De trapalhada em trapalhada, de confusão em confusão, de concurso público em concurso público, de promessas em promessas aos comerciantes, em minha opinião, está claro o destino do Mercado da Graça: encerrará definitivamente.
Um amplo e muito valioso espaço no centro da cidade de Ponta Delgada acabará nas mãos, mais cedo ou mais tarde, de interesses especulativos e imobiliários. Não tenho dúvidas! O mesmo aconteceu com o espaço público conquistado ao mar na Calheta de Pêro de Teive.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada suspendeu as obras de alegada requalificação do Mercado da Graça – histórico local de venda de produtos hortícolas e de convívio de todas as classes sociais -, alegando requisitos exigidos pela Proteção Civil. Depois prometeu aos comerciantes, por várias vezes, que o Mercado da Graça reabriria no final de 2023. Agora diz que não, porque alega ser necessário abrir novo concurso público para os trabalhos previstos. Por mim, repito, o Mercado da Graça não voltará a reabrir ao público. O espaço acabará como hotel, condomínio de luxo ou grande superfície comercial. Têm dúvidas? Eu também não!
A obra de requalificação do Mercado do Bolhão, no Porto, de uma dimensão incomparavelmente superior e de uma complexidade muito maior, concretizou-se sem tanta trapalhada em trapalhada, confusão em confusão, concurso público em concurso público, promessas em promessas. Lamentável a todos os títulos!
O centenário Mercado da Graça acabou, morreu! Não vislumbro mais do que isso. E comigo muito mais gente.