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  • Pedra de Santana, o monumento megalítico brasileiro

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    in diálogos lusófonos

    carnac

    Patrimônio Lusófono

    Pedra de Santana, o monumento megalítico brasileiro

    5/06/2011 02:23:00 PM Ufo arqueologia e Mistérios

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    Monumentos de pedras, erguidas há muitos milhares de anos, são encontrados aos montes na Europa, sendo Stonehenge o mais conhecido de todos, embora não o mais comum. Menires e Dolmens são encontrados também na França, Portugal e Itália. Curiosamente, o Brasil também possui um raro dólmen, localizado na Bahia, conhecido como Pedra de Santana.

    Os Megálitos (do grego mega, megalos = grande, e lithos = pedra) são monumentos erigidos por sociedades neolíticas europeias, produzidos entre o V e o III milênios A.E.C. São geralmente de cunho ritualístico, funerário ou astronômico, cuja tecnologia para construção muitas vezes é desconhecida e gera controvérsias entre especialistas.

    carnac Monumento Megalítico de Carnac, França

    O Brasil também possui um inusitado monumento megalítico, talvez o único de toda a América do Sul, localizado no povoado de Santana, no município de Paramirim, interior da Bahia. Trata-se de um dólmen (nome derivado do bretão dol = mesa; e men = pedra) constituído por uma câmara formada por uma grande laje pousada sobre pedras verticais que a sustentam, provavelmente de cunho ritualístico. Não se sabe exatamente quem o construiu, usando que tipo de técnica. Provavelmente tenham lançado mão do uso de alavancas para suspender o enorme bloco enquanto encaixavam as pedras menores de sustentação, o que seria um feito colossal para a época, devido ao enorme peso do monumento.

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    Este é um dos mais curiosos sítios arqueológicos brasileiros. Um monumento ritualístico de pedras totalmente singular, já que não existe nenhum outro dólmen no continente, somente na distante Europa. Não fazia parte da tradição de nossos indígenas erigir monumentos deste tipo, o que torna a construção ainda mais enigmática.

    http://ramanavimana.blogspot.pt/2011/05/pedra-de-santana-o-monumento-megalitico.html

  • brasil e xenofobia

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    A XENOFOBIA sempre apareceu mais ou menos em certos períodos da história dos povos, mas não acredito que tal sentimento tenha sido alguma vez geneneralizado. Em relação aos brasileiros e portugueses tal generalização nunca ocorreu. Eu pelo menos não acredito! Mas vamos ler o artigo abaixo, que nos fala de um tempo em que ocorreu uma certa xenofobia contra os portugueses em certos locais. Vamos compreender melhor este sentimento.

    Portugueses e brasileiros

    Relação teve períodos de xenofobia

    Vitor Amorim de Angelo*
    Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

    A palavra xenofobia significa aversão ao que é estrangeiro. Ouvimos essa expressão com bastante frequência neste início de século 21, quando milhares de pessoas tentam migrar em direção, principalmente, aos Estados Unidos e à Europa. Nesses lugares, há movimentos xenófobos contra a população estrangeira, acusada, entre outras coisas, de disputar os já escassos postos de trabalho com a população local.

    Seja como for, xenofobismo não é um comportamento novo, nem tampouco diz respeito à história dos Estados Unidos e dos países da Europa, apenas. Durante o período imperial, sobretudo, havia no Brasil um forte sentimento xenófobo em relação aos portugueses. Compreender como se deu esse comportamento e analisar a posição assumida pelos cidadãos lusitanos no Novo Continente ajuda a entender melhor esse aspecto importante – porém, nem sempre ressaltado – da história brasileira.

    A Corte no Rio de Janeiro

    É verdade que, como colônia de Portugal, o Brasil sempre foi um dos destinos mais comuns para os portugueses. Contudo, foi com a transferência da Família Real para a América, em 1808, que essa situação se intensificou. Antes de mais nada, porque não foram apenas os membros da realeza lusitana que vieram para o Brasil, mas, sim, a Corte inteira.

    Para se ter a real dimensão do problema, com a transformação do Rio de Janeiro em sede da Corte, a cidade logo aumentou sua população em cerca de 50% – embora, é claro, nem todo esse percentual fosse de portugueses. Ainda assim, os lusitanos que chegaram junto com a Família Real passaram a ocupar postos de poder e privilégio, o que, de certa forma, era natural para quem integrava a Corte.

    Tal situação, de outro lado, contribuiu para alimentar um sentimento contrário aos portugueses. Ou seja, o xenofobismo em relação aos lusitanos. Junto com os membros da Corte, vieram para o Brasil, logo após a transferência da Família Real, muitos comerciantes e funcionários públicos (para preencher os cargos da burocracia estatal) portugueses, reforçando ainda mais a questão xenófoba.

    Posições políticas dos portugueses

    Naturalmente, como cidadãos de Portugal e beneficiários da ordem política estabelecida, os portugueses tendiam a querer manter seu status quo. Por isso, eram comuns as manifestações de apoio ao rei dom João 6° e mesmo a dom Pedro 1°. Este, embora tenha declarado a Independência do Brasil, era português e governou dialogando com seus compatriotas que aqui viviam.

    Em vários momentos da história brasileira, as posições políticas assumidas pelos portugueses os isolaram ainda mais dos brasileiros, acentuando o xenofobismo. Quando o governo de Pedro 1° já estava bastante desgastado, por exemplo, alguns lusitanos decidiram fazer uma manifestação de apoio ao imperador. Nas ruas do Rio de Janeiro, acabaram se enfrentando a pedras e garrafas com brasileiros, na chamada Noite da garrafadas.

    Em 1820, quando teve início em Portugal a Revolução Liberal do Porto, que, entre outras coisas, propôs a recolonização do Brasil (já bastante autônomo naquele momento), muitos portugueses (especialmente os que viviam nas províncias do Norte e Nordeste da colônia) apoiaram uma causa contrária às aspirações autônomas do Brasil.

    Difícil relação com os portugueses

    Em linhas gerais, a relação entre brasileiros e portugueses, ao contrário do que se possa pensar hoje em dia, nem sempre foi tão cordial. Pelo contrário. Em determinados momentos da nossa história, o sentimento xenófobo em relação aos lusitanos se intensificou bastante. Muitas vezes, em razão das posições políticas dos próprios portugueses.

    Exemplo significativo, nesse sentido, foi o apoio de portugueses à restauração – isso é, à volta de dom Pedro 1° ao Brasil, quando o imperador já havia abdicado ao trono.

    Evidentemente, esse é apenas um aspecto da relação entre brasileiros e portugueses e do comportamento destes diante dos interesses próprios do Brasil. Não pode, portanto, ser generalizado a todos os portugueses, sob o risco de desconsiderarmos a complexa rede de interesses que se formou na colônia, especialmente no século 19.

    O que é certo, contudo, é que em diversos momentos daquele período aflorou um xenofobismo bastante acentuado contra os portugueses. Ou pelo menos parte deles.

    *Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos.

    http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/portugueses-e-brasileiros-relacao-teve-periodos-de-xenofobia.jhtm