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a partilha de África há 130 anos

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CONFERÊNCIA DE BERLIM: PARTILHA DE ÁFRICA FOI HÁ 130 ANOS

Posted: 27 Feb 2015 08:37 AM PST

 

Há 130 anos, em 1885, terminava na Alemanha um encontro de líderes europeus que ficou conhecido como Conferência de Berlim. O objetivo era dividir África e definir arbitrariamente fronteiras, que existem até hoje.

Tinha cinco metros o mapa que dominou o encontro em Berlim, que teve lugar na Chancelaria do Reich. Mostrava o continente africano, com rios, lagos, nomes de alguns locais e muitas manchas brancas.

Quando a Conferência de Berlim chegou ao fim, a 26 de fevereiro de 1885, depois de mais de três meses de discussões, ainda havia grandes extensões de África onde nenhum europeu tinha posto os pés.

Representantes de 13 países da Europa, dos Estados Unidos da América e do Império Otomano deslocaram-se a Berlim a convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para dividirem África entre si, “em conformidade com o direito internacional”. Os africanos não foram convidados para a reunião.

À excepção da Etiópia e da Libéria, todos os Estados que hoje compõem África foram divididos entre as potências coloniais poucos anos após o encontro. Muitos historiadores, como Olyaemi Akinwumi, da Universidade Estatal de Nasarawa, na Nigéria, consideram que a Conferência de Berlim foi o fundamento de futuros conflitos internos em África.

“A divisão de África foi feita sem qualquer consideração pela história da sociedade, sem ter em conta as estruturas políticas, sociais e económicas existentes.” Segundo Akinwumi, a Conferência de Berlim causou danos irreparáveis e alguns países sofrem até hoje com isso.

Novas fronteiras

Foram definidas novas fronteiras e muitas rotas de comércio desapareceram porque já não era permitido fazer negócios com pessoas fora da sua própria colónia.

Em muitos países, como foi o caso dos Camarões, os europeus desconsideraram completamente as comunidades locais e as suas necessidades, lembra o investigador alemão Michael Pesek, da Universidade de Erfurt.

“Os africanos aprenderam a viver com fronteiras que muitas vezes só existiam no papel. As fronteiras são importantes para a interpretação do panorama geopolítico de África, mas para as populações locais têm pouco significado”, defende.

Na década de 1960, quando as colónias em África começaram a tornar-se independentes, os políticos africanos tiveram a oportunidade de rever os limites coloniais. No entanto, não o fizeram.

“Em 1960, grande parte dos políticos africanos disse: se fizermos isso, então vamos abrir a caixa de Pandora”, explica Michael Pesek. “E provavelmente tinham razão. Se olharmos para todos os problemas que África teve nos últimos 80 anos, vemos que houve muitos conflitos internos, mas muito poucos entre Estados por causa de fronteiras.”

Compensações pelo colonialismo

Em 2010, no 125º aniversário da Conferência de Berlim, representantes de muitos países africanos em Berlim exigiram compensações para reparar os danos do colonialismo. A divisão arbitrária do continente africano entre as potências europeias foi um crime contra a humanidade, disseram em comunicado.

Defendiam, por exemplo, o financiamento de monumentos em locais históricos, a devolução de terra e outros recursos roubados e a restituição de bens culturais.

Mas, até hoje, nada disso foi feito. O historiador Michael Pesek não se mostra surpreendido. “Fala-se muito em compensações por causa do comércio de escravos e do Holocausto. Mas pouco se fala dos crimes cometidos pelas potências coloniais europeias durante os anos que passaram em África.”

O investigador nigeriano Olyaemi Akinwumi também não acredita que algum dia haverá qualquer tipo de indemnização.

Hilke Fischer / Madalena Sampaio – Deutsche Welle

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Histórias de Portugal e Marrocos- A Guerra de Arzila

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Asilah

Histórias de Portugal e Marrocos- A Guerra de Arzila

 

 

 

Após a conquista de Ceuta em 1415, Tânger torna-se uma obsessão para a coroa de Portugal. Em 1437 um grande e mal planeado ataque comandado pelo infante D. Henrique fracassa, constituindo um rude golpe para as aspirações portuguesas. A opção é então tomar Alcácer Ceguer, facto que ocorre em 1458, já no reinado de D. Afonso V. No ano de 1464 D. Afonso V faz uma nova tentativa para conquistar Tânger, seguida de outros ataques “menores”, todos sem sucesso. A tomada de Tânger revelava-se como difícil de concretizar.

Em 1471 organiza-se uma poderosa armada, a maior até então, para voltar ao estreito. Tendo Tânger como objectivo final, Portugal opta por atacar inicialmente Arzila, por vários motivos:

Em primeiro lugar porque o seu governador MulayAsh-Sheikh, filho do regente Lazeraque, estava ausente, empenhado num cerco a Fez para tomar o lugar do sultão. Em segundo lugar, porque tomada Arzila, Tânger ficaria isolada do resto do território de Marrocos, tornando-se numa presa fácil para Portugal. Finalmente, porque Arzila era uma praça rica, que constituía um dos locais de chegada do ouro do Mali, perspectivando-se um saque compensador. Este facto leva inclusivamente a que Martim Leme, mercador flamengo, tenha contribuído para o financiamento da expedição em troca de fazer comércio livre na praça após a sua conquista.

Á semelhança das empresas anteriores, organizam-se três armadas, no Porto, em Lisboa e em Lagos, juntando-se as forças nesta última cidade. No dia 18 de Agosto de 1471 a armada parte rumo a Arzila. Segundo Ruy de Pina eram 477 navios e 30.000 homens de desembarque, segundo Damião de Góis eram 338 velas e 24.000 homens.

“Ia nela a melhor gente de Portugal: D. Afonso e seu filho herdeiro do trono, D. João, de 16 anos de idade, que combateu valorosamente, como seu pai; entre os fidalgos o conde de Valença, D. Henrique de Meneses, capitão de Alcácer Ceguer, o conde de Monsanto, D. Alvaro de Castro, o conde de Marialva, D. João Coutinho, ambos mortos no combate à vila, e muitos outros.” (David Lopes)

A Guerra de Arzila

leia mais https://historiasdeportugalemarrocos.wordpress.com/2015/01/06/a-guerra-de-arzila/#more-3333

3 comments on “A Guerra de Arzila”

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Primeira carta náutica com linhas do geomagnetismo é portuguesa

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Primeira carta náutica com linhas do geomagnetismo é portuguesa

https://www.dn.pt/ciencia/interior/primeira-carta-nautica-com-linhas-do-geomagnetismo-e-portuguesa-4302284.html

por Filomena NavesHoje2 comentários Continuar a lerPrimeira carta náutica com linhas do geomagnetismo é portuguesa

Dinamarca e Egito há 3400 anos….

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Contas encontradas em túmulos dinamarqueses iguais às de Tutankhamon

https://www.dn.pt/globo/interior/contas-encontradas-em-tumulos-dinamarqueses-iguais-as-de-tutankhamon-4291160.html

por A. M.OntemComentar
A máscara mortuária de Tutankhamon
A máscara mortuária de Tutankhamon

Descoberta em túmulos da Idade do Bronze comprovam a existência de trocas comerciais entre a Dinamarca e o Antigo Egito há cerca de 3400 anos.

A investigação, levada a cabo por cientistas do Museu Nacional da Dinamarca e o Institut de Recherche sur les Archéomatériaux (IRAMAT) de França, mostra a existência de trocas comerciais entre a Dinamarca e o Antigo Egito há cerca de 3400 anos. Mas também um novo conhecimento sobre o culto do sul nos países nórdicos durante a Idade do Bronze.
Um dos túmulos dinamarqueses que originaram esta descoberta
Um dos túmulos dinamarqueses que originaram esta descoberta

As contas de vidro que originaram estas conclusões foram recolhidas por arqueólogos no final do século XIX e agora analisadas por uma técnica chamada espectrometria de massa com plasma.

Os resultados mostram que a composição química das contas de vidro encontradas nos túmulos da Dinamarca são iguais às fabricadas no Antigo Egito. Os cientistas afirmam ainda que o vidro é originário do mesmo local das peças de vidro azuis embutidas na máscara mortuária de Tutankhamon e outros faraós egípcios.

 

Castelo de Monforte ao abandono

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https://chaves.blogs.sapo.pt/419013.html

 

34 mins ·

Denunciar o que está mal: Castelo de Monforte ao abandono
O Castelo de Monforte, também referido como Castelo de Monforte de Rio Livre, em Trás-os-Montes, localiza-se na freguesia de Águas Frias, povoação de…

medo de debate na Grota do Medo (Ilha Terceira)

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http://www.rtp.pt/acores/index.php?article=32076&visual=3&layout=10&tm=7

http://www.rtp.pt/acores/sociedade/conjunto-megalitico-da-grota-do-medo-gera-debate-no-em-foco-video_32076

Conjunto megalítico da Grota do Medo gera debate no Em Foco (Vídeo)
Publicado: 2013-05-08 13:40:52 | Actualizado: 2013-05-08 13:42:19
Por: RTP Açores
http://www.rtp.pt/acores/index.php?article=32076&visual=3&layout=10&tm=7
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Há dois anos que os achados da Grota do Medo, na ilha Terceira, dividem a sociedade e a comunidade científica.
Quem construiu estas estas estruturas de pedra?

Já conhecido pelo conjunto megalítico da Grota do Medo, este complexo continua por desvendar: será uma estrutura pré-histórica? Serão construções mais recententes? Será obra da natureza?

Para o professor universitário Félix Rodrigues, estas pedras estranhas por ele encontradas numa mata no interior da ilha Terceira, “são propensas ao mistério”.

Félix Rodrigues, a antropóloga Antioneta Costa e o historiador Francisco Nogueira debatarem o complexo Megalítico da Grota do Medo, ontem, terça-feira, na RTP/Açores.

Pia esculpida numa rocha na ilha Terceira datada com 950 anos

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Pia esculpida numa rocha na ilha Terceira datada com 950 anos

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2014-10-15-Pia-esculpida-numa-rocha-na-ilha-Terceira-datada-com-950-anos (ver imagem aqui)

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/pia-esculpida-numa-rocha-na-ilha-terceira-datada-950-anos/pag/-1
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