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Lol
Brassados do vento encanado, esse fim de semana meu primo Joe d’Amérca, que mora é no Canadá, mas como ele fala inglês a gente diz que é o Joe d’Amérca, ficou preso em São Miguel dois dias a mais do que devia ser. Sem sequer ter um canivetinho e um pázinho para se ir entretendo a escarafunchar. Grande seca que o home levou naquele sagão do aeroporto. Ele foi para lá depois da hora do meio-dia na sexta e só levantou os pés do chão já passava das quatro da tarde de domingo. Não foi por causa do vento encanado, que na sexta tava um dia porreiro. Ele até foi para a terra dele no domingo que foi quando pegou a ventar de jeito. Ele ficou cá porque o aviãn da baleia, que é quase novo novo, ficou quieto em Lisboa, com problemas de liquidos no joelho ou lá quié. Que depois não dava para puxar a patinha onde tem as rodinhas pra cima. Quem me disse isso foi meu primo Fábio Chapinha, que é mecânico de motas e bicicletas.
Como eu tava dizendo, o Joe d’Amérca ficou no aeroporto e foi sempre sem saber o que é que se tava passando, que ninguém das meninas lhe dizia. Mas eu tenho pra mim que elas não sabiam mesmo, tadinhas. Isso é como se eu tiver uma avareia na ordenha durante o fim de semana, não sabes? Faz de conta que eu não tou lá, porque eu tou sempre. Aquilo deixa de chupar, aparece o home das reparaçãns, e faz uma pergunta ao Pálin das Gueixas, que tá lá só pa mamar vacas e não manda nada: “Tu queres que eu bote aqui uma peça da Fórmula 1 ou é de foguetã?”O Pálin não sabe. Ele liga pra mim e eu ou não lhe atendo o telefone, porque é fim de semana e eu sou um patrão fino, ou levo muito tempo pa lhe responder. Só para ele perceber quem é que manda. Depois, faz de conta que a gente não leva o leite ao posto e que é o posto que vem buscar o leite, chega lá o home do posto e diz assim:” Eh Pálin, esse leite da tarde, quantos litres é que isso vai dar? Isso vai demorar muito? Sabes que eu preciso disso pa encher pacotes.” Já se sabe que o Pálin das Gueixas fica todo agoniado e só pode dizer que não sabe, não sabes? Não é ele que conserta, não é ele que manda, ninguém lhe diz nada e as coisas não depende dele. Aguenta, Pálin das Gueixas.
Meu primo Joe acabou por ficar duas noites no Grande Houtel, que diz que é muito jeitoso por dentro e que até tem uma ementa de cabeceiras. Penas de concrodilo, de onça preta e de esquilo voador. Um home escolhe onde é que se vai babar. Que le pagaram as comidas, e os passeios de camioneta entre o aeroporto e a cedade. Sempre pa trás e pà frente, pa ver se a baleia tava melhor do joelho. Não tava, volta pa trás. Isso vendo bem até foi um belo negócio pa meu primo, que passou um fim de semana à campeão, foi na mesma no domingo de volta e ainda vai pedir 600 eures pa trás, que ele tem direito pela demora. Quem se lixa é a SATA. Eu gosto da SATA, que eu até tenho dois aviãns de coleção na cómoda, ao lado de um perfume do chinês que minha tia Ceição me deu pelo Crisma. Manda um peste que é feio. Tá lá sossegado para ninguém lhe tocar, que uma vez dei a meu primo Çabola para ele cheirar e ele ficou seis dias de cama todo enramelado, com um ataque de asma nos pulmãns. Aquilo é bom é pa atirar aos cãns rafeiros do caminho que vão ao viteleiro matar bezerros. Pa afugentar. Ou aos cãns rafeiros sem prestar que mandam na SATA e que recebem dinheiros da gente para ajudar a matar a autonomia, não sabes? Tanto faz.
Lol
Brassados do vento encanado, esse fim de semana meu primo Joe d’Amérca, que mora é no Canadá, mas como ele fala inglês a gente diz que é o Joe d’Amérca, ficou preso em São Miguel dois dias a mais do que devia ser. Sem sequer ter um canivetinho e um pázinho para se ir entretendo a escarafunchar. Grande seca que o home levou naquele sagão do aeroporto. Ele foi para lá depois da hora do meio-dia na sexta e só levantou os pés do chão já passava das quatro da tarde de domingo. Não foi por causa do vento encanado, que na sexta tava um dia porreiro. Ele até foi para a terra dele no domingo que foi quando pegou a ventar de jeito. Ele ficou cá porque o aviãn da baleia, que é quase novo novo, ficou quieto em Lisboa, com problemas de liquidos no joelho ou lá quié. Que depois não dava para puxar a patinha onde tem as rodinhas pra cima. Quem me disse isso foi meu primo Fábio Chapinha, que é mecânico de motas e bicicletas.
Como eu tava dizendo, o Joe d’Amérca ficou no aeroporto e foi sempre sem saber o que é que se tava passando, que ninguém das meninas lhe dizia. Mas eu tenho pra mim que elas não sabiam mesmo, tadinhas. Isso é como se eu tiver uma avareia na ordenha durante o fim de semana, não sabes? Faz de conta que eu não tou lá, porque eu tou sempre. Aquilo deixa de chupar, aparece o home das reparaçãns, e faz uma pergunta ao Pálin das Gueixas, que tá lá só pa mamar vacas e não manda nada: “Tu queres que eu bote aqui uma peça da Fórmula 1 ou é de foguetã?”O Pálin não sabe. Ele liga pra mim e eu ou não lhe atendo o telefone, porque é fim de semana e eu sou um patrão fino, ou levo muito tempo pa lhe responder. Só para ele perceber quem é que manda. Depois, faz de conta que a gente não leva o leite ao posto e que é o posto que vem buscar o leite, chega lá o home do posto e diz assim:” Eh Pálin, esse leite da tarde, quantos litres é que isso vai dar? Isso vai demorar muito? Sabes que eu preciso disso pa encher pacotes.” Já se sabe que o Pálin das Gueixas fica todo agoniado e só pode dizer que não sabe, não sabes? Não é ele que conserta, não é ele que manda, ninguém lhe diz nada e as coisas não depende dele. Aguenta, Pálin das Gueixas.
Meu primo Joe acabou por ficar duas noites no Grande Houtel, que diz que é muito jeitoso por dentro e que até tem uma ementa de cabeceiras. Penas de concrodilo, de onça preta e de esquilo voador. Um home escolhe onde é que se vai babar. Que le pagaram as comidas, e os passeios de camioneta entre o aeroporto e a cedade. Sempre pa trás e pà frente, pa ver se a baleia tava melhor do joelho. Não tava, volta pa trás. Isso vendo bem até foi um belo negócio pa meu primo, que passou um fim de semana à campeão, foi na mesma no domingo de volta e ainda vai pedir 600 eures pa trás, que ele tem direito pela demora. Quem se lixa é a SATA. Eu gosto da SATA, que eu até tenho dois aviãns de coleção na cómoda, ao lado de um perfume do chinês que minha tia Ceição me deu pelo Crisma. Manda um peste que é feio. Tá lá sossegado para ninguém lhe tocar, que uma vez dei a meu primo Çabola para ele cheirar e ele ficou seis dias de cama todo enramelado, com um ataque de asma nos pulmãns. Aquilo é bom é pa atirar aos cãns rafeiros do caminho que vão ao viteleiro matar bezerros. Pa afugentar. Ou aos cãns rafeiros sem prestar que mandam na SATA e que recebem dinheiros da gente para ajudar a matar a autonomia, não sabes? Tanto faz.
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vende-se árvore de natal perfumada!!! aparição de José, Maria e menino Jesus..garantido!
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Amigos:
• FINALMENTE UMA NOTÍCIA BOA •
*Fomos Reclassificados !!!*
*A OMS reclassifica o conceito de Jovem / Idoso em 2018*
👇
Anteriormente, uma Instituição Inglesa (Friendly Society Act) definiu, em 1875, que “Idosos” eram indivíduos a partir de 50 anos…..
Diante da evolução da qualidade dos alimentos, das actividades físicas, hoje praticadas pela maioria das pessoas, e do avanço do número de pessoas que escolheram melhorar a alimentação, o que deu mais qualidade, e aumentou a expectativa de vida das pessoas,
a *Organização Mundial de Saúde (OMS)*, fez uma nova avaliação do conceito de *ser Jovem, ter Meia Idade, e, ser Velho*….. assim, tomem nota sff:
01) *Menor de idade:* 0 a 17 anos;
02) *Jovens:* 18 a 65 anos;
03) *Meia Idade:* 66 a 79 anos;
04) *Idosos:* 80 a 99 anos;
05) *Idosos de Longa Vida:* maiores de 100 anos.
*por isso, amigos… tomem nota:FOMOS RECLASSIFICADOS!*
e esta, hem? (como diria um Fernando Pessa)
Amigos:
• FINALMENTE UMA NOTÍCIA BOA •
*Fomos Reclassificados !!!*
*A OMS reclassifica o conceito de Jovem / Idoso em 2018*
👇
Anteriormente, uma Instituição Inglesa (Friendly Society Act) definiu, em 1875, que “Idosos” eram indivíduos a partir de 50 anos…..
Diante da evolução da qualidade dos alimentos, das actividades físicas, hoje praticadas pela maioria das pessoas, e do avanço do número de pessoas que escolheram melhorar a alimentação, o que deu mais qualidade, e aumentou a expectativa de vida das pessoas,
a *Organização Mundial de Saúde (OMS)*, fez uma nova avaliação do conceito de *ser Jovem, ter Meia Idade, e, ser Velho*….. assim, tomem nota sff:
01) *Menor de idade:* 0 a 17 anos;
02) *Jovens:* 18 a 65 anos;
03) *Meia Idade:* 66 a 79 anos;
04) *Idosos:* 80 a 99 anos;
05) *Idosos de Longa Vida:* maiores de 100 anos.
*por isso, amigos… tomem nota:FOMOS RECLASSIFICADOS!*
e esta, hem? (como diria um Fernando Pessa)
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Ontem o almoço foi um tanto ou quanto canibal…
Há as almôndegas de bovino, as almôndegas de frango , as de porco e depois há estas…
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Milionário de 72 anos Ela com 23, casaram na fazenda em meio aos animais.
Às vezes, a vida te dá um sinal e Você não percebe#!!!
Milionário de 72 anos Ela com 23, casaram na fazenda em meio aos animais.
Às vezes, a vida te dá um sinal e Você não percebe#!!!
Milionário de 72 anos Ela com 23, casaram na fazenda em meio aos animais.
Às vezes, a vida te dá um sinal e Você não percebe#!!!
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Há tempos fiquei menente[1] quando me disseram que um falecido, na vizinha Lombinha da Maia, pedira para ser enterrado com o seu inseparável telemóvel.
O homem sem pitafe[2] algum viera da Amerca[3], ali da antiga Calafona[4], e queria estar contactável mesmo para lá do grande túnel luminoso.
Qual não foi o meu espanto, num alpardusco[5] de camarça[6], ao transitar pelo cemitério já encerrado a visitas, e ver três pessoas do lado de fora das grades do cemitério falando com alguém e usando os seus telemóveis ou celulares bem encostados ao ouvido. Uma delas, tinha uma mão nas grades e na outra segurava o aparelho.
Não tinha tarelo[7] nenhum. Não querendo ser lambeta[8], interroguei-me “Estaria a falar com o falecido, que nascera empelicado[9]?” Será que o finado atendeu do lado de lá dentro do seu caixão de mogno envolto na “Stars and Stripes” à prova de leiva[10] ou continuaria na sua eterna Madorna[11]? Teria acendido um palhito[12]para ver quem lhe ligava?
De que falariam? Que mexericos trocavam? Lamentar-se-iam da falta que lhes fazia ou estariam a queixar-se da carestia de vida? Que palavras trocariam que não tivessem já comunicado? Que faltara dizer?
Estariam a queixar-se da sorte caipora[13] dos herdeiros ou a culpá-los pela caltraçada[14] criada pelo inexistente testamento? Teriam sido vizinhos de ao pé da porta[15]? Falariam do gado alfeiro[16] sem touro de cobrição?
Talvez dum derriço duma filha numa constante arredouça[17], às fiúzes[18] do namorado da cidade? Eu ia ficar a nove[19] mas tratando-se de gente rural podia augurar que os vaqueiros se preocupassem mais com subsídios e vacas.
Não devem escalar grandes cumes culturais ou espirituais. Pressuponho ser esse o jaez da conversação. Não creio que pedissem aconselhamento para as eleições legislativas dali a seis semanas nem tampouco lamentassem a falta delas.
Quem sabe que lastimavam? Falariam, talvez, de mordomos, impérios e festas que isso, sim, seria assunto da maior relevância local, que o melhor da festa é esperar por ela, mas mais apropriado para se discutir à mesa, sem ninguém a atramoçar[20], com uns calzins[21] de abafado[22] até se ficar meio piteiro[23].
Uma pessoa interroga-se sobre a possibilidade de duração infinita das baterias do aparelho no esquife.
Seria a solução para tantos escritores e outros que se separam dos leitores sem tempo de dizerem um último adeus, escreverem a última frase de um livro, acenarem com um novo projeto ou retificarem qualquer coisinha.
Seria a forma inédita de poderem continuar a comunicar com aqueles que ficam facilmente órfãos de autores que os acompanharam nesta digressão terrena.
Admiro-me que as companhias de telecomunicação não tenham inventado uma bateria de longa duração que não precise de ser carregada debaixo de terra e permita acesso ilimitado, a troco de uma conveniente taxa vitalícia, aos que os deixaram já no meio duma amizade, dum amor, duma relação, duma paixão.
Seria, decerto, um êxito comercial se viesse com a possibilidade de personalização do aparelho. Quem sabe o que se evitaria de dores incompletas, de saudades por mitigar, de conversas inacabadas? Novos planos poderiam surgir em operadoras de telemóveis.
Um tema a merecer estudos futuros…[24]”
[1] Menente, espantado, estupefacto (São Miguel)
[2] Pitafe, defeito, atribuído quer a pessoas, quer a objetos. Nódoa na reputação.
[3] Amerca, corruptela de América, ou Nova Inglaterra por oposição ao outro grande polo de emigração, a Califórnia
[4] Calafona, Califórnia, na estropiação dos emigrantes de antigamente
[5] Alpardusco, o mesmo que alpardo, crepúsculo, lusco-fusco (São Miguel)
[6] Camarça, tempo húmido (São Miguel)
[7] Tarelo, juízo, tino (São Miguel)
[8] Lambeta, intrometido (São Jorge)
[9] Empelicado diz-se de pessoa afortunada, usado na frase nascer empelicado (Terceira)
[10] Leiva, designação dada a formações de musgo de várias espécies Sphagnum, abundante na parte alta das ilhas. No Corvo é o musgo, nas Flores musgão, no Faial tufos. Nome da urze, Calluna vulgaris, usada em S. Miguel na preparação do solo das estufas dos ananases.
[11] Madorna, sono leve, sonolência, torpor
[12] Palhito, o mesmo que fósforo (Terceira)
[13] Caipora, de qualidade inferior, reles. Sorte caipora: que pouca sorte, sorte maldita (São Miguel)
[14] Caltraçada, confusão, mixórdia, trapalhada
[15] Vizinho do pé da porta, o mesmo que vizinho do portal da porta, que mora nas redondezas de uma casa (vizinho de ao pé da porta em São Miguel)
[16] Alfeiro, gado bovino que não dá leite, por exemplo de uma vaca que não apanhou boi, e que, por isso, não dá leite. Gado alfeiro sem touro de cobrição (in Cristóvão de Aguiar)
[17] Arredouça, confusão, desordem
[18] Fiúzes (São Miguel) ou às fiúzas de, à custa de, viver à custa de outrem (Terceira)
[19] Ficar a nove, não entender nada do que ouviu.
[20] Atramoçar, aborrecer, interferir com, maçar (in Cristóvão de Aguiar) (São Miguel)
[21] Calzins, pequeno copo, geralmente destinado a beber aguardente ou bebidas finas
[22] Abafado, O vinho abafado é um vinho tradicional dos Açores, constituindo uma tradição na costa norte de São Miguel, onde a abundância de pomares e a produção frutícola excedentária é frequentemente aproveitada para a feitura de licores, vinhos abafados e compotas. No caso dos vinhos abafados, trata-se de um género vinícola com elevado teor alcoólico cuja fermentação é interrompida através da adição de aguardente ou álcool, permanecendo mais ou menos doce (uma vez que o açúcar natural da uva não se transformou em álcool). Transformação licorosa do típico vinho de cheiro micaelense. O abafado é considerado o vinho do Porto dos Açores, em resultado de um processo de laboração que dispensa o recurso a corantes ou conservantes. (São Miguel)
[23] Piteiro, aquele que bebe muito (Terceira, Flores)
[24] (texto revisto por e dedicado ao Dr. J. M. Soares de Barcelos, autor de Dicionário dos Falares dos Açores (ed. Almedina 2008), por me fazer sentir menos estrangeiro