gouveia e melo? de pé atrás

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【A CAUSA DAS COISAS】
Confesso que há algo que me deixa de “pé atrás” no Almirante Gouveia e Melo e não é de agora, nem sequer a propósito da sua última intervenção no caso da fragata NRP Mondego”, que foi, convenhamos, lastimável, grosseira, sem sentido da posição que ocupa. A coisa tem mesma a ver com aquele “feeling”, que não se consegue perceber do porquê, mas que nos leva a desconfiar da “esmola”. Numa entrevista ao “Nascer do Sol” de 27 de Junho de 2021, reproduzida no Jornal Expresso, produziu uma sequência de explicações que vêm, do meu ponto de vista, corroborar as minhas desconfianças:
“Sou impiedoso com os malandros”
“Para fazer um retiro espiritual, tinha de ter duas coisas: uma corda e uma árvore para me enforcar
“Não gosto de beber. Beber e sentir que podia perder o controlo fazia-me muita aflição. Uma vez, bebi uma cerveja: aquilo era amargo. Foi a última”
“Nos exercícios da NATO sou o mais sanguinário possível. Se entra um inglês no exercício, é o primeiro que ataco porque lhes quero tirar o snobismo. Não gosto de snobes. Aos franceses também não perdoo, porque são chauvinistas, e os alemães também não deixo escapar porque tenho família judaica”.
Desconfio e creio que muitos desconfiam que as ambições são bem mais além da actual, será, porventura, chegar à presidência da república, mas palpita-me que pelo perfil, se lá chegar, será uma magistratura muito controversa e criadora de muita instabilidade institucional, mas posso estar enganado.
Gouveia e Melo: 'Faço o que tiver de fazer e sou impiedoso com os malandros'
SOL.SAPO.PT
Gouveia e Melo: ‘Faço o que tiver de fazer e sou impiedoso com os malandros’
    • Fernanda Ferreira

      Os malandros eu até engulo. Mas para classificar alguém de malandro é ele o juiz… O que me faz algum comichão. De resto, as respostas são extremamente controversas. Adoro a forma obtusa como ele vê as nacionalidades. Só que não.
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    • José Brandão de Sousa

      Caro Artur, que tem de mal ser impiedoso com os malandros? Também devem ser considerados heróis como querem fazer dos insurretos do NRP Mondego?
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Parlamento aprova audição de ministra da Defesa e almirante Gouveia e Melo

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Parlamento aprova audição de ministra da Defesa e almirante Gouveia e Melo
Lisboa, 21 mar 2023 (Lusa) – A comissão parlamentar de Defesa aprovou hoje por unanimidade a audição da ministra Helena Carreiras e do chefe do Estado-Maior da Armada, na sequência da polémica que envolveu o navio ‘Mondego’.
O requerimento, apresentado pela Iniciativa Liberal, foi aprovado na comissão parlamentar de Defesa por unanimidade, sendo que apenas estavam presentes deputados do PS, PSD, Chega e IL.
Quanto ao facto de a audição decorrer à porta aberta ou fechada, devido à sensibilidade de temas relacionados com a operacionalidade de meios militares, os deputados acordaram em consultar previamente a ministra Helena Carreiras e o almirante Henrique Gouveia e Melo antes de tomar uma decisão.
Já a iniciativa apresentada pelo Chega, que tinha como objetivo ouvir as mesmas entidades, foi chumbada com o voto contra do PS.
No passado dia 11 de março, o Navio da República Portuguesa (NRP) ‘Mondego’ falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares terem recusado embarcar, alegando razões de segurança.
O Ministério Público suspendeu na segunda-feira a audição destes militares por decisão da procuradora para analisar o processo com mais detalhe, foi anunciado pela defesa.
Os militares em causa iam ser ouvidos pela Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal após participação feita pela Marinha.
O ramo também já instaurou processos disciplinares.
ARL (TA/FC/SF) // SF
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a marinha lusa a meter água

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CASO MONDEGO – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
O ex-HDMS Glenten (P557) esteve ao serviço da Marinha Real Dinamarquesa entre fevereiro de 1992 e outubro de 2010, tendo sido vendido a Portugal em outubro de 2014 e rebaptizado com o nome de NRP Mondego (P592), sendo o terceiro navio da classe Tejo. Foi aumentado ao efectivo dos navios da Marinha Portuguesa em 5 de maio de 2016 e passou ao estado de armamento em 12 de junho de 2018. Integra o conjunto de cinco navios da ex-classe Flyvefisken adquiridos à Marinha Real Dinamarquesa.
A propulsão do NRP Mondego (P592) é combinada diesel e turbina a gás (CODAG), com três veios propulsores. Cada um dos dois motores diesel MTU 16V 396TB94 acciona um veio com hélice de passo variável. Uma turbina a gás General Electric LM500 acciona um veio central com hélice de passo fixo. Em condições normais, sem limitações, os dois motores asseguram uma velocidade de 20 nós. Com a turbina a velocidade do navio pode atingir os 28 nós.
O navio tem um propulsor de proa, lemes estabilizadores activos e um sistema de automação de toda a plataforma (Lyngso Marine).
Antes da transferência do ex-HDMS Glenten para a Marinha Portuguesa, foram retirados todos os sistemas de armas e respectivos sensores e sistemas de comando e controlo como se pode ver na imagem.
Analisada a lista de avarias divulgada pelos treze militares da guarnição do NRP Mondego que formaram no cais em 11 de março de 2023, sábado, não cumprindo a ordem de largada para missão de acompanhamento de um navio russo, constata-se que o navio teria limitações operacionais significativas, nomeadamente em consequência da avaria de um dos dois motores principais e de um dos três geradores, alegadamente por falta de manutenção. Também por deficiente manutenção, existiriam ainda limitações significativas nos sistemas de segurança, em particular contra incêndios.
Com a margem de erro resultante de não conhecer a situação concreta dos sistemas do navio no dia do incidente de recusa de cumprimento da ordem de largada, admito que a saída do navio para o mar seria possível apesar das significativas limitações operacionais e de segurança. No entanto, dada a natureza e extensão das avarias que alegadamente e de acordo com o comunicado dos treze militares da guarnição já existiam com o navio atracado ao cais do Funchal, afigura-se que teria sido ajuizado e prudente tirar partido dessa circunstância para proceder à sua reparação e não correr o risco de um agravamento da situação operacional e de segurança do navio quando estivesse a navegar em mar alto. É de notar que uma parte significativa dessa reparação acabou por ser feita nos dias imediatos, aproveitando a permanência do navio na situação de atracado.
Relativamente à propulsão, é curioso que nem o comandante nem o CEMA tenham referido a turbina, dado que aparentemente é uma redundância do sistema e poderia evitar que o navio ficasse a pairar por avaria do segundo motor principal. Será que não está operacional ou o navio não tem pessoal habilitado para a operar?
Na entrevista que deu à SIC do passado dia 17, o CEMA afirmou: “Portanto, este navio, de acordo com o relato que o comandante fez ao seu comando superior, o COMNAV, que é o comando operacional da Marinha, é que o navio estaria em condições de cumprir a missão. O próprio COMNAV, que lhe deu a ordem, disse: o senhor vai cumprir a missão, que era relativamente a uma distância curta da Madeira e com um tempo relativamente curto, mas se por acaso sentir dificuldades, tem a minha autorização para voltar para o porto do Funchal.”
Dada a alegada certeza do comandante e do COMNAV de que “o navio estaria em condições de cumprir a missão”, estranha-se que no planeamento da missão tenham posto a hipótese de, no caso de “sentir dificuldades”, o navio “voltar para o porto do Funchal”. Como essa será a solução de recurso normal para qualquer navio em dificuldades inesperadas quando a operar na área da Madeira, é estranha a sua evocação neste caso particular, a não ser que o comandante ou o COMNAV já dispusessem de informação sobre riscos acrescidos do navio vir a “sentir dificuldades”.
Na mesma entrevista à SIC do dia 17, o CEMA afirmou:
“E mais, na dúvida que pudesse, até por fora, haver alguma dúvida sobre o discernimento do comando e da linha de comando imediata dele, eu mandei fazer uma verificação através de outros organismos da Marinha, organismos técnicos, com grande experiência, construtores navais, engenheiros, pessoas muito especializadas, que foram à Madeira, tentar verificar se o navio estaria ou não em condições, face às avarias que tinha, de poder ir para o mar ou não. E a resposta que tive é que sim, ia para o mar com limitações, mas sem pôr a guarnição em risco. E essa resposta tem também, vai ter de certeza, um impacto na avaliação.”
Presume-se que a vistoria realizada por “construtores navais, engenheiros, pessoas muito especializadas,” terá sido realizada em data posterior ao incidente disciplinar do dia 11, quando provavelmente o motor avariado já estaria reparado, a fazer fé nas declarações do comandante do navio, também à SIC, no dia 15. Segundo o comandante do navio, o motor terá sido reparado no dia 12, domingo, e no dia 15 estaria em testes para ser dado “como 100% operacional.” Desconhece-se se no mesmo período terão sido reparadas outras avarias, havendo, no entanto, notícias de que teria sido enviado para a Madeira um número significativo de sobressalentes para o efeito. Se assim foi, a vistoria terá incidido sobre uma realidade diferente da que existiria no dia 11.
Por outro lado, sendo compreensível que a vistoria alegadamente realizada por “organismos técnicos” da Marinha tenha confirmado que o navio estava “em condições, face às avarias que tinha, de poder ir para o mar”, pois não era essa a questão principal, importa conhecer o relatório dessa vistoria, designadamente quanto à caracterização técnica das avarias e à avaliação dos consequentes riscos para a segurança do navio e da guarnição.
Complementarmente, dado que o comandante da Marinha defendeu publicamente que o incidente disciplinar deve ser investigado e julgado como crime, afigura-se conveniente que a situação do navio à data do incidente, ou seja, no dia 11, seja avaliada por uma entidade técnica competente e autónoma, não dependente do CEMA.
São estas as considerações técnicas que as notícias sobre o incidente do dia 11 no NRP Mondego me suscitam, tendo contudo consciência que pecam por se basearem em informação escassa e não validada por observadores independentes.
Imagem dos HDMS Glenten (P557) e NRP Mondego (P592)

Ambição sem princípios O almirante Gouveia e Melo

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« (…) Não é o estado de degradação do equipamento e armamento, veículos e navios, quartéis e outras instalações militares que é o mais grave nesta história. É a indisciplina revelada pelos marinheiros que se recusaram a sair num navio que estava em más condições. A insubordinação é uma das violações mais graves do ethos militar e, como tal, deve ser punida, e por muito que os marinheiros possam ter razão sobre o estado do navio, deviam cumprir ordens mesmo com o risco inerente.
Mas, mais grave do que isto é ver o almirante Gouveia e Melo chamar as televisões para mostrar a sua reprimenda aos marinheiros insubordinados, algo que, que eu saiba, é inédito num comandante militar ainda por cima num caso grave de indisciplina. Uma matéria que exigia a maior das discrições e que é suposto os militares não tratarem em público. Logo de seguida, o almirante fez ainda mais estragos na sua reputação e na da arma que dirige: afirmou que o que acontecera tinha como objectivo prejudicar as suas expectativas presidenciais, traduzidas nas sondagens, e que tal tinha a ver com a organização do PCP nas Forças Armadas. Exactamente o que nunca deveria ter dito, porque se coloca no mesmo plano dos insubordinados, eles actuando às ordens de um partido político, ele às ordens da sua ambição pessoal. (…)»
[José Pacheco Pereira, “Públco”, 18/03/2021]
Ambição sem princípios
PUBLICO.PT
Ambição sem princípios
O almirante Gouveia e Melo mostrou que a sua campanha está em curso e que não se coíbe de usar o cargo para obter notoriedade e vantagens.