Arquivo da Categoria: Historia religião teologia filosofia

do que ventura tem saudade

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Secção de “Vende-se” num jornal do Brasil em 1880!
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Uma imagem de um anúncio publicado em 1880, nos anos finais da escravidão no Brasil, revela com crueza a lógica desumanizante daquele período. No texto, pessoas negras são apresentadas como mercadorias, descritas e ofertadas à venda como se fossem objetos comuns do cotidiano. O registro, embora distante mais de um século, expõe uma realidade que deixou marcas profundas e persistentes na formação social brasileira — marcas que ainda moldam desigualdades, oportunidades e estruturas de poder no país.

IDENTIDADE TRANSMONTANA

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Um mero desabafo..
Um mero desabafo…
A propósito de Caretos, Pauliteiros ou Ásturo-Leonês, alguns dos bem vincados caracteres que nos distinguem inquestionavelmente, deixo aqui uma humilde sugestão aos Governantes da nossa região, particularmente aos que fazem parte da CIM-TTM (Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes). Em vez de se insistir nos processos de autofagia, que tão bons resultados têm dado para a região, por isso já pouco ultrapassamos o 1% da população portuguesa, por que não abandonar, de vez, as «quintinhas» e transformar um território único no… território único que é?
Dizem que «de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento»… Discordo disso. Começa logo porque temos mais afinidades com a região Leonesa, nossa histórica «irmã», particularmente a Província de Zamora, do que com todo o resto do território português. Mesmo que nos queiram impingir a falácia dos Lusitanos, que nunca fomos… Por isso falamos “d’ua forma ztranha”, assim como do outro lado também falam “d’ua forma ztranha”… Assim como nas Astúrias, região que nos «colonizou» e à qual pertencemos, também falam… “d’ua forma ztranha”. Bem como noutras regiões de Espanha também falam doutras formas “ztranhas’e”. Com uma diferença substancial: o orgulho que têm nisso, enquanto comunidades, não enquanto «enclavezinhos» nessas comunidades. Se dúvidas tiverem, façam o favor de passar largas temporadas, por exemplo, na Galiza, no País Basco ou na Catalunha.
Porque na Galiza, é-se Galego e fala-se… Galego. Não se fala «Viguês», por exemplo. Ou, na Catalunha, é-se Catalão e fala-se… Catalão. Não se fala «Gironês»… Deveríamos aprender com eles. Talvez se ganhássemos consciência dessa realidade, o idioma que já foi de todos nós, hoje designado, por influência do seu primeiro estudioso, em finais do séc. XIX, por «Mirandés» (que antes disso, os estudiosos não lhe deram nome nenhum, apenas diziam que, no distrito (!), «se falava a nossa língua com grande corrupção»), não se resumisse, segundo um recente estudo da Universidade de Vigo, a uns meros 1500 falantes regulares (este que escreve apenas se inclui nos 3500 conhecedores). Não obstante estes números assustadores, por cá continuamos a insistir nas ladainhas de que “a nh’álheira é milhore du q’á tua” ou “e ó mou fulare é milhore du q’ó tou’e”…
Este “rapaze” até já provou alheiras e folares de, suponho, todos os doze concelhos do distrito. Tendo tido experiências variadas, concluindo, porém, que em todos eles há alheiras e folares excelentes. E convencer as pessoas disso? A mesma coisa se passando, por exemplo, com as igrejas. Conheço um “intchente” delas. Naturalmente, umas mais sumptuosas do que outras, umas mais valiosas, em artísticos termos, do que outras. No entanto, o que é mais recorrente, é ouvir que «a igreja da vizinha não é tão bonita como a minha», mesmo que se desconheçam as igrejas das vizinhas… “P’ra num lubare c’um gesteiru pur’u lombu’e, pur’i”, nunca contesto, acenando sempre afirmativamente. Porque, de facto, o que a mim me interessa, é que somos a única região, em Portugal, a ter arquitectura religiosa mudéjar… Como são superiores exemplos a cabeceira do extinto Mosteiro de Castro de Avelãs, ou os interiores da Igreja de Santa Maria (no castelo de Bragança) e da capela de Nª Sra. do Campo (em Lamas – Macedo)…
O que também me interessa, é perceber que temos uma das maiores «Rotas do Barroco» de todo o Norte, com inúmeros exemplares valiosíssimos. Ou que temos, por cá, por exemplo, núcleos de pintura dos maiores artistas portugueses do séc. XVIII. Ou tantas outras coisas mais… Ao invés de valorizarmos tudo isso, o que nos transforma numa região diferente, continuamos a digladiar-nos “a bêre quem é milhore”. Que “brutinhus’e”… É das sinergias que nasce a grandeza, não de considerar que o “mou cuncelhu’e é milhore du q’ó tou’e”. Da minha parte, Macedense sendo, com um “intchente” de costelas de Vinhais, ninguém me verá afirmar que Mogadouro é melhor do que Carrazeda, ou Vimioso melhor do que Moncorvo, ou vice-versa. Os «meus» doze concelhos são os melhores do mundo… e arredores! Era só isto…
O que me fez lembrar daquelas pessoas que, convictamente, dizem, de genérica forma, do alto da sua «sabetudologia», que os vinhos do Douro são melhores do que os do Alentejo, ou que os vinhos franceses são melhores do que os italianos. Provavelmente, considerarão que uma «Touriga» é uma raça de touros, ou que «Cabernet Sauvignon» é um pintor francês do séc. XVI…

Encontradas garrafas com mensagens de soldados da I Guerra Mundial em praia australiana

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Mais de 100 anos após o conflito, um pai e uma filha encontraram garrafas da marca Schweppes com uma mensagem dos combatentes.

Source: Encontradas garrafas com mensagens de soldados da I Guerra Mundial em praia australiana

A HISTÓRIA DAS TRÊS MORADAS

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A HISTÓRIA DAS TRÊS MORADAS

Uma Narrativa sobre a Unidade Trinitária do Ser

Havia um tempo antes do tempo, quando tudo ainda era pura possibilidade suspensa sem forma, vazio em silêncio.

Então o movimento nasceu. Não um, mas três, unidos numa dança eterna e desta dança surgiu tudo o que é: o visível e o invisível, a ordem e o caos, o peso e a leveza.

  1. A Grande Respiração

No princípio da criação, o Universo começou por respirar. Nessa respiração criou três moradas como expressão de uma só morada.

A primeira morada é a Casa do Ar, com os seus sete véus transparentes. A Troposfera, mais próxima, é como a pele que sente o calor e o frio, onde as nuvens são pensamentos e as tempestades, emoções intensas. Acima, a Estratosfera guarda o escudo protetor do ozónio, assim como a consciência protege o ser das radiações destrutivas do caos exterior que nos rodeia. Mais alto ainda, a Mesosfera, a Termosfera e aí, cada camada assemelha-se a um degrau na escada entre o tangível e o infinito, entre o peso e a leveza absoluta.

A segunda morada é a Casa da Terra, com os seus três reinos concêntricos. A Crosta é a face visível, onde pisamos e plantamos, onde construímos e deixamos pegadas numa superfície de encontros e despedidas. O Manto, logo abaixo, pulsa em movimentos lentos e poderosos, correntes invisíveis que movem continentes ao longo de eras e que lembram as correntes profundas da psique que movem civilizações. E no centro secreto, situa-se o Núcleo flamejante, coração de ferro e níquel que gera o campo magnético, que é a bússola invisível que orienta tudo o que vive sobre a superfície.

A terceira morada é a Casa do Homem, reflexo e súmula da casa do Ar e da Casa da Terra. A Cabeça contempla os céus e sonha com estrelas; o Tronco abriga os órgãos vitais, câmara central onde bate o coração e os pulmões respiram o ar da primeira morada; os Membros tocam a terra, caminham, trabalham, abraçam, fazendo assim a ponte entre o espírito que ascende e a matéria que sustenta.

Mas o mistério não termina aí.

 

  1. O Segredo Trinitário

Havia um velho sábio que vivia numa aldeia entre montanhas. Chamavam-lhe Elias das Três Fontes, pois ele costumava dizer que dentro de cada pessoa brotavam três nascentes que eram uma só água.

Um dia, uma jovem chamada Miriam veio ter com ele e perguntou-lhe:

“Mestre, sinto-me dividida. O meu corpo quer uma coisa, a minha mente outra, e algo mais profundo em mim anseia por um caminho que nem sei nomear. Sou três pessoas em conflito ou uma só em confusão?”

O velho sorriu e apontou o seu cajado para o céu:

“Vês a atmosfera? Parece vazia, mas sustenta sete camadas distintas, cada uma com a sua função. A camada mais baixa toca a terra e carrega chuva; a mais alta toca o espaço e brilha com auroras. São sete, mas é uma só atmosfera. Agora olha para baixo.”

Bateu no chão com o seu cajado:

“A terra parece sólida, mas dentro dela há três mundos: a casca onde pisamos, o manto que ferve devagar, e o núcleo de fogo. Três, mas uma só Terra. E tu, Miriam, és feita à mesma imagem.”

Miriam sentou-se a seus pés e implorou:

“Explique-me, por favor.”

 

III. A Tríade Humana

“O Corpo”, começou Elias, “é como a crosta terrestre e a troposfera juntas. É a tua parte visível, tangível, o templo onde habitas. Ele cresce da terra, come da terra, volta à terra. Mas sem as outras dimensões, seria apenas matéria inerte, como uma pedra. O corpo é a tua palavra feita carne, a tua presença no mundo visível.”

Elias respirou fundo, levou a mão ao peito e continuou:

“A Alma é como o manto da Terra e as camadas intermediárias do ar. É a sede do teu “eu” único e irrepetível, a tua personalidade, memórias, emoções, vontade e razão. É onde reside a imagem de Deus em ti: a capacidade de amar, de escolher, de criar. A alma anima o corpo, como o manto aquece a crosta, como o vento move as nuvens. Aristóteles dizia bem: a alma é a forma do corpo, aquilo que transforma matéria em vida. Sem a alma, o corpo seria um robot, mas sem o corpo, a alma não teria ferramenta para apalpar o mundo. E o luzeiro da Idade Média, Tomás de Aquino completava ao dizer que a alma é o que confere ao corpo a sua existência e as suas funções vitais, mas, por ser espiritual, possui a capacidade de subsistir por si só após a morte do corpo, o que fundamenta a sua imortalidade.”

Elias olhou para o céu, onde brilhavam as primeiras estrelas.

“O Espíritodisse ele, “é como o núcleo incandescente da Terra e a ionosfera que toca o cosmos. É a tua centelha divina, o fôlego que Deus soprou em Adão, a parte de ti que reconhece o Infinito porque vem do Infinito. O espírito não é “teu” da mesma forma que a alma é, ele é a ponte, a conexão, o ponto de contato entre a tua finitude e o Mistério eterno. É por isso que podes orar, contemplar, transcender-te. Ele é, como na narrativa sagrada, o amor que nasce entre Pai e Filho.”

Miriam franziu a testa.

“Mas então somos três seres separados dentro de um só?”

  1. A Dança Trinitária

“Não!” gritou o sábio com voz animada. “Essa é a armadilha do pensamento dualista, que só vê opostos: ou é um, ou são muitos. Mas a realidade é trinitária, e o três não é divisão, mas comunidade!”

Para se tornar mais compreensível, Elias desenhou três círculos entrelaçados na areia.

“Olha aqui: o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas, mas um só Deus. Não três deuses, não um deus com três máscaras, mas três em relação perfeita. E nós, feitos à imagem dessa Trindade, somos também relação. O teu corpo não existe sem a tua alma para animá-lo; a tua alma não se expressa sem corpo; e o teu espírito seria palavra não pronunciada se não tivesse corpo e alma como instrumento.”

Então Elias apagou as linhas divisórias entre os círculos com a mão.

“É como a água, o gelo e o vapor. Três estados, numa só substância. É como a raiz, o tronco e os ramos. Três partes, mas uma só árvore. Tu és uma unidade tripartida, ou melhor, uma trindade unificada.”

Miriam perguntou baixinho:

“E a atmosfera e a Terra são elas as mestras?”

Elias assentiu.

“Sim, são professores sossegados!

A atmosfera não é só ar parado, formada de camadas de ar em relação constante: o calor sobe da superfície, o frio desce do espaço, e no encontro nascem os ventos, as chuvas, a vida. A Terra não é pedra morta, ela é núcleo em brasa que alimenta o manto que move a crosta que sustenta vida. Tudo é relação, Miriam, tudo é movimento trinitário.”

  1. O Drama da separação

“Então qual é a razão”, perguntou Miriam com a voz trémula, “por que me sinto dividida?”

O rosto do sábio escureceu.

“Porque a humanidade esqueceu a dança. Vivemos como se fôssemos apenas corpo, buscamos só prazer material, acumulamos coisas, idolatramos a aparência. Ou vivemos como se fôssemos só alma, presos na mente, nas emoções neuróticas, nos jogos de poder do ego. Ou fugimos para um espiritualismo desencarnado, desprezando o corpo e o mundo como se fossem meras prisões.”

Elias levantou-se, abriu os braços e falou com voz séria e calorosa:

“A visão dualista divide tudo em bem versus mal, espírito contra a matéria, céu contra a terra. É a tentação maniqueísta que simplifica o mundo em preto e branco. E dela nasce a política maquiavélica: “os fins justificam os meios”, porque se a realidade é só dois lados em guerra, vale tudo para “o meu lado” vencer.”

Miriam erguendo os olhos.

“E qual é a alternativa?”, perguntou ela.

Elias inclinou-se na sua direção e sussurrou:

“A visão trinitária! Reconhecer que bem e mal não são forças iguais em combate, mas que o bem é trinitário; é Verdade, Beleza e Bondade em dança, enquanto o mal é privação, ruptura da relação. A política verdadeira não é dominar o adversário, mas buscar o bem comum através do diálogo tripartido: eu, tu e o Bem que nos transcende e que nos seria dado procurar juntos.”

  1. A Jornada Interior

“Como posso então viver integralmente?” – perguntou Miriam.

O velho Elias voltou a sorrir, desta vez com gentileza e calma.

“Procura aprender com a criação. A atmosfera cuida de cada camada, mas todas servem ao todo: proteger a vida. A Terra mantém cada reino em sua função, mas todos colaboram: a crosta dá suporte, o manto recicla e o núcleo fornece energia.”

Então falou enfaticamente:

“Cuida do teu corpo como quem cuida da crosta terrestre: com respeito, sem idolatria nem desprezo. Ele é templo, não ídolo nem prisão. Come, dorme, movimenta-te, celebra a matéria como dom de Deus. O mestre da galileia também amava a vida e porque ele convivia com publicanos e pecadores, a ponto dos líderes religiosos da época, O acusaram de ser “beberrão” e “comilão”.

Elias continuou, com voz calma e clara:

“Cultiva a tua alma como quem cultiva o manto terrestre: educa a mente, refina as emoções, fortalece a vontade. Lê, pensa, cria, ama, escolhe. A alma é o jardim onde floresce a tua humanidade única. Mas lembra-te: o jardim precisa de terra (corpo) e chuva do céu (espírito).”

Olhou intensivamente para Miriam e colocou a mão na cabeça dela.

“Abre-te ao Espírito como a crosta se abre para o calor do núcleo, como a troposfera se abre à luz do sol. Reza. Contempla. Silencia.

Reconhece que não és origem de ti mesma, mas resposta a um Chamamento divino.”

Os olhos de Miriam brilharam.

“E quando as três dimensões dançam juntas?”, perguntou ela.

Elias sorriu e a sua voz soou como uma canção distante:

“Então és completamente humana!

Quando a tua cabeça vê o mistério, o teu coração bate ao ritmo do amor e as tuas mãos se estendem-se em serviço, então não és mais um indivíduo isolado, mas pessoa em relação: em paz contigo mesma, em comunidade com os outros, em diálogo com Deus, e em harmonia com a criação.”

VII. O Canto da Unidade

Naquela noite, Miriam compreendeu. Deitou-se no chão e sentiu a crosta terrestre por baixo de si, o manto invisivelmente pulsante por baixo dela e bem no fundo, o núcleo distante e ardente que alimentava o campo magnético que a protegia dos ventos solares. Respirou fundo e sentiu o ar da troposfera a fluir para os seus pulmões, subindo pelos brônquios, enchendo o seu sangue de oxigénio, enquanto bem acima a estratosfera a protegia da luz ultravioleta, e ainda mais alto a ionosfera dançava com as partículas do espaço.

E dentro de si ela sentia: o seu corpo cansado, mas vivo, enraizado na terra, a sua alma finalmente em paz, já não dividida, mas unida: mente clara, coração aberto, vontade direcionada e o seu espírito, aquela centelha terna que suspirava suavemente o “Abba” para o mistério que ela carregava.

Ela não era uma nem era três. Ela era uma em três e três em uma, como a terra, como o ar, como a própria Trindade. E, nesse momento, ela compreendeu o antigo ditado bíblico:

“Façamos o homem à nossa imagem e à nossa semelhança.”

Não “à minha imagem”, pois isso seria unidade sem relação, mas “à nossa”: a imagem trinitária, comunitária, tecida pelas relações. Pois a pessoa não é um átomo isolado, um ego, mas um nó numa teia infinita de amor.

O Chamamento

Miriam voltou à aldeia transformada. Não tinha respostas mágicas para todas as questões da vida, no entanto, transportava consigo uma chave, uma hermenêutica do coração: ver tudo – natureza, sociedade e si mesma – não com olhos dualistas (nós versus eles, corpo versus alma), mas com olhos trinitários.

Miriam ensinou às crianças:

“Vós sois como a Terra: tendes uma superfície que todos veem que é o vosso corpo, um reino interior que ferve de vida que é a vossa alma e um fogo no centro que o liga ao mistério e que é o vosso espírito. Não desprezem nenhuma destas camadas e não adorem nenhuma sozinha! Quando reconhecerem isto vivereis em paz convosco mesmos e com os outros.”

Aos adultos envolvidos nas discussões políticas, ela disse:

“Deixem de acreditar que a solução é destruir o inimigo, como fazem os adeptos da visão maniqueísta.

A verdade não surge quando dois lutam entre si, mas quando três falam em conjunto: eu, tu e a verdade que transcende ambos, na relação eu-tu-nós.

E aos místicos arrebatados, ela disse:

“Deus não criou a matéria para a odiarmos. O Verbo fez-se carne! A salvação não consiste em escapar do corpo, mas em transfigurá-lo como Cristo, o Ressuscitado: não um espírito sem corpo, mas um corpo glorificado, permeado de luz.”

E assim, de casa em casa, de coração em coração, Miriam plantou a semente da visão integral que tem o melhor exemplo no protótipo Jesus Cristo: E assim, de casa em casa, de coração em coração, Miriam lançou as sementes de uma visão integral do ser:

  • Atmosfera, Terra e humanidade: três mestres de uma só lição.
  • Corpo, alma e espírito: três dimensões de um único ser.
  • Pai, Filho e Espírito Santo: três pessoas de um só amor.

E aqueles que compreenderam a dança trinitária começaram a viver de forma diferente: já não como máquinas (meros corpos), nem como fantasmas (só alma ou mente), nem como egos insuflados (mera necessidade), mas como pessoas inteiras, como microcosmos que refletem o Macrocosmo, templos vivos nos quais a matéria é abençoada, a consciência é iluminada e o Espírito sopra livremente.

Pois no princípio era a Relação, o Verbo, e a relação pessoal era com Deus, e a relação era Deus. Tudo o que existe, das galáxias aos átomos, das montanhas aos pensamentos, é o eco desta dança eterna: Três em Um e Um em Três. Uma unidade que não anula a diversidade e uma diversidade que não destrói a unidade.

Um segredo que não se revela em fórmulas, mas na vida vivida!

Não há respostas prontas para as grandes questões. A única forma de as encontrar é viver a vida plenamente; pois a sabedoria, o autoconhecimento, nasce da ação e da contemplação silenciosa do próprio caminho. O divino, a origem e o propósito, a essência da existência, revela-se na experiência humana concreta: no amor, no sofrimento, na superação; isto é, na forma como vivemos e como nos relacionamos com o mundo.

Reflexão Final

Caro/a Leitor/a,

esta narrativa tenta tecer a realidade de que fazemos parte e que simultaneamente nos questiona. As camadas da atmosfera e da geosfera são aqui apresentadas como análogas às dimensões humanas numa história que procura transcender o reducionismo dualista e celebrar a complexidade trinitária da realidade.

A estrutura da narrativa reflecte o seu conteúdo: começa com a cosmologia (atmosfera e terra), continua com a antropologia (corpo, alma, espírito) e culmina na teologia (a imagem trinitária), regressando finalmente e repetidamente, à existência, à questão: Como devemos viver tudo isto?

Ao criar esta narrativa, que entende a realidade como uma metáfora para algo que a transcende, foi importante para mim não confundir visões do mundo nem o método de conhecimento para acesso à realidade.

A integração de uma visão monista da realidade, em que tudo emerge de uma única fonte, com um método dualista-analítico que distingue sujeito e objecto na investigação encontra a sua síntese numa perspectiva relacional-pessoal. Isto permite abraçar a concepção trinitária da realidade divina (como a “fórmula” de toda a existência e de toda a realidade): uma unidade essencial expressa numa multiplicidade de pessoas em relação mútua, transcendendo assim tanto o monismo rígido como o dualismo irreconciliável.

Que esta narrativa sirva como ferramenta de autorreflexão e como forma de transmitir uma visão integral do ser e da maneira de estaa, sem perder a essência da relação, o jogo vivo do pessoal. Que seja uma semente que brote em muitos corações.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

© Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10394

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Opinião: Gualter Furtado | Os produtos agrícolas e a economia de sobrevivência! – jornalacores9.pt

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Desde o povoamento dos Açores e praticamente até ao início dos anos 70 do séc passado, que os produtos agrícolas e o produto da pesca foram a base de subsistência do povo açoriano, num contexto de grande isolamento, e com apoios públicos reduzidos, ou, praticamente inexistentes. Estas dificuldades porque passavam a maioria das famílias a […]

Source: Opinião: Gualter Furtado | Os produtos agrícolas e a economia de sobrevivência! – jornalacores9.pt

burcas, de novo

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Paulo Reis

PORQUE É QUE A EXTREMA-ESQUERDA GOSTA DE BURKAS?
A burka, imposta nas versões mais retrógradas e fanáticas do Islão, é um símbolo de violência e humilhação contra as mulheres.
Ao deixar apenas uma fenda para os olhos, nega à mulher o campo de visão, a expressão e, sobretudo, a identidade. Na nossa cultura, o rosto é a marca da pessoa, o sinal visível da dignidade individual. A burka apaga-o. Transforma o ser humano em sombra.
Quem a usa dificilmente encontrará emprego, integração ou liberdade. Não é um traje: é uma cela ambulante. Por isso foi, e bem, proibida em boa parte da Europa Ocidental. A burka é um monumento à submissão, uma peça icónica de um mundo em que a mulher é propriedade. Tudo isto parece óbvio, mas, como advertia G.K. Chesterton, “chegará o dia em que teremos de provar ao mundo que a relva é verde”. Pois bem: esse dia chegou.
E então, porque é que a extrema-esquerda simpatiza com a burka? Porque, para ela, a presença da burka no nosso espaço público é mais do que uma questão de religião: é um símbolo político. Representa, aos seus olhos, o colapso moral do Ocidente, e tudo o que enfraqueça o Ocidente é, por definição, bem-vindo.
A extrema-esquerda vê na burka a prova viva de que a civilização liberal falhou em impor os seus valores universais. E como o objectivo último é destruir essa civilização, para que surjam, um dia, os tais “amanhãs que cantam”, toda manifestação do seu enfraquecimento é recebida com entusiasmo. É a velha lógica revolucionária: os inimigos dos nossos inimigos são nossos aliados.
Pena é que a dignidade das mulheres sirva, uma vez mais, de arma táctica.
Pena é que um PS, capturado ideologicamente pelo Bloco de Esquerda, não perceba o atoleiro moral em que se deixou cair.
– Miguel Alçada Baptista

estado da palestina não existiu

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【A CAUSA DAS COISAS】
ISRAEL | PALESTINA A história que muitos querem ignorar – A coexistência não pacífica!
Voltamos à história, sobretudo para avivar as memórias mais distraídas!
Antes do moderno Estado de Israel, havia um Mandato Britânico, e não um Estado Palestino.
Antes do Mandato Britânico, existia o Império Otomano, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Otomano, estava o Sultanato Mameluco do Egito, e não um Estado Palestino.
Antes do Sultanato Mameluco do Egito, havia o Império Aiúbida; Godofredo de Bulhão conquistou Jerusalém em 1099. Não havia um Estado Palestino.
Antes do Império Aiúbida, existia o Reino Cristão de Jerusalém, e não um Estado Palestino.
Antes do Reino de Jerusalém, havia os impérios Omíada e Fatímida, e não um Estado Palestino.
Antes dos impérios Omíada e Fatímida, estava o Império Bizantino, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Bizantino, havia o Império Romano, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Romano, existia o Reino dos Hasmoneus, e não um Estado Palestino.
Antes do Reino dos Hasmoneus, estava o Império Selêucida, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Selêucida, o Império de Alexandre da Macedônia existia, e não um Estado Palestino.
Antes do Império de Alexandre da Macedônia, havia o Império Persa, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Persa, estava o Império Babilônico, e não um Estado Palestino.
Antes do Império Babilônico, havia os reinos de Israel e Judá, e não um Estado Palestino.
Antes dos reinos de Israel e Judá, havia o Reino de Israel, e não um Estado Palestino.
Antes do Reino de Israel, existia a teocracia das Doze Tribos de Israel, e não um Estado Palestino.
Antes da teocracia das Doze Tribos de Israel, havia uma coligação de cidades-estado cananeias, e não um Estado Palestino.
Na verdade, nesta parte do mundo, houve de tudo, excepto um Estado Palestino.
NB: Factos não são Fatos!
Mas podem continuar a martelar a história…agora que isto descambou, lá isso descambou. Os ódios de estimação e promessas de aniquilação de um ou de um outro lado, não abonam nada em nome da paz. Podre ou não, na miséria humana em que se transformou aquele território, quem mais sofre é sempre a população. Ódio, raiva, rancor, pobreza, miséria, um cocktail sem fim à vista!!!
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Fernando Jacinto

Peço desculpa, mas é um pouco mais complicado. 1. Também, não havia Estado de Israel, embora houvesse palestinianos no território que se dedicavam à agricultura e pastorícia. 2. Quando o Império Otomano se desfez foram criados vários Estados ((nenhum era Israel), mas os ingleses recusaram um Estado palestiniano. 3. Para o território onde há hoje conflito, eram enviados judeus pobres (um povo ou seguidores de uma religião?) considerados “contestatários comunistas” que incomodavam muitos países. 4. Judeus ricos compravam parcelas do território aos ingleses mas não os cultivavam, deixavam isso aos palestinianos. Só, por pressão dos ingleses, começaram a fazer algo das parcelas que adquiriram, expulsando os que lá estavam. Etc, etc, etc. A história do médio-oriente é de facto muito complexa e as potências europeia têm muita culpa no cartório,

na terra onde viveres, faz o que vires fazer

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Niqab vs hijab vs burka – usar ou não?
Calculo que não seja fácil, para quem está habituada a se cobrir deste modo (sobretudo com niqabs e burkas) de um momento para o outro, descobrir-se perante o mundo. Mas…na terra onde viveres, faz o que vires fazer…e se eu pretender, por exemplo, entrar numa mesquita, terei de me descalçar, coisa que cá não faço ao entrar numa igreja católica.
Enfim…
Nas imagens: na primeira um niqab, na segunda um hijab e na terceira uma burka.
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a burca

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A frase é de Kamel Daoud, o escritor argelino vencedor do prémio Goncourt. Em Portugal há partidos que acham que a burka, um dos maiores símbolos da subalternização da mulher, pode passear-se pelas ruas…