Adorei a entrevista de ontem do Telejornal sobre o nosso hospital. O tema era importante, já se sabe, mas o cenário estava muito bonito, elas também lindas, a pivot é vestida pela Sayonara, a doutora certamente não necessita desses patrocínios e estava impecável, ambas penteadas pela Debora Hair Studio (pelo menos a crer nos créditos que aparecem no fim). E ambas condiziam com o cenário.
A fluidez com que a entrevista correu compôs o ramalhete, com muitos sorrisos, alguns quase cúmplices, tudo muito relaxado como uma conversa em família. Com a outra, da Ordem, as entrevistas são sempre mais tensas, parece-me um pouco carrancuda, mas esta não, muito fixe. E claramente que se sentiu no ar um certo desafogo, uma espécie de respirar de alívio, o ambiente já não está de morrer – pelo contrário, está excelente. Ainda bem!
Foi também bastante elucidativa. Ficamos todos a saber que o problema afinal foi exclusivamente da “falta de diálogo”, porque quando há falta de diálogo, os médicos do SU (e só os médicos do SU) sentem “mal estar, descontentamento e desmotivação”. Que (subentende-se) a conversa do Vice foi apenas “a gota de água”, mas que fica resolvido com a demissão da presidente do CA e não há problema nenhum contra os restantes membros. Que os outros problemas principais são de carreira mas sobretudo de instalações físicas (que curiosamente são um problema muito antigo, pois os anteriores governos nunca fizeram obra nenhuma no hospital, mas subentende-se que ficaram piores com a falta de diálogo). E tudo porque a presidente demissionária não era “líder”, porque um bom presidente (o próximo) será “uma pessoa que sabe liderar, e quem lidera não impõe as coisas, dialoga, faz concertação e chega às conclusões em conjunto”. Hum…
Portanto, não há nada de errado com a produtividade, que está “muito boa e é para continuar” (afinal deve ser algo extremamente simples); no dia 1 de Janeiro já não há cansaço (o que é uma recuperação bastante rápida, embora possa também ter a ver com o facto da sua contagem voltar a zeros); e os doentes afinal adoram o HDES.
Foi mesmo só a falta de diálogo que levou a isto tudo. Tipo, se a chefa pede para fazer alguma coisa e os subordinados disserem que não, é não e prontos!
Conclusão minha, que sou muito esperto: vou dizer ao BE para propor na Assembleia Regional que a partir de agora a pessoa que for nomeada para presidir ao conselho de administração do HDES seja por indicação dos médicos do SU (só eles, os outros não têm a ver com este filme), de preferência em eleição democrática entre eles para ser ainda mais fino e transparente. Talvez nomear uma comissão representativa, com um presidente (pode ser esta doutora, que é bonita, fala bem e ontem já estava a representar acho que 25 diretores). Depois arranja-se umas regras mais claras, tipo se é por maioria simples ou qualificada, e por aí adiante.
Este episódio revela que o SU, unido, jamais será vencido! E isso acho que muda muita coisa cá na terrinha. Irão os do Internamento fazer o mesmo se não gostarem da opção do SU? E os do Bloco?
Oh mãe, já me dói a cabeça… Isto de viver nos Açores não é para qualquer um…