Categoria: economia pobreza banca tax Transportes terrestres

  • Veja como é Aterrar nas Flores a partir do Cockpit! – I Love Azores

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    Página dedicada aos que gostam dos Açores, e queiram partilhar o que temos de melhor.

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  • Vai estar de volta depois dos anos 80 tem 28 km a linha de comboio mais bonita de Portugal

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    Os 28 quilómetros entre Pocinho e Barca d’Alva, encerrados desde 1988 na Linha do Douro, vão ser recuperados e reactivados. O anúncio foi feito pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no decorrer das comemorações dos 20 anos

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  • Alta velocidade Lisboa-Porto é rentável a partir de 25 euros por passageiro

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    O valor é da Infraestruturas de Portugal, mas serão os concessionários a decidir o que fazer. O ano de 2031 é um bom ano para se antever que Lisboa e Porto ficarão sensivelmente a 1,15 horas de distância uma da outra.

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  • A Triste Sina da Classe Média

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    Anonymous participant

    A Triste Sina da Classe Média
    Muito se fala da pobreza que existe nos Açores. Essa semana voltou se à carga no Parlamento. Dizem alguns egos mais favorecidos por Deus que foi devido a um livro. Muito bem.
    Que existem muitos desfavorecidos e que existem pobres, é um facto. Sempre existiram, existem e sempre existirão. Mas preocupam se com os novos pobres que começam a surgir sem darmos por isso? Vejamos então um exemplo prático:
    Um casal normal, homem e mulher, sim, existem outros tipos de casais… não sei é se com as mesmas regalias contributivas, mas continuando… um homem e uma mulher, casados no papel, com dois filhos. Era para ser só um….mas no entanto, numa noite mais quente na sala de estar lá se semeou novo rebento. Compram uma casa numa das freguesias do concelho de Ponta Delgada. Ele trabalha numa empresa pública em Ponta Delgada, ela numa privada, mas colocada na Maia. Ele tem ordenado de 1500€, ela por sua vez ganha 1300€. Ambos têm um vencimento de 2800€, ou seja, para o Estado e para a sociedade, são ricos.
    Como compraram casa, foram buscar à banca algum dinheiro, porque tiveram sorte de terem algum para a entrada inicial sem recorrer a mais um empréstimo pessoal, bela hora em que aquele tio distante morreu sem herdeiros. Pagavam inicialmente 400€ mensalmente à Caixa. Ou seja, passam a ter menos 450€ mensais porque tem também um seguro da casa que lhe levam mais 50€.
    Como têm de se deslocar ao trabalho, adquiriram um Renault Clio de 2008,quem o usa é a mulher para ir para a Maia, ele conseguiu boleira com um vizinho que o leva para o centro da cidade e deixa os seus dois miúdos na escola porque, por sorte estudam no mesmo estabelecimento de ensino.
    Mas o carrinho tem de se pagar e até conseguiram no fazer por uns simples 90€ la numa daquelas financeiras online. Também tem a juntar 15€ do seguro do carro e cerca de 80€ de combustível, mais 185€.
    635€ para casa e carro. Do ordenado dela, sobra 665€. Ainda é bastante. Mas, como a casa fui assaltada uma vez, resolveram por um alarme que lhes custa 40€, têm a TVcabo com assinatura mais simples de 30€ com Wi-Fi em casa porque ela tem de trabalhar com computador e ter reuniões via zoom. Tem assinatura da Vodafone por 15€. São menos 85€. Passa a 580€. De agua e luz são 100€, não tiveram posses para colocar uns painéis solares na altura.
    Paga também 600€ anuais de livros escolares que dividido por mês junat se mais 50€. Fica 430€. O gás ronda os 30€. O restante dos 400 fica para o cabaz mensal.
    O marido que ganha 1500, tem também telemóvel e gasta 20€. Como não almoça, compra umas barras proteínas ou uma sandes que lhe custa uns 2.5€. Água ainda consegue beber de graça no trabalho. Dos 450€ do empréstimo da casa, viu se agora com um aumento de 350€, pagando agora 800€. Agora tem um ordenado de cerca de 1000€. Como também tem de vestir se e arrumar se bem porque faz atendimento ao público também gasta uma média de 50€.
    Os filhos também têm de vestir. Tem a sorte de os filhos almoçarem na casa da avó, já lhe poupando almoço. O filho mais velho a tirar um curso cá, tiveram sorte em poupar um alojamento no continente. Mas ainda sai cerca de 75€ por mês a universidade.
    Com mais alguma coisa imprevista fora do orçamento, este casal resta lhe uns 500€. Mas, têm de poupar porque como para o Estado são ricos, vão pagar de IRS uns 600€ no mês de Agosto.
    Onde está a ajuda para a classe média. Esta classe vai empobrecendo de legislatura em legislatura. Paga impostos, paga rendas, paga taxas e mais taxinhas. Não tem apoio à habitação. E outros andam por aí com rendimentos mínimos de mais de 1000€. Não pagam habitação, têm trabalhos paralelos sem pagar ao Estado. Têm carros, até existem alguns que alugam quartos. Os filhos têm direito a manuais escolares, alimentação e ainda recebem IRS. Haja rigor. Haja fiscalização. Haja coragem de mudar essas políticas que em nada abonam ao desenvolvimento de uma sociedade.
    Abel Moreira
    Julho do Ano da Graça de 2023
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    Carmo Silva

    Tirando as despesas fixas de habitação 800€ e carro 100€ dá 1900€ mensais para viver
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  • Açores ultrapassam o milhão de dormidas turísticas em 5 meses | Turismo | PÚBLICO

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    “De Janeiro a Maio, o total de dormidas foi de 1.087,5 mil”, mais 20,5% que no ano passado.

    Source: Açores ultrapassam o milhão de dormidas turísticas em 5 meses | Turismo | PÚBLICO

  • 2007 uma ilha s miguel

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    http://dn.sapo.pt/2006/08/30/boa_vida/uma_ilha_miguel.html
    Uma ilha: São Miguel


    Isabel Lucas

    Um embaixador procura na Igreja de S. Miguel Arcanjo, em Vila Franca do Campo, uma imagem igual à que existe numa outra igreja muito longe daquela, numa pequena cidade do estado de Santa Catarina, Brasil. Foi em 1997. O embaixador procurou e encontrou. A imagem de Santa Catarina foi feita à semelhança da de Vila Franca do Campo por emigrantes açorianos que chegaram ao Sul do Brasil depois da Restauração de 1640. Muitos anos depois a mesma imagem seguiu na máquina fotográfica do diplomata para servir de modelo ao restauro daquela que inspirou. É a mesma imagem que sai na procissão de 2005, e que saiu em todas as festas, a cada Verão, sempre que emigrantes como os que a levaram para o Brasil regressam àquela que foi a primeira capital da ilha de S. Miguel.

    Fica no centro sul da ilha e está virada para o ilhéu que lhe pertence. É o ilhéu de Vila Franca, como são de Vila Franca as queijadas, os solares, as fachadas góticas e barrocas das igrejas, o forte, o porto de pesca, os vestígios que ficaram do burgo quinhentista antes de ser destruído pelo terramoto de 1522. Foi em Vila Franca do Campo que S. Miguel começou. Foi em Vila Franca do Campo que começou também a relação contraditória da gente com o mar, um mar que raramente sai de vista.

    Chamam-lhe a ilha verde, mas não chega dizer isso sobre S. Miguel, nem mesmo quando tudo o que se vê é verde na estrada do Pico do Carvão, a caminho de Ponta Delgada, vindo da Ribeira Grande, a segunda cidade micaelense. Verde de chá nas encostas abrigadas de Porto Formoso e Gorreana; verde-claro e escuro das árvores do Nordeste ou todos os verdes do parque Terra Nostra, nas Furnas. Há o verde de uma das lagoas nas Sete Cidades que não é o mesmo verde que está reflectido na água de outra lagoa, a do Fogo. Sobretudo aí, S. Miguel é muito mais que verde e mais do que cor. Transforma-se em som. Silêncio por todos os lados se não houver turistas por perto. E a água em fundo. E depois da água da lagoa, o azul da água do mar, para lá da cratera do vulcão.

    S. Miguel nos seus 759,41 quilómetros quadrados de ilha, com 65 quilómetros de comprimento e 16 de largura máxima, é também o barulho que se ouve debaixo dos pés. Rouco, abafado, para que ninguém esqueça que aquela terra ferve, deita calor, e então a ilha é branca. De fumo e de enxofre nas caldeiras das Furnas e passa a ter sabor. O cozido, o bacalhau, a caldeirada, numa cozinha debaixo de terra e tempero certo do tal enxofre. É o interior da ilha, dos poucos sítios onde o mar que tudo une e tudo afasta não se avista. Porque à beira-mar, S. Miguel é negro. Negro e azul, como em Água d’Alto e em todas as outras praias ou piscinas naturais. Areia, rochas e água com o verde das árvores em fundo. Na Caleira, há ainda o convento e o conjunto é perfeito. Pena que em Agosto haja gente a mais. Mesmo quando gente é o que não se vê depois de uma noite de festa numa terra mais a nordeste. Domingo na Povoação e só um café aberto a servir quem vem de fora com os que acordam a varrer as ruas. Além disso, mais nada na Povoação.

    Só chuva. Porque S. Miguel é também a possibilidade de todas as estações do ano num só dia. Chove e come-se frango assado debaixo de um chapéu-de-sol antes de avançar para as vistas do Nordeste e de uma paisagem que os guias turísticos não se cansam de classificar de “luxuriante”, mas esse adjectivo continua a ser tão pouco… Fala-se de sentidos e escuta-se o som das vogais fechadas que os emigrantes, no Verão, temperam com americanices. Em nenhum sítio como em S. Miguel se ouve falar assim. E chama-se “pxinho” ao “peixão”, prato à beira-mar, na Lagoa. Na Ribeira Grande, à beira do mesmo mar, mas do lado norte da ilha, há a vitela; o ananás na Fajã de Baixo, cracas em Ponta Delgada, olhando a marginal e lapas em todo o lado. Falar de S. Miguel é sempre dizer pouco, dizer só algumas das possibilidades desta ilha.

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    Um embaixador procura na Igreja de S. Miguel Arcanjo, em Vila Franca do Campo, uma imagem igual à que existe numa outra igreja muito longe daquela, numa pequena cidade do estado de Santa Catarina, Brasil. Foi em 1997. O embaixador procurou e encontrou. A imagem de Santa Catarina foi feita à semelhança da de Vila Franca do Campo por emigrantes açorianos que chegaram ao Sul do Brasil depois da Restauração de 1640. Muitos anos depois a mesma imagem seguiu na máquina fotográfica do diplomata para servir de modelo ao restauro daquela que inspirou. É a mesma imagem que sai na procissão de 2005, e que saiu em todas as festas, a cada Verão, sempre que emigrantes como os que a levaram para o Brasil regressam àquela que foi a primeira capital da ilha de S. Miguel.

    Fica no centro sul da ilha e está virada para o ilhéu que lhe pertence. É o ilhéu de Vila Franca, como são de Vila Franca as queijadas, os solares, as fachadas góticas e barrocas das igrejas, o forte, o porto de pesca, os vestígios que ficaram do burgo quinhentista antes de ser destruído pelo terramoto de 1522. Foi em Vila Franca do Campo que S. Miguel começou. Foi em Vila Franca do Campo que começou também a relação contraditória da gente com o mar, um mar que raramente sai de vista.

    Chamam-lhe a ilha verde, mas não chega dizer isso sobre S. Miguel, nem mesmo quando tudo o que se vê é verde na estrada do Pico do Carvão, a caminho de Ponta Delgada, vindo da Ribeira Grande, a segunda cidade micaelense. Verde de chá nas encostas abrigadas de Porto Formoso e Gorreana; verde-claro e escuro das árvores do Nordeste ou todos os verdes do parque Terra Nostra, nas Furnas. Há o verde de uma das lagoas nas Sete Cidades que não é o mesmo verde que está reflectido na água de outra lagoa, a do Fogo. Sobretudo aí, S. Miguel é muito mais que verde e mais do que cor. Transforma-se em som. Silêncio por todos os lados se não houver turistas por perto. E a água em fundo. E depois da água da lagoa, o azul da água do mar, para lá da cratera do vulcão.

    1. Miguel nos seus 759,41 quilómetros quadrados de ilha, com 65 quilómetros de comprimento e 16 de largura máxima, é também o barulho que se ouve debaixo dos pés. Rouco, abafado, para que ninguém esqueça que aquela terra ferve, deita calor, e então a ilha é branca. De fumo e de enxofre nas caldeiras das Furnas e passa a ter sabor. O cozido, o bacalhau, a caldeirada, numa cozinha debaixo de terra e tempero certo do tal enxofre. É o interior da ilha, dos poucos sítios onde o mar que tudo une e tudo afasta não se avista. Porque à beira-mar, S. Miguel é negro. Negro e azul, como em Água d’Alto e em todas as outras praias ou piscinas naturais. Areia, rochas e água com o verde das árvores em fundo. Na Caloura, há ainda o convento e o conjunto é perfeito. Pena que em Agosto haja gente a mais. Mesmo quando gente é o que não se vê depois de uma noite de festa numa terra mais a nordeste. Domingo na Povoação e só um café aberto a servir quem vem de fora com os que acordam a varrer as ruas. Além disso, mais nada na Povoação.

    Só chuva. Porque S. Miguel é também a possibilidade de todas as estações do ano num só dia. Chove e come-se frango assado debaixo de um chapéu-de-sol antes de avançar para as vistas do Nordeste e de uma paisagem que os guias turísticos não se cansam de classificar de “luxuriante”, mas esse adjectivo continua a ser tão pouco? Fala-se de sentidos e escuta-se o som das vogais fechadas que os emigrantes, no Verão, temperam com americanices. Em nenhum sítio como em S. Miguel se ouve falar assim. E chama-se “pexinho” ao “peixão”, prato à beira-mar, na Lagoa. Na Ribeira Grande, à beira do mesmo mar, mas do lado norte da ilha, há a vitela; o ananás na Fajã de Baixo, cracas em Ponta Delgada, olhando a marginal e lapas em todo o lado. Falar de S. Miguel é sempre dizer pouco, dizer só algumas das possibilidades desta ilha.

  • Turismo (in)sustentável

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    Turismo (in)sustentável
    Ao fim de quase duas décadas a viver em solo açoriano, concedo-me o privilégio de ser uma açoriana de alma, uma micaelense de família, uma faialense carinhosamente adotada e uma santamarense de coração. Confuso? Talvez nem tanto, mas não é esse o ênfase deste artigo.
    O que de facto pretendo partilhar convosco, é que por incrível que pareça, nestas ilhas paradisíacas, ainda é comum cometermos a loucura de “dar uma boleia”, porque na verdade ainda não se sente a insegurança de outras paragens. Foi numa ocasião destas, que há poucos dias dei boleia a um individuo de nacionalidade espanhola, que estava em São Roque (Pico), e que naquele dia pretendia visitar a ilha do Faial. Rapidamente fez questão de me contextualizar, explicando que desde há muitos anos, gostava de viajar de forma o mais sustentável possível, que fugia das grandes cidades, mas que não prescindia de alguma comodidade. Os requisitos eram apenas estes, pelo que à distância de um oceano, entendeu que estava na altura de visitar os Açores. Percebi que estava meio desconfortável, apreensivo, desconfiado. Expliquei-lhe que vivia dividida entre as ilhas do Pico e do Faial, após 15 anos a viver em São Miguel, apesar de ser natural do continente português. Acho que esta informação foi suficiente, para ele acreditar que eu iria encaixar os seus comentários sem qualquer tipo de julgamento, não fosse a boleia se ficar apenas por Santa Luzia! Deixei-o falar. Gosto de receber, tenho o maior prazer que quem nos visita leve daqui as melhores recordações, porque como dizia Saramago “É preciso sair da ilha, para ver a ilha”, e os olhos do alheio, alcançam sempre mais do que aquilo que quem aqui vive, há muito se habitou. Indignou-se ao perceber que só havia duas viagens diárias de autocarro entre S. Roque e a Madalena, ainda para mais por ser um adepto do transporte público, na medida em que entendia ser a forma mais sustentável de as pessoas se deslocarem dentro da ilha. Admito que desconhecia o facto, pelo que apenas me restou partilhar da sua indignação. Acrescentou que perante a inexistência de um transporte público regular, ainda questionou um taxista sobre o custo do percurso entre S. Roque e a Madalena, que normalmente (diz ele!) ronda os 20 Euros. Rapidamente descartou esta hipótese, e diligenciou alguns contatos no sentido de encontrar um carro para alugar, mas até aquele momento, não havia conseguido disponibilidade em nenhuma das rent a car locais. Estranhei, mas justifiquei-me com a enorme procura pelo Pico nos últimos anos. Mais do que não ter conseguido alugar um carro, percebi que o que de facto o chateava, era a existência de um mercado paralelo (ilegal) de aluguer de viaturas e do preço exorbitante que lhe fora sugerido, sem qualquer tipo de registo pelo serviço. O percurso era curto e não demorou mais de vinte minutos, tempo mais do que suficiente para se queixar da dificuldade que teve em encontrar um sítio para comer e me pedir algumas sugestões sobre o que deveria visitar na sua passagem pela ilha do Faial. Admito que me vi obrigada a contrariar a
    minha vontade, que naquele momento era mesmo a de levar este turista, a passear pelo paraíso, numa tentativa de o compensar por todas estas situações menos felizes, mas como diz o meu sogro (santamarense ferrenho!) “só trabalha, quem não sabe fazer mais nada” e talvez por isso, eu tinha mesmo que continuar a minha jornada de trabalho.
    Permitam-me por isso, fazer aqui uma pequena referência, a um dos meus paraísos:
    · No final de 2020, o Índice de Envelhecimento demográfico (relação entre a população idosa e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos) na ilha do Pico, era de 161,7 pessoas idosas por cada 100 pessoas jovens;
    · No final de 2020, a diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos ocorridos foi apenas positivo na ilha de São Miguel, registando a ilha do Pico um saldo negativo de 57;
    · Santo Amaro é uma freguesia do concelho de São Roque do Pico, com 12,70 km² de área e 288 habitantes. A sua densidade populacional é 22,7 hab/km²;
    · Em 2021, na freguesia de Santo Amaro existiam 255 habitantes (menos 33 do que em 2020), 264 camas turísticas e novos pedidos de licenciamento com capacidade para mais 400 camas.
    Juntando tudo aquilo que até aqui foi escrito, fica evidente o porquê de eu ter subscrito, em consciência, a Petição Pública, encabeçada pelo Duarte Neves, intitulada “O desenvolvimento turístico desequilibrado e a especulação imobiliária insustentável nos Açores e na Ilha do Pico”.
    E fi-lo, e apelo a que o façam, não porque esteja contra o turismo, porque tenho a certeza que ninguém estará, nem eu, nem os peticionários (onde se incluem proprietários de unidades associadas à atividade turística), nem por certo os residentes, mas sim porque perante tamanha pressão, urge (re)pensar, legislar, regular e fiscalizar este fenómeno, cujos limites não se vislumbram, com impactos negativos, em primeira instância, na comunidade local, transformando a beleza da sua genuinidade e identidade, tornando impossível a aquisição ou arrendamento de imoveis por jovens, famílias e nativos da terra.
    Mas afinal, queremos ou não queremos turismo? Queremos, mas não a qualquer custo! Queremos um desenvolvimento turístico equilibrado e sustentável nos Açores, com respeito pela natureza, pela harmonização paisagística e urbanística, pela inclusão dos visitantes na comunidade local, com serviços auxiliares (saúde, transportes, restauração, acesso a bens de primeira necessidade, entre outros), capazes de corresponder às expectativas de quem nos visita.
    Será uma utopia?
    Haja saúde!
    Petição Disponível em:
    O desenvolvimento turístico desequilibrado e a especulação imobiliária insustentável nos Açores e na ilha do Pico https://peticaopublica.com/?pi=PT116849
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    Pedro Almeida Maia and 10 others

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