Categoria: saude medicina droga

  • a peste e o medo

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    28 de fevereiro de 2020

    A peste e o medo

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    “Dois homens batem à porta. ‘Bom dia, minha senhora, viemos para instalar o medo. E, vai ver, é uma categoria’” [A instalação do medo, Rui Zink, edição Teodolito 2012]. O medo é uma categoria, não há dúvida. E está bem instalado. Desta vez, o nome do agente é Covid-19 e Portugal não ficará imune. Preparado para viver em tempos de peste?

    “A primeira coisa que a peste trouxe aos nossos concidadãos foi o exílio”, escreve Albert Camus na sua obra-prima A peste (1947), uma parábola sobre a ocupação de França pelos nazis durante a II Guerra Mundial que é uma peça de resistência mas também o desnudar da natureza humana em tempo de epidemias: expõem-se a solidariedade mas também a solidão, a desorientação, o açambarcamento, a desesperança, a discriminação, o pânico…

    Sara Sofia Gonçalves está a viver no principal centro europeu da epidemia. “À parte lidar com chamadas de familiares, estudar em Milão em plena crise de um coronavírus altamente contagioso tem sido tranquilo. Estou a estudar e a viver há quase dois meses em Milão, ao abrigo do programa Erasmus. Desde o último fim-de-semana, as medidas de prevenção têm-se feito sentir de alguma forma no meu dia-a-dia. Não há aulas. Mas ‘calma’ é ainda a palavra de ordem”, escreveu para o P3.

    Calma! “Você provavelmente vai ter o coronavírus” é o título de um longo artigo publicado esta semana na revista The Atlantic onde se avança com a hipótese de a “época das constipações e gripe poder tornar-se a época das constipações, gripe e Covid-19”. Então é caso para entrar em pânico? Não, responde a Andrea Cunha Freitas, citando muitos especialistas que defendem precisamente o contrário, que temos que aprender a viver com ele: “O novo coronavírus pode vir a entrar na rotina dos nossos Invernos e até, quem sabe, vir a ter uma vacina como existe para a gripe sazonal”.

    O medo é pior do que o vírus”, escreveu o Pedro Esteves esta sexta-feira. “Logo a seguir, vem a ignorância” e é por isso que ele fala sobre os verdadeiros riscos do vírus e da doença, lembrando que a mortalidade por esta forma de pneumonia é na ordem dos 2%. “A única forma sã de lidar com o problema é assumir que o vírus chegou a Portugal e que temos de aprender a lidar com ele”. E você, já sabe o que fazer?

    De que serve fechar fronteiras, exigir que se mostrem passaportes, encostar um termómetro a uma testa de um qualquer de nós assintomático? O historiador Manuel Loff conjectura que “de alguma coisa serve. Serve para continuar a alimentar esta cultura do medo coletivo que tem alastrado desde o 11 de Setembro. O medo, sabemo-lo há muito, ‘é um indicador de poder (…) uma emoção essencial na arte de governar’ […] Não surpreende que estes sejam tempos de racismo e de neofascismo”.

    Certo é que estamos já numa nova fase em que o Covid-19 já se espalha mais rapidamente pelo resto do mundo do que na China. Mas ainda que o acelerar do surto esteja a gerar uma preocupação assumida no seio da União Europeia (UE), a situação não é, para já, considerada motivo de pânico, insistindo Bruxelas na necessidade de coordenação dos Estados-membros “em tempo real” para enfrentar um fenómeno que é “dinâmico”. Uma das grandes preocupações das instituições prende-se com os efeitos negativos nos mercados financeiros.

    Outros contágios

    Sabe-se como também são contagiosas as perdas financeiras dos bancos e como os seus efeitos se propagam em ondas de choque sobre as populações. No caso português mais grave, o remédio encontrado para o colapso do BES foi dividir o banco em dois, lembra-se? O banco bom era o Novo Banco e ainda assim, seis anos depois, continuamos a pagá-lo. Este ano, o Novo Banco vai pedir ao Fundo de Resolução 1037 milhões de euros por conta dos resultados de 2019. Em três anos, o banco que nasceu do fim do BES já foi buscar ao Mecanismo de Capital Contingente quase 3000 milhões de euros.

    O problema das dívidas angolanas à construção portuguesa está igualmente longe de estar resolvido. Perdões elevados, problemas de certificação e efeitos cambiais penalizadores deixam empresas fragilizadas e preocupadas, uma situação que já contagiou o próprio FMI. Recorde-se que o montante das dívidas de Angola às construtoras portuguesas está estimado em cerca de 500 milhões de euros, resultado de um passivo que se acumulou durante décadas.

    A ver passar aviões

    Desta vez parece que não é por falta de dinheiro que o novo aeroporto de Lisboa avança. O Governo aposta tudo na solução Montijo, conseguiu o parecer favorável, ainda que condicionado, da Agência Portuguesa do Ambiente, mas está a esbarrar na vontade de dois autarcas do PCP que, por força da lei, têm poder de veto sobre a obra. Aqui d’el-rey, mude-se a lei, bradou o ministro das Infraestruturas em nome do Governo. Para isso precisaria do apoio do PSD que, por sua vez, já veio dizer que não. Rui Rio quer afastar o partido desse dossier e sugere que o Governo dialogue com os municípios em causa.

    E quem são os autarcas que estão a enfrentar ‘Golias’? Um é professor de Matemática, no ensino básico, o outro engenheiro civil. Rui Garcia, 57 anos, presidente da Câmara da Moita, e Joaquim Santos, 44 anos, do Seixal, estão irredutíveis quanto à possibilidade de o aeroporto ser construído no Montijo. “A nossa posição está fundamentada, não é um capricho nem uma estratégia político-partidária. Não estamos à venda”, dizem.

    Já no Reino Unido, a expansão do aeroporto Heathrow, o maior da área de Londres, foi travada por um tribunal de recurso britânico por não terem sido considerados devidamente os compromissos do Governo no cumprimento das metas do Acordo de Paris. É a primeira vez que este acordo internacional, que procura conter o aumento da temperatura do planeta, serve de base a uma decisão judicial.

    O Observatório da Emigração confirmou esta semana uma tendência que já se prenunciava: no ano passado, antes que o Brexit começasse a doer, os emigrantes portugueses correram a instalar-se no Reino Unido antes que o Brexit começasse a “doer”. Em 2019, as autoridades britânicas registaram a entrada de 24.593 portugueses, o que traduziu um aumento de 30% comparativamente com o ano anterior.

    Estado de alarme

    Depois do ataque do regime sírio que matou 33 soldados turcos na fronteira entre os dois países, a Turquia avisou a Europa que não vai continuar a impedir a saída de refugiados da sua costa, o que lança um alerta vermelho a Bruxelas. Mesmo antes deste episódio, de consequências imprevisíveis, já a tensão e a violência estavam a explodir nas ilhas gregas onde estão mais refugiados – Lesbos, Samos e Quios, mais perto da Turquia. O novo Governo grego quer construir campos completamente fechados para os migrantes, contra a vontade das autoridades locais.

    É preciso criar um estado de alarme que acorde as consciências”. A afirmação de Lídia Jorge numa das entrevistas de fundo que marcam os 30 anos do PÚBLICO (de que pode ouvir uma parte neste podcast) refere-se a outro tipo de vírus do nosso tempo: os populismos, a ignorância, a mentira institucionalizada que se propaga incontrolavelmente nas redes sociais. A romancista lança um desafio directo aos intelectuais, aos professores, aos jornalistas, pedindo-lhes “uma atitude de resistência”. E afirma a sua esperança nos jovens, que começam a manifestar-se, a “ensaiar” resistências colectivas, a “sentir que têm força e podem unir-se em torno de causas”.

    No Brasil, o Carnaval que esta semana desfilou em todo o seu esplendor, também serviu como forma de resistência social e cultural. Uma das bandeiras foi o combate ao assédio e importunação sexual, numa época particularmente sensível para as mulheres. Em 2019, houve 348 queixas de importunação sexual durante o mês de Março, quando decorreu o Carnaval, em São Paulo, de acordo com o governo estadual. O novo correspondente do PÚBLICO no Brasil, o João Ruela Ribeiro, saiu à rua para nos contar como a sociedade brasileira tem começado a despertar para o problema.

    Portugal na berra

    Mais de 500 anos depois dos Descobrimentos, Portugal volta a ter “um papel pioneiro e de liderança no Atlântico”. Q​uem o afirma é Yasser Omar, que faz parte do projecto de investigação para o lançamento de novos cabos de comunicações submarinos entre Portugal continental, Açores e Madeira. Os novos cabos permitirão a investigação científica nas alterações climáticas, na oceanografia, geofísica e sismologia. “É a oportunidade de Portugal ser pioneiro no mundo em lançar uma infra-estrutura de telecomunicações que tem também esta componente científica, tecnológica e de aplicação à protecção civil e dar o exemplo ao mundo.”

    No turismo, Portugal continua na berra. Desta feita, conquistou três lugares na lista das 10 melhores praias de nudismo do mundo. Um feito, tendo em conta que só há nove praias oficiais de naturismo no país. A Bela Vista da Caparica, a das Adegas, em Odeceixe, e a Barreta de Faro são belas praias, com menos ou mais têxteis no cenário. Vale a pena visitá-las, antes que sejam invadidas no Verão. Com temperaturas como as que temos tido em Fevereiro, já muita gente deu por aberta a época balnear. E você?

    Esteja onde estiver, faça o que fizer, com mais máscara e menos medo,

    Bom fim de semana!

    Leonete Botelho
    leonete.botelho@publico.pt
    28 de fevereiro de 2020

    A peste e o medo

    “Dois homens batem à porta. ‘Bom dia, minha senhora, viemos para instalar o medo. E, vai ver, é uma categoria’” [A instalação do medo, Rui Zink, edição Teodolito 2012]. O medo é uma categoria, não há dúvida. E está bem instalado. Desta vez, o nome do agente é Covid-19 e Portugal não ficará imune. Preparado para viver em tempos de peste?

    “A primeira coisa que a peste trouxe aos nossos concidadãos foi o exílio”, escreve Albert Camus na sua obra-prima A peste (1947), uma parábola sobre a ocupação de França pelos nazis durante a II Guerra Mundial que é uma peça de resistência mas também o desnudar da natureza humana em tempo de epidemias: expõem-se a solidariedade mas também a solidão, a desorientação, o açambarcamento, a desesperança, a discriminação, o pânico…

    Sara Sofia Gonçalves está a viver no principal centro europeu da epidemia. “À parte lidar com chamadas de familiares, estudar em Milão em plena crise de um coronavírus altamente contagioso tem sido tranquilo. Estou a estudar e a viver há quase dois meses em Milão, ao abrigo do programa Erasmus. Desde o último fim-de-semana, as medidas de prevenção têm-se feito sentir de alguma forma no meu dia-a-dia. Não há aulas. Mas ‘calma’ é ainda a palavra de ordem”, escreveu para o P3.

    Calma! “Você provavelmente vai ter o coronavírus” é o título de um longo artigo publicado esta semana na revista The Atlantic onde se avança com a hipótese de a “época das constipações e gripe poder tornar-se a época das constipações, gripe e Covid-19”. Então é caso para entrar em pânico? Não, responde a Andrea Cunha Freitas, citando muitos especialistas que defendem precisamente o contrário, que temos que aprender a viver com ele: “O novo coronavírus pode vir a entrar na rotina dos nossos Invernos e até, quem sabe, vir a ter uma vacina como existe para a gripe sazonal”.

    O medo é pior do que o vírus”, escreveu o Pedro Esteves esta sexta-feira. “Logo a seguir, vem a ignorância” e é por isso que ele fala sobre os verdadeiros riscos do vírus e da doença, lembrando que a mortalidade por esta forma de pneumonia é na ordem dos 2%. “A única forma sã de lidar com o problema é assumir que o vírus chegou a Portugal e que temos de aprender a lidar com ele”. E você, já sabe o que fazer?

    De que serve fechar fronteiras, exigir que se mostrem passaportes, encostar um termómetro a uma testa de um qualquer de nós assintomático? O historiador Manuel Loff conjectura que “de alguma coisa serve. Serve para continuar a alimentar esta cultura do medo coletivo que tem alastrado desde o 11 de Setembro. O medo, sabemo-lo há muito, ‘é um indicador de poder (…) uma emoção essencial na arte de governar’ […] Não surpreende que estes sejam tempos de racismo e de neofascismo”.

    Certo é que estamos já numa nova fase em que o Covid-19 já se espalha mais rapidamente pelo resto do mundo do que na China. Mas ainda que o acelerar do surto esteja a gerar uma preocupação assumida no seio da União Europeia (UE), a situação não é, para já, considerada motivo de pânico, insistindo Bruxelas na necessidade de coordenação dos Estados-membros “em tempo real” para enfrentar um fenómeno que é “dinâmico”. Uma das grandes preocupações das instituições prende-se com os efeitos negativos nos mercados financeiros.

    Outros contágios

    Sabe-se como também são contagiosas as perdas financeiras dos bancos e como os seus efeitos se propagam em ondas de choque sobre as populações. No caso português mais grave, o remédio encontrado para o colapso do BES foi dividir o banco em dois, lembra-se? O banco bom era o Novo Banco e ainda assim, seis anos depois, continuamos a pagá-lo. Este ano, o Novo Banco vai pedir ao Fundo de Resolução 1037 milhões de euros por conta dos resultados de 2019. Em três anos, o banco que nasceu do fim do BES já foi buscar ao Mecanismo de Capital Contingente quase 3000 milhões de euros.

    O problema das dívidas angolanas à construção portuguesa está igualmente longe de estar resolvido. Perdões elevados, problemas de certificação e efeitos cambiais penalizadores deixam empresas fragilizadas e preocupadas, uma situação que já contagiou o próprio FMI. Recorde-se que o montante das dívidas de Angola às construtoras portuguesas está estimado em cerca de 500 milhões de euros, resultado de um passivo que se acumulou durante décadas.

    A ver passar aviões

    Desta vez parece que não é por falta de dinheiro que o novo aeroporto de Lisboa avança. O Governo aposta tudo na solução Montijo, conseguiu o parecer favorável, ainda que condicionado, da Agência Portuguesa do Ambiente, mas está a esbarrar na vontade de dois autarcas do PCP que, por força da lei, têm poder de veto sobre a obra. Aqui d’el-rey, mude-se a lei, bradou o ministro das Infraestruturas em nome do Governo. Para isso precisaria do apoio do PSD que, por sua vez, já veio dizer que não. Rui Rio quer afastar o partido desse dossier e sugere que o Governo dialogue com os municípios em causa.

    E quem são os autarcas que estão a enfrentar ‘Golias’? Um é professor de Matemática, no ensino básico, o outro engenheiro civil. Rui Garcia, 57 anos, presidente da Câmara da Moita, e Joaquim Santos, 44 anos, do Seixal, estão irredutíveis quanto à possibilidade de o aeroporto ser construído no Montijo. “A nossa posição está fundamentada, não é um capricho nem uma estratégia político-partidária. Não estamos à venda”, dizem.

    Já no Reino Unido, a expansão do aeroporto Heathrow, o maior da área de Londres, foi travada por um tribunal de recurso britânico por não terem sido considerados devidamente os compromissos do Governo no cumprimento das metas do Acordo de Paris. É a primeira vez que este acordo internacional, que procura conter o aumento da temperatura do planeta, serve de base a uma decisão judicial.

    O Observatório da Emigração confirmou esta semana uma tendência que já se prenunciava: no ano passado, antes que o Brexit começasse a doer, os emigrantes portugueses correram a instalar-se no Reino Unido antes que o Brexit começasse a “doer”. Em 2019, as autoridades britânicas registaram a entrada de 24.593 portugueses, o que traduziu um aumento de 30% comparativamente com o ano anterior.

    Estado de alarme

    Depois do ataque do regime sírio que matou 33 soldados turcos na fronteira entre os dois países, a Turquia avisou a Europa que não vai continuar a impedir a saída de refugiados da sua costa, o que lança um alerta vermelho a Bruxelas. Mesmo antes deste episódio, de consequências imprevisíveis, já a tensão e a violência estavam a explodir nas ilhas gregas onde estão mais refugiados – Lesbos, Samos e Quios, mais perto da Turquia. O novo Governo grego quer construir campos completamente fechados para os migrantes, contra a vontade das autoridades locais.

    É preciso criar um estado de alarme que acorde as consciências”. A afirmação de Lídia Jorge numa das entrevistas de fundo que marcam os 30 anos do PÚBLICO (de que pode ouvir uma parte neste podcast) refere-se a outro tipo de vírus do nosso tempo: os populismos, a ignorância, a mentira institucionalizada que se propaga incontrolavelmente nas redes sociais. A romancista lança um desafio directo aos intelectuais, aos professores, aos jornalistas, pedindo-lhes “uma atitude de resistência”. E afirma a sua esperança nos jovens, que começam a manifestar-se, a “ensaiar” resistências colectivas, a “sentir que têm força e podem unir-se em torno de causas”.

    No Brasil, o Carnaval que esta semana desfilou em todo o seu esplendor, também serviu como forma de resistência social e cultural. Uma das bandeiras foi o combate ao assédio e importunação sexual, numa época particularmente sensível para as mulheres. Em 2019, houve 348 queixas de importunação sexual durante o mês de Março, quando decorreu o Carnaval, em São Paulo, de acordo com o governo estadual. O novo correspondente do PÚBLICO no Brasil, o João Ruela Ribeiro, saiu à rua para nos contar como a sociedade brasileira tem começado a despertar para o problema.

    Portugal na berra

    Mais de 500 anos depois dos Descobrimentos, Portugal volta a ter “um papel pioneiro e de liderança no Atlântico”. Q​uem o afirma é Yasser Omar, que faz parte do projecto de investigação para o lançamento de novos cabos de comunicações submarinos entre Portugal continental, Açores e Madeira. Os novos cabos permitirão a investigação científica nas alterações climáticas, na oceanografia, geofísica e sismologia. “É a oportunidade de Portugal ser pioneiro no mundo em lançar uma infra-estrutura de telecomunicações que tem também esta componente científica, tecnológica e de aplicação à protecção civil e dar o exemplo ao mundo.”

    No turismo, Portugal continua na berra. Desta feita, conquistou três lugares na lista das 10 melhores praias de nudismo do mundo. Um feito, tendo em conta que só há nove praias oficiais de naturismo no país. A Bela Vista da Caparica, a das Adegas, em Odeceixe, e a Barreta de Faro são belas praias, com menos ou mais têxteis no cenário. Vale a pena visitá-las, antes que sejam invadidas no Verão. Com temperaturas como as que temos tido em Fevereiro, já muita gente deu por aberta a época balnear. E você?

    Esteja onde estiver, faça o que fizer, com mais máscara e menos medo,

    Bom fim de semana!

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  • Mecca shuts gates as Covid-19 migrates from Iran – Asia Times

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    The Kingdom of Saudi Arabia, which controls Islam’s holiest sites, on Thursday announced it would “temporarily suspend” the entry of pilgrims to Mecca and Medina to keep the coron…

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  • Coronavírus: criança ficou sozinha em casa com o avô que tinha morrido – Mundo – SÁBADO

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    Devido ao estado de sítio decretado na província chinesa onde os dois habitavam, a criança ficou retida em casa junto do avô que tinha morrido. Caso está a causar indignação na China. – Mundo , Sábado.

    Source: Coronavírus: criança ficou sozinha em casa com o avô que tinha morrido – Mundo – SÁBADO

  • O mundo “simplesmente não está pronto” para enfrentar a epidemia, diz OMS – Açoriano Oriental

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    O especialista que liderou a equipa da Organização Mundial de Saúde (OMS) enviada à China disse esta terça feira que o mundo “simplesmente não está pronto” para enfrentar a epidemia do novo coronavírus.

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  • controlo do coronavirus na china

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    “Sistema de gestão de rede” no combate ao vírus.

    Já passou um mês desde que a cidade de Wuhan foi fechada (dia 23 de janeiro) e que grande parte das províncias chinesas adotaram medidas de prevenção e controlo contra a epidemia.

    O sistema de rede foi um dos modelos adotados na China continental para estancar o novo vírus.

    O modelo está a suscitar crítica social devido a abusos de alguns funcionários.

    O Governo tem incentivado a que a população fique em casa e que se evite o fluxo de pessoas, de forma a controlar a transmissão da doença.

    Na maior parte das cidades chinesas repete-se o cenário: metrópoles vazias, com as principais artérias sem gente.

    Tirando supermercados, lojas de conveniência e farmácias que fornecem produtos de necessidade diária, quase todos os restaurantes, shoppings, lojas, templos, museus e outros locais turísticos onde se juntavam multidões estão agora fechados.

    Várias autoestradas estão também parcialmente encerradas.

    Diversas medidas de prevenção foram implementadas por todo o país, com algumas diferenças conforme a gravidade da situação em cada cidade e província.

    As medidas e a sua eficácia, que abrangem uma área de 9,6 milhões de quilómetros quadrados e uma população de 1,3 mil milhões de pessoas, puseram à prova a liderança do país.

    A China implementou um sistema de gestão de rede, através do qual as ordens e medidas de prevenção são decididas pelos órgãos no cimo da hierarquia e gradualmente transmitidas às autoridades locais e, finalmente, aos habitantes.

    Segundo o Nanfang Daily, um jornal de Guangdong, nos últimos anos a província tem implementado o sistema.

    Por norma, cada rede inclui cerca de 300 a 500 famílias ou 1000 pessoas.

    As cerca de 25.932 comunidades de toda a província estão divididas em 140 mil redes, que contam com 177.382 “operadores”, funcionários incumbidos de implementar e transmitir a nível local as ordens definidas pelo Governo central, provincial ou local.

    Graças a um grande número de “operadores de rede”- funcionários das comissões de administração locais ou membros do Partido – é possível controlar a implementação de medidas de administração a nível local.

    As comissões locais são a base das zonas urbanas chinesas e servem de intermediário entre o Governo e a população, embora o partido possa também criar filiais dentro das mesmas.

    Controlo máximo

    O distrito de Xiangzhou em Zhuhai, uma das principais zonas urbanas da cidade, criou também um sistema de administração em rede de três níveis, cobrindo mais de 260 mil famílias.

    Departamentos a vários níveis assumem a liderança de operadores de rede, como profissionais de saúde, polícia local, membros da força de defesa e funcionários de serviços sociais, na promoção das medidas de prevenção da epidemia.

    No local onde moro, uma comunidade residencial em Zhuhai, Guangdong, constituída por mais de 200 edifícios e com cerca de cinco a seis mil habitantes, todos os anos, na altura do Ano Novo Chinês, várias famílias recebem parentes do Norte do país, que vêm para Zhuhai para fugir às temperaturas frias, vendo-se por isso muita gente de fora.

    Desde o início desta época de ano novo que as comissões exigem que qualquer pessoa que venha para Zhuhai, especialmente da província de Hubei, se registe e declare a entrada.

    Os funcionários visitam também todas as habitações para confirmar se existe alguém de Hubei a viver nas mesmas.

    No caso de haver, é exigido que os residentes de Hubei passem por um período de quarentena e isolamento de 14 dias com a temperatura a ser medida diariamente.

    Será também entregue um comunicado na habitação caso seja necessário que todos os residentes entrem em isolamento.

    No dia 3 de fevereiro foram confirmados dois novos casos na cidade, levando a que as medidas de prevenção fossem reforçadas.

    Limitou-se a entrada de pessoas na cidade e foi implementada uma medição de temperatura na fronteira.

    Além dos esforços das equipas de limpeza em garantir que corrimões e elevadores são limpos diariamente para prevenir a transmissão do vírus, foram também desinfetadas as ruas.

    Quase todas as lojas em ruas comerciais da cidade estão fechadas desde o início deste mês devido a exigências do Governo.

    Porém, com o retorno da população aos empregos, e de forma a prevenir grandes fluxos de população, começaram a ser emitidos cartões de residência que, à semelhança dos bilhetes de identidade, devem andar sempre com os próprios.

    O trabalho de controlo é feito através de “operadores de rede”.

    As comunidades estão divididas em grupos de cerca de 200 edifícios, cada um com um grupo de WeChat específico, no qual um “operador” informa regularmente os habitantes sobre as formas corretas de limpeza, controlo, prevenção e isolamento, além de responder a outras necessidades das famílias.

    O sistema de rede determina também que os funcionários tenham algum nível de autoridade, podendo decidir quem tem de ficar em isolamento, quem está limitado de viajar, e até quem pode ou não voltar para casa.

    Entretanto, já foram denunciadas violações de autoridade por parte de alguns “operadores”, sobretudo através do Weibo.

    Alguns dos exemplos de abusos incluem uma família que foi atacada por um “voluntário” enquanto estava em casa a jogar mahjong, a quarentena de 14 dias forçada sobre um grupo de pessoas que estava a fazer exercício sem máscara, e residentes impedidos de entrar nas próprias casas por estarem a voltar de outro local.

    As críticas nas redes sociais levaram a que na maioria dos casos as autoridades locais agissem, obrigando, por exemplo, a que a família que estava a jogar mahjong recebesse um pedido de desculpas do operador em causa.

    Wendi Song.
    Plataforma Macau, 21 de Fevereiro de 2020.

    https://www.plataformamacau.com/…/sistema-de-gestao-de-red…/

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  • Um robô para ajudar a combater coronavírus | Euronews

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    Robô é usado em hospital de Pequim para entregar medicamentos, medir temperaturas e instruir pacientes

    Source: Um robô para ajudar a combater coronavírus | Euronews