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Vou dar três exemplos de falsos amigos galego-portugueses. Começo no «labrego», avanço pelo «grelo» e acabo nos perigos que se escondem na palavra «bico»…
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Vou dar três exemplos de falsos amigos galego-portugueses. Começo no «labrego», avanço pelo «grelo» e acabo nos perigos que se escondem na palavra «bico»…
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planeta galiza
partir!
cortar amarras
como se ficar fosse já um naufrágio
ficar
como quem parte nunca
partir
como quem fica nas asas do tempo
partir!
cortar grilhetas
como se viver fosse uma morte adiada
vencer ameias
cortar amarras
velas ao vento
olhar o mundo
descobrir liberdades
esta a mensagem
levar o desespero
ao limiar
até erguer a voz
sem medos
até rasgar as pedras
e o ventre úbere
semear desencanto
sorrir
à grande utopia
nascer
de novo
dar o salto
transpor a fronteira
entre o ter e o ser
imaginar
como só os loucos sabem
…
…
…
e então chegaste
com primaveras nos dedos
e liberdade por nome
loucas promessas insinuavas
despontaste
como quem acorda horizontes perdidos
demos as mãos
sabor de início do mundo
pendão das palavras por dizer
esta a revolução
minha bandeira por desfraldar
galiza és tão especial
quando sorris
por que não sorris sempre?
és tão bela
quando ris com gargalhadas cristalinas
por que não ris sempre?
és tão amorosa
quando falas e cicias
por que não falas sempre?
no meu quintal tenho um poço
sempre cheio de palavras
onde vou buscar inspiração
é lá que busco amores
como se fora o monte das ánimas
na era dos templários
quando os cervos eram livres e não havia lobos
foi lá que aprendi a tua história
depois de ith filho de breogán
ir à torre de hércules
divisar eirin a verde
morto ith, perdidas as cassitérides
aprisionados os ártabros
resta visitar santo andrés de teixido
duas vezes de morto
que não o visitei uma de vivo
e esta história queda silente
nos livros e na memória dos velhos
por que não a aprendem os nenos?
agora que o rio minho passa caladinho
para não despertar os meninos
hoje quando fui ao poço
encontrei-o seco e mirrado
sem um fio de água sequer
não havia pardais nas árvores
nem flores no jardim
senti o coração trespassado
as lágrimas secaram-me
aºao trespassado Castelaer
caladinho
fincado no chão
pios e polinia fadas ou sereias
atopei umas meigas
a dançar com o dianho
foi então que o vi, o chupacabras
estandarte de castela
não mais haveria fadas ou sereias
cronópios e polinópios
vou juntar ferraduras, alho e sal
colares de conchas e tesouras abertas
esconjuro-vos ó meigas castelhanas
que me salve o burro farinheiro
vou ao banho santo em lanzada[1]
hei de te encontrar minha moura encantada
não tenho medo de travessuras de trasgos
nem marimanta ou dama de castro
sem temor da Santa Companhatravessuras de Trasgos
a
a santa companha
nem do nubeiro vagueando
entre tempestades e tormentas
hei de te encontrar minha moura encantada
e brotará áuga do meu poço
escreverei os versos e serão mágicos
erguerei a tua flâmula
no poste mais alto e cantarei
galiza livre sempre
para ti não há música nem dança
apenas as artes marciais
guerrilheira de montes e vales
urdidora de emboscadas
sob a copa das amplas árvores
brandes teu gládio de palavras suaves
não usas as falas do inimigo
vingas a dor de seres galega
a montanha que herdaste sozinha
prenhada de mar na ilha dos nossos
o povo desaparecido da rousia aldeia
esse recanto insuspeito ao virar da raia
onde fui a férias em 2005 sem te saber
eu que nasci galego do sul
sendo galego de celanova
apartado de meus irmãos e irmãs
séculos de história ao desbarato
distavam mares que nunca navegámos
montes que nunca escalámos
estrelas que jamais enxergámos
até um dia em que surgiste
vestias azul e branco orlada a ouro
estandarte do nosso reino
ciciavas liberdades por atingir
sonhos por realizar
brandias a tua utopia
numa mesma lusofonia
s castelhano
onhei estar num circo
era um leão amestrado
o domador espanhol
senti-me galego
eles não sabem
que não há leões domados
vivem anestesiados
um dia acordam
sem ronronar em castrapo
vou esperar pelo chicote
desobediente
aguardo que ele erga a cadeira
estreleje o látego
e me mande falar
aí direi ao castelhano
já chega de circo
o palhaço és tu.
acordei e não vi bandeiras de castela
genevieve era nome de mulher
um restaurante japonês
no meio de chinatown
sorrisos largos e astutos
mansos como o rio minho
olhos profundos amendoados
como o canon do sil
prometia ribeiras sacras
seios amplos acolhedores
como as rias baixas
genoveva da galiza
amazonaom saudades de arousamazona
s
amazonaaa em sidney
um pai na argentina
uma mãe em paris
com saudades de arousa
promovia sushi com saké
…
…
…
loucas bebedeiras em galego
viver numa ilha é prisão
sair dela é impossível
nem com a velocidade da chita
nem com a força do elefante
nem com o mergulho do cachalote
de nada servem passaportes
nem vistos consulares
só água nos rodeia
preciso saber nadar
viver na galiza é prisão
sair dela é possível
mas não elimina os carcereiros
não abate as grades do cárcere
não liberta do cativeiro
mas nas árvores de nottingaliza
há sempre uma concha dos bosques
ou um ângelo merlim
um joám pequeno evans pim
um frei tuck montero santalha
e seu bando de lusofalantes
manejando o arco
invencível besta da lusofonia
portugal lembra o filho ingrato
que sai de casa levando as malas
cresce como um sem-abrigo
vivendo de expedientes
sujo, maltrapilho e destituído
mas orgulhosamente só e independente
altivo olha a galiza do tempo dos aguadeiros
da pobreza, fome e sofrimento
e sente-se superior
não reconhece pai ou mãe
nem partilha um cobertor
comporta-se como assaltante
aliado ao invasor
esqueceu a história e perdeu os genes
ah como eu gostava de ser galego
as nódoas da guerra civil
não saem com detergente castelhano
trouxeste no ventre
os bastardos de tuas violações
enterraste parentes
mortos por terem ideais
as lágrimas que choraste
adubaram teus campos
calaste as dores e humilhações
enquanto pilhavam teus tesouros
ensinaram-te a língua do invasor
mas cantaste vilancetes
lembraste a alvorada de rosalía
descobriste o arquivo valladares
plangeste a tua guitarra
para sentires a liberdade
tens de sair do teu país
para falares a tua língua
tens de visitar o passado
quando cantarás a liberdade?
acordaste e ouviste o teu hino
bandeira desfraldada ao vento
ao intrépido som
das armas de breogán
amor da terra verde,
da verde terra nossa,
à nobre lusitânia
os braços estende amigos,
desperta do teu sono
pega nos irmãos
caminha pelas estradas
ergue bem alto a tua voz
diz a quem te ouvir quem és
orgulhosa, vetusta e altiva
indomada criatura
nenhum poder te subjugará
nenhum exército te conquistará
nenhuma lei te aniquilará
és a galiza mon amour
sempre que vou ao mar
na boca fica-me um travo a sal
sempre que vou à galiza
os lábios falam-me de portugal
e em goa, timor ou macau
no brasil ou cochinchina
nunca me sinto mal
sândalo, cravinho e canela
arroz-doce, bebinca, balachão
a língua que nos une tem sal
nela me deito e me deixo vogar
nesse oceano da lusofonia
sem ventos nem adamastores
navegam todas as naus
todos irmãos num só mar
bandeiras do mundo sem passaporte
esta a nossa cantiga de embalar
sonhos, utopias por provar.
ilhas de névoas e gaze
de novelões e conteiras
do verde e do azul
ó gente de basalto
quem canta a tua gesta?
terras de maroiços
cais de rola-pipas
mar imenso abraseado
lacerado por vulcões
ilhas de bardos e músicos
republicanos presidentes
poetas, pintores e artistas
anteros, nemésios e natálias
quem te liberta das grilhetas
do passado feudal
da escravatura da fé
do atavismo ancestral?
soletras autonomia
gaguejas liberdade
titubeias emancipação
com laivos de insubmissão
como a irmã galiza
cicias um 25 de abril
que tarda em chegar
hoje sonhei com a galiza
ela abriu os braços ao mundo
e o mundo recebeu-a de braços abertos
depois acordei e descobri
eu já estava noutro mundo
vou voltar a adormecer
ilhas de névoas e gaze
de novelões e conteiras
do verde e do azul
ó gente de negro basalto
quem canta a tua gesta?
terra de maroiços
cais de rola-pipas
mar imenso abraseado
lacerado por vulcões
ilhas de bardos e músicos
republicanos presidentes
poetas, pintores e artistas
antero, nemésio e natália
quem te liberta das grilhetas
do passado feudal
da escravatura da fé
do atavismo ancestral?
soletras autonomia
gaguejas liberdade
titubeias emancipação
com laivos de insubmissão
como a irmã galiza
cicias um 25 de abril
que tarda em chegar
quero cantar armas e brasões assinalados
faustos doutrora que poucos igualaram
em vez de chorar corruptos governantes
dilapidando pátrias vetustas
quero cantar navegadores e descobertas
missionários e colonizadores
em vez de chorar vendedores de pátrias
marionetas de troicas estrangeiras
quero cantar guerras e batalhas
expulsões de castelhanos e mouros
em vez de chorar um país vendido
à especulação bancária e ao iv reich
quero cantar a vizinha galiza livre
celta, orgulhosa, ancestral
em vez de chorar a repressão
e extermínio por castela
queria cantar a liberdade, igualdade e fraternidade
em vez de chorar esta escravatura
o silêncio e o medo sem futuro que nos impõem
até que alguém sem hesitações nem temores
se erga e vá desfraldar a bandeira dos açores
era tempo de eleições
políticos vinham e prometiam
a populaça aplaudia
acenava e acreditava
…
depois de contados votos
os políticos desapareciam
junto com as suas promessas
e o povo esquecido esperava
assim crendo na democracia
uma pessoa, um voto, uma promessa
repetiam a antiga escravatura
acreditando serem livres
imagino a galiza
de cravo e bandeira na mão
gritando a plenos pulmões
que a liberdade é merecida
que a rua é dos poetas
que o 25 de abril não é de todos
mas será sempre para todos
mesmo para aqueles que o negam
imagino a galiza
de manifesto e megafone na mão
declamando a poesia da alforria
das conquistas irreversíveis
quando os esbirros vierem
feitos controladores do pensar
sei que ela estará lá
e abrirá o peito às balas
e o sangue que jorrar
será poema e arma
e o corpo desvanecido
será escudo e estandarte
para que a liberdade não morra
nem haja estertor do povo
com ela será 25 de abril sempre
que ninguém nos cala
e a voz dos poetas
troa mais que a da bala
nova campanha eleitoral
o país de rastos
rojado às feras do capital
promessas mil
projetos reciclados
autarcas em igrejas
distribuem dinheiro do púlpito
sorrisos, apertos de mão
beijam velhas e crianças
visitas e inaugurações
e o povo manso
que não se insurge
escravizado e pobre
acredita e sorri
vota sempre nos mesmos
nenhum de nós é livre
enquanto ao teu lado
houver fome
miséria
desemprego
hoje são os outros
amanhã serás tu
passaram 40 anos
nenhum de nós é livre
enquanto abril não se cumprir
ah se eu pudesse parar as ondas
essas que arrebatam as areias
essas que escavam a minha praia
essas que descarnam a minha vida
ah se eu pudesse parar o mar
que inclemente se abate sobre as arribas
que insensivel corrói as fajãs
que impérvio repete a violação
ah se eu pudesse parar
o avanço do castelhano
estuprando o galego
cantaria a felicidade
da tua libertação
assim limito-me a orar
pela tua sobrevivência
ah se os carvalhos falassem
dir-te-iam que já foste livre
ah se os carvalhos falassem
recordariam teus dias faustosos
mas como ainda não falam
ninguém sabe da tua história
ninguém sabe da tua mordaça
ninguém sabe do genocídio
ah se os carvalhos falassem
serias livre
(este parte, aquele parte e todos, todos se vão)
galiza morres sozinha
mataram-te a língua
roubaram-te a riqueza
vives só e à míngua
despovoada frágil presa
galiza morres sozinha
esqueceram a tua história
enterraram teus heróis
castraram-te a memória
já nem sabeis quem sois
galiza morres sozinha
nas tuas aldeias desertas
nas ruas e cidades colonizadas
no desprezo dos portugueses
nos livros que ninguém lê
na história que não despertas
memórias ancestrais apagadas
galiza morres sozinha
abri as portas e o coração
ressuscitei lendas e pedras
escrevi laudas e poemas
recordei a sueva coroação
e acreditei que renascias
autónoma sem problemas
galiza não morras sozinha
deixa-me cantar-te
e viverás só minha!
este país rima com sal
nunca nada está bem
e tudo vai sempre mal
insatisfeitos
impotentes
impávidos
incapazes
ingratos
incompetentes
quisera eu
pudesse eu
e dava-te um nome
portugaliza
[1] (sansenxo)https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/galiza.pdf
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“A tua vontade bloqueia teu ouvido, introduz-te num abismo e cobre-te com a sombra do que queres, de tal forma que não te podes elevar às coisas sobrenaturais e supra-sensíveis” (Jacob Böheme – A vida Espiritual) Uma ciência esotérica? Como nos dá a entender Nelson Job, no seu artigo “Miséria da Ciência e da Filosofia
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“Nada a dizer. Nada a ensinar. A verdade é tão evidente por si, tão obvia, que toda e qualquer explicação somente servirá para obscurecer essa mesma verdade” (Alan W.Watts – em “O Budismo Zen”) Um dia comprendi: “A sabedoria traz prudência, o amor fraternidade. Afastando de nosso coração os medos que ainda o perturbam, podemos iniciar o abandono de toda animalidade“… E escrevendo esta frase se me deu por pensar que… Existe o ciclo, aquele no qual pela morte se rejuvenesce na vida. Existe a vida que surge, resurge após a morte. Existe o caminho e existem, como fala […]
Source: O caminho de Lugh – O caminho de Horus – O caminho de Khrisna e Cristo | Artur Alonso – Incomunidade
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Autónoma desde 1981, a Galiza persiste como exemplo de uma regionalização efetiva que faz de Espanha um dos países mais descentralizados do mundo.
Source: Galiza: Espelho da Autonomia
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Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;É querer estar preso por vontade;É servir a quem
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