Um verdadeiro monumento, fantástico e invulgar, mesmo não tendo sido concluída a sua construção. Esta construção tem várias designações, como Casa Inacabada de Vila Boa de Quires, Obras do Fidalgo, Casa dos Porto Carreira ou mesmo como Casa das obras
Apesar de nunca ter sido terminada, e de estar em ruínas, a imponente fachada da casa de Vila Boa de Quires é suficiente para determinar a imponência e monumentalidade do projecto, iniciado por António de Vasconcelos Carvalho e Meneses. Não é certa a data do início da construção, que deverá ser balizada entre 1740 e 1760, muito embora a arquitetura decorativa do alçado principal, já rocaille, se inscreva na segunda metade da centúria.
No contexto da arquitectura civil portuguesa do século XVIII, a Casa de Vila Boa de Quires mantém-se fiel a uma tradição, que se pauta pela linearidade e organização em comprimento, ou seja, a denominada casa comprida, pois apresenta cerca de sessenta metros de comprimento. Assim, todo o esforço decorativo do imóvel é concentrado na fachada, que encerra “uma verdadeira lição sobre a arquitetura do estilo barroco – ciclo Rococó, cuja filiação poderá radicar na obra de Nicolau Nasoni, arquiteto que desenhou vários solares do Porto e por todo o Minho.
A fachada indica-nos o objectivo, nunca cumprido, de erigir um solar grandioso, com Granito de excelente qualidade que permitiu aos canteiros um trabalho notável baseado em volutas, folhas de acanto estilizadas, vieiras e outros elementos decorativos.
Se tal desejo se concretizasse as Obras do Fidalgo seriam o maior edifício civil de estilo barroco da Península Ibérica. As dimensões atestam a ideia de grandeza desejada pelo fidalgo António de Vasconcelos Carvalho e Meneses.
A interrupção das obras está envolta em mistério, segundo alguns deveu-se a morte do arquiteto que teria nacionalidade espanhola, ou o mais provável a falta de verbas para tão arrojado empreendimento.
(41°12’40.28″N 08°11’25.60″W) Pombal – Vila Boa de Quires – Marco de Canaveses – Porto – Região Norte – Portugal