Arquivo da Categoria: Brasil + América do sul + américa central

os AÇORES E O 1º PRESIDENTE DO BRASIL

Views: 0

Séc. XVIII, , Rio Grande do Sul, Brasil- Os  Pais de Getúlio Vargas  (1º Presidene do Brazil) : Cândida Francisca e o General Manuel Vargas.
Os Vargas são originários do Arquipélago dos Açores, como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. In wikipedia>> Mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_VargasFonte: wikipedia
(FF)
Séc. XVIII, , Rio Grande do Sul, Brasil

– Os Pais de Getúlio Vargas (1º Presidene do Brazil) : Cândida Francisca e o General Manuel Vargas.
Os Vargas são originários do Arquipélago dos Açores, como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. In wikipedia

>> Mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Getúlio_Vargas

Like ·  · Share · 102 · 56 minutes ago · Edited · 

casa na Amazónia com mais de 3 mil anos

Views: 0

https://exame.abril.com.br/ciencia/restos-de-casa-costruida-ha-3-mil-anos-sao-encontrados-na-amazonia-do-equador/

Restos de casa costruída há 3 mil anos são encontrados na Amazônia do Equador

‘É a casa mais antiga de toda a Amazônia, mais antiga inclusive que as conhecidas no Brasil’, diz especialista

Quito – Arqueólogos franceses e equatorianos descobriram na Amazônia do Equador os restos de uma casa construída há cerca de três mil anos, a mais antiga da região amazônica, segundo disse à Agência Efe o arqueólogo Stéphen Rostain, diretor da pesquisa.

“Encontramos buracos de fornos e vestígios de cerâmica e pedras”, disse Rostain ao explicar que o que acharam foram “as marcas da casa mais antiga da Amazônia no Equador”, perto de Puyo, na província de Pastaza.

Rostain detalhou que encontraram o lugar há dois anos e abriram o campo em julho quando cavaram um metro de profundidade e aproximadamente 90 metros quadrados de diâmetro.

A descoberta “é totalmente nova, ninguém tem conhecimento dela”, assegurou o especialista ao comentar que, quando fizeram as prospecções há dois anos, encontraram uma forma do que seria uma fornalha.

“As fornalhas construídas com pedras são geralmente muito antigas, de entre 1.800 e 500 a.C.. Tiramos algumas amostras que nos remeteram a uma data de há três mil anos, e este ano encontramos todas as marcas de pilastras com as quais conseguimos reconstruir (em papel) a casa”, disse.

Em uma gráfica, o especialista mostrou os pontos que disse corresponderem às marcas das pilastras. “Reconstituindo isso, temos uma casa em formato oval, parecida às casas atuais, mas a diferença é que essa tem três mil anos. É a casa mais antiga de toda a Amazônia (…), mais antiga inclusive que as conhecidas no Brasil”, afirmou.

A “maior descoberta”, disse, foi o fato de, quando a casa foi construída, terem usado o tronco de uma árvore como pilastra, colocando-o de cabeça para baixo, enterrado na camada freática: “Isso economiza o trabalho humano, não é necessário talhar o tronco e assim a árvore não cresce novamente”, comentou.

As marcas achadas mostram que a casa foi construída no formato oval, com 17 metros de comprimento e 11 de largura. “A sua construção é um pouco parecida com a atual dos achuar e dos quichua”, e a maior diferença é a fornalha feita de pedra, disse o diretor do projeto, que comentou que deram o nome de Pambay à cultura da zona pelo rio próximo.

Entre outras coisas, a organização do III Encontro Internacional de Arqueologia Amazônica, que é realizado nesta semana em Quito, não lhe permitiu avançar mais no estudo de dados vinculados com o achado: “Agora sabemos como mais ou menos era a casa dos moradores de há três mil anos”.

“Ao sabermos as plantas que comiam vamos saber qual era a sua dieta; com a cerâmica, vamos conhecer sua arte, pelo tipo de lugar onde construíram a casa, conheceremos a relação que tinham com o meio ambiente”, declarou.

O especialista francês, que começou com as escavações há mais de 15 anos no Equador, diz sentir-se “feliz” pela descoberta e garante que “tocar algo que não foi tocado durante três mil anos sempre é um prazer”.

“Somos procuradores de tesouros, como se fossemos umas crianças”, comentou entre risos quem sugeriu a criação de um museu na região onde foi feita a descoberta.

O especialista francês garantiu que ainda há muito por descobrir da Amazônia, onde há savanas, pântanos, montanhas e uma grande biodiversidade. “São sete milhões de quilômetros quadrados, ou seja, o tamanho dos Estados Unidos ou da Europa”, exemplificou.

“Na Europa digamos que há 30 idiomas e dez famílias lingüísticas. Na Amazônia, no mesmo território, atualmente temos 200 idiomas e 80 famílias lingüísticas”, comentou, acrescentando que, por outro lado, existe essa diversidade pois os indígenas eram nômades.

Segundo ele, não se sabe muito da rede de caminhos que havia pela Amazônia e lamentou que esta ainda seja vista como um “mundo selvagem” onde agora a densidade da população é de 0,5 habitantes por quilômetro quadrado, mas onde havia lugares “com 10, 15, 20 habitantes por quilômetro quadrado; até 100 no litoral das Guyanas”, disse.

“Estou falando de uma Amazônia muito povoada, todos interligados, mas com idiomas diferentes. Era como a rede da web, mas com seres humanos”, disse Rostain, que lembra que, quando começou, há 35 anos, a trabalhar na Amazônia, havia “menos de 10” arqueólogos trabalhando nos sete milhões de quilômetros quadrados. Agora são centenas neste “continente verde”, concluiu. EFE

Restos de casa construída há 3 mil anos são encontrados na Amazônia equatoriana

, 15/09/2013 06:55

Arqueólogos acharam no Equador a casa mais antiga da Amazônia. Agência Efe

A descoberta “é totalmente nova, ninguém tem conhecimento dela”, afirma arqueólogo que achou residência
Opera Mundi – Arqueólogos franceses e equatorianos descobriram na Amazônia do Equador os restos de uma casa construída há cerca de três mil anos, a mais antiga da região amazônica, segundo disse à Agência Efe o arqueólogo Stéphen Rostain, diretor da pesquisa.
“Encontramos buracos de fornos e vestígios de cerâmica e pedras”, disse Rostain, ao explicar que o que acharam foram “as marcas da casa mais antiga da Amazônia no Equador”, perto de Puyo, na província de Pastaza. O arqueólogo detalhou que encontraram o lugar há dois anos e abriram o campo em julho, quando cavaram um metro de profundidade e aproximadamente 90 metros quadrados de diâmetro.
A descoberta “é totalmente nova, ninguém tem conhecimento dela”, assegurou o especialista ao comentar que, quando fizeram as prospecções há dois anos, encontraram uma forma do que seria uma fornalha.
“As fornalhas construídas com pedras são geralmente muito antigas, de entre 1.800 e 500 a.C.. Tiramos algumas amostras que nos remeteram a uma data de há três mil anos, e este ano encontramos todas as marcas de pilastras com as quais conseguimos reconstruir (em papel) a casa”, disse.
Em uma gráfica, o especialista mostrou os pontos que disse corresponderem às marcas das pilastras. “Reconstituindo isso, temos uma casa em formato oval, parecida às casas atuais, mas a diferença é que essa tem três mil anos. É a casa mais antiga de toda a Amazônia (…), mais antiga inclusive que as conhecidas no Brasil”, afirmou.
Tronco como pilastra
A “maior descoberta”, disse, foi o fato de, quando a casa foi construída, terem usado o tronco de uma árvore como pilastra, colocando-o de cabeça para baixo, enterrado na camada freática: “Isso economiza o trabalho humano, não é necessário talhar o tronco e assim a árvore não cresce novamente”, comentou.
As marcas achadas mostram que a casa foi construída no formato oval, com 17 metros de comprimento e 11 de largura. “A sua construção é um pouco parecida com a atual dos achuar e dos quichua”, e a maior diferença é a fornalha feita de pedra, disse o diretor do projeto, que comentou que deram o nome de Pambay à cultura da zona pelo rio próximo.
Entre outras coisas, a organização do III Encontro Internacional de Arqueologia Amazônica, que é realizado nesta semana em Quito, não lhe permitiu avançar mais no estudo de dados vinculados com o achado: “Agora sabemos como mais ou menos era a casa dos moradores de há três mil anos”.
“Ao sabermos as plantas que comiam vamos saber qual era a sua dieta; com a cerâmica, vamos conhecer sua arte, pelo tipo de lugar onde construíram a casa, conheceremos a relação que tinham com o meio ambiente”, declarou.
O especialista francês, que começou com as escavações há mais de 15 anos no Equador, diz sentir-se “feliz” pela descoberta e garante que “tocar algo que não foi tocado durante três mil anos sempre é um prazer”.
“Somos procuradores de tesouros, como se fossemos umas crianças”, comentou entre risos quem sugeriu a criação de um museu na região onde foi feita a descoberta.

Agência Efe - Tronco servia para fazer a sustentação da casa, afirmam arqueólogos

“Muito o que descobrir”
O especialista francês garantiu que ainda há muito por descobrir da Amazônia, onde há savanas, pântanos, montanhas e uma grande biodiversidade. “São sete milhões de quilômetros quadrados, ou seja, o tamanho dos Estados Unidos ou da Europa”, exemplificou.
“Na Europa digamos que há 30 idiomas e dez famílias lingüísticas. Na Amazônia, no mesmo território, atualmente temos 200 idiomas e 80 famílias lingüísticas”, comentou, acrescentando que, por outro lado, existe essa diversidade pois os indígenas eram nômades.
Segundo ele, não se sabe muito da rede de caminhos que havia pela Amazônia e lamentou que esta ainda seja vista como um “mundo selvagem” onde agora a densidade da população é de 0,5 habitantes por quilômetro quadrado, mas onde havia lugares “com 10, 15, 20 habitantes por quilômetro quadrado; até 100 no litoral das Guyanas”, disse.
“Estou falando de uma Amazônia muito povoada, todos interligados, mas com idiomas diferentes. Era como a rede da web, mas com seres humanos”, disse Rostain, que lembra que, quando começou, há 35 anos, a trabalhar na Amazônia, havia “menos de 10″ arqueólogos trabalhando nos sete milhões de quilômetros quadrados. Agora são centenas neste “continente verde”, concluiu.
https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2016/02/amazonia-teria-sido-amplamente-habitada-ha-mais-de-10-mil-anos.html

__,_._,___

e agora josé (drummond de andrade)

Views: 1

Carlos Drummond de Andrade – E Agora Jose

Drummond na voz de Drummond

poema “José” de Carlos Drummond de Andrade foi publicado originalmente em 1942, na coletâneaPoesias. Ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Análise e interpretação do poema

Na composição, o poeta assume influências modernistas, como verso livre, ausência de um padrão métrico nos versos e uso de linguagem popular e cenários cotidianos.

Primeira estrofe

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Começa por colocar uma questão que se repete ao longo de todo o poema, se tornando uma espécie de refrão e assumindo cada vez mais força: “E agora, José?”. Agora, que os bons momentos terminaram, que “a festa acabou”, “a luz apagou”, “o povo sumiu”, o que resta? O que fazer?

Esta indagação é o mote e o motor do poema, a procura de um caminho, de um sentido possível. José, um nome muito comum na língua portuguesa, pode ser entendido como um sujeito coletivo, metonímia de um povo. Quando o autor repete a questão, e logo depois substitui “José” por “você”, podemos assumir que está se dirigindo ao leitor, como se todos nós fossemos também o interlocutor.

É um homem banal, “que é sem nome”, mas “faz versos”, “ama, protesta”, existe e resiste na sua vida trivial. Ao mencionar que este homem é também um poeta, Drummond abre a possibilidade de identificarmos José com o próprio autor. Coloca também um questionamento muito em voga na época: para que serve a poesia ou a palavra escrita num tempo de guerra, miséria e destruição?

Segunda estrofe

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

Reforça a ideia de vazio, de ausência e carência de tudo: está sem “mulher”, “discurso” e “carinho”. Também refere que já não pode “beber”, “fumar” e “cuspir”, como se seus instintos e comportamentos estivessem sendo vigiados e tolhidos, como se não tivesse liberdade para fazer aquilo que tem vontade.

Repete que “a noite esfriou”, numa nota disfórica, e acrescenta que “o dia não veio”, como também não veio “o bonde”, “o riso” e “a utopia”. Todos os eventuais escapes, todas as possibilidades de contornar o desespero e a realidade não chegaram, nem mesmo o sonho, nem mesmo a esperança de um recomeço. Tudo “acabou”, “fugiu”, “mofou”, como se o tempo deteriorasse todas as coisas boas.

Terceira estrofe

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Lista aquilo que é imaterial, próprio do sujeito (“sua doce palavra”, “seu instante de febre”, “sua gula e jejum”, “sua incoerência”, “seu ódio”) e, em oposição direta, aquilo que é material e palpável (“sua biblioteca”, “sua lavra de ouro”, “seu terno de vidro”). Nada permaneceu, nada restou, sobrou apenas a pergunta incansável: “E agora, José?”.

Quarta estrofe

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

O sujeito lírico não sabe como agir, não encontra solução face ao desencantamento com a vida, como se torna visível nos versos “Com a chave na mão / quer abrir a porta, / não existe porta”. José não tem propósito, saída, lugar no mundo.

Não existe nem mesmo a possibilidade da morte como último recurso – “quer morrer no mar, / mas o mar secou” – ideia que é reforçada mais adiante. José é obrigado a viver.

Com os versos “quer ir para Minas, / Minas não há mais”, o autor cria outro indício da possível identificação entre José e Drummond, pois Minas é a sua cidade natal. Já não é possível voltar ao local de origem, Minas da sua infância já não é igual, não existe mais. Nem o passado é um refúgio.

Quinta estrofe

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Coloca hipóteses, através de formas verbais no pretérito imperfeito do subjuntivo, de possíveis escapatórias ou distrações ( “gritasse”, “gemesse”, “tocasse a valsa vienense”, “morresse”) que nunca se concretizam, são interrompidas, ficam em suspenso, o que é marcado pelo uso das reticências.

Mais uma vez, é destacada a ideia de que nem mesmo a morte é uma resolução plausível, nos versos: “Mas você não morre / Você é duro, José!”. O reconhecimento da própria força, a resiliência e a capacidade de sobreviver parecem fazer parte da natureza deste sujeito, para quem desistir da vida não pode ser opção.

Sexta estrofe

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

É evidente o seu isolamento total (“Sozinho no escuro / Qual bicho-do-mato”), ” sem teogonia” (não há Deus, não existe fé nem auxílio divino), “sem parede nua / para se encostar” (sem o apoio de nada nem de ninguém), “sem cavalo preto / que fuja a galope” (sem nenhum meio de fugir da situação em que se encontra).

Ainda assim, “você marcha, José!”. O poema termina com uma nova questão: “José, para onde?”. O autor explicita a noção de que este indivíduo segue em frente, mesmo sem saber com que objetivo ou em que direção, apenas podendo contar consigo mesmo, com o seu próprio corpo.

O verbo “marchar”, uma das últimas imagens que Drummond imprime no poema, parece ser muito significativo na própria composição, pelo movimento repetitivo, quase automático. José é um homem preso à sua rotina, às suas obrigações, afogado em questões existenciais que o angustiam. Faz parte da máquina, das engrenagens do sistema, tem que continuar suas ações cotidianas, como um soldado nas suas batalhas diárias.

Mesmo assim, e perante uma mundividência pessimista, de vazio existencial, os versos finais do poema podem surgir como um vestígio de luz, uma réstia de esperança ou, pelo menos, de força: José não sabe para onde vai, qual o seu destino ou lugar no mundo, mas “marcha”, segue, sobrevive, resiste.

Leia também a análise do poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade.

Contexto histórico: Segunda Guerra Mundial e Estado Novo

Para compreender o poema na sua plenitude é essencial termos em vista o contexto histórico no qual Drummond viveu e escreveu. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o Brasil também tinha entrado num regime ditatorial, o Estado Novo de Getúlio Vargas.

O clima era de medo, repressão política, incerteza perante o futuro. O espírito da época transparece, conferindo preocupações políticas ao poema e expressando as inquietações cotidianas do povo brasileiro. Também as condições de trabalho precárias, a modernização das indústrias e a necessidade de migrar para as metrópoles tornavam a vida do brasileiro comum numa luta constante.

Carlos Drummond de Andrade e o Modernismo brasileiro

O Modernismo brasileiro, que surgiu durante a Semana de Arte Moderna de 1922, foi um movimento cultural que pretendia quebrar os padrões e modelos clássicos e eurocêntricos, heranças do colonialismo. Na poesia, queria abolir as normas que restringiam a liberdade criativa do autor: as formas poéticas mais convencionais, o uso de rimas, o sistema métrico dos versos ou os temas considerados, até então, líricos.

A proposta era abandonar o pedantismo e os artifícios poéticos da época, adotando uma linguagem mais corrente e abordando temas da realidade brasileira, como modo de valorizar a cultura e a identidade nacional.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902. Autor de obras literárias de vários gêneros (conto, crônica, história infantil e poesia), é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX.

Integrou a segunda geração modernista (1930 – 1945) que abraçou as influências dos poetas anteriores, e se focou largamente nos problemas sociopolíticos do país e do mundo: desigualdades, guerras, ditaduras, surgimento da bomba atômica. A poética do autor também revela um forte questionamento existencial, pensando no propósito da vida humana e no lugar do homem no mundo, como podemos ver no poema em análise.

Em 1942, data de publicação do poema, Drummond estava de acordo com o espírito da época, produzindo uma poesia política que expressava as dificuldades diárias do brasileiro comum e as suas dúvidas e angústias, assim como a solidão do homem do interior perdido na cidade grande.

Drummond morreu no Rio de Janeiro, dia 17 de agosto de 1987, na sequência de um infarto do miocárdio, deixando um vasto legado literário.

os Açores e o sul do Brasil

Views: 0

Documentário retrata relação entre os Açores e o sul do Brasil (Vídeo)

www.rtp.pt

http://www.rtp.pt/acores/?article=32410&visual=3&layout=10&tm=6

“10 ilhas e um mundo” é o título do documentário que narra a história do povoamento açoriano no Sul do Brasil e retrata as semelhanças culturais entre o arquipélago e a ilha de Santa Catarina. </div>

Pedra de Santana, o monumento megalítico brasileiro

Views: 2

in diálogos lusófonos

carnac

Patrimônio Lusófono

Pedra de Santana, o monumento megalítico brasileiro

5/06/2011 02:23:00 PM Ufo arqueologia e Mistérios

pedra-de-santana-1
Monumentos de pedras, erguidas há muitos milhares de anos, são encontrados aos montes na Europa, sendo Stonehenge o mais conhecido de todos, embora não o mais comum. Menires e Dolmens são encontrados também na França, Portugal e Itália. Curiosamente, o Brasil também possui um raro dólmen, localizado na Bahia, conhecido como Pedra de Santana.

Os Megálitos (do grego mega, megalos = grande, e lithos = pedra) são monumentos erigidos por sociedades neolíticas europeias, produzidos entre o V e o III milênios A.E.C. São geralmente de cunho ritualístico, funerário ou astronômico, cuja tecnologia para construção muitas vezes é desconhecida e gera controvérsias entre especialistas.

carnac Monumento Megalítico de Carnac, França

O Brasil também possui um inusitado monumento megalítico, talvez o único de toda a América do Sul, localizado no povoado de Santana, no município de Paramirim, interior da Bahia. Trata-se de um dólmen (nome derivado do bretão dol = mesa; e men = pedra) constituído por uma câmara formada por uma grande laje pousada sobre pedras verticais que a sustentam, provavelmente de cunho ritualístico. Não se sabe exatamente quem o construiu, usando que tipo de técnica. Provavelmente tenham lançado mão do uso de alavancas para suspender o enorme bloco enquanto encaixavam as pedras menores de sustentação, o que seria um feito colossal para a época, devido ao enorme peso do monumento.

pedra-de-santana-1
pedra-de-santana-2
pedra-de-santana-3

Este é um dos mais curiosos sítios arqueológicos brasileiros. Um monumento ritualístico de pedras totalmente singular, já que não existe nenhum outro dólmen no continente, somente na distante Europa. Não fazia parte da tradição de nossos indígenas erigir monumentos deste tipo, o que torna a construção ainda mais enigmática.

http://ramanavimana.blogspot.pt/2011/05/pedra-de-santana-o-monumento-megalitico.html

brasil e xenofobia

Views: 0

A XENOFOBIA sempre apareceu mais ou menos em certos períodos da história dos povos, mas não acredito que tal sentimento tenha sido alguma vez geneneralizado. Em relação aos brasileiros e portugueses tal generalização nunca ocorreu. Eu pelo menos não acredito! Mas vamos ler o artigo abaixo, que nos fala de um tempo em que ocorreu uma certa xenofobia contra os portugueses em certos locais. Vamos compreender melhor este sentimento.

Portugueses e brasileiros

Relação teve períodos de xenofobia

Vitor Amorim de Angelo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

A palavra xenofobia significa aversão ao que é estrangeiro. Ouvimos essa expressão com bastante frequência neste início de século 21, quando milhares de pessoas tentam migrar em direção, principalmente, aos Estados Unidos e à Europa. Nesses lugares, há movimentos xenófobos contra a população estrangeira, acusada, entre outras coisas, de disputar os já escassos postos de trabalho com a população local.

Seja como for, xenofobismo não é um comportamento novo, nem tampouco diz respeito à história dos Estados Unidos e dos países da Europa, apenas. Durante o período imperial, sobretudo, havia no Brasil um forte sentimento xenófobo em relação aos portugueses. Compreender como se deu esse comportamento e analisar a posição assumida pelos cidadãos lusitanos no Novo Continente ajuda a entender melhor esse aspecto importante – porém, nem sempre ressaltado – da história brasileira.

A Corte no Rio de Janeiro

É verdade que, como colônia de Portugal, o Brasil sempre foi um dos destinos mais comuns para os portugueses. Contudo, foi com a transferência da Família Real para a América, em 1808, que essa situação se intensificou. Antes de mais nada, porque não foram apenas os membros da realeza lusitana que vieram para o Brasil, mas, sim, a Corte inteira.

Para se ter a real dimensão do problema, com a transformação do Rio de Janeiro em sede da Corte, a cidade logo aumentou sua população em cerca de 50% – embora, é claro, nem todo esse percentual fosse de portugueses. Ainda assim, os lusitanos que chegaram junto com a Família Real passaram a ocupar postos de poder e privilégio, o que, de certa forma, era natural para quem integrava a Corte.

Tal situação, de outro lado, contribuiu para alimentar um sentimento contrário aos portugueses. Ou seja, o xenofobismo em relação aos lusitanos. Junto com os membros da Corte, vieram para o Brasil, logo após a transferência da Família Real, muitos comerciantes e funcionários públicos (para preencher os cargos da burocracia estatal) portugueses, reforçando ainda mais a questão xenófoba.

Posições políticas dos portugueses

Naturalmente, como cidadãos de Portugal e beneficiários da ordem política estabelecida, os portugueses tendiam a querer manter seu status quo. Por isso, eram comuns as manifestações de apoio ao rei dom João 6° e mesmo a dom Pedro 1°. Este, embora tenha declarado a Independência do Brasil, era português e governou dialogando com seus compatriotas que aqui viviam.

Em vários momentos da história brasileira, as posições políticas assumidas pelos portugueses os isolaram ainda mais dos brasileiros, acentuando o xenofobismo. Quando o governo de Pedro 1° já estava bastante desgastado, por exemplo, alguns lusitanos decidiram fazer uma manifestação de apoio ao imperador. Nas ruas do Rio de Janeiro, acabaram se enfrentando a pedras e garrafas com brasileiros, na chamada Noite da garrafadas.

Em 1820, quando teve início em Portugal a Revolução Liberal do Porto, que, entre outras coisas, propôs a recolonização do Brasil (já bastante autônomo naquele momento), muitos portugueses (especialmente os que viviam nas províncias do Norte e Nordeste da colônia) apoiaram uma causa contrária às aspirações autônomas do Brasil.

Difícil relação com os portugueses

Em linhas gerais, a relação entre brasileiros e portugueses, ao contrário do que se possa pensar hoje em dia, nem sempre foi tão cordial. Pelo contrário. Em determinados momentos da nossa história, o sentimento xenófobo em relação aos lusitanos se intensificou bastante. Muitas vezes, em razão das posições políticas dos próprios portugueses.

Exemplo significativo, nesse sentido, foi o apoio de portugueses à restauração – isso é, à volta de dom Pedro 1° ao Brasil, quando o imperador já havia abdicado ao trono.

Evidentemente, esse é apenas um aspecto da relação entre brasileiros e portugueses e do comportamento destes diante dos interesses próprios do Brasil. Não pode, portanto, ser generalizado a todos os portugueses, sob o risco de desconsiderarmos a complexa rede de interesses que se formou na colônia, especialmente no século 19.

O que é certo, contudo, é que em diversos momentos daquele período aflorou um xenofobismo bastante acentuado contra os portugueses. Ou pelo menos parte deles.

*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos.

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/portugueses-e-brasileiros-relacao-teve-periodos-de-xenofobia.jhtm