SATA AzoresAirlines agrava prejuízos para 25,6 ME no 1.º trimestre
A SATA AzoresAirlines obteve um prejuízo de 25,6 milhões de euros no primeiro trimestre, face a 22,7 milhões negativos do período homólogo, enquanto a SATA Açores melhorou as perdas para 4,7 milhões de euros.
Segundo fonte oficial do grupo, a SATA Açores obteve perdas de “4,7 milhões de euros”. Este resultado representa uma melhoria de 2,3 milhões de euros comparando com o mesmo período de 2023, “sobretudo, pelos melhores resultados operacionais e pela redução dos encargos com financiamentos em resultado da liquidação antecipada do empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros em setembro de 2023”, refere a companhia em comunicado.
Numa nota de imprensa é referido que no primeiro trimestre, as companhias aéreas do Grupo SATA, Sata Internacional – AzoresAirlines (AzoresAirlines) e a SATA Air Açores – Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos (SATA Air Açores) “continuaram a trajetória de crescimento de passageiros e de receitas, apesar do primeiro trimestre ser sempre mais desafiante para as companhias aéreas, tendo atingido 447 mil passageiros transportados (+21% face ao primeiro trimestre de 2023)”.
As receitas das duas companhias aéreas atingiram os 68,9 milhões de euros, mais 24% face ao mesmo período de 2023.
Os custos apresentaram, igualmente, um crescimento face ao ano anterior, com impacto significativo nos custos com irregularidades e ACMIs (aluguer de aeronaves) devido a condições meteorológicas adversas e a constrangimentos relacionados com manutenção e avarias de aeronaves, referem.
A AzoresAirlines – em processo de privatização – transportou 286 mil passageiros, mais 29%, e alcançou uma receita total de 47,1 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 31,5% face ao período homólogo, “apesar de, por regra, o primeiro trimestre nas companhias aéreas ser o pior do ano (…), comprovando a tendência de forte crescimento da atividade da companhia, alicerçada no aumento de capacidade em rotas ‘core’, mais ligações e a introdução de novas rotas”, lê-se.
O número de voos realizados pela AzoresAirlines ascendeu a 2.095, representando um incremento de 18% e de 65% face a 2023 e 2019, respetivamente.
O resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) “evoluiu positivamente face a 2023 e a 2022, apesar de negativo em 8,5 milhões de euros, contribuindo para este resultado o incremento significativo dos custos com irregularidades (motivadas, em grande parte, por condições meteorológicas adversas, mas também pelos Acordos de Empresa extremamente restritivos) e ACMI”.
A empresa refere que excluindo o acréscimo destes custos face a 2023 (1,5 milhões de euros), o EBITDA teria ascendido a sete milhões de euros negativos.
Os custos operacionais subiram 24,6% para 55,6 milhões de euros, “fortemente impactados pelo crescimento dos gastos com irregularidades (+116,6%; +1,1 milhões de euros), de ACMIs (+112,3%; +0,4 milhões de euros), das comissões/GDS (+79%; 2,7 milhões de euros), do handling’ (+52,6%; 2,1 milhões de euros) e da manutenção (+45,2%; 1,2 milhões de euros)”, explicam.
O resultado antes de juros e impostos (EBIT) também apresenta “uma deterioração de 1,9 milhões de euros”.
Por seu lado, a SATA Air Açores atingiu um total de 162 mil passageiros transportados no primeiro trimestre, mais 8,9% face ao período homólogo, tendo as receitas totais crescido 10,5% para 21,7 milhões de euros.
O EBITDA melhorou em 0,4 milhões de euros, registando um valor de -0,8 milhões de euros.
A companhia aérea realizou 3.210 voos (+67 voos, +2,1% face a 2023) e transportou 162 mil passageiros, um acréscimo de 8,9%.
As receitas totais atingiram 21,7 milhões de euros, mais 10,5% face ao período homólogo.
O EBIT melhorou 0,5 milhões, tendo atingido 3,4 milhões de euros negativos.
Quanto aos custos operacionais, “assistiu-se a um acréscimo mais significativo” dos comerciais (+27%), dos custos com manutenção (+9%) e dos custos com pessoal (+8%).
Refira-se que a administração do Grupo SATA recomendou, na última semana, “não prosseguir com o atual concurso de privatização”, posição que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) saudou na segunda-feira.