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  • O MONSTRO ACORDOU (INFLAÇÃO)

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    Na década de 80, Portugal viveu durante anos consecutivos com taxas de inflação superiores a 20 por cento, um cenário que a entrada na União Europeia, primeiro, e a adesão ao euro e à Zona Euro, mais tarde, apagaram da nossa memória. Nunca nos seus curtos 24 anos de vida a Zona Euro passou por uma crise inflacionista como a que agora nos entra porta adentro.
    Ao contrário do que se tem ouvido aqui e ali, o epicentro da crise inflacionista não está limitado à guerra na Ucrânia, até porque antes de os russos ultrapassarem a fronteira ucraniana já a inflação se agitava como reflexo de uma longa pandemia que paralisou o mundo e provocou o caos nas cadeias de distribuição.
    O impacto somado desses vários fatores é o que permite perceber a voragem do monstro inflacionista que depois de décadas adormecido acordou cheio de fome e ameaça lançar a Europa para mais uma recessão.
    Há incúria política ao nível dos estados-membros, há ganância e certamente negócios duvidosos que ajudaram a colocar a União Europeia, e em particular o seu grande motor económico, a Alemanha, nas mãos de Putin que agora fecha as torneiras do gás na-tural e deixa a Europa à beira de congelar. O Inverno vem aí e Putin vai usar o frio em beneficio próprio. A fazer fé nas palavras de Klaus-Dieter Maubach, CEO da Uniper, o pior da crise energética ainda está para chegar.
    Com a inflação a comer rendimentos, e a injetar incerteza nas economias europeias e nos mercados internacionais, com a crise energética, as alterações climáticas e a disrupção nas cadeias de distribuição por resolver, não é de admirar que o BCE continue com a mão no travão e admita voltar a a subir as taxas de juros que “facilmente” poderão chegar aos 3% em 2023. Talvez não seja má ideia revisitar a crise do início dos anos oitenta nos EUA e as medidas duras tomadas pela FED na altura para se perceber o risco que a escalada da inflação representa.
    Portugal, tal como outros países da UE, tem procurado criar medidas que alguns, erradamente, apelidam de combate à inflação. Na realidade, são medidas para ajudar a viver em inflação, nunca para a derrotar. Podem e devem discutir-se se os pacotes anunciados são bons, maus, ideais, contudo nunca se deve perder de vista o essencial: o dinheiro que os Estados encaixam “extraordinariamente” em impostos com a inflação não são uma benesse, antes um presente envenenado, e todos os políticos, dos que governam aos que são oposição, sabem disso.
    (Paulo SimõesAçoriano Oriental de 11.09.2022)
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  • OS ESPOLIADOS

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    Os espoliados
    Na ressaca do pacote de medidas de apoio às famílias, anunciado por António Costa, já todos perceberam quem vai pagar por mais esta crise: a classe média e os pensionistas, os espoliados do costume em todas as crises.
    Algumas das medidas são positivas, mas todas insuficientes, cheias de alçapões e tardias.
    Por exemplo, a classe média é aquela que mais detém habitação própria com recurso ao crédito bancário.
    Para as rendas é feita uma intervenção até aos 2%, recompensando os senhorios no IRS e IRC. E para os têm crédito à habitação?
    Como pagar rendas bancárias que estão a subir mais do que as taxas das rendas?
    No caso dos pensionistas o escândalo ainda é maior, tratando-se de um truque criado por um qualquer técnico da Autoridade Tributária que há-de ser recompensado por isso, como quem vai à caça das infracções tributárias dos contribuintes.
    Então atribui-se, agora, uma meia pensão, para, depois, em Janeiro, se mudar o cálculo da lei e os pensionistas passarem a receber menos para o resto da vida?
    Nem a ‘troika’ se lembrou de tal número ilusionista, apresentado como se fosse uma medida de apoio aos reformados. Não é.
    Trata-se de uma manipulação técnica para espoliar os mais frágeis da sociedade.
    No cheque de 125 euros há outra ilusão.
    Quem ganha 1.500 euros desconta por mês quase 500 euros para o Estado, mas este devolve-lhe, num só mês, 125 euros! Uma esmola que nem dá para encher duas vezes o depósito da viatura apenas no mês de Outubro.
    A mesma espoliação é feita na receita fiscal.
    O Estado já arrecadou, nestes meses em que a inflação galopou, mais de 10 mil milhões de euros em receita fiscal extraordinária.
    Ou seja, já ia com um excedente orçamental, a que se junta agora mais estes pecúlio inesperado, só porque o governo se atrasou, propositadamente, na implementação das medidas, para encher os cofres.
    E o que dá em troca às famílias espoliadas?
    Uns míseros 2,4 mil milhões!
    Em resumo, os contribuintes e os mais fracos vão continuar a ser os espoliados pelo Estado glutão, enquanto as grandes empresas, especialmente as petrolíferas, a banca e as que comercializam bens alimentares, vão continuar com os seus lucros excessivos, uma benção do governo que está a ser taxada por outros governos mais inteligentes em países com líderes mais competentes.
    É bom que o Governo dos Açores vá pondo as barbas de molho e não cometa as mesmas barbaridades.
    É verdade que a governação açoriana está muito condicionada, sobretudo ao nível das fiscalidade, até porque já baixou os impostos este ano.
    Mas existem outras formas de compensar as famílias açorianas, a começar pela distribuição do excedente da receita fiscal, de que o governo de Bolieiro não se deve aproveitar como fez Costa.
    Dizer que o combate à inflação nos Açores começou em Janeiro com a baixa de impostos é uma falácia: Porque, pura e simplesmente, naquela altura não havia inflação!
    Vir com estes argumentos enganadores, tipo continuação da “escola sergiana”, só descredibiliza a governação.
    Há outras medidas boas, como foram implantadas pela vizinha Região Autónoma da Madeira, antecipando-se à República, que podemos copiar sem mais demora.
    É que, aqui nos Açores, também já vamos tarde.
    Para fazer sofrer as famílias, já bastou este governo ter legislado os apoios às vítimas das cheias nas Feteiras e Sete Cidades… um ano depois!
    Mexam-se, que as férias já lá vão.
    (Osvaldo Cabral – Diário dos Açores de 11.09.2022)
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  • os 125€ que vão devolver como esmola aos pobres

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    O anúncio de António Costa foi um exercício de populismo e manipulação em que se aproveita da iliteracia económica das pessoas para fazer passar por positiva medidas que não acrescentam nada ou em alguns casos são um verdadeiro presente envenenado. Dois exemplos:
    Medida dos 125€ por pessoa que ganhe até 2700€:
    Uma pessoa que ganhe 2700€ brutos entrega todos os meses de IRS cerca de 700€ por mês. Aquilo que António Costa deixou implícito é que esta pessoa a quem o estado vai buscar 700€ de IRS todos os meses precisa da caridade do governo. Mas esta pessoa não precisa da caridade de Costa. Precisa que o estado a deixe ficar com uma parte maior do seu salário, daquilo que ganhou honestamente. Tirar 700€ de um lado todos os meses e dar 125€ por outro num único mês não é uma política social, é uma política de dependência. O raciocínio aplica-se também a quem ganha 1500€, recebe líquidos pouco mais de 1000€ e entrega 250€ ao estado todos os meses. Se o governo quisesse mesmo ajudar a passar por esta fase complicado, não o faria criando clientelas e dando esmolas, mas deixando que estes trabalhadores ficassem com mais daquilo que ganham. Aquilo que o governo faz e tirar com uma mão muito (e de forma permanente) e dar com outra mão pouco (e de forma excepcional).
    Medida das pensões
    Aqui há uma clara aposta na iliteracia económica dos portugueses. O governo estava obrigado por lei a dar uma aumento em 2023, mas irá dar um aumento menor, antecipando o valor que os pensionistas perderão em 2023 com um subsídio imediato. Poderão pensar que isto equilibra as coisas, mas não. Vamos imaginar um pensionista que recebe 1000€ e teria direito a receber 1100€ em 2023. O estado apenas aumenta para 1050, mas em troca atribui-lhe todo o valor perdido ao longo do ano já em Outubro. O pensionista fica melhor? Não, fica muito pior. Porque em 2024 a lei determinará novo aumento percentual que em vez de recair sobre os 1100 que supostamente receberia no final de 2023, apenas recairá sobre os 1050 que passou a receber. A perda dos 50€ até pode ser recompensada em 2023, mas será uma perda permanente a partir de 2024. Concorde-se ou não com estes aumentos, aquilo que António Costa anunciou como uma vitória dos pensionistas é, na verdade, uma enorme perda duradoura em relação ao que os pensionistas receberiam normalmente.
    Estivemos perante um exercício de ilusionismo e o pior é que pode muito bem resultar eleitoralmente. Muitos trabalhadores e pensionistas irão exultar com o dinheiro extra recebido em Outubro sem se aperceberem que o pagam em triplo, quadruplo ou quíntuplo todos os meses (no caso dos trabalhadores) ou que pagarão o presente envenenado de Outubro com juros o resto da vida (no caso dos pensionistas).
    Carlos Guimarães Pinto
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    • Jose Ourique Fagundes

      Poderá haver surpresas, já, nas eleições autárquicas. Costa, põe o Medina na ordem.
  • turismo nos açores, um caos, uma vergonha, incompetência , desleixo, in cumprimentos

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    22 anos a trabalhar no turismo e não consigo pactuar com isto!!! Isto é uma VERGONHA!! É esta a imagem que queremos passar??? E não venham com a conversa de que são “só” alguns dias no ano!!
    Falta TUDO aos Açores para serem um bom destino turístico! Péssima gestão por parte de todas as entidades, guias inclusive!!
    As regras são para TODOS e devem ser respeitadas por TODOS sem excepção!!! As linhas continuas, as amarelas, existem para algo!!! Crítico quem anda de viatura rent a car mas também crítico COLEGAS que pelos vistos não conhecem as regras de trânsito, sejam eles em viaturas pequenas ou autocarros!! Temos que ser o exemplo para os restantes!!
    O turismo em São Miguel é uma selvajaria sem rei nem roque!!! Farto de passar informação e não ver os locais e os lugares a serem respeitados por quem nos visita!
    Isto tem que parar!!! 🤬😡🤬😡
    https://www.facebook.com/100000152237997/videos/pcb.6319150418099970/873042170749969
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    Uma vergonha…

    Uma vergonha…
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    Mais Um Cruzeiro E Subida Ao Pico

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    Jose Gabriel Avila Viagens….

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    Açores Mais Turistas Que Em 2019

  • NOVAS TAXAS DE JURO HABITAÇÃO

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    SUEQUICES
    Passei o dia a ouvir reações às declarações da Lagarde e os canais de informação fartam-se de exemplificar a subida esperada em créditos de 150 000 euros.
    O banco de Portugal disponibiliza informação sobre o total do valor pedido em créditos mas não estima o endividamento por família. Ou pelo menos eu não consegui encontrar. Mas tenho alguma dificuldade em acreditar que, com o preço da habitação em Portugal, 150000 euros seja o “valor típico”. Ainda assim, para este caso esperam-se mais 60-70 euros por mês. Com a média salarial a rondar os 1000 eur, deduzo que faça mossa.
    Pelo meio chega novo mail do meu banco, lá onde o sol não brilha. As taxas começam agora em 3.6% e vão até 4.5%.
    Na realidade do bairro (onde não existem casas a 150 000 eur), isto significa que uma daquelas casas do mapa com espaço para uma família de 4, custava 1800 euros por mês até abril ou maio. Agora custa 3100.
    No mesmo mapa onde aparecia uma casa de quando em vez, agora pululam vendas novas todos os dias.
    Estou a adorar a solidariedade. Resta saber quem a paga. Mais disto no P1, assim que acabar de beijar a estátua do Eusébio.
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    • Carlos Leitão

      You will own nothing, be happy and “eat tzi bugs”. Tic tac tic tac 😏
    • Carlos Vargas

      Ainda por cima, esta subida, que já soma 1,25 % em 2 meses, não tem nada a ver com inflação. Destina-se apenas a aproximar o valor do € ao dólar e a tentar estancar a fuga de capitais para a moeda americana, cuja remuneração é bastante superior, devido…

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  • a crise que veio para ficar

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    E em Portugal, quem nos defende dos lunáticos?
    Em Praga, setenta mil patriotas – pessoas normais, cognitivamente aptas, racionais – saem à rua contra o suicídio económico da Europa. Em Colónia, milhares gritam ‘Nordstream’. Em Paris, outros tantos dizem ‘Vive la paix’. Estamos em Setembro, mas o Inverno já se faz sentir. Em Londres, o preço da electricidade subiu 500% num mês: um estudo recente indica que um em cada sete idosos britânicos não ligarão de todo o aquecimento durante a estação fria por não terem como pagá-lo; mais de metade julga ter de reduzi-lo. A Goldman prevê um pico inflaccionário de 22% no Reino Unido em 2023. Entretanto, no continente, a Arcelormittal começou a encerrar siderurgias – não tem como fazer frente aos custos com a electricidade. Na Alemanha, o preço da energia subiu 860% face ao ano anterior. O Euro, havendo perdido a paridade com o dólar, continua a naufragar – os europeus sentirão a sua moeda em queda livre na forma de mais inflação. Para sobreviver à tempestade, a Alemanha anuncia um pacote anti-crise de 65 mil milhões de euros. Não será suficiente: segundo avisa a Noruega, a falência em bloco do sector energético do continente custará pelo menos 1.5 triliões de euros aos contribuintes europeus. É uma economia espanhola inteira, sem contar com todos os outros custos que já se adivinham: quantos meses passarão até que, à crise energética, se junte uma crise financeira? E, depois da crise financeira, tardará a crise de dívida?
    Empurrados para um cataclismo económico sem precedentes pela irresponsabilidade olímpica das suas lideranças, os europeus procurarão em breve os responsáveis. Procurarão igualmente aliados e porta-vozes. Em Itália, que tem eleições já no final do mês, a população sabe onde encontrá-los: Salvini e Berlusconi querem a paz, e serão governo dentro de semanas. Em França, tanto a direita nacional como a esquerda querem a negociação. Na Alemanha, a AfD galga as sondagens – salta para os 13% a 14%, e já quase ultrapassa os social-democratas de Scholz. Na Áustria e na República Checa, os partidos que estóica, solitária e pacientemente se opuseram à loucura dos últimos seis meses sobem, também, imparáveis. E em Portugal? Por quanto mais tempo se manterá o consenso suicida pelo qual avançam para o precipício famílias, empresas e o próprio Estado? As ruas que já enchem – e as sondagens que já tremem – além-Pirenéus são prelúdio do que cá chegará também. A pergunta é a fazer é esta: quem estará à cabeça do movimento? Quem colherá os louros da razão?
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  • avião cargueiro nos açores

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    Nota à imprensa
    A Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, no seguimento de notícia publicada na edição de hoje do jornal Açoriano Oriental, esclarece que não há qualquer suspensão do projeto para o avião cargueiro interilhas.
    Em sessão plenária, a Secretária Regional afirmou que a transformação de uma das aeronaves de passageiros, da SATA, em cargueiro, para resolver os problemas de carga, é uma questão que se mantém. Neste momento, o estudo do comportamento do mercado é que irá ditar o início da operação do cargueiro.
    Ainda estamos no verão, com muita procura de passageiros, o que origina mais voos, que além de lugares para passageiros também disponibiliza mais capacidade de carga, não tendo havido, ao longo de toda a operação de verão, qualquer reclamação relativa ao transporte de carga aérea.
    A Secretaria Regional mantém-se atenta ao evoluir da procura e a entrada em funcionamento do cargueiro dependerá da redução do volume de passageiros a transportar, o que habitualmente acontece após o final de outubro (fim do verão IATA).
    Recorde-se que, em maio, a Secretária Regional anunciou, também em sessão plenária e com registo no Portal do Governo Regional dos Açores, que após o final do verão IATA de 2022 (i.e., após final de outubro) haveria a preparação de um avião cargueiro.
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