O medo é, provavelmente, nos dias que correm, a substância mais inoculada no mundo ocidental, para lá, obviamente, da vacina. Ao longo destes dois anos de pandemia as doses de pânico e chantagem, misturadas com segregação, opressão e autoritarismo, num cocktail medicinal sem precedentes, tem sido prescritas, num verdadeiro bar aberto de totalitarismo, por órgãos de comunicação social e autoridades como autênticos elixires de banha da cobra contrabandeados por caixeiros viajantes no velho oeste. A overdose de projeções e estimativas e gráficos e ondas e comunicados aterrorizadores tornaram-se uma rotina diária digna de um junkie em fim de linha cambaleando por uma dose de heroína. Já não vivemos sem o paternalismo pandémico de um Rodrigo Guedes de Carvalho. Ou, o conto de fadas sanitário de Graça Freitas. As homilias salvificas dos Tatos Borges e outros especialistas do Big Brother viral. As mamas flácidas e repugnantes de Marcelo e Bolieiro. E a “conversa em família” diária, horária até, dos números e das curvas que teimam, como ondas da Nazaré, em nunca achatar. Tudo na construção de um mundo cada vez mais polarizado, extremado e insano. Ao fim de décadas, séculos, de lutas pela liberdade e a igualdade e a solidariedade. Pela construção de um Estado de Direito Democrático inclusivo e defensor das minorias, corremos agora para um tempo em que, eufemisticamente apelidado de “novo normal”, aceitamos sem qualquer sobressalto o cercear das liberdades, a proibição da vontade individual, a imposição de actos médicos, o controlo digital do quotidiano, a autentica shoa vacinal, que procura reduzir a existência à potência de um preparado injectável. Nunca na história da humanidade se assistiu a um desvario colectivo desta magnitude. No Canadá anunciam-se impostos para não-vacinados, em Itália obrigatoriedade vacinal para maiores de 50 anos, em França Macron propõem-se “foder” os inimigos da pátria sanitária impedindo-os basicamente de ter vida. Um pouco por todo o mundo o livre trânsito farmacêutico tornou-se condição sine qua non para quase tudo, quem sabe até para respirar. Do outro lado da barricada, cada tentativa de olhar o vírus com sensibilidade e bom senso, de-lhe compreender os ritmos e idiossincrasias, de, no fundo, lhe aceitar a natureza e com ela a nossa própria mortalidade, a ordem natural das coisas e da endemia global, é imediatamente atacada com o rótulo ou de negacionismo ou de, na melhor das hipóteses, suecionismo. A nova ordem mundial é a da opressão pelo terror, numa embriaguez de “salvar vidas”, como se a saúde fosse não já uma condição do humano mas um processo permanente e eterno de doença, necessitando ad nauseam de um horário medicamentoso, um devir geriàtrico em forma de doses de medicamentos, imposto de forma universal, dos 5 aos 85, vendendo-nos esse logro abominável da eternidade impossível. Um admirável mundo novo feito de medo, chantagem, segregacionismo e opressão. Citando Freddy Mercury “who wants to live forever?”, principalmente neste fétido e irrespirável paraíso vacinal…
#fuckcovid19 