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Há temas que alguns chamam fraturantes e eu designo como demasiado incómodos para discutir, e desde há muito tempo não discuto com ninguém: futebol descolonização ou religião. São experiências pessoais que em muito transcendem a lógica argumentativa e duma discussão dessas nunca sairiam resultados úteis.
Dito isto e respeitando as opiniões contrárias (eu não disse concordando), dei-me ao trabalho de contrapor a afirmação de que a descolonização das “províncias portuguesas” foi catastrófica e não uma descolonização exemplar como outros nos querem fazer crer.
Nem uma coisa nem outra, foi a descolonização possível, fora de tempo, forçada pelos grandes interesses das potencias mundiais num enorme jogo de dominó em que se manipularam os inexperientes portugueses saídos do 25 de abril para a dura tarefa de descolonizar.
Não foi nem melhor nem pior do que as restantes feitas por países mais poderosos como o Reino Unido, Alemanha, França, Austrália, etc. foi, certamente, má mas nem pior nem melhor do que as restantes.
Má, atabalhoada e manipulada de fora. Os desgraçados que lá viviam foram a moeda de troca, enxovalhados ao serem chamados de “retornados” e espoliados do seu trabalho, nem todos eram racistas, nem todos eram negreiros, nem todos eram salazaristas (embora muitos o fossem). Tiveram de recomeçar do nada e ficaram para sempre ressabiados, com razão, mas a vida continua e temos de andar para a frente.
Também fiquei impedido de regressar a Timor pela invasão colonial da Indonésia a 7 de dezembro de 1975 e se bem que toda a minha vida planeada tenha sido posta à prova, recomecei de novo em Macau e na Austrália e, mais recentemente, Portugal.
De uma enorme devastação que os anos de guerra colonial (mesmo em Timor) me causaram e subsequente reajustamento a novas sociedades e culturas, fiz disso uma mais-valia multicultural enriquecedora. Não consta que me ande a queixar eternamente do infortúnio. E se admito que a minha noção de patriotismo nada tenha a ver com a minha deserção quando fui amnistiado por Spínola e fui a Bali e Austrália, não entendo como o povo português continue calado e tolere a existência de mais de mil corpos de combatentes abandonados em campas rasas em Angola.
Intolerável isto só comprova a minha teoria, que nós, especialmente os oficiais milicianos, não éramos senão carne para canhão. É a falta de respeito pela memória dos mortos e estropiados que é intolerável, mas sobre ela raramente se fala.
Pior estão os ex-combatente dos EUA que morrem que nem tordos nas ruas onde nem sobrevivem como sem-abrigo, com doenças e SPT (stress pós-traumático), abandonados pela sociedade que os espoliou dos melhores anos de vida em troca de uma mancheia de nada.
Não segui a corrente campanha eleitoral pois de promessas fartas incumpridas anda este eleitor cheio, mas não devo errar se disser que nem um se deve ter lembrado dos desgraçados dos ex-combatentes, em avançada idade como eu, ou mais velhos ainda, sem uma pensão condigna, sem acompanhamento eficaz do SPT e outras maleitas além da idade.
É essa indiferença, esse esquecimento, esse desprezo por aqueles que deram os melhores anos da sua juventude que magoa e me afasta de promessas políticas de quatro em quatro anos. Assim será sempre, até ao dia em que o sol não nasceu, a chuva não caiu, a maligna carne de vaca não se comeu e em que eu (que não vendo livros) deixe de os escrever.
Silvério Sousa shared a post.
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