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liberdade por josé soares
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Liberdadeares
Transparência José Soares, jornalista
Liberdade
Que nada nos defina, que nada nos sujeite.
Que a Liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser Livre.
(Simone de Beauvoir)
Com o aproximar de meio-século – em 2024 – que comemora o golpe militar de 25 d’abril de 1974, teremos já mais tempo de vivência em regime livre do que aquele que tivemos em ditadura.
Apesar de tudo o que de mal nos possa ter acontecido, ou das inúmeras queixas que legitimamente possamos ter aqui e ali sobre atuações do atual regime, não restam dúvidas para ninguém que só o facto de nos podermos queixar seria, já em si mesmo, sinónimo de Liberdade.
Mas o golpe militar que trouxe o povo, em massa, espontaneamente para as ruas para apoiar os militares, transformou esse momento. E embora a estratégia tenha ainda perdurado sob controlo dos militares durante meses, o povo passou a chamar-lhe revolução. E dias depois, pelo ato simbólico da florista que meteu um cravo na boca da espingarda G3 do soldado na baixa de Lisboa, o romantismo passou a adjetivar-lhe Revolução dos Cravos. E assim ficou conhecida para os anais da História. É assim conhecida em várias línguas e países e é assim que gostamos de lhe chamar. Faz parte da índole cultural.
A partir desta semana, entramos no ano comemorativo 1974 – 2024, de sublime importância para todos e todas. Enquanto jovem em idade adulta, vivi emocionado esses momentos. Ao atravessar o tempo – ou ser atravessado por ele – só posso deixar um testemunho aos que não assistiram a tal bendito dia, porque ainda não eram nascidos.
A Liberdade é essencial à própria condição do ser humano.
Em Liberdade de Pensamento, as produções artísticas foram imensas: Artistas plásticos, produções literárias, no cinema e teatro, na rádio e televisão e muito, muito mais.
Liberdade de ação política. Eleições livres, com o Povo a depositar o seu voto nas urnas livremente. A disputa partidária debatida de forma aberta na rádio ou televisão.
O divórcio autorizado. O casamento entre pessoas do mesmo género. A existência, abertamente e sem medos de várias confissões religiosas.
As mulheres poderem viajar com o seu próprio passaporte sem autorização dos maridos. Ou terem a Liberdade de pedirem divórcio. Ou poderem queixar-se de maus tratos do marido e a Justiça agir.
Admirar-se-ão os mais jovens com algumas restrições que hoje são vulgares. A isso e a muito mais, chamamos LIBERDADE.
A ditadura que durante 48 anos forçou o país ao silêncio ensurdecedor, provocou os maiores surtos de ignorância, analfabetismo, pobreza e doenças, insularidades completamente abandonadas à sua sorte e tudo aquilo a que a História se encarrega de contar.
Nestes cinquenta anos de Liberdade, outros acontecimentos de relevo se juntam, como os 50 anos do Partido Socialista. Os partidos políticos foram outra conquista da Liberdade. E nessa Liberdade, despontaram nomes ilustres. Líderes políticos como Mário Soares, cuja personalidade foi moldada – não nas jotinhas – mas nas prisões de Salazar.
Nos Açores, abril de 1974 foi o início de nova Era, como se as Ilhas Atlânticas fossem descobertas pela segunda vez. Abandonadas à sua sorte durante séculos, puderam ganhar desde então os seus governantes próprios que, in loco podiam responder às necessidades do povo e da própria Terra. Os Açores, bem ou mal, governam-se no mínimo dos mínimos. Persistem ainda os centralismos egocêntricos de São Bento, mas em paralelo existe a Liberdade de reivindicar mais e mais.
O primeiro presidente do Governo Açoriano, foi João Bosco Soares da Mota Amaral, que completou, há dias, os seus magníficos 80 anos em Liberdade, com os seus correligionários e amigos.
Nada pode ser mais prejudicial a um povo ou uma pessoa, do que a falta de liberdade. As prisões e os castigos prisionais são prova disso mesmo.
Todos temos de preservar e defender, a qualquer custo, este bem incontestável.
Que ninguém nos tente retirar o espírito individual ou a alma coletiva.
LIBERDADE, SEMPRE.
“A Liberdade é contagiante. É por isso que os déspotas a temem tanto.”
a crise e a pobreza portuguesa
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PRECISAMOS DE UM 26 DE ABRIL POR HENRIQUE CORREIa
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3 comments
- Luis SanchoO politico que mais abusa dos dinheiros publicos e que que se move em frotas de topo de gama, rodeado de guarda costas porque é um cagao, é funcionario publico da autoridade aduaneira, cargo de que nao se demite, foi trabalhar para a fininveste ajudar …See more
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- Luis SanchoO vira-casacas Aldrabé Vintruja já falou dos padres pedófilos, dos criminosos ladrões e corruptos que tem no partido dele ou no golo de ontem marcado por um “bandido do Jamaica”? Dos milionarios que ajudou a fugir ao fisco? Ou só anda preocupado em ca…See more
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- Romeu Manuel BaptistaCarneiros e ovelhas elegeram esses caes de guarda!
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RAMOS HORTA, CHRYS E O 25 ABRIL
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Estava em Timor em 25.4.1974… Depois do 25 de abril (data da Revolução em Portugal) comecei a publicar artigos que o Comando Militar e, em especial o CEM (Chefe do Estado-Maior Arnao Metello) queriam evitar. Era chamado quase todas as manhãs e simpaticamente mandava o motorista no velho Volkswagen do Estado-Maior buscar-me a casa. Nessa rotina (prolongou-se por bastante tempo e trouxe consequências ao meu serviço militar) lá tinha de explicar porque publicara artigos censurados e considerado material proibido. Uma verdadeira caça ou o jogo do gato e do rato. Ramos Horta viu assim o 25 de abril (entrevista dada ao Expresso em 28.11.2015).
Ramos Horta viu assim o 25 de abril (entrevista dada ao Expresso em 28.11.2015
Este ano como em todos os anteriores 48 usarei um cravo simbólico do dia em que a liberdade chegou a Portugal e por mais que me desgoste (hoje) este país injusto onde vivo ainda sou livre para o afirmar.
O 25 de abril nunca chegará a todos abr2022
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Crónica 449 O 25 de abril nunca chegará a todos abr2022
Cuidando do país como se de mercearia se tratasse e escorreitas as contas, o ditador começara a amealhar valiosa fortuna para o país, para a geração pós 25 de abril esbanjar. Tal como o ditador fazia, na sua espartana e sovina maneira de ser, acabaria por nunca investir nem gastar a fortuna, pois o país não precisava de progresso que esse só traz a devassidão e maus costumes. “Estou deprimido” é uma expressão recorrente nesta geração paradoxal. Inconsciência crónica com um excesso de preocupações. Da banalidade despreocupada à angústia paralisante. A propósito convirá recordar que a atual geração não passou por nada em termos de privações familiares comparado com a geração de “baby boomers” a que pertenço, nascida no pós-guerra (2ª Grande Guerra). A geração rebelde que, no fim dos anos 60, se revoltava contra o status quo na França e contra a guerra colonial em Portugal tinha algo contra que lutar. Vivia melhor que a geração dos pais, em conforto e posses económicas, mas era arrastada para projetos militares alienígenas aos quais se opunham. Queria tomar parte na construção da História e não ser arrastada como nota de rodapé como acontecera aos pais.
Depois chegou o 25 de abril e as liberdades misturaram-se, inicialmente, com as libertinagens em que tudo era permitido. Os jovens dos anos 70 e 80 nasceram já com o rei na barriga. Nada era proibido, tudo era permitido e podiam almejar a uma sociedade sem classes em que todos tinham acesso ilimitado a todos os bens, sendo felizes até todo o sempre.
As crises não se fizeram sentir severamente na Europa Ocidental (exceção à crise do petróleo 1972-1974) e a máquina da publicidade assenhoreou-se da televisão e órgãos de comunicação social moldando os jovens que temos em casa ou os que dela saíram há pouco. Por mais que se lhes tenha dito que a vida era feita de sacrifícios, não passaram pelas suas experiências dolorosas, nem as viram nem as sentiram. Frequentar a universidade não era um apanágio de elites, nem mesmo as universidades privadas. Os cursos facilitaram o acesso a canudos com a fama de distinguir entre os que vencem na vida e os outros, embora na prática começasse a ser diferente. As classes sociais esbateram-se e o grande fosso educacional, passou a ser memória do passado.
Jamais esquecerei o que era viver sem liberdade (especialmente de expressão e pensamento). Antes do 25 de abril em Portugal havia uma coisa chamada lápis azul, ou censura, que em 1972 me cortou 70 páginas a um livrinho de poemas adolescentes que publiquei com cerca de trinta páginas… O resto é já história, o 25 de abril trouxe a liberdade de pensamento e de expressão e muita água correu sob as pontes e sou confrontado por uma sociedade mais desigual do que nunca, de falsa fluência consumista.
No que conseguíamos ler e ouvir queríamos a liberdade de um Woodstock americano, das manifs de estudantes de Paris em 68-69 e subsequentes, em vez de viver sob “brandos costumes” que me obrigaram a uma multa de 2$50 (dois escudos e cinquenta avos) por andar descalço no acesso à praia …ou a uma multa (creio que 250$00) por não ter licença de porte de “arma” (neste caso, um isqueiro). Alguns colegas eram “bufos” não só da PIDE mas ao denunciarem o meu uso de isqueiro sem licença ganhavam 50% da receita…
Quando veio o dia de todas as esperanças, 25 de abril (quase sem mortes e com cravos na ponta das espingardas) eu, em Timor, esperei, tardava a chegar (teria ido de barco?) e jamais arribou.
A Europa cresceu, o sonho da europa unida medrou e cresceu descontroladamente, até ter mais olhos que barriga e ficar desesperadamente obesa na palhaçada que hoje é. Por toda a parte, uma após outra, as ditaduras iam sendo aniquiladas e substituídas por modelos de democracia onde alegadamente o povo e a sua vontade eram representados em parlamentos. Com a queda do Muro de Berlim e a glasnost a dar lugar a uma nova Rússia todos acreditamos que sonhar era isto, quando se tornavam realidade até na América Latina e América do Sul. Já o neoliberalismo da nova ordem mundial tinha disseminado sementes com a Thatcher e o Ronald Reagan, mas não sabíamos que isso iria perverter todo o ocidente. Isto antes da sangrenta invasão russa da Ucrânia.
Há algo que sempre afirmei e reitero, mesmo que já não sirva para grande coisa, o 25 de abril trouxe-me o bem mais precioso: a liberdade de expressão, a mim que sou um individualista nato e jamais conseguiria viver numa autocracia. Dantes, os países democráticos tinham eleições os outros não (nem mesmo as mascaradas eleições do partido único em Portugal o ocultavam).
Hoje assistimos a um novo e preocupante paradigma, a semi-democracia onde existe a aparência de uma verdadeira democracia com eleições e tudo o mais, mas onde a realidade não está representada, com resultados viciados, roubo descarado de votos e tanta manipulação que o resultado é a via autocrática travestidas de democracia oca. O que temos assistido nas últimas décadas é um ataque à democracia, e são as próprias instituições europeias quem mais tem atrofiado o funcionamento dos sistemas democráticos. E até mesmo eu, que sempre me considerei um otimista nato, tenho demasiadas dúvidas, rodeado como estou por autómatos não-pensantes, obcecados com os pequenos ecrãs dos smartphones e impérvios aos atropelos à dignidade, equidade e justiça que acontecem em volta. Quando essa liberdade se perder, de facto só terei de me conformar e aceitar que me implantem um ”chip” para o meu próprio bem, como nem George Orwell (1984 e o Triunfo dos Porcos) nem Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) conseguiram imaginar.
Lembro o checo Thomaz de “A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera (o caso do médico que vira pintor de paredes ao renegar as ordens do partido não é diferente dos que não se adaptam nas profissões no mundo livre). Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940, o livro de Orwell critica o estalinismo e o nazismo e a nivelação da sociedade, tal como pretendem fazer em Portugal depois do 25 de abril. Uma redução do indivíduo a peça para servir o estado ou o mercado através do controlo total, incluindo o pensamento e a redução do idioma. Tudo isto acontece já e só vai piorar.
Mas termino e agradeço a quem me deu a liberdade que tanto prezo e pela qual lutei nos jovens anos, antes de ser obrigado a ir “defender as colónias” de arma em riste, feito máquina de guerra, eu, que nunca andei à pancada com ninguém. Sem o 25 de abril não haveria essa liberdade e os melhores da minha geração teriam continuado a verter o sangue em África. Sem o 25 novembro 1975, o país dividir-se-ia ao meio numa guerra civil fratricida como a de Espanha, décadas antes, com o Norte e os Açores a recusarem a ditadura do proletariado. Sei que tudo isto é politicamente incorreto mas nesta idade estou-me nas tintas, apenas queria viver os últimos dias de vida em paz e não nesta guerra que a todos afetará e que pode levar à extinção da humanidade como a conhecemos. Por isso creio que 25 de abril nunca chegará a todos.
Chrys Chrystello, drchryschrystello@journalist.comJornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713[Australian Journalists’ Association – MEEA]Diário dos Açores (desde 2018)Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)Tribuna das Ilhas (desde 2019)Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)Jornal do Pico (desde 2021) |
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