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  • “SATA-TE” E ESPERA PORQUE FICAS EM TERRA

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    “SATA-TE” E ESPERA PORQUE FICAS EM TERRA
    No nosso modelo político há quatro grandes funções do Estado: educação, saúde, defesa/ segurança e protecção social. Porém, função não menos relevante, talvez não tanto valorizada pelo comum habitante de um território sem descontinuidades, é, e cito a ATM, “a mobilidade, direito fundamental que deve ser inequívoco e irreversível, garantindo que todos os cidadãos possam deslocar-se de forma acessível, eficiente e sustentável”. Convenhamos, numa realidade arquipelágica a sua importância é vital.
    Os tempos da TAP já lá vão, dissipados numa estranha bruma que nunca permitiu enxergar o motivo do seu desaparecimento nos céus do Faial. Mais tarde, um concurso traria a possibilidade da rota ser assumida por uma certa companhia privada, que nunca aterrou, tendo até reclamado judicialmente da decisão antes do seu desastre final. E assim eis que chega o monopólio da dita empresa de bandeira da Região, especialmente para gáudio de alguns, não sendo difícil descortinar a razão…
    Entretanto, fosse por mau-olhado, pela economia de escala, escassez de recursos, crises nacionais e internacionais e/ou, quiçá, fosse sobretudo pela turbulenta gestão global ao longo dos anos de viagem, como os relatórios oficiais põem de manifesto, a verdade é que a SATA cada vez borrega mais e mais e não aterra calma e definitivamente como seria exigível. Para evitar o escrutínio e o rombo na algibeira do contribuinte, o azimute escolhido foi o da privatização, mas a pergunta que se impõe é óbvia: se sob a batuta do GRA é o que é, quem nos garante que na alçada de um privado o serviço público, diga-se, verdadeiramente adequado a quem dele depende, será cumprido?
    Atrasos das aeronaves, bagagens em terra e cancelamentos estão autenticamente em piloto automático. Mas mais dramático e inaceitável é o completo vendaval que se abate cada vez mais violentamente sobre o dito direito à mobilidade de quem vive por cá. Publicita-se selvaticamente os Açores, melhor dito, S Miguel e Terceira, como destino turístico para quê? Os transeuntes ali ficam. Os de cá não saem durante dias a fio, nem com escala, e nem sequer os doentes com necessidades diagnósticas ou terapêuticas escapam ao imbróglio, seja para rumar a outra ilha, seja à península. Vergonhoso é o termo, uma miséria que já nem sequer é somente típica de certos períodos críticos do ano. Querem fixar gente nestes pequenos atoleiros à tona do oceano que nem garantida tem a saída por um qualquer sério percalço familiar?
    Sim, o governo anterior, como piloto-mor da companhia, pode ter toda a responsabilidade desta rota de colisão, mas chega de aulas de história, de dirigir com os olhos cravados no retrovisor, um tique comum a todos os políticos da treta, porque a Terra já deu suficientes voltas ao sol para que este tremendo problema não fosse mitigado pela actual Tutela. Aos decisores cabe o diagnóstico e o tratamento. A plebe, que não se preocupa com essa caixa negra, exige resultados. Que os governantes e deputados que vejam os queixumes nos média e nas redes sociais, pois a primazia nos lugares, fruto desse estatuto, tolda-lhes a penosa realidade onde plana o cidadão comum. Assobiando para o lado, como tem ocorrido, só pode ser por má-fé ou pura incompetência.
    E já agora onde anda aquele grupo de cidadãos cá do burgo tão prolixamente preocupado com a mobilidade e a aeronáutica, que agora vai gemendo de vez em quando, mas que tanto ruído outrora fazia? Apetece questionar: na altura eram motivações genuinamente sociais ou apenas políticas?
    Isto tem vindo de mal a pior e ultimamente a queda tem sido vertiginosa. Para cúmulo, há um perpétuo irritante no final de cada viagem da e para Horta: “Foi um prazer tê-los connosco e obrigado por voarem com a SATA”. Ora porra, que remédio (isto dito de forma soft para não recorrer a um vitupério)!
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    Henrique Schanderl and 2 others

  • SANTA MARIA E OS BURACOS

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    É difícil falar de Santa Maria sem tropeçar — literalmente — nas estradas.
    Hoje, circular pela ilha é um exercício de paciência. Já não estamos no domínio da mera degradação. Estamos no domínio do absurdo — um absurdo rachado e esburacado com notável consistência. Não é apenas falta de manutenção. É sinal de prioridades mal definidas.
    As estradas de Santa Maria tornaram-se numa metáfora trágica: estão lá, são indispensáveis, mas seriam evitáveis — se houvesse alternativa, que não há — e são ignoradas na prática pelos seus responsáveis. Buracos? Há. Marcas rodoviárias? Às vezes. Asfalto? Aparece quando calha, para tapar mal um ou outro buraco, com uma previsibilidade quase poética — só não é bela.
    As vias da ilha — regionais ou municipais, pouco importa quando se sente o impacto no volante — são um exemplo perfeito de como, às vezes, todos têm um bocadinho de culpa e ninguém tem solução. Intervenções surgem, mais ou menos discretas, com o objetivo claro de passar a ideia de que algo está a ser feito, mas o problema de fundo, esse, persiste. O que falta não é um jogo de responsabilidades, mas uma visão mais ampla, que considere as estradas da ilha como um todo.
    Santa Maria quer afirmar-se como destino turístico. E tem quase tudo para isso. O que não tem, curiosamente, são estradas à altura dessas ambições. Ou melhor: tem — mas mais parecem uma prova eliminatória do que um acesso. Promover a ilha nestas condições é como abrir um hotel de cinco estrelas cujo caminho obriga os hóspedes a passar por um campo de obstáculos.
    Queremos turismo? Queremos. Temos tudo para isso: uma ilha fantástica e gente que sabe acolher. Mas esquecemo-nos do essencial — o acesso. Não se promove uma experiência positiva quando o percurso para explorar os encantos da ilha é um teste à suspensão do carro e à paciência de quem nos visita.
    É difícil levar a sério uma estratégia que esquece o básico. Porque, por muito que se fale de investimento e de futuro, há uma verdade simples: ninguém volta ao sítio onde quase partiu o eixo da frente.
    E mais do que uma questão de mobilidade, é uma questão de dignidade. As estradas não servem só para circular — servem para ligar, dinamizar, integrar. Quando se deixa uma ilha entregue a buracos e promessas, o que se diz, mesmo sem palavras, é que há prioridades mais importantes do que as pessoas que cá vivem.
    Chega uma altura em que já não se esperam milagres — apenas que o caminho para casa seja menos acidentado do que o rumo político que o deixou assim. No fundo, todos queremos o mesmo: chegar ao destino sem perder a suspensão… nem a esperança.
    Talvez haja quem se identifique com os buracos no caminho… e, se tiver sorte, consiga ultrapassá-los! Outros não.
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  • sem-abrigo no pico

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    Luís Fraga

    O que é interessante…. e relevante… é que a avassaladora maioria desses sem-abrigo não são naturais do Pico, tal como refere, e muito bem, o artigo.
    Vêm para cá e depois cá ficam.
    Com os problemas que daí decorrem….. e que são muitos.
    Uma ilha outrora (recentemente!!) pacata, sem problemas… e depois vem a malta de fora para cá fazer… o que fazem.
    Como diz o outro, facts don’t care about your feelings e os factos são, efetivamente e incontornavelmente, esses.
    E sim, falo com conhecimento de causa. Pessoal.
    Mas está tudo bem, nesta sociedade de direitos e liberdades desmesuradas em que se oprime a maioria em favor de uma minoria exterior, distópica, opressiva, preguiçosa, egocêntrica com resquícios de auto-acometida retidão moral e, por outro lado, total desdém por uma sociedade de Direito!
    Sim, está tudo bem.
    Muito bem mesmo!
    Siga para a frente!
    Venha mais emigração, venha mais turismo, venha mais tudo!
    Destruamos os Açores, tal como já destruimos São Miguel, tudo em prol dos reais euróis e evolução e wokeness e o raio que parta tudo!
    Sim, porque serão os nossos filhos a pagar “as favas” e não nós!
    Os filhos da terra que não terão dinheiro para comprar uma casa nos Açores!
    E nem terão segurança e nem acesso digno a saúde ou até mesmo educação e, acima de tudo, nem qualidade de vida, algo que sempre e, acima de tudo, caracterizou os Açores!
    Mas claro que está tudo bem!
    Uma maravilha!
    Siga!
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  • a estrada transversal agora parece uma picada

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    cada mês em pior estado, a estrada transversal em S Migiuel (Vila Franca Achada das Furnas) agora parece uma picada

    e pouco adiante a estrada da Lagoa de São Brás compete com esta e talvez tenha ainda mais buracos….

     

  • atenção Açores,  imagem do futuro Uma ilha paradisíaca em Malta tornou-se um “inferno na Terra”

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    O pequeno paraíso mediterrânico de Comino foi durante muito tempo invadido por turistas, muitos deles atraídos pelas redes sociais para fotografar a sua icónica Lagoa Azul. Agora, a ilha está a ripostar. Sentado num café na Baía de Marfa, em Malta, Colin Backhouse olha para uma pequena massa de terra no horizonte: o ilhéu de Comino, com 3 km por 5 km, uma laje de rocha queimada pelo sol, rodeada por um mar cintilante que muda de azul profundo para turquesa brilhante. Outrora um refúgio quase vazio, é hoje um dos destinos turísticos mais disputados do arquipélago maltês. Com mais

    Source: Uma ilha paradisíaca em Malta tornou-se um “inferno na Terra”

  • Governo Regional investe 1,9M€ na Ryanair para promoção turística dos Açores – RTP Açores

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    …final deste ano.

    Source: Governo Regional investe 1,9M€ na Ryanair para promoção turística dos Açores – RTP Açores

  • muito Estado na sociedade

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  • UNITED-VOA-PARA-OS-ACORES.

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    UNITED VOA PARA OS AÇORES

  • sata sem refeições

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