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  • hotel de sonho que visitei ainda antes de abrir AÇORES

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    Casa onde foi içada a primeira bandeira da Autonomia é hotel boutique
    Hotel boutique Sensi abriu há três anos nos Ginetes na casa onde foi içada a primeira bandeira da autonomia dos Açores
    Com vista sobre vastos terrenos que no Verão se cobrem de milho, e sobre o Atlântico que é, durante todo o ano, leito do pôr-do-sol, ergueu-se, em 2020, das ruínas de uma herdade de quatro edifícios, o hotel Sensi Nature & Spa, fruto de um trabalho de reconstrução que durou um ano e dez meses.
    Este peculiar refúgio, que pode ser encontrado nos Ginetes, tem como anfitriões Teresa e Miguel Urbano. O casal, junto há 35 anos, viveu 10 anos em Macau, explorou várias partes do mundo, nomeadamente a Ásia e África, e deu um toque desse multiculturalismo ao hotel, que tem decoração proveniente de várias partes do mundo.
    Neste lugar com muita história, onde foi hasteada, em 1897, pela primeira vez a bandeira que simboliza a autonomia açoriana, os visitantes são acolhidos num ambiente familiar. A decoração é original, pensada e criada pelos anfitriões, que explicam que o hotel pretende fornecer uma experiência memorável e sensorial, através do contacto com texturas orgânicas, o fogo, a terra e a água.
    O Sensi abriu portas a 21 de Fevereiro de 2020 e conta já com cerca 30 colaboradores e dois “anfitriões” de quatro patas, os labradores Guga e Mico, que convivem com os hóspedes. Miguel é natural de Coimbra, vivia da advocacia e foi professor assistente universitário. Teresa, de Viseu, é formada em relações públicas tendo também já leccionado. Vivem em São Miguel há já cinco anos. O projecto Sensi foi o seu “baptismo” na área da hotelaria e os donos dizem que este é um “espaço de abertura” e não de “exclusividade”.
    Correio dos Açores: Como surgiu a ideia do Sensi? Porquê este nome?
    Teresa: Andávamos à procura de um sítio com estas características, até no continente. Não imaginávamos que viríamos viver para os Açores. Viemos cá de férias e encontramos este sítio que tinha tudo o que queríamos, que era a proximidade ao mar, a vista para o mar – um sítio com alma, no fundo – edifícios antigos para recuperar, com poucas habitações à volta, ou nenhumas, neste caso. Como tinha tudo e apaixonámo-nos verdadeiramente pelo local, acabamos por decidir vir para cá viver. A nossa ideia teria sido fazer qualquer coisa deste género no continente, e não cá.
    Miguel: O nome… esta casa principal é uma casa muito comprida e inicialmente era toda ela de um único piso, estivemos para chamar de Casa Deitada. Só que pensamos que para os turistas dizerem esse nome seria uma complicação. Depois, como isto tem muito apelo aos sentidos,… Sensi não quer dizer nada, mas apela à ideia de sensorial. A marca do hotel tem muito a ver com essa componente de sentidos, a componente da água, da terra, do fogo, temos lareiras, queríamos isso bem marcado.
    Teresa: E não só, os materiais que são endógenos, o basalto, a madeira, a sensação dos materiais, o lado físico e orgânico das coisas. O sentido de casa também, com objectos pessoais da nossa vida, das nossas viagens, da nossa família. Todas essas sensações em conjunto acabaram por nos levar a essa palavra que é o Sensi.
    “Era uma ruína que foi restaurada com imenso carinho e não destruímos a essência deste lugar”
    Durante quanto tempo decorreu a recuperação do espaço?
    Teresa: Começou em 2018, e demorou um ano e dez meses.
    Miguel: Estava abandonado, em risco de se perder definitivamente e foi recuperado com respeito pela arquitectura. Modernizamos o espaço e adaptámo-lo à linguagem de hoje que é a de conforto moderno, mas está cá tudo. Era uma ruína que foi restaurada com imenso carinho e não destruímos a essência deste lugar, pelo contrário, acho que a reforçamos.
    Teresa: Os quatro edifícios da propriedade estão cá. A começar pela primeira, onde existia uma cozinha exterior, este edifício onde estamos agora era a casa principal, isto era uma quinta para férias. O terceiro edifício era a casa do caseiro e agora é o spa. O último edifício em pedra eram os estábulos e neste momento é onde temos a maioria dos quartos.
    Miguel: No fundo, mantivemos tudo o que estava. O hotel nasceu do que aqui havia, e o número de quartos foi definido pelo que aqui havia. A ideia que tínhamos sobre o que ia ser o nosso espaço teve que se adaptar ao lugar. Foi ele que nos disse o que é que íamos fazer do Sensi e não ao contrário. Tivemos de respeitar o que aqui estava.
    Como foram recebidos cá?
    Teresa: Muito bem. As pessoas são afáveis e queridas, desde o primeiro momento.
    Miguel: Mesmo na área em que estamos, na hotelaria, podia haver alguma rivalidade porque éramos um intruso que vinha de fora e estava a lançar um projeto, mas foi exactamente ao contrário. Fomos bem recebidos por toda a gente, incluindo a concorrência e pessoas da área que sempre nos trataram com carinho e a reconhecer que o projecto trazia mais-valias para os Açores, portanto, um reconhecimento que as coisas eram boas para ambos os lados. Essa sensação de reconhecimento por parte da comunidade local existiu sempre.
    “Grande marca do Sensi:
    Receber muito bem as pessoas,
    como se estivessem em casa”
    O que tem sido e pretende ser o Sensi?
    Miguel: A ideia central deste lugar é a de um lugar que gostássemos e que as outras pessoas, da mesma forma, também gostassem. Sempre quisemos que isso acontecesse como marca, ou seja, nunca procuramos ir agradar ao público, procuramos dizer “Vamos fazer uma coisa que nós próprios sintamos que tem alma e que essa alma passe para as pessoas”. Essa parte sempre existiu no Sensi, essa componente familiar, de casa. É um hotel, mas ao mesmo tempo tem uma dimensão de um aconchego e uma receção como se fosse um hotel pequeno, uma boutique. Queremos sempre que essa seja a grande marca do Sensi: receber muito bem as pessoas, como se estivessem em casa, e que quando as pessoas chegarem aqui, terem um sentimento de pertença ao local e dizerem: “Sinto-me bem, sinto-me como estivesse em minha casa, mas estou num hotel”.
    Teresa: Temos aqui um restaurante, bar, spa, ou seja, é uma unidade muito pequena, mas que acaba por ter as ofertas que uma cadeia hoteleira acaba por oferecer.
    Miguel: Estamos a apostar fortemente nessas duas componentes de bar e restauração, que são abertas ao público em geral que pode vir mesmo que não esteja hospedado. Não é um espaço de exclusividade, é um espaço de abertura. O spa também é uma aposta muito grande e tem uma atmosfera especial, com um lado oriental e zen. Estamos satisfeitos com todas as componentes do hotel, não apenas com a componente de alojamento de quem cá está, mas também destes outros serviços.
    O hotel é também de abertura à comunidade local e temos recebido muita gente dos Açores, que é repetente e grande dinamizadora do hotel.
    E a estética e decoração, em que se inspira? De Macau talvez?
    Miguel: Estivemos na Ásia, com base em Macau, mas propriamente Macau, em termos de identidade estética, não foi uma grande marca. Todas as viagens na Ásia sim, foram uma grande marca, e de algum modo também o sul da Ásia, que tem essa atmosfera mais ligada aos elementos, ao sol e ao turismo. Essa foi uma grande presença. Por outro lado, como também trouxemos memórias, muitas dessas peças foram adquiridas em Macau e na China. Trouxemos para aqui algumas peças da nossa colecção particular, de memórias de viagens e do que fomos adquirindo. Há uma parte chinesa de Macau aqui colocada, mas ela é bastante mais abrangente. Fora essa marca asiática, é gosto pessoal.
    Teresa: A decoração foi feita por nós os dois e depois acabamos por decorar o hotel todo quase como se fosse a nossa casa. Portanto, está aqui um gosto pessoal.
    Miguel: Tem a ver novamente com essas coisas muito orgânicas e autênticas, as madeiras que a pessoa toca, o acto sensorial das coisas. Nunca gostamos das coisas muito perfeitinhas, queremos que elas tenham alma. Muitas vezes os materiais podem não ser antigos, mas têm essa ligação em que as pessoas têm as texturas dos tecidos, das madeiras e de tudo isso. É uma arquitectura muito natural e orgânica, mas que basicamente é gosto pessoal.
    Em poucas palavras como é que descreve a essência do Censi?
    Teresa: Acho que é o sentido de “casa”.
    Miguel: E de receber bem. Temos uma equipa fantástica e sempre incentivámos a componente humana como a componente fundamental do Sensi. Isso porque gostamos de pessoas, mas também porque a própria estratégia do que é a hospitalidade é isso, é receber bem. Essa componente acho que é uma das marcas que o Sensi tem: as pessoas desde o momento em que aqui chegam são acolhidas com gosto pela própria equipa, que gosta de estar com elas. Essa é a grande marca, ser-se muito bem acolhido e recebido com carinho e vontade de que as pessoas tenham os melhores momentos da vida aqui. Queremos que o Sensi seja parte das memórias das pessoas. Queremos que isto não seja o local onde dormidos nas férias, mas que seja o coração da viagem.
    Teresa: Um local que as tenha marcado.
    Miguel: Acho que isso e o mais importante, que é quando passou e vais revisitar a tua vida, e tens aquelas marcas que foram os momentos que gostaste de viver. Queremos que o Sensi faça, de algum modo, conjuntamente com os Açores e São Miguel, parte dessas memórias das pessoas que aqui vieram, que elas se lembrem com saudade.
    Teresa: Sim, do por-do-sol, do serviço que tiveram, do acolhimento das pessoas, da experiência como um todo.
    Como tem sido o feedback dos clientes?
    Miguel: Acho que tem sido excelente. É reconhecida já hoje, no panorama de turismo dos Açores, como uma das unidades hoteleiras mais interessantes. Temos tido um feedback fantástico a todos os níveis, de gente que vem cá e diz que foi das melhores experiências que tiveram em termos de hotelaria, pessoas que elogiam o serviço e as pessoas que aqui estão, de gente que adora os cães.
    O que o distingue de outros alojamentos? Essa parte familiar?
    Miguel: Esse é claramente um elemento distintivo. Como nós, os donos, passamos por cá, essa marca de um hotel familiar, sendo que é um hotel com serviços como nos outros hotéis, é mais vincada de que noutras unidades.
    Teresa: Passa pela própria ambiência do hotel. Depois a decoração é tão pessoal, acaba por ser diferente de todos os outros, como quando um de nós decora a sua própria casa, também o fizemos aqui.
    Que balanço fazem destes primeiros anos?
    Miguel: Excelente a todos os níveis. Como experiência tem sido a melhor. Mudámos de vida e adoramos a nova vida. Só tenho pena de não ter feito essa troca mais cedo.
    Mariana Rovoredo
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    Carlos Decq Mota, Maria Viveiros and 61 others
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    • José Tomaz Mello Breyner

      Um casal maravilha que fez uma obra fantástica

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    • José Tomaz Mello Breyner

      Um hotel fantástico

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    • Antonio Manuel Macedo Silva

      Já tinha ouvido falar deste hotel e das suas características muito familiares mas esta entrevista deu-me a certeza de que se trata de uma unidade de muito conforto e acolhedora. Parabéns à Teresa e ao Miguel pelo seu empreendedorismo. Muito sucesso.

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    • José Tomaz Mello Breyner

      Metade dos quartos têm na varanda uma mini piscina aquecida

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    • Bibiana Viveiros

      Muitos parabéns, continuação de muito sucesso.
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    • Cristina Ghielmetti

      Auguri per un proseguo fruttuoso….
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    • Gilda Correia

      Muito bom.
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    • Manuel Borges

      Conheço as instalaçoes, os propriétarios!!
      Espaço muito acolhedor e intimista, com muito nivel!!
      Ao casal os meus Parabens e continuacao de muito sucesso!!
  • TAP, um íman de casos e casinhos – Portugal – SÁBADO

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    A TAP tornou-se uma trituradora de capital político do Governo – e de dinheiro dos contribuintes. Remunerações e regalias estiveram quase sempre no centro das polémicas.

    Source: TAP, um íman de casos e casinhos – Portugal – SÁBADO

  • Tabelas do Imposto Único de Circulação (IUC) para 2023

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    Em 2023, o IUC vai pesar mais no seu bolso. Para que possa calcular o montante a pagar, consulte as tabelas do Imposto Único de Circulação.

    Source: Tabelas do Imposto Único de Circulação (IUC) para 2023

  • Osvaldo José Vieira Cabral · A REBALDARIA!

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    A REBALDARIA!
    Pior do que a rebaldaria que se vive no Governo da República, só mesmo o caos no Congresso trumpista dos EUA.
    Já aqui tínhamos referido, faz hoje exactamente uma semana, que António Costa tinha terminado o seu ciclo político.
    É um primeiro-ministro desgastado, cansado, fora de prazo e sem poder de coordenação política do governo.
    O que estamos a assistir na governação deste país é uma opereta nunca vista, uma degradação das instituições e um cavar cada vez mais fundo no fosso que separa os cidadãos dos políticos e governantes. É, por outro lado, a prova de que há cada vez menos seriedade na política, com muita gente do circuito dos aparelhos partidários a aproveitar-se do poder para os seus interesses pessoais, da família e das habituais clientelas.
    É verdade que criar uma crise de governação no momento presente, com o recurso a eleições antecipadas, seria, provavelmente, mais trágico, devido à delicadeza da situação que vamos viver nos próximos tempos e do consequente drama que se vislumbra para muitas famílias e empresas.
    Será uma governação penosa, um arrastar de governantes desacreditados, mas criar um ciclo de paralisação do país, à espera de eleições, não é aconselhável, por agora.
    O Presidente da República deverá estar farto deste caos que se instalou no governo de António Costa, mas não lhe resta outra alternativa, pelo menos durante este ano, que é redobrar a vigilância da governação e puxar pelos ministros para aplicarem o PRR e o PO2030, que mais não seja para mitigar a crise económica que se vai agravar.
    No meio de tanta demissão, uma delas poderá ser benéfica para os Açores: a do ex-ministro do ferro velho, Pedro Nuno Santos.
    Era um ministro que não gostava dos Açores e que em duas legislaturas se mostrou incapaz de resolver qualquer dossiê relacionado com a nossa região.
    Só quatro exemplos: todos se recordam de António Costa ter prometido alterar o sistema do subsídio de mobilidade, aquele em que pagamos um balúrdio às companhias aéreas para irmos a Lisboa e depois recebermos o remanescente nas longas filas dos CTT.
    Dizia então o primeiro-ministro, vai fazer agora quatro anos, que o subsídio de mobilidade era um “absurdo” e “ruinoso” para os cofres do Estado, ao que foi secundado por Pedro Nuno Santos, reforçando que era um esquema que “incentivava à fraude”!
    Passou-se o tempo de uma legislatura e, quatro anos depois, está tudo igual!
    O ministro mostrou-se incompetente para alterar o sistema e até nomeou um grupo de trabalho de que nunca mais ouvimos falar.
    Depois veio a promessa de um avião cargueiro para os Açores.
    O ministro mandou abrir concurso, mas era tão medíocre e tão pouco atrativo, que ficou deserto por três vezes.
    Alguém sabe onde anda o avião cargueiro?
    Mais recentemente, era este ministro que pretendia dar apenas 3,5 milhões de euros para as OSP de Santa Maria, Pico e Faial. Teve que ser desautorizado em sede de discussão do Orçamento de Estado.
    E como se não bastasse, temos agora a sua herança dos cabos submarinos, envoltos numa outra trapalhada, com amarrações em S. Miguel e na Terceira, à mistura com uma polémica entre especialistas na matéria, receando-se que haja neste projecto razões políticas a sobreporem-se às técnicas.
    É muita trapalhada junta, mas é este registo que temos vindo a assistir nos governos de António Costa, os piores para as Autonomias, a par com o que houve de pior com Cavaco Silva.
    A diferença é que Cavaco, ao menos, tinha autoridade.
    Quanto a Costa, é o que se vê: um desastre, para gozo dos que vão assistindo a isto nos outros países.
    Pobre Portugal.
    Osvaldo Cabral
    Editorial 08-01-2023 Diário dos Açores
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    You, João Mota Vieira, Paula Cabral and 33 others
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    • Jaime Jorge

      Só não concordo com a afirmação inicial: acho que a rebaldaria em Portugal ainda assim, é pior do que a que se assiste no congresso americano. Porque esta não nos vai afectar muito. Acho eu!
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    • Aida Amaral

      Uma vez mais parabéns pela forma como espelhas a realidade de uma forma tão clara e assertiva …. Bom domingo 🔝🔝👌
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      • 4 h
    • Antonio Silveira

      Muito bem observado .
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    • The Ref Oh No, referee covering his eyes sticker
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    • Luis Castro

      Como sempre o dedo vai diretamente a ferida
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    https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2023/01/osvaldo-cabral-rebaldaria.pdf
  • açores , monopólios e outros

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    Existe uma profunda degradação da ética empresarial no que diz respeito à relação com clientes e consumidores. Todos nós assistimos a isto de ano para ano, em todos os sectores, ao ponto que muitos já se esqueceram do quão diferente era.
    A nossa única defesa nestes casos é usar a nossa carteira como arma. Só que com empresas cada vez maiores, mais concentradas, um mercado de oligopólios e monopólios, cada vez mais nos deparamos que as alternativas são em muito iguais e que, além dos preços, há também uma espécie de cartelização nas práticas comerciais e de assistência ao consumidor.
    O livro de reclamações é algo que dá trabalho a preencher, e a única utilidade prática (real, mas inútil para quem se está a queixar) é ser mais um número na estatística de uma qualquer agência reguladora.
    Mais não podemos fazer do que desabafar e tentar tornar públicas as nossas experiências, na vã esperança que no meio de tudo, alguém se enxergue.
    A norma agora parece ser o total desrespeito pelo tempo das pessoas. Para quem trabalha por conta própria todos os dias, isto mais não é que uma directa quebra importante de rendimentos. Quem trabalha por conta de outrem, ou tem a sorte de ter a simpatia do patrão, ou tem que meter férias.
    Antigamente agendava-se uma hora para o técnico vir a casa. Depois começaram a dar-nos intervalos de duas horas. Agora, a MEO espera que eu esteja em casa das 14h00 às 17h30 para algo que provavelmente não vai demorar mais de dez minutos. No caso, o problema nem era em minha casa, era na rua, pelo que nem paguei pelo serviço, mas o tempo lá foi perdido. Já a Açoreana/Tranquillidade, entre más informações, orientações, e também uma peritagem que é à hora que o perito quiser, fez-me perder duas manhãs para um peritagem no meu automóvel. Quatro deslocações no total.
    O prémio é entregue à Unirego, do Grupo Ilha Verde. Anunciam-me um tempo de espera de 4 meses para reparação do carro – sinal de uma oficina claramente sub-dimensionada – e não podem ainda comprometer-se com uma data precisa. Após quatro meses, telefonam a dizer para estar com o carro no dia X (6 dias depois do telefonema) à hora Y na oficina. Advirto que não posso nesse dia e não tenho ninguém que me possa levar o carro. Peço novo agendamento (quem espera 4 meses espera mais uns dias ou semanas). “Se não for nesse dia vai ter que esperar mais 2 meses”. Nem se querem dar ao trabalho de refazer a sua agenda, nem tentaram previamente saber qual o dia conveniente para mim.
    Naquilo que depender de mim, nenhuma destas empresas verá mais um tostão. Mas é difícil, por que sei que as outras seguradoras vão operar da mesma forma. As telecomunicações nem se fala, são tão poucas e tão iguais, que ao longo dos últimos 15 anos já “dei a volta” a todas, aliás acho que estou na terceira volta. O Grupo Ilha Verde, enfim, que alternativa tenho eu se não utilizar os seus serviços enquanto for proprietário daquele carro (com o qual, aliás, estou tão satisfeito ao ponto de ter pensado que ia ser a minha marca para o resto da vida). Vendê-lo não lhes causa qualquer incómodo, quem o comprar vai continuar a ir lá. É apenas um incómodo para mim.
    Isto vai continuar a piorar. Qualquer dia temos que meter uma semana de férias para consertar um carro ou recuperar a Internet.
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    • Paolo Pandiscia

      Os monopólios são para os consumidores uma vera catastrophe! E na ilha temos só monopólios o acordos tácitos entre os dois o três que aqui comerciam no mesmo setor. Temos custos que vão arrebentar a vida dos cidadãos. Tive o carro na inspecção e serviç…

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    • Tim Gretzinger

      Sounds like a good business for someone to offer. To be available to help with people’s needs.
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  • o futuro em causa

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