Categoria: Historia religião teologia filosofia

  • José Gabriel Ávila · Farol da Manhenha

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    Farol da Manhenha
    Desde muito novo, habituei-me à luz intermitente do Farol da Ponta da Ilha iluminando a escuridão, quando os benefícios da energia elétrica ainda não haviam chegado à costa leste da ilha do Pico.
    O edifício foi construído em pedra, em 1946 em forma de U. Tem uma torre quadrangular branca, com 19 m de altura, dispõe de lanterna vermelha. É considerado pela Direção-Geral do Património Cultural um “Farol costeiro, de 3ª ordem, possuindo uma característica de grupos de 3 relâmpagos brancos com um período de 15 segundos, com alcance luminoso de 24 milhas, situando-se o plano focal a 29 m de altitude.“1
    No conjunto do edifício existem habitações para três faroleiros da guarnição e instalações e oficinas de apoio.
    O imóvel, segundo a mesma fonte, foi implantado numa propriedade de mil metros quadrados de um prédio rústico sito ao Calvino, freguesia da Piedade, adquirida em 1942 a Maria Adelaide Gomes e marido e Paulina Gomes Ávila e marido, pelo preço de 200$00. (Foto anexa)
    Em 1946 entrou em funcionamento, com “um aparelho óptico de 5ª ordem (187.5mm de distância focal), sendo a fonte luminosa a incandescência pelo vapor de petróleo e como reserva possuía um candeeiro de nível constante; o seu alcance luminosos era de 26 milhas.”
    Em Agosto de 1958, procedeu-se à electrificação, passando a luz a ser fornecida por uma lâmpada de incandescência de 3000 W, que lhe proporcionava um alcance luminoso de 35 milhas. Em 1960, o aparelho óptico foi substituído por outro igual, devido ao mau estado do existente. Em 1987, nova substituição do equipamento por um mais moderno, de ópticas seladas montadas num pedestal rotativo, com reservas de alimentação e fonte luminosa incorporadas.” 2
    O Farol da Manhenha foi, durante largos anos, uma referência para a população da Ponta da Ilha. Em anos de seca, quando as cisternas privadas já não respondiam às necessidades básicas dos veraneantes, a população recorria ao tanque de água a céu aberto anexo ao edifício central. Serviço preponderante prestava também o telefone do Farol, estabelecendo comunicações com o exterior.
    Essa função ia ao ponto de o chefe do farol, Sr. Medeiros, mandar deslocar um faroleiro para avisar alguém de uma chamada urgente, fosse oficial ou não. Quantas vezes isso aconteceu a meu pai que tinha de deslocar-se 3 ou 4 Kms a pé e aguardar pelo telefonema?!…
    Outros tempos, sem paralelo com a facilidade de comunicações de hoje.
    O Farol da Manhenha, também teve uma importância relevante na escassa oferta de emprego.
    Muitos jovens picoenses da Ponta e da Ilha em geral seguiram a profissão de faroleiros, “seduzidos”,certamente, pelas competências formativas recebidas para o desempenho da função, e pelo valor do salário e das condições de habitabilidade. Este contributo deve ser reconhecido como homenagem ao Farol da Ponta do Calvino e aos faroleiros que nele trabalharam.
    Nunca é demais reconhecer a relevante integração da instituição no meio e o seu contributo e apoio às atividades sócio-económicas. Tão importante como o papel desempenhado pelo Posto Agrícola Matos Souto na formação agrícola e na fixação e emprego da população juvenil.
    Estas são razões que merecem ser conhecidas pelos mais novos e divulgadas às centenas de visitantes do Farol da Manhenha que desempenha um papel essencial na rota dos navios que circulam pela costa leste da ilha do Pico.
    Faróis dos Açores
    Em Portugal, o primeiro farol foi construído em 1520 no Cabo de São Vicente.
    Nos Açores, só passados três séculos, em 1870, é que os responsáveis do reino entenderam que as ilhas tinham de possuir essas estruturas de apoio à navegação marítima.
    O primeiro farol a ser construído foi em 1876, na Ponta do Arnel, no Nordeste.
    Presentemente, segundo dado da Autoridade Marítima Nacional, existem 16 faróis no arquipélago. Em Santa Maria: Gonçalo Velho (na Ponta do Castelo); São Miguel: Arnel, Ponta Garça, Santa Clara, Ferraria (na foto) e Ponta do Cintrão; na Terceira: Contendas e Serreta; em São Jorge: Ponta do Topo e Rosais; Graciosa: Carapacho e Ponta da Barca, com 23 metros de altura; Pico: Ponta da Ilha; Faial: Ribeirinha; Flores: Ponta das Lajes e Ponta do Abarnaz.
    Todos eles se destacam na paisagem insular, como sucedeu no Mediterrâneo com o primeiro Farol construído na ilha de Faros, Alexandria, no ano de 280 antes de Cristo e destruído por um sismo em 1326. Segundo estimativas, julga-se a torre que tivesse uma altura entre 120 e 137 metros. Era uma das sete maravilhas do mundo antigo, sendo que por muitos séculos foi uma das estruturas mais altas, tal o movimento marítimo registado naquela área.3
    As comunicações inter-ilhas tiveram nas últimas décadas um desenvolvimento apreciável. Mas há sete e oito dezenas de anos, entre o norte do Pico e o sul de São Jorge, era frequente as famílias comunicarem-se através de fogueiras para anunciar fatos importantes.
    O mesmo faziam os vigias da baleia que, na falta do meio rádio, usavam panos brancos para indicar a movimentação e direção dos cetáceos. A exemplo dos povos primitivos.
    Felizmente, as comunicações tiveram um avanço incomparável e, ao falarmos desses equipamentos, consideramo-los sobretudo como património histórico que importa preservar.
    É o caso do Farol da Ribeirinha, Faial, construído em 1919, fortemente afetado pelo sismo de 1998.
    Foi prometida a sua recuperação, mas, como diz o ditado: “verba volant…”- palavras leva-as o vento…
    Engrade, Pico, 30 de agosto de 2023
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    Jose Manuel R Barroso

    Mt interessante! Obgd Zé Gabriel!
    Abr
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  • o pobre gigante de Manjacaze

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    Quando eu era novo.
    May be an image of 4 people and child

    O GIGANTE DE MOÇAMBIQUE

    Gabriel Estevão Monjane, o gigante de Manjacaze, media 2,45 metros de altura e era considerado o homem mais alto do mundo, fazendo parte do Livro de Recordes do Guinness.

    O gigante de Moçambique, como era conhecido, veio pela primeira vez a Portugal em 1969, causando grande alvoroço e curiosidade: em circos, feiras ou eventos privados, Gabriel era exibido pelo país como coisa rara e insólita, tendo viajado por todo o mundo.

    Regressou a Moçambique após a independência. Por lá, as coisas não lhe correram de feição e rareavam os espectáculos. Casou-se e teve três filhos, vivendo do que lhe dava o restaurante que criara com o dinheiro (pouco) ganho com as exibições.

    Voltou uma segunda vez a Portugal, em 1979, mas o infortúnio perseguia-o: no Coliseu de Lisboa deu uma queda ao tentar subir as escadas, o que lhe provocou danos graves numa perna e a necessidade de um implante que foi fazer na África do Sul.

    Regressou pela última vez a Lisboa em Setembro de 1989, alvo da mesma curiosidade de sempre e vítima dos mesmos interesses que o faziam deslocar-se penosamente pelo mundo.

    Uma nova queda, em Janeiro de 1990, no quintal da sua casa em Mandlakazi, a sua terra natal, foi-lhe fatal: fez um grave traumatismo craniano, do qual não recuperou, e morreu no Hospital de Maputo com apenas 45 anos.

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    • Zinha Lopes

      Eu tive o prazer de o conhecer na feira dos Santos em Chaves

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      Roberto Cordeiro Braga replied
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    • Helena Areias

      Tive o prazer de o conhecer pessoalmente na feira popular em Lisboa.

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    • Natalia Filipe

      Também tive o prazer de cumprimentar este senhor na feira popular em Lisboa 😊
    • Maria Celeste Mestre Jacinto

      Eu também o conheci na feira de Santiago em Setúbal
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      Roberto Cordeiro Braga replied
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    • Fernanda Teixeira

      Lembro – me muito bem dele ! Nesse tempo esteve na Feira de Março em Aveiro , e este um sapato dele em exposição numa montra , uma loja conceituada desta cidade .🙏.
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    6 of 1,022
  • top forty 1967 quando entrei na universidade…..

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    May be an image of ‎text that says "‎6:59 facebook Suggested you 1d תלת WHAT WE WERE LISTENING ΤΟ 56 YEARS AGO #OnThisDay 30 August 1967, T... See more Week TOP 40 30 August 1967 Weeks Rich Man You're Analvsin Hair Beatles Scott Whiter Chapel Pale Procol Harum10 Dean Martin Allhu Breaking New Somebdy Sleep Theme From Back Wind Mary Jimy Hendrix Sinatra Golden WA All Tremeloes Softly Respect Beach Brew Dong WA Petula Clark17 Traffic Rather With Can't Take My Eyes Off You Turtles Frankie Valli NSW.‎"‎

  • SÓ COM MUITA FÉ

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    Ethiopa’s ‘Abuna Yemata Guh’ is arguably the most inaccessible place of worship on earth and has to be climbed on foot to reach!
    May be an image of 1 person, temple, Bryce Canyon National Park and text

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  • Origens: A primeira colónia de Flamengos fixou – se no séc. XV na freguesia da Caveira ilha das Flores Açores

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    Source: Origens: A primeira colónia de Flamengos fixou – se no séc. XV na freguesia da Caveira ilha das Flores Açores

  • Carolina Michaëlis de Vasconcelos

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    . ( )
    Falo-vos de uma mulher excecional. Na rua da Cedofeita, na cidade do Porto, a casa dos Vasconcelos era um centro onde se reuniam os mais influentes intelectuais do seu tempo, empenhados na vida cívica e no lançamento das bases de um progresso baseado na cultura e na liberdade. A primeira mulher catedrática na Universidade portuguesa nasceu alemã. Veio para Portugal por casamento com um dos grandes intelectuais do século XIX, Joaquim de Vasconcelos, estudioso sobre musicologia, biografia, pintura portuguesa nos séculos XV e XVI, sobre os contactos portugueses com os grandes artistas europeus como Albrecht Dürer, Rafael e Van Eyck, sobre história da ourivesaria, joalharia e cerâmica portuguesas, além da bibliografia crítica da história da literatura portuguesa, sobre Francisco de Holanda, Damião de Góis, Nicolau Clenardo e Duarte Ribeiro de Macedo. No final da década de setenta, Joaquim de Vasconcelos empenhou-se na feitura da Reforma geral do Ensino das Belas-Artes em Portugal (1877-1880). Foi um dos organizadores do Museu Industrial e Comercial do Porto. Enquanto Carolina estudava a evolução da língua, Joaquim de Vasconcelos debruçava-se sobre as raízes flamengas da pintura portuguesa no século de ouro. Tudo estava em saber sobre o melhor modo de interpretar e de chegar à identidade do ser português. Joaquim de Vasconcelos foi dos primeiros a pronunciar-se sobre os painéis ditos de S. Vicente, atribuídos a Nuno Gonçalves, em artigos publicados no “Comércio do Porto” (junho de 1895). A representação do Infante D. Henrique na “Crónica dos Feitos da Guiné” de Zurara pertencente à Biblioteca Nacional de Paris permitiu-lhe fazer as primeiras identificações relativamente aos painéis, a começar pela presumível data da sua feitura.
    O conhecimento da realidade portuguesa por Carolina Michaëlis enche de espanto os seus leitores. Sendo mulher afirma, com grande sensibilidade, sobriedade, o espírito científico e a exigência a importância da educação e do conhecimento. Torna-se em 1877 sócia do Instituto de Línguas Vivas de Berlim. E é impressionante a lista dos trabalhos que publica – primeiro em matéria linguística, depois no âmbito da história e da crítica literárias. Lembremos os estudos sobre o “Cancioneiro da Ajuda” e o glossário imprescindível que preparou, com enorme cuidado. A literatura portuguesa é um inesgotável campo para a sua investigação no tocante às origens da poesia peninsular. A Universidade de Friburgo reconhece o labor científico de primeira qualidade de Carolina Michaëlis de Vasconcelos e concede-lhe o grau de Doutor honoris causa. O que a jovem não conseguira em Berlim conseguia-o agora, por via honorífica, mas com indiscutível sentido de justiça. O reconhecimento nacional e internacional de Joaquim de Vasconcelos também é notável: é sócio efetivo da Gesellschaft für Musikforschung de Berlim, da Real Associação dos Arquitetos Civis e Arqueólogos Portugueses (Lisboa), sócio correspondente do Instituto Imperial Germânico de Arqueologia, sócio honorário da Academia Real de Música de Florença, sócio honorário da Sociedade Martins Sarmento (Guimarães) e sócio benemérito da Associação Industrial Portuguesa.
    Em 1901, D. Carlos concede a Carolina Michaëlis o grau de oficial da Ordem de Santiago da Espada, como preito de homenagem ao labor científico, que todos continuavam a considerar como de qualidade e interesse excecionais. Em 1911, logo após a implantação da República, Carolina é nomeada professora da nova Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em reconhecimento dos enormes serviços prestados à cultura portuguesa, lugar que não aceitará por motivos da vida familiar. No entanto, aceita o encargo pedagógico e científico, exercendo-o na Universidade de Coimbra. Aí, recebe, em 1916, o grau de doutora honoris causa, em ato solene de homenagem à sua obra, tão rica e relevante. Em 1923 é-lhe outorgada idêntica honra na Universidade de Hamburgo.
    Mulher e investigadora, cultora da sensibilidade e do rigor – a sua vida demonstra a importância da íntima ligação entre a opção pessoal e a vocação científica. Considera que a Saudade é um “traço distintivo da melancólica psique portuguesa e das suas manifestações musicais e líricas, muito mais do que a Sehnsucht é característica da alma germânica. Refletida, filosófica, acatadora do imperativo categórico da Razão pura, ou hoje, do imperativo energético da atividade ponderada”, a palavra alemã “tem muito maior força de resistência contra sentimentalismos deletérios”. “A saudade e o morrer de amor (outra face do mesmo prisma de terna afetividade e da mesma resignação apaixonada)” são realmente, para a estudiosa, “as sensações que vibram nas melhores obras da literatura portuguesa, naquelas que lhe dão nome e renome. Elas perfumam o meigo livro de Bernardim Ribeiro e os livros que estilisticamente derivam dele, como a ‘Consolação de Israel’ de Samuel Usque, e as’ Saudades da Terra’ de Gaspar Frutuoso. Perfumam as Rimas de Camões e os Episódios e as Prosopopeias dos Lusíadas. —Perfumam as Cartas da Religiosa Portuguesa; e as criações mais humanas de Almeida Garrett, a Joaninha dos olhos verdes e as figuras todas de Frei Luís de Sousa. Não faltam no Cancioneiro do povo; nem já faltavam, na sua fase arcaica, nos reflexos cultos da musa popular que possuímos, isto é, nos cantares de amor e de amigo dos trovadores galego-portugueses, no período que se prolongou até os dias de Pedro e Inês. Logo no alvorecer da poesia, ainda antes de 1200, surgem naturalmente lindos lamentos de amor e de ausência. Encontro-os naquela singela composição, em que o rei D. Sancho o Velho desdobra o sentimento da saudade nas suas duas componentes principais: cuidado e desejo.
    Se lermos a obra de Carolina Michaëlis e de Joaquim de Vasconcelos, muito rica, diversificada e inovadora, facilmente encontramos uma procura incansável da identidade portuguesa, pelo espírito singular da nossa cultura – demonstrando que essa cultura sempre se enriqueceu quando se abriu ao exterior e a outras culturas e sempre se empobreceu quando se fechou ou se deixou ficar pela inércia conservadora. Cultivaram, assim, ambos um espírito desperto e liberal, aberto e sensível, em busca do que ia para além do superficial e do imediato. Vendo a mestra com olhos de hoje, não passa despercebida uma intenção claramente emancipadora, de quem nunca deixou de assumir a sua qualidade de mulher e de quem considerou sempre, como naturalíssimo, que liberdade e igualdade fossem faces do mesmo espelho, como a igualdade e a diferença, e nunca realidades antagónicas. Mas para que tal acontecesse é preciso enaltecer a atitude de Joaquim de Vasconcelos, grande admirador de sua mulher, que com ela formou um par de características excecionais, pela sua complementaridade e pelo exemplo. Carolina Michaelis fez até morrer aquilo de que gostava e que era a sua vocação – o estudo incansável sobre a cultura portuguesa, as suas raízes e especificidades, sem esquecer que era um exemplo singular, que sempre desejou que deixasse de ser excecional. Como disse Gerhard Moldenhauer na oração fúnebre: “Quem, para mais conscientemente se orgulhar de ser português, alguma vez se interessou pela nossa herança espiritual, encontrou sempre no excecional espírito de Carolina Michaëlis o mais amável dos mestres e o mais seguro dos guias”.
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    Chrys Chrystello

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  • NOSTALGIAS

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  • o lugar, o valor do lugar

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    icardo Branco Cepeda replied to a comment on a post from 21 August 2021.
    Uma garrafa de água no supermercado custa 25 cêntimos.
    No bar, a mesma garrafa custa 1 euro.
    Se a pagarmos no restaurante ou num hotel pode custar até 3 euros.
    Se estivermos num aeroporto ou no avião, pode custar até 5 euros.
    A garrafa é a mesma, a marca também, a única coisa que muda é o lugar.
    Cada lugar dá um valor diferente para ao mesmo produto.
    Quando sentires que não vales nada e quando tudo o que tens por perto tende a diminuir, muda de lugar.
    Não pares onde estás.
    Tem a coragem de mudar e ir para um lugar onde sejas considerado como realmente és. Cerca-te de pessoas que reconhecem exatamente o que vales.
    Não te conformes.
    (autor desconhecido)
    No photo description available.
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    You, Raquel André Machado, Roberto Y. Carreiro and 219 others

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    Helena Avila

    Sábio!!!
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