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A transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai passar a ligar as ilhas à Lisboa seis vezes por semana, a partir de 04 de Julho, segundo anunciou hoje a companhia em comunicado.
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A transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai passar a ligar as ilhas à Lisboa seis vezes por semana, a partir de 04 de Julho, segundo anunciou hoje a companhia em comunicado.
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Praia, 08 jan 2022 (Lusa) – O Presidente cabo-verdiano considerou hoje Angola como um exemplo da “África não submissa” desejado para o futuro do continente, apostando no reforço das relações bilaterais na visita de Estado que a partir de domingo realiza a Luanda. “Angola tem uma perspetiva destemida, é a África não submissa que nós […]
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a LUSOFONIA que abarca os que falam, escrevem e trabalham a língua, independentemente da cor, credo, religião, nacionalidade, naturalidade ou ponto de residência. Esta visão visa incluir todos, numa Lusofonia que não Lusofilia nem Lusografia e muito menos a Lusofolia que, por vezes, parece emanar da CPLP e outras entidades.
A Lusofonia é uma capela sistina inacabada; é comer vatapá e goiabada, um pastel de bacalhau ou cachupa,
regados com a timorense tuaka ao ritmo do samba ou marrabenta; voltar a Goa com Paulo Varela Gomes, andar descalço no Bilene com as Vozes anoitecidas de Mia Couto, ler No país de Tchiloli da Olinda Beja, rever os musseques da Luuanda com Luandino Vieira, curtir a morabeza cabo-verdiana ao som De boca a barlavento de Corsino Fontes, ouvir patuá no Teatro D. Pedro IV na obra de Henrique de Senna-Fernandes e na poesia de Camilo Pessanha; saborear a bebinca timorense em plena Areia Branca ao som das palavras de Francisco Borja da Costa e Fernando Sylvan, atravessar a açoriana Atlântida com mil e um autores telúricos, reencontrar em Salvador da Bahia a ginga africana, os sabores do mufete de especiarias da Amazónia, aprender candomblé e venerar Iemanjá, visitar as igrejas e casas coloridas de Ouro Preto, Olinda, Mariana, Paraty, Diamantina, e sentir algo que não se explica em Malaca, nos burghers do Sri Lanka, em Korlai ou no bairro
dos Tugus em Jacarta. É esta a nossa lusofonia.
(Chrys Chrystello abril 2019)
Germano se não sentes nem partilhas isto não venhas aos nossos colóquios….chrys chrystello
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A ser de facto deveria ter recusado o prémio. Deve ser uma tentativa egocêntrica para ganhar protagonismo com a designação de orografia. Ninguém e mto menos a Lusofonia pretende o seu reconhecimento no passado que tenha alguma vez sentido portug…
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Flashes
Sobre a calamidade na cidade da Praia, nossa mui amada Criatura, agora mercê da forte chuvada nos últimos dias, impõe-se a serenidade de ação emergencial, assim como a generosidade social da ação solidária. É tempo de todos apoiarmos o que deve e o que pode ser feito para controlar os danos. A par disso, não podemos perder de vista que as veias abertas são a recorrente e histórica desatenção estrutural à cidade da Praia, a favor da cosmética elitista, da vã aparência e do switch-off poético da “outra terra na nossa terra” vaticinado por Aguinaldo Fonseca. Desatenção que, poesia à parte, não beneficiou a Capital, nem o País em geral, diga-se, mergulhado desde sempre no baixo nível de saneamento urbano e ambiental, na periclitante insegurança pública e na flagrante desigualdade. Desatenção esta que, herdada do tempo colonial, levou à perda acentuada do direito efetivo ao bem-estar social e à qualidade de vida.
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Culpas? Dos (re)Criadores, naturalmente. Mas não as procuremos circunstancial e pontualmente, que os buracos estão estrutural e historicamente mais em baixo (e o “Ka nhos djobe-m di pa baxu”?), algo que apela à nossa razão coletiva redentora (e não àquela redutora). Esta Praia, Criatura descontínua e desproporcionada, tem literalmente seus 20% na Casa Grande e 80% na Senzala. Esta Praia, desde o antanho em insalubridade estrutural, não aguenta uma forte chuvada, nem resiste a uma epidemia. E o que lhe fazia falta para ser cidade saudável, criativa e educativa, tecnológica e ecologicamente equilibrada, como afinal todos desejam? Se calhar um pacto social novo e um reajustamento efetivo na maneira de sermos e de estarmos com a Cidade…aliás, consciência de “À Cidade da Praia”, com que o poeta Jorge Carlos Fonseca nos recordou: “Quem, até hoje, te escreveu poema que não fosse/ chato, desolado ou ranhoso?!” É possível tudo fazer a partir da poesia afinal.
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Estarão lembrados da extrapolação do matemático José Augusto Fernandes na qual Cabo Verde poderia vir a registar quase 39 mil casos e cerca de 430 mortes? Muita gente não levou aquilo a sério, alguma gente até fez maldosa especulação, mas nada havia ali de ficção, nem de absurdo. Foi apuração em março e num quadro de quarentena, num quadro de medidas emergenciais. Inferisse num cenário de relaxamento de tais medidas, a situação seria mais agravada – 165.505 de pessoas infectadas e 1.821 mortes -, um filme de terror. Estão disso lembrados? Na altura de tal projeção o país só contava uma morte, a do turista inglês, aparentemente o primeiro a chegar com a doença e seis casos positivos em situação estável na ilha da Boa Vista. A verdade é que a pandemia se alastra pelo mundo e globalmente vai haver mais contágios e mais mortes. Não seremos a exceção!
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Mudando a agulha, mas mantendo o disco e a música. Da poesia gostava Amílcar Cabral, conectado desde muito jovem aos poetas que lhe eram contemporâneos e de admiração, como Aguinaldo Fonseca e António Nunes. De Fonseca, impressionara-lhe a imagética da “outra terra na nossa terra” e a africanidade na linha do seu horizonte criativo; de Nunes a antevisão do amanhã utópico e a força do “vivificando a vida”. Tinha também presente o senso libertário de Daniel Filipe, de “Invenção do Amor” e do avejão lírico e modernista de António Pedro. Ele próprio poeta, Cabral entendeu que era possível tudo fazer a partir da poesia, educação e cultura. Culto, pôs eixo da libertação na própria Cultura, e todos preconizou aprender, aprender sempre. Sem alienação, aprender com tudo e com todos. Aprender com a poesia a historicamente existirmos numa espécie de “suicídio” do nosso egoísmo classista.
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Permitam-me que (nem tudo, mas uma parte) seja poema. Antes que a morte, como uma ave noturna, paire em voo rasante sobre a vida. Com a aflição de quem, não tendo poiso certo, agoure as nossas bandas. O poema aglutina todo o existencial e tudo (do ínfimo ao espectral histórico) que nele habita. E o oscilante pêndulo que é o imponderável a dar espessura a cada ato em que somos sujeitos. Se acham estranho, experimentem poesia. Um poema que voe com leveza de pluma, pairando sobe a vida. Assim, com a despudorada intimidade entre o Criador e a Criatura…