Categoria: Historia religião teologia filosofia

  • OS JOVENS NÃo LEEM, GEORGE STEINER 2011

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    AS CONDIÇÕES QUE NECESSITAMOS PARA LER, SEGUNDO GEORGE STEINER
    “Já há 60 ou 70 anos que os jovens não lêem. Lembre-se de que os jovens já não lêem livros, lêem sms, livros BD, resumos no Kindle: o Hamlet em 25 palavras, o Lear em 50 palavras. Os jovens estão impacientes, estão zangados, muito zangados com uma civilização, uma sociedade, que não lhes está a dar esperança socioeconómica de que necessitam. Para ler, ler seriamente, tem de haver determinadas condições. Para ler seriamente é preciso silêncio. Não ponha música, tire a rádio e a televisão do quarto. Tem de saber viver, e conviver, com o silêncio (Cada vez menos jovens querem viver com o silêncio. Na realidade, têm-lhe medo. O silêncio tornou-se, de resto, muito caro. Uma casa como esta, com um jardim sossegado, é uma exorbitância para um casal jovem, que vai possivelmente viver para um prédio, com paredes tão finas, que é possível ouvir tudo! Vivemos num inferno de ruído constante.) Tem de estar preparado para – e não riam de mim – saber passagens de cor. Aquilo que amamos, devemo-lo saber de cor. Não é por acaso que “coração” em latim é “cor”. Ninguém nos pode tirar nunca o que sabemos de cor. Deixem-me frisar: saber, saborear de cor, com o coração, não com a cabeça. Queremos sempre levar connosco o que amamos. Eu sou muito velho, mas tento, todos os dias, ou quase todos, aprender um poema, ou fragmentos de um poema, de cor, porque é assim que se agradece uma bela obra. Que outra maneira tenho eu de agradecer a Dante, a Cervantes, a Lope de Vega ou a Shakespeare? A partir do momento em que sabemos um poema de cor, algumas poucas linhas, ele começa a viver dentro de nós. Em terceiro lugar, precisa de ter alguma privacidade. Esta última condição é tremenda, provavelmente a mais difícil, em especial, para os jovens de hoje. Actualmente, a privacidade é o inimigo nº1 de todo o jovem. Não só se confessa tudo a toda a gente, como é imperativo que o façamos imediatamente. Ninguém guarda a experiência, qualquer que ela seja, só para si. Então, três condições: silêncio, aprender de cor e privacidade. De outra forma é impossível viver uma grande obra. Até porque as grandes obras são, geralmente, muito difíceis, exigentes. Querem algo de nós. Lêem-nos. Lêem-nos mais do que nós as lemos.”
    in Entrevista a George Steiner, de Beata Cieszynska e José Eduardo Franco, in Revista Ler, Março 2011
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  • WITTGENSTEIN E A LIBERDADE

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    A Cabana de Wittgenstein
    Wittgenstein foi viver para Skjolden, Noruega, numa barraca que ele mesmo construiu num sítio completamente isolado, acabando por concluir que se podia pensar melhor na cabana que na cátedra.
    De facto, dali começou a dirigir-se muito particularmente a quem quisesse iniciar-se num novo modo de ver as coisas e não à comunidade científica nem à cidadania.
    Para ele, pensar podia chegar a ser um acto artístico.
    O seu ideal filosófico foi a busca da lucidez libertadora, de abertura da consciência e do mundo; não queria oferecer verdade, mas veracidade, exemplos e não raciocínios, motivos e não causas, fragmentos e não sistemas.
    Exilado da estupidez humana, no amparo do ar espontâneo do seu refúgio norueguês, junto ao fiorde Sogne, abriu com as suas atitudes um caminho para a filosofia: tratou de compreender, não de julgar; tratou de convencer, não de demonstrar.
    (Tradução livre de um texto de Enrique Vila-Matas)
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  • África colonial

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    ERAM ASSIM AS DIFERENÇAS NA ÁFRICA COLONIAL !!!
    Dois países diferentes PARA QUEM VIVIA EM ANGOLA OU MOÇAMBIQUE, VIR À METRÓPOLE ERA UM CHOQUE. SAIBA PORQUÊ
    NAMORO
    Metrópole. As restrições eram grandes. Os pais vigiavam os encontros que, muitas vezes, aconteciam à janela. Por norma, as raparigas casavam virgens.
    África. Podia até não se namorar às claras, mas havia mais espaço para viver os romances.
    Os jovens aproveitavam as idas à praia e ao cinema para trocar abraços e beijos. Nalguns casos havia sexo antes do casamento.
    FESTAS
    Metrópole. A primeira dificuldade era ter autorização para ir. As solteiras eram acompanhadas pela mãe, pelo pai ou por alguém de confiança.
    África. Dezenas de rapazes e raparigas encontravam-se em casa uns dos outros ou noutro local para dançar até de madrugada. Os pais do anfitrião costumavam aparecer e cumprimentar.
    Depois recolhiam-se e deixavam o filho e os amigos à vontade.
    CRIADOS
    Metrópole. Um privilégio das famílias mais ricas.
    África. Todos tinham pelo menos ume por norma havia três: o cozinheiro, a lavadeira e um empregado para cuidar da casa.
    ÁLCOOL
    Metrópole. O consumo era moderado.
    África. Bebia-se muito, sobretudo cerveja. Ao fim da tarde tomava-se um gin tónico ou um whisky com soda.
    VESTUÁRIO
    Metrópole. Uma senhora não usava decotes nem saias curtas, e um homem ia sempre para o escritório de gravata.
    África. A roupa era mais leve e ousada: a moda da minissaia pegou e os decotes eram permitidos. Os homens não andavam de gravata no dia-a-dia.
    Os dias mais longos NO ULTRAMAR, O TEMPO PARECIA INFINITO. UM SÓ DIA DAVA PARA FAZER DE TUDO
    5h00 NASCER DO SOL
    As pessoas só se levantavam às 7h. Tomavam o pequeno-almoço às 7h30.
    8h00 INÍCIO DO DIA ACTIVO
    Era a hora de entrada nos escritórios, fábricas e liceus.
    12h30 ALMOÇO
    Toda a gente ia comer a casa, tanto os estudantes como os trabalhadores.
    18h00 HORA DE SAÍDA
    A tarde nunca acabava sem um copo em casa ou numa esplanada.
    21h00 JANTAR
    Grande parte das famílias comia a última refeição do dia a esta hora.
    24h00 DEITAR
    O serão era quase sempre de conversa. Muitas vezes ouvia-se rádio. Era raro ir-se para a cama antes da meia-noite, 1h.
    Palavras de África CONHEÇA ALGUNS TERMOS QUE OS PORTUGUESES USAVAM NAS COLÓNIAS
    PUTO Era assim que se chamava à Metrópole por ser um território muito mais pequeno do que Angola e Moçambique.
    CUCA (Ang.) Cerveja.
    CUCA (Moç.) Cozinheiro.
    BALEIZÃO (Ang.) Gelado.
    MAINATO(Moç.) Criado que lavava e engomava a roupa.
    PEQUENINO (Moç.) Começava por ser o empregado mais novo (ia trabalhar ainda miúdo). Ajudava os outros criados da casa e tomava conta das crianças.
    ASSALTOS (Ang.) Festas surpresa. Os convidados apareciam sem avisar os donos da casa.
    MACONGINO(Ang.) Elemento do reino imaginário de Maconge, criado pelos estudantes do Liceu Diogo Cão, em Sá da Bandeira.
    Exclusivo das colónias ALGUNS PRODUTOS ERAM NOVIDADES ABSOLUTAS PARA QUEM CHEGAVA A ÁFRICA
    COCA-COLA. Proibida na Metrópole, de venda livre em Angola e Moçambique.
    MOAMBA. Dos poucos pratos que os portugueses incluíram nas suas refeições enquanto estiveram em Angola.
    VINHO DE ABACAXI. O sabor tornava-se ainda mais agradável no Verão, quando servido fresco.
    SADZA. Os negros faziam bolas de massa com farinha e acompanhavam com um molho a que chamavam caril, embora nem sempre fosse mesmo caril.
    FRUTOS TROPICAIS. O coco apanhava-se e comia-se no momento, as mangas cresciam no quintal e o sabor das papaias era inesquecível.
    *publicado no grupo Luanda do antigamente !
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  • há 24 anos a tragédia em são jorge

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    Faz hoje vinte e quatro anos que às 9h20 minutos um ATP da SATA que fazia a ligação entre as ilhas de S.Miguel e das Flores,com escala prevista na do Faial, colidiu com o Pico da Esperança em S.Jorge vitimando todos os passageiros e tripulação, num total de 35 pessoas.
    Um dia terrível para os açorianos, em especial para os florentinos, uma vez que a maior parte das vítimas eram daquela ilha.
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    Luís, Carlos Manuel and 36 others

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  • Portuguese-American author with Massachusetts ties wins national award

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    GARFIELD, N.J. — Already named Best History Book of 2016 in the Huffington Post, Manuel Rosa’s “Columbus: the untold story” has once again received national recognition by earning first place honors …

    Source: Portuguese-American author with Massachusetts ties wins national award

  • Entrevista: «Nos três meses de verão fiz 43 viagens de avião» – Bispo dos Açores – Agência ECCLESIA

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    D. Armando Esteves Domingues fala dos projetos para uma diocese que vai assinalar 500 anos em 2034, onde quer «construir a unidade» apesar da descontinuidade geográfica, alerta para a clericalização, também dos leigos, afirma que a sinodade é «um estilo imparável» e acredita na participação dos jovens Entrevista conduzida por Paulo Rocha, da Agência Ecclesia, … Entrevista: «Nos três meses de verão fiz 43 viagens de avião» – Bispo dos Açores Read More »

    Source: Entrevista: «Nos três meses de verão fiz 43 viagens de avião» – Bispo dos Açores – Agência ECCLESIA

  • Nossa Senhora da Conceição: conheça a história da santa A EXPLICAR ESTE FERIADO 

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    Nossa Senhora da Conceição, santa da Igreja Católica, tem sua festa litúrgica celebrada em 8 de dezembro, data que marca feriado em diversas cidades brasileiras, como Campinas (SP), Teresina (PI), Recife (PE), Salvador (BA), Aracaju (SE), entre outras.

    Source: Nossa Senhora da Conceição: conheça a história da santa

  • «A Obsolescência do Homem» – um texto de Günther Anders, para reflectirmos a decadência da sociedade portuguesa, sem tirar, nem pôr… – O Lugar da Língua Portuguesa

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    Source: «A Obsolescência do Homem» – um texto de Günther Anders, para reflectirmos a decadência da sociedade portuguesa, sem tirar, nem pôr… – O Lugar da Língua Portuguesa