E quando aparece alguém com coragem para defender o serviço público de saúde e os doentes, para mandar trabalhar os “profissionais” que são preguiçosos no hospital (curiosamente sempre com “grande” produtividade no sistema privado)…?
Quando aparece alguém com responsabilidade, competência?
Foi o que se viu.
Ao aceitar a “disposição do lugar” da médica Cristina Fraga, o presidente do governo abraçou a influência.
A influência dos velhos amigos da JSD e do bloco central do PS.
Dos conhecidos do regime.
Onde a saúde regional é um excelente negócio.
E a mediocridade um acessório de sucesso.
Tento perceber esta “lógica”:
De onde vem o medo?
Bolieiro fez o “percurso normal” no PSD regional:
juventude partidária, mini discípulo do dr. Motal Amaral, travessia no deserto, estranha prestação na Câmara Municipal de Ponta Delgada e uma notável paciência para esperar pela sua vez.
Parecia ponderado, ainda que com tendências para falar e não dizer nada.
Um certo abuso nos lugares comuns. Acho que para disfarçar alguma falta de “cultura geral”.
Que é uma vantagem nos Açores.
Escolhe, no entanto, um bom secretário regional e durante algum tempo “autorizou limpezas moderadas”, nos vícios.
Talvez por influência dos outros partidos da coligação? Não sei.
Que vícios?
Os abusos e incompetências no serviço público de saúde para beneficiar uma minoria.
Como?
Com vários serviços de saúde privados “salivando pelo lucro” num “lobby” brutal para preencher os espaços e as dificuldades do serviço público.
E qual é o mal? Não “vivemos em capitalismo”?
É que o “caos” no serviço público de saúde regional é, no essencial, responsabilidade de quem mais lucra no privado.
E a limpeza dos vícios incomoda quem está na saúde pela ganância.
Quanto pior no hospital de Ponta Delgada, melhor para o lucro nos privados.
Para os grandes investimentos.
Para os pequenos investimentos.
E para todos os que estão no negócio.
Até a maioria da comunicação social de São Miguel!
Bolieiro não aguentou a pressão.
Uma tristeza.