O Uruguai Já Foi Português

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♔ | Sabia Que… O Uruguai Já Foi Português
Em 31 de Julho de 1821, a Banda Oriental (actual Uruguai) foi incorporada oficialmente ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A partir dessa data, o território, que estava ocupado desde 1817, passou a ser administrado sob a denominação de Cisplatina.
A região cisplatina era disputada pelas coroas de Portugal e da Espanha desde a fundação da Colónia do Santíssimo Sacramento (1680), sendo objeto de vários tratados territoriais, dos quais os principais foram o Tratado de Madrid (1750), o Tratado de Santo Ildefonso (1777), também, chamado Tratado dos Limites e o Tratado de Badajoz (1801). Na posse espanhola, com a independência da Províncias Unidas do Rio da Prata, constituiu-se em território daquele país até 1816 quando foi invadida pelo general Carlos Frederico Lecor, comandante da Divisão de Voluntários Reais do Príncipe, para a Coroa portuguesa, na Guerra contra Artigas. Ali desenvolveu uma inteligente política de ocupação, com a fundação das Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio às elites Orientais. Em 1821, foi incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pelo príncipe-regente português, com o nome de Província Cisplatina. A anexação foi justificada, à época, pelos alegados direitos sucessórios que sua esposa, a rainha Carlota Joaquina, teria sobre a região.
Com a proclamação da independência do Brasil em 7 de Setembro de 1822, o Imperador D. Pedro I estava na prática a declarar guerra a Portugal, e na Bahia e na Cisplatina, houve grande resistência à separação do Brasil do Reino Unido com Portugal.
A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, actual Uruguai.
O conflito foi travado entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata (recém-independentes de seus colonizadores, Portugal e Espanha) pela posse da Província Cisplatina, a região da atual República Oriental do Uruguai. Localizada na entrada do estuário do Rio da Prata, a província era uma área estratégica, já que quem a controlava tinha grande domínio sobre a navegação em todo o rio da Prata, além de acesso aos rios Paraná e Paraguai.
Os argentinos reivindicavam-na, assim, como parte do antigo Vice-reinado da Prata. O Império do Brasil a mantinha como necessária para a defesa das províncias do Sul.
Em 27 de Agosto de 1828, o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata assinaram o Tratado do Rio de Janeiro. O documento estabeleceu a independência da República Oriental do Uruguai. No dia seguinte, com a assinatura do Tratado de Montevidéu, chegava oficialmente ao fim a Guerra da Cisplatina, iniciada três anos antes.
O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi mais um motivo para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador D. Pedro I, que acabou renunciando, em 1831.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica
José Bárbara Branco

Sobre esta extraordinária campanha militar e política, cujo fim era trazer a fronteira brasileira até ao Rio da Prata, vale a pena ler o II volume da obra de F.S. de Lacerda Machado (1933) “Expedição a Montevideo”:
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MORREU HÁ 10 ANOS

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Hoje assinala-se uma década sem Manuel Ferreira (1916–2012). O jornalista, escritor, biógrafo e historiador, autor de mais de três dezenas de publicações, entre elas o icónico conto açoriano «O Barco e o Sonho», continua bem presente na minha memória, “alto como as estrelas, livre como o vento”.
Estas duas fotografias, da autoria de José António Rodrigues, pertencem ao arquivo da Publiçor e foram recentemente partilhadas comigo pelo major-general José Alfredo Ferreira Almeida, que teve o privilégio de acompanhar o trabalho do pertinaz defensor da autonomia e da açorianidade e com quem tenho vindo a trocar impressões sobre aquele período áureo.
Urbano Bettencourt, Maria João Ruivo and 28 others
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Santos Narciso

O grande jornalista e escritor Manuel Ferreira morreu há dez anos, era 1 de Dezembro de 2012. Recordo-o aqui com aquilo que escrevi no Correio dos Açores no dia 29 de Janeiro de 2016, no centenário do seu nascimento.
Pouco tempo antes da inesperada morte de Mário Mesquita, tínhamos conversado sobre a ideia de uma grande homenagem pública à memória de Manuel Ferreira. Pensava Mário Mesquita constituir uma Comissão para levar a efeito esta homenagem, para a qual me convidava, estando também a pensar na edição de um livro sobre o escritor. Com a morte de Mário Mesquita, nunca mais ouvi falar no projecto.
Fica aqui, em jeito de homenagem, o que escrevi em 2016.
Pedras para o Templo
Não! Não é apenas o título de um dos mais marcantes livros de Manuel Ferreira! Um livro em que ele quis condensar os mais marcantes editoriais que escreveu nos anos sessenta e setenta do século passado, aqui, neste “Correio dos Açores” de que, em dois períodos distintos, foi Chefe de Redacção. Manuel Ferreira, cujo centenário de nascimento está a decorrer este ano, desde o dia 29 de Janeiro, é ele mesmo uma “Pedra para o Templo” desta catedral de sonhos e lutas que é a Autonomia dos Açores.
Os editoriais de Manuel Ferreira não se mediam por parágrafos! Contavam-se por números, escarrapachados, a romano, a duas colunas, de alto abaixo, a abrir a primeira das duas ou quatro páginas que era o “seu jornal”, um lençol de papel, com cheiro de tinta fresca, quando ainda pontificava a tipografia à moda de Gutenberg, prova de galeão e prova repetida de página, batida a soco, húmida de água e suor de horas de composição, letra a letra, com o carinho de quem amassava o pão da opinião e a força da cultura que a tecnologia de hoje remeteu para honras de museu.
Manuel Ferreira quando agarrava num assunto, jamais dele se afastava. Ia até às últimas consequências. Era brusco, severo e de difícil trato, mas para ele, os ideais não se compadeciam com “paninhos quentes”.
Entrei no “Correio dos Açores” em 1973, levado pela mão de Ruy-Guilherme de Morais. Encontrei Manuel Ferreira e Gustavo Moura, todos os dias à noite, porque fechar o jornal antes da meia-noite, era milagre que raramente acontecia. Manuel Ferreira fez com que eu me “enfarinhasse” nas questões políticas e sociais de então, lendo, recortando e arquivando muito daquilo que ele e seus colaboradores escreviam. E posso aqui citar: Engenheiro Costa Matos, Dias de Melo, Branco Camacho, Deodato Magalhães, e tantos outros, para além de Ruy-Guilherme e Gustavo Moura.
Com Manuel Ferreira passei a noite do 25 de Abril no jornal: lembro-me, às tantas da noite, a aflição do Dr. Ernesto Macedo, o último censor, porque o jornal não tinha ido à censura… Manuel Ferreira, com aquele brilho que qualquer triunfo dava ao seu olhar, apenas lhe disse, mais ou menos isto: “ Nem hoje, nem nunca mais; a censura acabou. Você está despedido”.
Mais do que jornalista de casos, Manuel Ferreira era um jornalista de causas e como tal, com a sua inconfundível verve, tornou-se um temível polemista, como eu jamais vi outro. Sem querer ser exaustivo, cito apenas algumas das sua célebres intervenções, durante semanas ou meses, sobre temas quentes da actualidade então, com Agostinho Sá Vieira, Carreiro da Costa, Cândido Pamplona Forjaz, ou mesmo com seu cunhado e outro grande jornalista e homem de cultura que foi Luciano Mota Vieira, com quem debateu ao longo de meses, no início dos ano setenta, a questão de aterrar ou não o portinho da Calheta para o prolongamento da Avenida.
Manuel Ferreira saiu do Correio dos Açores numa época conturbada e de deriva ideológica que, filtrada à distância, talvez tenha sido a causa de o jornal ainda hoje estar vivo. Fiel a Gustavo Moura, foi colaborador do “Açoriano” durante alguns anos, mas, sempre que editava mais um livro, aí estava ele na redacção do Correio dos Açores para o entregar.
O sonho da Autonomia dos Açores, da libertação de amarras e de colonialismo, deve muito a Manuel Ferreira. Ele foi “pedra para o templo”, pela força da palavra, pela garra e pelo indomável amor que nutria por estes calhaus; ele é ainda hoje esteio seguro de que há vozes que não morrem neste brado imenso de quem se considera “alto como as estrelas e livre como o vento”.
Santos Narciso
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Paula De Sousa Lima, Artur Neto and 24 others
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  • Roberto Rodrigues

    O retrato incompleto de um Homem de um só temor. o da luta que faia sua .
  • Miguel Simas

    Caro Narciso parabéns pelo texto. Nunca tinha visto uma fotografia escrita à mão tão bonita! Importas que partilhe?