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  • 1 de maio como sufocar revoltas

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    “Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…
    Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista… que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo.
    Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.
    Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
    Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…
    Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal.”
    – Günther Anders, “A obsolescência do homem′′, 1956.
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    Prefiro não comentar…. 😳

  • Dronde fica o 25 de abril por f madruga

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    Onde fica o 25 de Abril?
    Esperei, comodamente sentado, usufruindo daquela coisa de “setreeming”, que umas vezes falha e outras vezes funciona, comodamente sentado, dizia eu, para assistir à Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Mogadouro comemorativa dos 49 anos do 25 de Abril. Presidente da Assembleiao, nem uma referência a saudações enviadas à Assembleia e ao 25 de Abril.
    Espetáculo cultural da véspera, fotos das ações desenvolvidas nas escolas, 25 morteiradas, redes sociais do Município e da Assembleia, ficaram se pelo anúncio da sessão. Uma saudação do Município ao 25 de Abril (cuidado Casimiro…)?!
    Cadeiras vazias na plateia, perguntei o porquê?
    Sim, que estavam vazias, porque faltaram muitos eleitos, presidentes de Junta e eleitos Municipais.
    Sendo o 25 de Abril o mais importante acontecimento do século XX e XXI, que nos deu a Liberdade e a Democracia ao fim de décadas de Ditadura fascista, fruto da luta dos portugueses e dos militares de Abril, permitem se os senhores eleitos faltarem à Sessão Comemorativa dos 49 anos do 25 de Abril?
    Pergunto eu, já que quem de direito ficou calado:
    – não sabiam da sessão?
    – são contra o 25 de Abril?
    – estavam doentes ou deslocados em trabalho?
    – que esforço fizeram nas suas freguesias para garantirem o êxito das comemorações?
    – não sabiam do almoço?
    – era um protesto, por não receberem senha de presença?
    – não deviam cada um por si, um pedido de desculpas públicas?
    – não mereceriam os faltosos, umas palavras públicas do senhor Presidente da Assembleia Municipal e dos líderes parlamentares do PSD e PS?
    É por estas e por outras que depois se queixam do divórcio entre eleitos e eleitores!
    Sendo o Poder Local Democrático uma emanação do 25 de Abril, consagrado na Constituição da República Portuguesa, onde fica a vossa avenida da Liberdade e a vossa rua 25 de Abril?
    Se ficam calados, são cúmplices por este desrespeito ao 25 de Abril!
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  • os 4 esquecidos que morreram no 25 de abril sem desfrutar da liberdade

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    In memoriam Fernando Giestera, José Harteley, José Guilherme Arruda e Fernando Luís dos Reis
    May be a black-and-white image of 7 people and street

    POSTAL DO DIA
    Morreram no dia 25 de Abril de 1974 e eu aplaudo-os
    1.
    49 anos saíram para a rua quatro jovens que não chegaram a saber o que era a liberdade.
    Talvez aquele dia fosse mesmo o dia, os sinais eram bons, os militares estavam na rua e gritavam-se palavras de ordem.
    Palavras de liberdade.
    Palavras contra a guerra colonial.
    Palavras contra a censura e a favor da liberdade de imprensa.
    Palavras contra a PIDE e a tortura.
    Palavras a favor da libertação dos presos políticos.
    2.
    Faz hoje 49 anos que o dia não se completou para qualquer um dos quatro.
    Estiveram em vários pontos da cidade de Lisboa. E confluíram para a Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE. Corria o rumor de que os torturadores estavam a tentar fugir, a rádio tinha noticiado que uma multidão de gente gritava “não passarão”.
    3.
    Foram para lá.
    Centenas de pessoas na rua viram uma janela abrir-se e ouviram uma rajada de disparos.
    Alguns corpos caíram, muita gente correu para se proteger e houve pânico e desgoverno.
    Quatro não se levantaram.
    Morreram no dia 25 de Abril de 1974.
    Nenhum deles pôde sequer saborear o seu primeiro jantar em liberdade.
    4.
    Fernando Giesteira tinha 17 anos e era um vivaço. Chegara de Montalegre e em miúdo adorava os bailaricos em Chaves e correr até ao alto da Nevosa. Tinha boa pinta e fora para Lisboa puxado uns anos antes por um familiar. Trabalhava como empregado de mesa na Cova da Onça, boîte frequentada por artistas, malta da bola e Polícia Judiciária. Saíra do trabalho e fora para a rua sem passar pela Pensão Flor, no Areeiro, o quarto onde vivia. Já arranjara um cravo vermelho e prendera-o certamente à camisa a cheirar ao fumo da noite.
    José Harteley Barneto era o mais velho. Tinha 38 anos, quatro filhos e uma vida estável. Escriturário no Grémio Nacional dos Industriais de Confeitaria, morava na Flamenga, perto de Loures, e nascera em Vendas Novas. O pai ou a mãe eram ingleses e ele estava entusiasmado e sentia que tudo passara novamente a ser possível, mesmo o impossível.
    Já José Guilherme Arruda tinha 20 anos. Viera há pouco tempo dos Açores, era excelente aluno e matriculara-se no segundo ano de Filosofia. Morava na Avenida Casal Ribeiro, perto do Saldanha, no centro de Lisboa. José Guilherme não tinha como esconder o sorriso, afinal estava a viver a história e a revolução que só conhecia na teoria.
    Fernando Luís dos Reis tinha 23 anos. Era o único dos quatro que nascera em Lisboa e também o único militar. O seu batalhão era de Penamacor, mas ele estava de férias. Também por isso saiu à rua e dirigiu-se ao lugar onde talvez mais precisassem dele. Casara-se há pouco tempo e tinha planos de ser pai.
    5.
    Nenhum deles conheceu a liberdade.
    Por esses dias, milhares de pessoas seguiram os seus funerais.
    Milhares se despediram nos últimos dias de abril de 1974.
    Mas ninguém os recordou hoje.
    Pelo menos que eu tenha notado, ninguém deles falou.
    Ninguém se lembrou dos quatro para quem a liberdade foi, até ao último segundo da sua curta vida, a esperança em estado bruto.
    Ninguém se lembrou de quatro rapazes que, se fossem vivos, estariam certamente no único lugar possível, o lugar dos que acreditam que a ditadura e o fascismo têm de ser combatidos.
    LO

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  • opera house em tons de 25 abril

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