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O caminho de Lugh – O caminho de Horus – O caminho de Khrisna e Cristo | Artur Alonso – Incomunidade

“Nada a dizer. Nada a ensinar. A verdade é tão evidente por si, tão obvia, que toda e qualquer explicação somente servirá para obscurecer essa mesma verdade” (Alan W.Watts – em “O Budismo Zen”)   Um dia comprendi: “A sabedoria traz prudência, o amor fraternidade. Afastando de nosso coração os medos que ainda o perturbam, podemos iniciar o abandono de toda animalidade“… E escrevendo esta frase se me deu por pensar que… Existe o ciclo, aquele no qual pela morte se rejuvenesce na vida. Existe a vida que surge, resurge após a morte. Existe o caminho e existem, como fala […]

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Galiza e Portucale

PORQUE RAZÃO, COMPOSTELA NÃO TEM NADA A VER COM A GÉNESE DE PORTUGAL, MAS BEM ANTES O SEU CONTRÁRIO?
Apesar de o Rei Garcia estar proscrito tanto em Portugal como na Galiza, o seu curto reinado foi significativamente mais importante que a batalha de S. Mamede perto de Guimarães, que os historiadores portugueses resolveram associar ao berço da nação portuguesa, nomeadamente o Herculano.
O Garcia foi o primeiro rei decidido a restaurar a Sé de Braga, após mais de 300 anos de desmando lucense e compostelano.
Para além disso, Garcia autodenominou-se, rei de Portugal e Galiza porque herdou a parte do pai ao sul do Douro, que mais não era que o território suevo das 4 dioceses lusitanas e nessa altura já era referido como “Portugal” nas crónicas por causa do Castro Antigo de Gaia, com o nome Cale, Portucale ou Portugale que era o primeiro marco da diocese de Coimbra, a cidade mais importante nessa data da Lusitânia cristã, 1064.
Estranhamente, o Garcia nunca teve o destaque que lhe caberia merecidamente porque reinou apenas 6 anos sob forte instabilidade e isolamento relativamente aos seus dois irmãos e duas irmãs.
O irmão Afonso VI, o conquistador de Toledo, mas também o usurpador de Portugal e Galiza, foi o mata-borrão da história da fundação do condado portucalense, que surge precisamente logo após 10 anos da conquista de Toledo e pouco mais de 5 anos após a morte do Garcia na prisão.
O condado portucalense nunca poderia ter sido antes da morte do Garcia, por uma questão de falta de legitimidade do Afonso VI.
Nunca nos podemos esquecer, que a metrópole de Braga estava restaurada desde 1070, pelo próprio Garcia, 15 anos antes de Toledo, e era por si só um importante contrapoder relativamente a Toledo e de forma muito cuidadosa e diplomática contra o próprio Afonso VI.
O Afonso VI sabia disso muito perfeitamente e por isso deu a benesse bracarense ao conde Henrique de Borgonha e à sua filha bastarda legitimada, que se mostravam mais capazes de seguir um projecto expansivo que o Raimundo não alcançara.
É importante referir, que o Raimundo estava completamente dominado pelo jovem ambicioso e seu chanceler, Diogo Gelmires, o compostelano.
Como remate, o futuro bispo de Iria, Gelmires, tinha uma única estratégia: engrandecer Compostela e ele próprio como Arcebispo à rebelia de Braga.
Pelo contrário, o Arcebispo de Braga patrocinava, não propriamente o engrandecimento de Braga e dele próprio, mas sobretudo um país e território em expansão juntamente com um rei desse território.
Daqui se retiram as devidas ilações sobre as grandes diferenças históricas da Galiza e de Portugal.
Uma sofre de vaidade sobre si mesma sem expandir. Outro sofre de dores de crescimento em permanente expansão.
E o resto é história.
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Augusto Lage

O Gelmires foi o grande responsável pelo divorcio entre o norte e sul da Galécia.