Arquivo da Categoria: saude medicina droga

Filhos são obrigados pela lei a ajudar pais. Mas moralmente será o certo?

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Um caso que ocorreu recentemente em Guimarães expôs a fratura. A sociedade ainda considera que os filhos têm obrigação de cuidar dos pais e a lei assim o impõe. Mas faz sentido exigir cuidado onde nunca houve vínculo? O Notícias ao Minuto ouviu o bastonário da Ordem dos Advogados e uma psicóloga sobre o tema.

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Dez doentes internados nos cuidados intensivos por gripe A – Sociedade – Correio da Manhã

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Todos os casos tinham doença crónica e recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal.

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A partir de quantos graus é febre? Afinal, mediu sempre mal a temperatura

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Costuma associar a febre a um determinado valor de temperatura? Saiba que o faz erradamente! A temperatura corporal varia de indivíduo para indivíduo, por isso a referência que tem para si poderá não ser a mesma para uma criança, por exemplo. Saiba o que precisa de ter em consideração.

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Se tem mais de 60 anos e bebe café, não ignore este aviso

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Beber café é um hábito comum para muitas pessoas, mas sabia que, a partir dos 60 anos, a quantidade certa pode fazer toda a diferença para a sua saúde? Descubra o que especialistas recomendam.

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Novo hospital de Ponta Delgada “não será apenas betão” – jornalacores9.pt

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A secretária regional da Saúde dos Açores disse hoje que o novo hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, “não será apenas betão” e o executivo deixará como legado “um novo e um moderno” edifício. “O futuro do HDES [Hospital do Divino Espírito Santo] está a ser definido, seguindo os trâmites legais a […]

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a demência

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Quando saiu a notícia de que o Bruce Willis tinha sido colocado num centro especializado, houve quem ficasse surpreendido.
Um homem milionário, com acesso aos melhores médicos, com uma família inteira a apoiá-lo…
E mesmo assim, a esposa e os filhos decidiram que ele precisava de cuidados especializados, naquele regime de “daycare” clínico onde há profissionais, rotinas, vigilância constante, estimulação e segurança.
E porquê?
Porque ele tem demência frontotemporal, a mesma que a minha mãe tem.
E é aqui que muita gente precisa finalmente de ouvir a verdade, sem rodeios:
A demência frontotemporal não é o mesmo que um idoso mais esquecido.
Não é o mesmo que confundir o almoço com o jantar.
Não é o mesmo que ficar mais lento.
É outra liga. É outra violência. É outra realidade.
No caso da minha mãe, por exemplo, ela não ficou agressiva.
Ela não insulta.
Ela não diz asneiras.
Ela simplesmente perdeu o vocabulário. Deixou de conhecer as pessoas . Perdeu a autonomia . A mulher mais desenrascada que conheci passou a ser dependente .
Diz palavras soltas, sons que não se encaixam, frases que não têm início nem fim.
É como viver num eterno eco.
Mas o mais perigoso não é isso.
É que ela fugia.
Várias vezes.
Abriu portas.
Saiu de casa.
Desorientada.
Sem saber quem era, nem onde estava, nem para onde ia.
E este risco , o risco de uma pessoa desaparecer , ninguém imagina até acontecer.
Não é “coitadinha, deixem-na em casa”.
Porque em casa é que o perigo é maior.
É uma doença que tira a noção de perigo, as regras sociais, o sentido do tempo, o controlo dos impulsos.
E quem cuida entra num estado de exaustão que não se descreve. Vive-se.
E depois há a ideia completamente errada de que “basta contratar cinco empregadas”.
Como se isto fosse sobre limpeza, sobre comida, sobre banhos.
Não é.
Isto é sobre um cérebro que deixou de obedecer às regras.
É sobre proteger a pessoa dela própria.
É sobre impedir fugas, quedas, pânicos, desorientação total.
E isso nenhum cuidador inventado aguenta 24 horas por dia.
Por isso é que, tal como a família do Bruce Willis, muitas famílias , incluindo a minha, tiveram de tomar decisões difíceis.
Sinalizar.
Internar.
Proteger.
E quem nunca viveu isto… julga.
Porque é mais fácil julgar do que tentar compreender.
E antes de alguém vir com a conversa do “os velhos devem morrer em casa”, deixem-me explicar o outro lado. Primeiro, a minha mãe tem 67 anos e vive com esta doença há uns 8 anos pelo menos .
A minha avó.
A minha avó esteve lúcida até ao último momento.
Teve esquecimentos, claro. São 95 anos de vida.
Trocar o almoço pelo jantar, achar que era noite quando ainda era dia, meter-se na cama às três da tarde…
Isso é idade.
Isso é desgaste natural.
Isso não é demência.
E porque nunca perdeu quem era, ficou em casa dela.
Porque era a vontade dela. Porque tinha autonomia. Porque nunca foi perigo para si.
E porque prometi quando tinha três ou quatro anos que nunca a meteria num lar , e cumpri essa promessa até ao fim.
Mas o que ela teve foi um privilégio raro: lucidez até morrer.
Um privilégio que nem todos têm.
E é preciso dizer isto sem medo: nem todos podem ficar em casa. Nem todos estão seguros em casa. Nem todas as doenças permitem casa.
O meu avô, por exemplo, também não pôde.
Teve o mesmo padrão da minha mãe.
Queria fugir, queria sair, falava como se tivesse 18 anos, perguntava pelo pai e pela mãe.
Perdia-se.
Confundia o presente com o passado.
E apesar de reconhecer toda a gente e verbalizar tudo, não tinha controlo sobre os impulsos.
E isso é perigoso demais para ignorar.
No centro de dia, ele floresceu.
Tinha informática com as animadoras, ria-se, sentia-se útil.
Sentia-se a trabalhar.
Sentia-se alguém.
E foi feliz lá , dentro do possível.
E é isso que muita gente não entende:
Estes sítios não são “lares de abandono”.
São centros de bem-estar, segurança, estrutura e dignidade.
São o sítio certo quando a casa já não é.
E depois há a pergunta que fica no ar, a que dói, a que custa admitir:
“E quando for eu?”
Eu só peço uma coisa:
Que seja rápido.
Que não seja demência.
Não me interessa a idade interessa-me a lucidez.
Já me chega aquilo que a vida me deu, já me chega aquilo que vi, já me chega a bipolaridade.
Peço só que o meu cérebro nunca me traia da forma como vi o cérebro dos meus morrer.
E se um dia me trair, que alguém tenha a coragem de fazer por mim aquilo que eu fiz por eles:
Proteger-me.
Mesmo quando o mundo inteiro não entende.

ricos sem saúde

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“N , á ú?
O SNS continua a ser o principal lugar onde se pratica medicina como missão. É o único sítio onde alguém com dispneia, febre e uma vida marcada pela pobreza é atendido às 4 da manhã, sem cartão de crédito nem autorização da seguradora. E, paradoxalmente, é também de onde os médicos agora fogem.
A maioria dos hospitais privados, mesmo os mais prestigiados, não tem um verdadeiro serviço de urgência polivalente. Têm “uma” urgência, mas não é “o” serviço de urgência. Procuram episódios previsíveis e lucrativos, e evitam casos críticos ou complexos — e fazem-no com razão: a urgência real é dispendiosa e imprevisível, fora da lógica do negócio.
O setor privado funciona melhor quando o SNS ainda resiste. Se o SNS colapsar, o privado será forçado a assumir um papel para o qual não está preparado, com custos, complexidade e caos. Em 2024, mais de 2 mil médicos saíram do SNS. Muitas urgências, da ginecologia à pediatra, estão em rutura.
Os privados estão a ver isto. E não reagem. Porquê? Porque não lhes interessa esse buraco negro.
Imagine: suspeita de enfarte. São 3 da manhã. O hospital público não tem cardiologista. Liga para o privado. A resposta? “Vá ao público.” Mas o público, nessa noite, não existe. E o privado não o recebe. E então? O que vale a sua riqueza? Nada.
Pior, sem SNS, não há emergência pré-hospitalar. Morre-se antes de (a algum sitio) chegar.
A medicina privada não é vilã: atua racionalmente num mercado com limites claros. O erro é pensar que pode substituir o SNS.
Se o SNS colapsar, o custo da saúde torna-se incalculável, mesmo os ricos teriam dificuldade em pagar: os seguros sobem, doentes crónicos são excluídos e os idosos empurrados para fora. O privado recusaria casos complexos ou ficaria sem onde os referenciar. E os médicos, exaustos, voltam a fugir — mas agora sem destino.
Quanto pode pagar? Tem 80 anos e precisa de cuidados paliativos? Tem cancro com metástases cerebrais? Um filho com doença rara? A solução para estas perguntas não cabe num relatório de contas.
O SNS é, ironicamente, o melhor seguro de saúde que os ricos portugueses têm. Não o usam todos os dias. Nem o querem. Mas é a rede de segurança. Quando tudo falha, o SNS ainda lá está: a intubar, ventilar, reanimar, paliar. Virtualmente de borla. Para todos.
Quem é o culpado por aqui chegarmos? O médico/enfermeiro exausto ou que pretende criar um futuro melhor? O administrador que gere o impossível mas é “insultado” por todos? O utente que só quer ser atendido?
Na verdade, somos todos responsáveis por termos alimentado a ilusão de que o SNS duraria para sempre, mesmo que sem médicos, investimento ou respeito.
O dia em que o SNS deixar de existir, ou for substituído, será o dia em que os ricos perceberão que sempre precisaram dele. Porque mesmo quem tem tudo pode não ter um coração a funcionar. E porque quem manda no privado sabe que não pode ser o SNS.
No final, a saúde só existe quando há para todos.
João Cravo – médico pneumologista”
@destacar