Categoria: Historia religião teologia filosofia

  • Jornal dos Clássicos – Conduzir pela esquerda ou pela direita?

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    Foram os franceses no tempo da sua revolução que inventaram o padrão da condução pelo lado direito das estradas, isto em 1794.Com as invasões francesas, logo no início do século XIX, onde invadiram quase tudo à sua volta, levaram essa regra com eles.

    Source: Jornal dos Clássicos – Conduzir pela esquerda ou pela direita?

  • a rainha e a estátua que nunca foi

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    A rainha portuguesa que Nova Iorque derreteu

    Marco Neves

    Nov 9

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    Às vezes, as viagens mais interessantes acontecem-nos mesmo à porta de casa. Pois imagine o leitor que fui dar um passeio à beira-Tejo e, sem sair de Lisboa, vi-me transportado para debates furiosos na Nova Iorque dos Anos 90. Tudo por causa duma rainha portuguesa.

    Uma rainha a ver o Mar da Palha

    Pois, se estiver perto de Lisboa e tiver umas horas, vá passear para o Parque Tejo, ali por baixo da Ponte Vasco da Gama. Se começar a percorrer o passadiço à beira-rio em direcção à Torre Vasco da Gama, encontrará uma estátua de bronze de uma mulher de cabelo desgrenhado — é a estátua de D. Catarina, a portuguesa que foi rainha de Inglaterra.

    Olhei para aquela figura peculiar. Li a placa que lá está a informar que aquela era uma reprodução de outra estátua construída em Nova Iorque em homenagem à rainha portuguesa que deu o nome ao bairro de Queens. Uma rainha que, dizem também por aí, ensinou aos ingleses o prazer do chá das cinco.

    Ora, não sei bem porquê, apeteceu-me ver uma imagem daquela estátua em Nova Iorque. Como não podia, naquele momento, teletransportar-me para o outro lado do oceano, procurei imagens da estátua original. Não encontrei. Fui a guias de Nova Iorque: nada. Procurei no Google Maps. Nada. Por momentos, pensei em ir para o aeroporto e meter-me num avião para procurar a estátua a pé pelas ruas de Queens, mas lembrei-me de que tinha de ir buscar os meus filhos à escola.

    Cocei a cabeça: mas que raio? Como é que nós temos aqui à beira-Tejo uma réplica de uma estátua que não aparece em lado nenhum na Internet? Será essa estátua a única que ninguém fotografou? Pus o telemóvel no bolso e continuei a passear.

    A pele escura da rainha

    Em casa, procurei melhor. Encontrei então este artigo do The New York Times que me explicou o que se passou: The Statue That Never Was. A estátua que nunca chegou a existir…

    A história conta-se rapidamente: no final dos Anos 80, uma associação de portugueses propôs a criação de uma estátua para honrar a rainha portuguesa que deu o nome ao bairro de Queens.

    O projecto ganhou apoios e avançou. Os autarcas de Queens acharam, certamente, que uma estátua daquelas seria bem-vista pela comunidade portuguesa, o que dá sempre jeito.

    Para a criação da estátua foi escolhida a escultora Audrey Flack, que se lançou ao trabalho e criou os modelos necessários para a criação da gigantesca rainha de bronze.

    A obra foi-se fazendo ao longo dos Anos 90, até que a pobre da rainha foi atingida por um belo dum furacão mediático.

    De repente, a estátua não era bem-vinda. Vários activistas denunciaram a rainha como uma monarca britânica ligada ao tráfico de escravos. Em manifestações públicas e artigos furiosos, houve quem também apontasse para o facto de não haver qualquer documento que ligue a rainha ao nome do bairro.

    Chegou a haver reuniões públicas empolgadas e manifestantes a agitar cartazes com o simpático apodo «Slave Queen». A câmara do Borough de Queens acabou por retirar o apoio ao projecto.

    A escultora ficou inconsolável: não só tinha investigado a rainha e concluído que era uma personagem admirável, como tinha sido cuidadosa em incluir na face características de várias raças, o que nos pode parecer estranho se não nos lembrarmos que as estátuas são símbolos. Aliás, segundo a escultora, na entrevista ao The New York Times, a rainha era gozada em Inglaterra por ter «dark Portuguese skin»: pele escura à portuguesa.

    A estátua era, para pessoas diferentes, um símbolo da escravatura e do domínio colonial britânico ou uma homenagem à multiculturalidade de Nova Iorque. Tivesse existido, seria também a maior estátua criada por uma mulher em exposição num espaço público.

    Uma rainha para todos os gostos e todos os desgostos. O problema é que as estátuas não são como os gatos dentro de certas caixas: ou bem que existem ou bem que não…

    Uma estátua derretida

    Enfim, a fúria mediática, a falta de apoio político e as manifestações secaram o financiamento da estátua. Não havia dinheiro para construir aquela monarca de bronze. A fundição onde estava a ser construída não tinha dinheiro para pagar à escultora. Ainda tentou terminar o projecto pagando (menos) a um outro escultor, mas Audrey Flack levou o caso até aos tribunais: a estátua seria dela ou não seria.

    Não foi. A rainha de bronze acabou derretida. Uma das réplicas rumou a Lisboa, onde aportou no Mar da Palha, com o seu cabelo desgrenhado e feições de todo o mundo na cara.

    Porque trago esta história para aqui?

    Bem, primeiro é interessante notar que as grandes discussões sobre estátuas e afins não são de agora. O espaço público das cidades também se faz destes conflitos, desta luta pelas memórias de pedra. Depois, é um bom aviso: não convém confiar muito na história simplificada das placas e dos guias turísticos. Muitos ficarão mesmo convencidos que a estátua lisboeta é uma réplica de uma estátua que existe mesmo em Nova Iorque. Ora, a D. Catarina de bronze, ali a olhar para o Mar da Palha, não tem gémea em Queens. Aquelas lutas autárquicas nova-iorquinas acabaram por oferecer a Lisboa uma lembrança da rainha que daqui saiu há muito tempo para ensinar os ingleses a beber chá. Ou será que a história do chá também não é bem assim? Fica para outro dia e para outras viagens…

    Crónica publicada originalmente em 2018. Imagem inicial por Metro Centric (Oriente) [CC BY 2.0 ], via Wikimedia Commons.

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  • Pinturas encontradas atrás dos altares, na igreja de Sta Maria de Azinhoso / Mogadouro / séc. Xlll /

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    Pinturas encontradas atrás dos altares, na igreja de Sta Maria de Azinhoso / Mogadouro / séc. Xlll / Monumento classificado desde 1962 como Imóvel de Interesse Público.
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  • AS CANÁRIAS ERAM PORTUGUESAS

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    A ilha de Lanzarote descoberta em 1336.
    Neste tempo pertencia ao reino de Portugal Afonso IV..
    Depois foi doada ao Infante Dom Henrique para servir como posto avançando das descobertas do caminho para a Índia e Norte de África. O escudeiro de nome Lanzarote para ir á procura de escravos e lucros de pilhagem que desse para os custo de Caravelas e outras despesas para a coroa portuguesa. Anos mais tarde um tal Jean Bettencourt no ano de 1402 foi conquistar as restantes ilhas que eram defendidas pelos aguerridos habitantes Guanches., No tratado de Tordesilhas foram para os reis de Castela até aos dias de hoje.2023.
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  • Padre que denunciou 12 casos de abusos cometidos na Igreja condenado pelo Tribunal Patriarcal de Lisboa – Sociedade – Correio da Manhã

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    Juízes falam em “difamação” e “calúnia” e acusam-no de “lesão ilegítima de boa fama”.

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  • Quem foi DB Cooper, o maior mistério por resolver do FBI? Estamos próximo de descobrir

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    Um detetive amador acredita que uma prova deixada por DB Cooper possa levar à revelação da sua identidade, que permanece um mistério.

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  • Bispo demite-se após orgia em paróquia na Polónia – ZAP Notícias

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    O bispo demitiu-se após um padre organizar uma orgia e ter tentado bloquear a assistência médica a um prostituto que sofreu uma overdose.

    Source: Bispo demite-se após orgia em paróquia na Polónia – ZAP Notícias

  • 1755, 1 nov nos açores

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    António Couto
    16 minutes ago
    ·
    *** TERRAMOTO DE 1 DE NOVEMBRO DE 1755 ***
    Às 10 horas da manhã desse dia de luto para a cidade de Lisboa, todas as ilhas Açorianas sofreram consequências dessa grande catástrofe. Todas foram atingidas por formidáveis enchentes de mar que invadiram a terra, subindo a grandes alturas.
    Na ilha de São Miguel o mar subiu pelas ruas de Ponta Delgada, estragando muitos edifícios.
    Na do Faial a enchente atingiu os moinhos de água da ribeira da Conceição, cobrindo-os numa altura de oito palmos, vazando tanto a baía que os navios quase tocavam com as quilhas no fundo.
    Na ilha Terceira entrou pela terra, lançando muito peixe de várias qualidades, em Angra, o que deu nome à rua da «Garoupinha».
    Na freguesia do Porto Judeu subiu a água à altura de dez palmos sobre a rocha mais elevada. Na cidade atingiu a Praça Velha, ficando, na baía, os navios em seco, por se afastarem dali as águas que, no seu recuo, levaram as muralhas da alfandega.
    Na Vila da Praia, desde o seu porto, perto do paúl, até o lugar da Ribeira Seca, extramuros da vila, penetraram as águas de forma que demoliram quinze casas, derrubaram paredes, mataram sete pessoas.
    Dissemos, numa conferência sobre a Vila da Praia que, as sete pessoas mortas, simbolizavam as sete letras da palavra «pêsames» que a vila enviava em amplo cartão, branco como as espumas do mar, impresso a sangue das vítimas desse dia de luto.
    Tão intimamente ligávamos nosso destino ao da mãe pátria em todos os tempos e por todas as formas.
    As ilhas partilharam na dor e no luto.
    In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 329, Angra do Heroísmo, Tip. Editora
    Aureliano Vasconcelos
    É a primeira vez que leio uma referência ao impacto do terramoto nos Açores.
    1 m
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  • O CAVALEIRO DA ILHA DO CORVO

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    OPINIÃO DE UMA BLOGER BRASILEIRA
    SOBRE O ROMANCE “O CAVALEIRO DA ILHA DO CORVO”
    Em 2011 tive oportunidade de editar no Brasil, na Editora Bússola, o meu primeiro romance histórico, “O Cavaleiro da Ilha do Corvo” baseado nas prováveis viagens e descobertas atlânticas pré-portuguesas das ilhas da chamada Macaronésia, sobretudo dos Açores. Na ocasião, o livro mereceu uma leitura crítica encomiástica por parte de Mariana Russo, no seu blog Blablabla Aleatório e que mereceu uma gratificante distinção de 5 estrelas. Pela atualidade do tema em termos históricos evoco aqui o comentário da referida crítica, que passou naturalmente em branco entre nós e que até certo ponto mantive sob prudente reserva a “marinar” na gaveta face ao que poderia ser entendido como imodéstia do autor, sobretudo quando se compara com…. Dan Brown. Passado este tempo e como penso que a generalidade dos leitores ignora o essencial da obra, permito-me deixar aqui o texto para atestar uma leitura provinda de uma cultura e língua irmã distanciada no espaço:
    O Cavaleiro da Ilha do Corvo – Joaquim Fernandes
    No mês passado, a Editora Bússola entrou em contato com o blog divulgando o lançamento do primeiro livro do seu catálogo: O Cavaleiro da Ilha do Corvo, do lusitano Joaquim Fernandes. Eu li o release (clique aqui para ler também!) e, apaixonada por romances históricos como sou, perguntei se a editora poderia me encaminhar um exemplar. Para a minha sorte, recebi o livro alguns dias depois. Que leitura!
    A narrativa começa de forma bastante despretensiosa, com o autor afirmando que o livro é de ficção, apesar de “…nela se incorporam e entretecem acontecimentos, fatos e personagens reais…”. Somos logo introduzidos ao Cavaleiro da Ilha do Corvo, que nada mais é do que uma estátua antiga com a qual os portugueses que chegaram à ilha no século XV se depararam. Com traços característicos do norte da África, a estátua representa cavaleiro que aponta a América.
    O autor passa então a narrar a descoberta da estátua, como ela foi descrita ao rei de Portugal e como este ordenou que a estátua fosse levada a ele. Conta também da placa que foi descoberta próxima à estátua, com caracteres antigos que nem mesmo o mais letrado presente conseguia desvendar.
    Eis que entra a personagem principal: professor de uma renomada universidade americana, esportista, fiel usuário de casacos de tweed. Michael Serpa poderia ser Robert Langdon, o herói dos livros de Dan Brown, mas este americano tem um pé na terrinha*, e seu sobrenome lusitano é apenas mais um dos elementos que o diferenciam do personagem de Brown.
    Ao se deparar com a existência de um amuleto árabe com caracteres antiquíssimos encontrado nos Açores, mais uma possível prova de que os espanhóis e portugueses não foram os primeiros a explorar os mares e oceanos do mundo e descobrir a América, Michael decide estudar as “lendas” de navegações pré-Colombo mais a fundo. Isso leva o professor a uma conferência da Universidade dos Açores, na qual conhece Lúcia Lacroix, historiadora portuguesa que enxerga em Michael alguém que tem a mesma paixão pelos mistérios das ilhas.
    A dupla passa a procurar por provas do povoamento das ilhas dos Açores por outros povos anteriores à chegada dos portugueses, e esbarra na história da estátua da Ilha do Corvo, e em várias outras pistas. Eventualmente incluem na equipe Sara e Daniel, colegas de Lúcia, e Martin, seu tio, um ex-bibliotecário que possui uma coleção de livros antigos digna da profissão. Os diálogos dos investigadores são sempre munidos de referências a personagens antigos, o que, junto às várias “lendas” que eles perseguem, pode confundir o leitor, mas nada que torne a leitura menos prazerosa.
    O tempo todo o autor nos revela que os esforços de Michael e Lúcia estão sendo observados. Alguém não quer que os fatos que eles estão descobrindo venham à tona e esse alguém não poupará esforços para impedí-los.
    Quem leu qualquer um dos livros de Dan Brown poderá achar que este é apenas mais um livro que se aproveita da fórmula do americano. Não vou negar que a dinâmica é semelhante, mas comparar Joaquim Fernandes a Dan Brown é praticamente ofensivo. Além de envolver a trama com muito mais mistério, o português escreve melhor, mais concisamente e revela no fim do livro as muitas fontes que usou para escrever o livro.
    Como se isso não bastasse, o autor trabalha as passagens do livro com muito mais carinho. Várias vezes eu me via parando de ler o livro para admirar uma ou outra construção que ele usou para descrever os acontecimentos.
    “Nesse jardim terreno, o Éden glorioso cantado por Lord Byron nos primórdios do século XIX, das janelas do Lawrence’s Hotel, os rochedos parecem gigantes num observatório que alcança as praias a seus pés, e as águas irrompem da montanha para fecundar as brumas que a habitam. Lá no alto, coroando a espinha de granito, vigilante e sobranceiro ao vilarejo, situa-se o que o compositor Richard Strauss chamou de Castelo do Santo Graal.”
    Joaquim recheia a narrativa de metáforas que ilustram o texto e o tornam mais bonito e gostoso de ler. Dá a sensação de que ele não escreveu apenas porque queria publicar um livro, mas pelo prazer de formar frases elegantes:
    “Lúcia Lacroix poderia se sentir na pele de Ifigénia, fiha de Agamenon, no tempo da Guerra de Tróia, trocando a fúria dos deuses pelos ventos amenos e a saída da armada grega para o mar. Como a personagem de Eurípedes, a jovem parecia ter sido designada pelos oráculos para subir ao altar da imolação…”
    O Cavaleiro da Ilha do Corvo foi um livro que me surpreendeu do início ao fim. Esperava um Bernard Cornwell, e encontrei um Dan Brown melhorado. O livro é bem escrito, as personagens são cativantes e o tema é fascinante. Uma excelente pedida para todos os fãs de história por aí .
    “A História é um rio de múltiplos afluentes e meandros, navegado na medida de cada um”
    Gostaria de agradecer, novamente, à Editora Bússola por ter me cedido o exemplar. A leitura foi uma das mais agradáveis que eu tive no ano. Espero ter a oportunidade de ler mais livros da editora no futuro.
    Mariana Russo – do Blog Blablabla Aleatório
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    Joca Levy
    5.0 out of 5 stars Excelente leitura!
    June 24, 2011
    Format: Kindle Edition
    Gostei muito desse livro. Um “thriller” histórico lusitano muito bem escrito.O Cavaleiro da Ilha do Corvo (Portuguese Edition)
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    Pode ser uma imagem de texto
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  • a cultura em portugal e a inquisição

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    【A CAUSA DAS COISAS】
    May be an image of text that says "18 OUTUBRO 1739 0 escritor António José da Silva, autor de "Guerras do Alecrim e Manjerona" promotor das primeiras óperas em português, no Teatro do Bairro Alto, é executado, num auto de fé, em Lisboa, por ordem da Inquisição. Tinha 34 anos. BERTRANDLIVREIROS BERTRAND LIVREIROS"
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    Artur Arêde and 12 others

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    Maria Maria

    Que assim seja🙏