
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  • O caminho de Lugh – O caminho de Horus – O caminho de Khrisna e Cristo | Artur Alonso – Incomunidade

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    “Nada a dizer. Nada a ensinar. A verdade é tão evidente por si, tão obvia, que toda e qualquer explicação somente servirá para obscurecer essa mesma verdade” (Alan W.Watts – em “O Budismo Zen”)   Um dia comprendi: “A sabedoria traz prudência, o amor fraternidade. Afastando de nosso coração os medos que ainda o perturbam, podemos iniciar o abandono de toda animalidade“… E escrevendo esta frase se me deu por pensar que… Existe o ciclo, aquele no qual pela morte se rejuvenesce na vida. Existe a vida que surge, resurge após a morte. Existe o caminho e existem, como fala […]

    Source: O caminho de Lugh – O caminho de Horus – O caminho de Khrisna e Cristo | Artur Alonso – Incomunidade

  • Galiza e Portucale

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    PORQUE RAZÃO, COMPOSTELA NÃO TEM NADA A VER COM A GÉNESE DE PORTUGAL, MAS BEM ANTES O SEU CONTRÁRIO?
    Apesar de o Rei Garcia estar proscrito tanto em Portugal como na Galiza, o seu curto reinado foi significativamente mais importante que a batalha de S. Mamede perto de Guimarães, que os historiadores portugueses resolveram associar ao berço da nação portuguesa, nomeadamente o Herculano.
    O Garcia foi o primeiro rei decidido a restaurar a Sé de Braga, após mais de 300 anos de desmando lucense e compostelano.
    Para além disso, Garcia autodenominou-se, rei de Portugal e Galiza porque herdou a parte do pai ao sul do Douro, que mais não era que o território suevo das 4 dioceses lusitanas e nessa altura já era referido como “Portugal” nas crónicas por causa do Castro Antigo de Gaia, com o nome Cale, Portucale ou Portugale que era o primeiro marco da diocese de Coimbra, a cidade mais importante nessa data da Lusitânia cristã, 1064.
    Estranhamente, o Garcia nunca teve o destaque que lhe caberia merecidamente porque reinou apenas 6 anos sob forte instabilidade e isolamento relativamente aos seus dois irmãos e duas irmãs.
    O irmão Afonso VI, o conquistador de Toledo, mas também o usurpador de Portugal e Galiza, foi o mata-borrão da história da fundação do condado portucalense, que surge precisamente logo após 10 anos da conquista de Toledo e pouco mais de 5 anos após a morte do Garcia na prisão.
    O condado portucalense nunca poderia ter sido antes da morte do Garcia, por uma questão de falta de legitimidade do Afonso VI.
    Nunca nos podemos esquecer, que a metrópole de Braga estava restaurada desde 1070, pelo próprio Garcia, 15 anos antes de Toledo, e era por si só um importante contrapoder relativamente a Toledo e de forma muito cuidadosa e diplomática contra o próprio Afonso VI.
    O Afonso VI sabia disso muito perfeitamente e por isso deu a benesse bracarense ao conde Henrique de Borgonha e à sua filha bastarda legitimada, que se mostravam mais capazes de seguir um projecto expansivo que o Raimundo não alcançara.
    É importante referir, que o Raimundo estava completamente dominado pelo jovem ambicioso e seu chanceler, Diogo Gelmires, o compostelano.
    Como remate, o futuro bispo de Iria, Gelmires, tinha uma única estratégia: engrandecer Compostela e ele próprio como Arcebispo à rebelia de Braga.
    Pelo contrário, o Arcebispo de Braga patrocinava, não propriamente o engrandecimento de Braga e dele próprio, mas sobretudo um país e território em expansão juntamente com um rei desse território.
    Daqui se retiram as devidas ilações sobre as grandes diferenças históricas da Galiza e de Portugal.
    Uma sofre de vaidade sobre si mesma sem expandir. Outro sofre de dores de crescimento em permanente expansão.
    E o resto é história.
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    Augusto Lage

    O Gelmires foi o grande responsável pelo divorcio entre o norte e sul da Galécia.
  • Galiza: Espelho da Autonomia

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    https://www.instagram.com/p/CpTUhMgsjVW/embed/captioned/?cr=1&v=14&wp=540&rd=https%3A%2F%2Fportocanal.sapo.pt&rp=%2Fsites%2Fgaliza%2Findex.html#%7B%22ci%22%3A1%2C%22os%22%3A610%2C%22ls%22%3A361%2C%22le%22%3A590%7D

    Autónoma desde 1981, a Galiza persiste como exemplo de uma regionalização efetiva que faz de Espanha um dos países mais descentralizados do mundo.

    Source: Galiza: Espelho da Autonomia

  • A fenda esquecida entre Galiza e Portugal – PGL

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    Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;É querer estar preso por vontade;É servir a quem

    Source: A fenda esquecida entre Galiza e Portugal – PGL

  • ESTRAVIZ

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    Isaac Alonso Estraviz, admiradíssimo linguista, entrevistado polas regueifeiras da Semente Compostela Nântia e Maré a Muda.
    O mestre Estraviz falou de diferentes formas de improvisaçom oral que conheceu desde criança. Explicou a importância das cançons noutros tempos em que o rural estava muuuuito mais povoado e contou algumhas outras cousas mui interessantes.
    Que prazer ouvi-lo falar do carneiro da sua infáncia, do idioma, de reis medievais ou das mulheres e o linho. E sentir que gosta muito da regueifa da gente jovem.
    Abraço, amigo das palavras.