PROPRIETÁRIO ALEGA INCUMPRIMENTO DO CONTRATO
Grupo Barceló deixa gestão do Angra Marina Hotel
CONFLITO. Proprietário e Grupo Barceló estão em desacordo sobre condições de entrega do Angra Marina Hotel, única unidade de cinco estrelas da Terceira.
O Grupo Barceló deixou de assegurar a exploração do Angra Marina Hotel, na passada sexta-feira, 3 de março.
A empresa Angrasol (proprietária da unidade hoteleira) decidiu recuperar a exploração do único hotel de cinco estrelas da Terceira, alegando incumprimento do contrato por parte do Grupo Barceló.
Recorde-se que o grupo hoteleiro espanhol, que tinha a seu cargo a exploração do Angra Marina Hotel,decidiu encerrar a unidade durante a época baixa, decisão que, segundo o empresário Américo Gonçalves (Angrasol), viola o contrato celebrado entre ambas as partes.
Américo Gonçalves revelou que o acordo com o grupo hoteleiro espanhol não prevê o encerramento do hotel, situação que considerou prejudicial, uma vez que para além de uma renda fixa mensal era também considerado o pagamento de um valor adicional de acordo com os resultados obtidos pela exploração do Angra Marina Hotel.
“Quando soubemos que iam encerrar o hotel, em outubro passado, os nossos advogados enviaram cartas de aviso a alertar que isso não estava previsto no contrato”, disse, ontem, o empresário ao DI.
Perante a continuidade do encerramento da unidade hoteleira, a empresa proprietária notificou, em janeiro desde ano, o grupo hoteleiro espanhol de que ia recorrer aos tribunais para resolver o conflito sobre o contratodo Angra Marina Hotel.
Depois disso, ambas as partes chegaram a acordo para a cessação do contrato de exploração do hotel, tendo o processo de transição ocorrido na passada sexta-feira.
No entanto, Américo Gonçalves referiu que no processo de verificação do estado em que se encontra o hotel foram detetadas algumas avarias em equipamentos e a falta de material como roupas de cama, toalhas ou mobiliário que terão sido, entretanto, retirados da unidade.
“Não existe uma máquina na lavandaria a funcionar, há outras avarias, falta roupa e outros materiais”, referiu o empresário.
Atendendo a essa situação foi elaborada uma ata onde são apontadas as falhas encontradas, mas segundo Américo Gonçalves, os representantes do Grupo Barceló, que ainda se encontram no hotel, recusaram-se a assinar esse documento que é exigido pela empresa proprietária do hotel.
De acordo com o proprietário, o Angra Marina Hotel deverá reabrir no próximo mês de abril, uma vez que serão necessários diversos procedimentos para que a unidade hoteleira possa ter condições para receber hóspedes.
“O hotel está num tal estado que precisamos de pelo menos 30 dias para colocar a funcionar tudo aquilo que deixaram avariado ou que levaram”, afirmou.
Contatados ontem pelo DI, os representantes do Grupo Barceló que ainda se encontravam no Angra Marina Hotel recusaram-se a prestar declarações sobre o assunto.