Categoria: angola e cabinda + Agualusa + africa

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    Ex-PM angolano diz que proposta de destituição de João Lourenço alerta para “aspetos muito graves” (C/ÁUDIO)
    *** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***
    Luanda, 21 jul 2023 (Lusa) – O ex-primeiro-ministro angolano Marcolino Moco considerou hoje “muito interessante e de grande alcance” a iniciativa de destituição do Presidente angolano, sobretudo em termos políticos, considerando que o pedido indica “aspetos muito graves” que se passam em Angola.
    “Em termos políticos, não há dúvidas que é uma iniciativa muito interessante, pelo menos através desta atitude está a se a chamar a atenção a aspetos muito graves que se estão a passar no país por iniciativa do Presidente da República, João Lourenço”, disse hoje Marcolino Moco, em declarações à Lusa.
    Salientou que o seu comentário não visa defender se o Presidente angolano deve ou não ser destituído do cargo, mas que a iniciativa legislativa da UNITA “vem a altura de, pelo menos, sacudir a sociedade nacional e internacional no sentido de alertar que o que se passa em Angola é muito grave”.
    “O Presidente (da República) João Lourenço está a matar os mecanismos judiciais de forma acintosa, à luz do dia, toda a gente a ver”, afirmou Marcolino Moco, salientado que com os seus despachos o chefe de Estado angolano está a criar “um grande monopólio económico”.
    Para o antigo primeiro-ministro angolano, atraveés de despachos presidenciais, João Lourenço, reeleito em 2022 para um segundo mantado de mais cinco anos, “está a puxar a brasa para toda a sua sardinha, em termos económicos, sem olhar para as consequências”.
    “Estou a me referir ao grande monopólio económico que ele está a criar, está a empobrecer o país e a congelar o sangue do país: a moeda não circula, a fome, a indigência, o desemprego aumenta”, apontou.
    Moco, que já foi secretário-geral do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), criticou também João Lourenço, também presidente do MPLA, por “atirar-se” às empresas dos filhos do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos.
    “Há toda uma série de questões que, de forma geral, são levantados pelo esboço da acusação da UNITA que, pelo menos, dão a sensação de que afinal a oposição tem a noção e está a levantar a situação da gravidade das questões que se passam no país na pessoa do Presidente João Lourenço”, insistiu.
    A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) apresentou, na quarta-feira, uma proposta de iniciativa de processo de acusação e destituição do Presidente angolano, João Lourenço, por alegadamente ter “subvertido o processo democrático no país e consolidar um regime autoritário que atenta contra a paz”.
    A iniciativa de “Impeachment” (destituição) de João Lourenço foi apresentada em conferência de imprensa pelo grupo parlamentar da UNITA.
    Fundamentos doutrinários, político constitucionais e políticos de desempenho constituem os eixos da iniciativa da UNITA, referindo que a governação de João Lourenço “é contra a democracia, contra a paz social e contra a independência nacional”.
    E em reação, o MPLA acusou, na quinta-feira, a UNITA de ser “irresponsável” e de querer ascender ao poder “sem legitimação”, afirmando que os seus deputados vão tomar providências para impedir que o parlamento angolano seja instrumentalizado.
    Para a iniciativa da UNITA – que conta apenas com 90 deputados – passar no crivo do plenário do parlamento, onde o MPLA detém a maioria, dois terços de deputados em efetividade de funções deveriam votar favoravelmente.
    Questionado se a iniciativa da UNITA tem condições para avançar, ante a maioria parlamentar do MPLA, Marcolino Moco referiu que mesmo que a iniciativa pode não resultar do ponto de vista legislativo, em termos políticos ela tem “um grande alcance”.
    “Esse tipo de atos nem sempre tem o valor pelas consequências que possam ter, eu, por exemplo, sou jurista, mas não só formalista, olho o direito e a justiça não como um valor em si, mas como um meio”, notou.
    Mas, em termos políticos, prosseguiu, “não é preciso as consequências desta ação venham a ser efetivas, o que a princípio olhando para o plano constitucional, sobretudo no plano material, continua a não haver coragem no seio do MPLA”, apontou.
    Em relação à reação do MPLA, Marcolino Moco considerou que esta reflete o “mesmo comportamento destes (dirigentes) alegarem serem os inventores da democracia e fundadores da nação”.
    “Já vimos a resposta agora do MPLA, que reflete o mesmo comportamento, de que eles que são os inventores da democracia, eles são os fundadores da nação, um conceito completamente errado e que deve ser abandonado se queremos ter efetivamente um país para todos”, defendeu.
    Marcolino Moco acrescentou: “Ninguém fundou a nação, este é um slogan político que não é de todo proibido de se dizer, mas não pode ser aceite como algo efetivo, ninguém criou a nação, ela criou-se ao longo da história”.
    DYAS // PJA
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  • macau homenagem a autor africano

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    Chamada para capítulos de livro sobre o escritor angolano Uanhenga Xitu.
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    Ana Maria Martinho

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  • Manifestação violenta em Luanda – YouTube

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  • António Costa em Angola. Assinados 13 instrumentos de reforço da cooperação

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    O primeiro-ministro está em Angola para uma visita oficial de dois dias, a convite do presidente da República, João Lourenço. Esta segunda-feira de manhã, foram assinados 13 instrumentos jurídicos para aumentar a cooperação estratégica e reforçar a linha de crédito entre Portugal e Angola, de 1.500 milhões de euros para dois mil milhões.

    Source: António Costa em Angola. Assinados 13 instrumentos de reforço da cooperação

  • Entrevista ao Presidente de Angola: “Não estamos satisfeitos com o investimento português. Ainda há espaço para crescer”

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    João Lourenço falou ao Expresso e à Lusa das relações com Portugal, país com o qual diz que as relações bilaterais “nunca estiveram tão bem”. Deseja que mais empresas portuguesas entrem em Angola, nomeadamente nos sectores da agropecuária e do turismo

    Source: Entrevista ao Presidente de Angola: “Não estamos satisfeitos com o investimento português. Ainda há espaço para crescer”

  • Ao fim de 20 anos, governos português e angolano assinam acordo que reconhece os descontos dos trabalhadores nos dois países – CNN Portugal

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    O acordo assinado visa reconhecer e garantir que os trabalhadores portugueses possam transportar consigo direitos de proteção social e segurança social para Angola. O mesmo se aplica para cidadãos angolanos que viajem para Portugal

    Source: Ao fim de 20 anos, governos português e angolano assinam acordo que reconhece os descontos dos trabalhadores nos dois países – CNN Portugal

  • angola filme com arte

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    NAYOLA
    Um Tempo de Guerra(s), Um Filme Com Arte
    Ao ver “Nayola” há uns dias, filme recentemente estreado, fruto do engenho e da arte do cineasta português, José Miguel Ribeiro, não pude deixar de me lembrar de outro filme, também de animação e com a mesma temática, Angola em guerra. Há cinco anos estriava-se em Portugal um filme, misto de realismo e animação, intitulado “Mais um Dia de Vida – Angola 1975”, numa adaptação ao cinema do livro homónimo do polaco Ryszard Kapuscinski por Raúl de la Fuente. Vi este filme na noite de 10 para 11 de Novembro de 2018, data comemorativa da independência de Angola e data do enredo do filme. Coincidência apenas? Talvez não! É espantoso como estes dois filmes de animação sobre Angola, os mais referenciados e aplaudidos pela crítica, se construam a partir da destruição, se edifiquem artisticamente sobre a ruína das casas, se projectem plasticamente e oniricamente a partir do sofrimento dos homens que durante gerações viveram no palco da vida o mesmo drama colectivo.
    “Nayola”, longa-metragem de animação portuguesa, do cineasta José Miguel Ribeiro, é baseado na peça de teatro, Caixa Negra, escrita a duas mãos pelo angolano, José Eduardo Agualusa, e pelo moçambicano, Mia Couto, com o objectivo de ser levada à cena em 2010. Os seus autores começaram por encerrar a história numa casa, José Ribeiro alargou o contexto, ampliando o espaço e a narrativa sobre as personagens. Trata-se de uma história de guerra e sofrimento, localizada em Angola e que tem como personagens centrais três mulheres de gerações diferentes da mesma família. No filme, o realizador harmoniza o cenário bélico e sofrido com a beleza que lhe é emprestada pela dimensão pictórica, de personagens que nos conquistam, a nós espectadores, pela sua aparência física e pela extensão metafísica que mergulha na filosofia animista bantu. E a animação ganha fôlego aqui, já que a espiritualidade que dela dimana é, por natureza, um campo aberto de liberdade e de espontaneidade, que não se limita às fronteiras do que é real. É um filme de animação notável, construído sobre a história de um mascarado (um chacal) que entra numa casa dum musseque luandense onde vivem duas mulheres, a avó e sua neta. De fora chegam-lhes (e a nós espectadores) tiros e vozes de militares ou polícias numa rusga. O “chacal” é um ente estranho, misto de pessoa e animal, que pouco fala e é um tanto ameaçador. Esta passagem do filme corresponde ao presente, um tempo ensanguentado por uma guerra fratricida que apesar de terminada se prolonga na autoridade excessiva do poder e nas marcas que deixou nas personagens. Nestas e em todos os angolanos. É uma guerra também contada do ponto de vista feminino: da avó, Lelena, que viveu a guerra colonial e, ficando no seu musseque de Luanda, sentiu a partida e a ausência do genro e da filha, perdidos na guerra civil; da filha Nayola (que dá o título ao filme), que se internou na guerra à procura do marido, não se conformando com a situação oficial de “desaparecido”; da neta, Iara, que vive num tempo mais próximo de nós, já fora da guerra civil, mas marcado de outra guerra, sem nome e quase sem rosto, mas que é, também, violento, de poder autoritário e corrupto. É a activista dos direitos humanos que não tem a vida facilitada por quem, no poder, a vê como inimiga.
    Carregado de simbolismo, há um momento no filme, em que Nayola entra num edifício em ruínas e, acometida de um acesso de fúria que a desilusão amplia, pega numa barra de ferro perdida no chão, dirige-se para uns azulejos de evidente manufatura portuguesa, paradigma da visão colonial europeia, que vai destruindo até subsistir apenas a figura de uma mulher com o seu filho enlaçado, a de uma mulher angolana que representa a esperança no futuro. Mas esse futuro é mais uma vez adiado, quando vemos sua filha, Iara, pela força das circunstâncias, transformar-se numa jovem rapper que grava discos com músicas provocadoras, cujas letras “incendiárias” denunciam os cleptocratas e o vazio de justiça, levando-a a ser identificada e perseguida pelo regime de então.
    As mulheres preenchem com o seu sofrimento, mas também com a sua resistência e coragem, este filme, que sendo sobre a guerra, é-o também sobre a esperança. E o momento dos azulejos é, também, a forma subtil de o realizador mostrar o quanto a representação se reinventa através do olhar e das circunstâncias… o olhar marcado por um “modo de ver”, que no seu caso, o do realizador, ao contrário de outros que fizeram filmes sobre África, não nos parece ser um olhar distante e redutor, afastando-se assim de estereótipos. O próprio realizador sublinha em entrevistas esta determinação, procurando ir a Angola para a conhecer de perto (2013), quando a empresa de produção, Praça Filmes, sediada em Montemor-o-Novo, recebe o primeiro financiamento do ICA para o desenvolvimento do projeto. Acompanhado de um argumentista e de uma produtora, Ribeiro vai até Angola, onde permanece por duas semanas. Mas não se fica por Luanda e depressa alcança o Sul, pronto a pisar o chão quente e as secas terras do Namibe onde a misteriosa weliwítschia pontua, fotografando-as, visitando ongandas e povoações, falando com os habitantes, num mergulho na realidade que, até ali, lhe era completamente estranha. Procura uma imagética e um conhecimento de povos sobre os quais só tinha ignorância, e enriquece-se de detalhes, de aromas e cores, da forma como as pessoas se movem, do ritmo, da diversidade visual das gentes angolanas. E todo este procedimento, este processo, desemboca em “Nayola” e transmite-lhe autenticidade. Esta é a primeira longa-metragem portuguesa de animação e custou 3 milhões e 200 mil euros, como nos é revelado pelo próprio realizador, que contou como coprodutores, para além dos portugueses, belgas, franceses e holandeses.
    No filme foram aplicadas tecnologias que ainda não existiam à época, em Portugal e a coprodução permitiu, no campo da animação 3D, a formação “de animadores portugueses que nunca tinham trabalhado com aquela tecnologia”. Usar o 3D para o presente foi “tirar partido dos micromovimentos, das pequenas expressões […], tudo o que é trabalho do ator para nos dar a emoção”, pois o filme no presente é mais carregado de emoção. Já no passado é evidente a acção e, por isso mesmo, foi feito em 2D, digital, imagem a imagem, sendo aplicadas cores saturadas, fortes, já que “o passado é a guerra, e a guerra é sempre intensa.” Convém sublinhar que as diferentes tipologias de animação ajudam o espectador a viajar nos diferentes tempos da narrativa e da vivência das personagens.
    Por tudo isto vale a pena ir ao cinema ver “Nayola”, pelo produto cinematográfico que é, pelo ambiente mágico em que o espectador mergulha, pelo objecto de arte que a todos absorve.
    (Fontes: Entrevista publ. na “Revista Expresso”, 13.04.2023; “Visão”, dispon. em: < https://visao.sapo.pt/visaose7e/ver/2023-04-16 >)
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    Agnelo Carrasco

    Excelente apreciação para um excelente filme. Assisti à estreia aqui no Lubango. E só há verdade no filme e neste texto de análise.
    Obrigado por um e por outro.
    Um grande abraço, Jorge.
    Olha
    Olha, são quase 19 h aqui.
    Há horas que cai aquela chuva miudinha que nos humedece até os ossos.
    Digo-te isto para exacerbar as tuas saudades! Sem sadismo, óbvio.

  • 12 companhias aéreas fogem de Angola

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    6 d
    12 companhias aéreas fogem de Angola
    Contrariamente a um passado recente, após o advento da paz, alcançada no ano 2002, em que 22 companhias aéreas operavam para Angola, actualmente o número reduziu para 10.
    Só ao longo da última década, quinze operadoras desistiram de Angola como destino preferencial, por custos operacionais e ou estratégias comerciais, agravada pela pandemia da Covid-19, que afectou gravemente o sector da aviação civil, devido ao encerramento de fronteiras, contribuindo para a redução drástica da demanda e perdas financeiras.
    Por exemplo, deixaram de voar para este país da África Austral a LAM (Linhas Aéreas de Moçambique), a Air Namíbia, a South African Airways, a Arik Air (Nigéria), a Kenya Airways, a Varig (Viação Aérea Rio-Grandense, do Brasil), a Ibéria (Espanha) e a Houston (Estados Unidos da América).
    Para além destas companhias, e dentre outras motivações, cortaram também ligações com Luanda a British Airways (Reino Unido), a Aeroflot (Rússia), a KLM (Países Baixos/Holanda) e a China Airlines, essa última que usa, geralmente, aviões do tipo Boeing 777-300, B737-300 ou Boeing 787-8, Dreamliner, na sua maioria com frequências bissemanais ou trissemanais.
    Segundo fonte aeroportuária, parte destas companhias começou a desistir ou a suspender, paulatinamente, as suas operações em Angola, com o espoletar da crise económica e financeira mundial, em 2014. Algumas chegaram a decretar falência técnica e a desfazer-se das suas frotas de aeronaves.
    Em consequência, a TAAG assumiu a transportação de passageiros de e para alguns países, enquanto para outros, sobretudo para a Europa e Ásia, partilha a operação com algumas companhias locais, com base em acordos de partilha (codeshare), tais como com a Cabo Verde Airlines, a Ibéria, a Brusseles Airlines e a Turkish Airlines.
    Porém, hoje, fruto da intensa diplomacia dos últimos cinco anos (2017-2022), da recuperação económica mundial e de uma maior abertura ao investimento e ao empresariado estrangeiro, felizmente algumas companhias vão regressando, e outras de referência internacional colocaram, pela primeira vez, Angola nas suas rotas.
    Dada também a estabilidade político-militar e as oportunidades de negócio, três novas companhias passaram a frequentar o aeroporto angolano, nos últimos cinco anos, nomeadamente a Airlink (da África do Sul), a Turkish Airlines e a Qatar Airways, com voos directos regulares e ligações para outros pontos a partir de Luanda.
    A par destas operadoras, voam, igualmente, para Angola a Ethiopian Airlines, a Royal Air Maroc, a TAP Air Portugal, a Lufthansa (Alemanha), a Air France, a Emirates (Emirados Árabes Unidos) e a Brussels Airlines (da Bélgica), que iniciou as operações para o país em 2002, suspendeu em 2019 e retornou em 2021.
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  • ADN de ossadas desmente governo de Angola. Leia aqui a carta de revolta dos órfãos

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    Em 2021 o Presidente de Angola, João Lourenço, pediu desculpa, em nome do Estado, pelas execuções sumárias após o alegado golpe de 27 de maio de 1977. Mas o “perdão” pedido oportunamente em vésperas de eleições está a ter um revés: os restos mortais que foram entregues às famílias não eram, afinal, os dos líderes abatidos. Órfãos revoltados com o “exercício de crueldade” escrevem “Carta a Angola”.

    Source: ADN de ossadas desmente governo de Angola. Leia aqui a carta de revolta dos órfãos