Categoria: ChronicAçores

  • se a cultura se vendesse no hipermercado era mais fácil

    Views: 1

    587 se a cultura se vendesse no hipermercado era mais fácil

    (esta e as anteriores chrónicaçores estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html)

    Leonardo Boff, Teólogo escrevia em setembro de 2009 matéria para refletirmos:

    A tradição do Tao vê a história como um jogo dialético e complementar de dois princípios: yin e yang, subjacentes aos fenómenos humanos e cósmicos. A referência para representar estes dois princípios é a montanha. O lado norte, coberto pela sombra, é o yin, corresponde à dimensão Terra. Expressa-se pelas qualidades da anima, do feminino nos homens e nas mulheres: o cuidado, a ternura, a acolhida, a cooperação, a intuição e a sensibilidade pelos mistérios da vida.

    O yang significa a luminosidade do lado sul e corresponde à dimensão Céu. Ganha corpo no animus, as qualidades masculinas no homem e na mulher como trabalho, competição, a força, objetivação do mundo, análise e a racionalidade discursiva e técnica.

    A sabedoria milenar do Taoismo ensina que as duas forças devem ser equilibradas para que o caminhar se faça dinâmica e harmonicamente. Se uma predomina sobre a outra, urge um equilíbrio difícil entre elas. O yin e o yang remetem a uma energia originária, um círculo com ambos: o Shi.

    Os cristãos falam do Spiritus Creator, ou do Sopro cósmico, que enche e dinamiza toda a criação. Os cosmólogos citam a Energia que produziu um minúsculo ponto que depois explodiu – big bang – dando origem ao universo. Após esta incomensurável explosão, a Energia desdobrou-se nas quatro forças fundamentais que atuam sempre juntas e que subjazem a todos os eventos – a energia gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e forte – para as quais não existe, na verdade, nenhuma teoria explicativa.

    A nossa cultura ocidental, globalizada, rompeu com a visão integradora. Enfatizou tanto o yang que tornou anémico o yin. Permitiu que o racional recalcasse o emocional, que a ciência se inimizasse com a espiritualidade, que o poder negasse o carisma, que a concorrência prevalecesse sobre a cooperação e a exploração da natureza descurasse o cuidado e o respeito devidos. Este desequilíbrio originou o antropocentrismo, o patriarcalismo, a pobreza espiritual, a cultura materialista e predadora e a atual crise ecológica global. Só com a integração da força do yin, da anima, da logique du coeur (Pascal), do mundo dos valores, corrigindo a exacerbação do yang, do animus, do espírito de dominação, podemos proceder às correções necessárias e dar novo rumo ao projeto planetário. Se não encontrarmos um ponto de equilíbrio tudo pode acontecer, até um flagelo antropológico. Precisamos de uma loucura sábia que faculte uma nova síntese entre os dois polos para reinventar um caminho que nos garanta o futuro.

    É por essas e outras que gosto de escrever a palavra REVOLTEM-SE, mas pode ser crime de traição ou de apelo ao terrorismo, face às novas leis, pelo que me coíbo de o fazer.

    Faltou frisar que a ideia da nova educação é fazer com que os professores estejam cada vez menos preparados e criem alunos ignorantes. É a teoria do mínimo denominador comum. Não interessa a nenhum governo uma população culta, educada e lida…depois era mais difícil regê-los. Segue-se uma nova versão da máxima salazarista “quanto mais ignorantes mais felizes…” ou como o amigo Daniel de Sá, em tempos, me avisou, no formato original, a máxima de Salazar era: “Um povo culto é um povo infeliz.” Sejamos felizes, sejamos incultos. A razão de todas as infelicidades reside na Santa Cultura que tanta dor pariu.

    Depois criam-se artificialmente castas (este país sempre foi um país de castas). Primeiro, havia a dicotomia entre professores primários, secundários e os universitários. Vasos não comunicantes e estanques. Para mim o erro foi acabar com a Escola do Magistério e criar as ESE… que fabricaram diplomados com ignorância e falta de preparação como a Helena (minha mulher) comprovou quando lecionou numa…até dói. Já basta haver programas que pouco ou nada ensinam (mais curtos, inúteis e fúteis, cheios de imagens para contrabalançar a falta de conteúdo, para contrapor a asserção vigente no meu tempo de que aprendia coisas que para nada serviam).

    Claro que a impreparação dos professores aplicada numa educação de massas, caracterizada pelo mínimo denominador comum, vai perpetuar o ciclo descendente de conhecimentos, e cada vez haverá mais burros nas fileiras. Isso é altamente importante para os políticos no poder. Quanto mais iletrados, melhor serão conduzidos os milhões de cordeiros do rebanho da nação. A educação é uma fábrica de analfabetos para ensinar mais analfabetos futuros. Nada mais perigoso que uma pessoa que lê e estuda. Até pode pensar por ela…

    Este país tem demasiadas leis e incumprimentos a mais…para quê se ninguém as cumpre? O que é preciso é civilizar [leia-se DOMESTICAR] o povo para se poderem impor regras e normas, o resultado está à vista…vive-se numa ditadura republicana, de esgares monárquicos, disfarçada de democracia. Tal como no tempo do Hitler só quando chegar à nossa porta é que nos daremos conta do caminho por onde nos levaram… As democracias só podem funcionar com gente culta e preparada e não com quase dez milhões de analfabetos como em Portugal. Nos outros países (e na Austrália vi isso) fazem-se sacrifícios e o país avança e progride, aqui obrigam-se a sacrifícios e o país fica na mesma, só se trabalhou para a estatística europeia e não para criar riqueza.

    Como escreveu Mendo Henriques em agosto de 2008: “é altura de fazer uma revolução e dar o poder a quem tem cultura e não a quem tem dinheiro”.

    É tudo uma questão de visão, os portugueses têm-na tipo túnel (quando a têm). Outros veem mais longe e preocupam-se com o futuro. Eu aprendi imenso com os chineses. Foi essa a lição mais importante. Nunca me esqueço também do que mais me impressionara na aprendizagem com os aborígenes australianos: como sobreviver milhares de anos com uma cultura oral, sem escrita, sem posse de terras, sem matar a não ser o que é necessário para uma alimentação frugal, para preservar o meio ambiente. Assim foram capazes de manter um segredo durante séculos (como era o crioulo de português que uma tribo manteve durante mais de quatrocentos anos e da qual se falou atrás).

    O excesso de informação, desinformação e manipulação política acabam por condicionar o rebanho dócil dos que falam muito e se queixam ainda mais, mas pouco ou nada fazem. Sempre prontos a criticarem o governo e os outros sem perceberem que a verdadeira culpa radica neles.

    Os portugueses habituaram-se ao goze agora e pague depois, se não morrer antes. Não se importam com os que roubam à sua volta, sejam do governo ou da privada. Até os invejam e gostariam de poder fazer o mesmo. A maioria dos habitantes, da Lusitânia sem alma, não quer saber de princípios. Abomina quem os tem. Se bem que poucos, existem alguns que os preservam e perseveram.

    De qualquer modo o que é que o homem e a mulher comuns podem fazer, além de falar no café e queixarem-se aos amigos e conhecidos? Mesmo que soubessem rabiscar umas ideias e quisessem escrever uns artigos, provavelmente não seriam publicados. Vive-se numa ditadura dissimulada em que mesmo com 200 mil pessoas em manifestações de rua nada se consegue. O poder não treme nem pestaneja, coça-se como se estivesse a ser atacado por uma ridícula e inofensiva pulga. É essa a opinião dos governantes sobre o povo que manietam. Para quê denunciar escândalos? Raro é o dia em que um ou mais são denunciados nas redes, na internet na rádio e televisão. A justiça, que sempre esteve ao lado dos poderosos, parece estar ao lado dos que mais roubam e lesam o país Viriato e Sertório foram apunhalados pelos seus conselheiros. Aprende-se mesmo pouco em Portugal. Falta agora um novo Viriato a liderar os Lusitanos contra os usurpadores da República..

     

     

     

     

     

  • 585. viver é uma canseira

    Views: 13

    585. viver é uma canseira abr 2025 (esta e as anteriores 584 crónicas estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    Li há dias numa parede grafitada que viver é uma canseira, quem o disse e recriou para a posteridade deve ter tido uma vida desastradamente monótona e desinteressante.

    A minha maior canseira foi chegar à 4ª idade com o cérebro de 25 anos e um corpo de 125.

    Nem queiram saber o rol de maleitas que surgem, umas atrás das outras num corpo aparentemente saudável e não muito escalavrado pelos anos. É esta canseira que ora me aflige pela expectativa daquilo que de pior ainda está por chegar.

    Sempre pedi à minha mulher que não me deixasse conhecer este estado civil de viuvez pois já pressentia as dores que traria.

    É precisamente agora que pareço ter perdido toda e qualquer réstia de paciência, para ouvir as promessas ocas dos políticos balofos, que nunca fizeram nada na vida a não ser venderem promessas vazias. E de eleição em eleição reciclam-se e prometem o que já tinham prometido e que tanto eles como os eleitores se esqueceram.

    E tudo aquilo que ainda não fizeram, em mandatos anteriores, será agora que vão fazer, até melhor do que seria de esperar dada a conjuntura, que, conjuntamente com a ingrata mãe natura, o clima, a economia, a guerra (qualquer uma, não importa), algumas potências estrangeiras, a globalização, o protecionismo ou outro qualquer asteroide impediram anteriormente que fosse realizado.

    Entre outras notícias de somenos importância desfilam pelos entediantes ecrãs da nossa realidade destilando palavras inócuas que parecem encher o mundo de bolas de cristal coloridas plenas de futuros acontecimentos inconseguidos.

    O tempo, esse mestre maior, acaba sempre por se ver livre dos seus seguidores e, mais cedo ou mais tarde, transita para outra dimensão onde deles jamais se ouvirá falar. Mas logo outros políticos de carreira surgirão para lhes tomar o lugar. Escrevo isto e lembro a história de Roma ao longo de séculos, e sorrio ao vê-la aqui reproduzida já no curto espaço da minha vida.

    Está aí mais uma eleição à sua espera, e de nada servirá o seu voto exceto para justificar que a democracia ainda é o melhor sistema de todos, apesar das suas fragilidades, desigualdades, iniquidades e abusos e se estiver numa fase da vida que é uma canseira, como eu estou, sabe bem que a autocracia e a ditadura ainda o fariam bem mais infeliz.

  • COMO-ENSINAR-A-ENVELHECER-POR-CHRYS-

    Views: 7

    https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2025/04/C.pdf

  • Como ensinar a envelhecer

    Views: 4

    Crónica 578. Como ensinar a envelhecer 24.3.2025

    Ao tempo que esta Humanidade que conhecemos existe (podem ter havido outras), com a constante introdução de novas disciplinas no currículo escolar e ainda ninguém se lembrou de uma “Como ensinar a envelhecer em 3 variantes: saudável, doente, demente”.

    A falta que isso faz só se nota quando já é demasiado tarde e normalmente sem possibilidade de recuperação.

    O mais grave é que os interessados nesse currículo, na maioria dos casos, nem se apercebem.

    Os primeiros sintomas nem são visíveis a olho nu, e ocorrem quando se olham ao espelho de casa. Se, como eu, não foram partidários de fotos tipo autorretrato (a que pomposamente chamam “selfie”) nem se apercebem. Basta orientar a câmara do telemóvel para a sua cara, que logo entende o que é o envelhecimento.

    E não é nada gracioso, é brutal, nas comissuras do rosto escalavrado pela idade e vicissitudes da vida.

    É um susto, aquela cara não é a minha, nem eu me reconheço nela, não sou eu naquela imagem de telemóvel, são esgares de um velho, um idoso já muito acabado.

    Assustado, posso tentar rever a minha face no espelho de casa, mas mesmo aí a imagem já está avelhentada, agora que a vimos em formato “selfie”.

    Se a estes sintomas iniciais se juntarem doenças ou demência (hoje, vulgar e comum à maioria dos idosos), a necessidade do dito curso intensivo torna-se mais imperiosa.

    Para mim, já não virá a tempo, mas vou sugerir à Secretária Regional da Educação que pondere esta alteração curricular.

     

  • chrónicaçores 577. A FAMA, O DINHEIRO, A SOLIDÃO E GENE HACKMAN, 16.3.2025

    Views: 0

    577. A FAMA, O DINHEIRO, A SOLIDÃO E GENE HACKMAN, 16.3.2025

    Regularmente lemos nos diários relatos arrepiantes de pesoas que morreram sós, na mais abjeta miséria e abandono, e só foram descobertas muito tempo depois.
    Logo surgem comentadores bem-intencionados (ou oportunistas) a falarem das famílias que os esqueceram e abandonaram (em casa, no hospital, na vida), da ingratidão das novas gerações (a quem preconizam idêntica sorte futura).
    E as pessoas que leem isso nos jornais, nas redes sociais, ou na própria TV ficam por momentos, breves instantes compungidas e temerosas, imaginando que lhes pode suceder o mesmo. Eu nunca fui dessas pessoas, nunca me imaginei a viver só e a morrer só, e ao contrário de gene Hackman sem fama nem posses. A morte dele (nonagenário demente) e da sua jovem mulher (trinta anos mais nova) com uma semana de diferença em total solidão leva-nos a pensar. Todo o dinheiro, uma mansão enorme, a fortuna multimilionária e passaram-se dez a quinze dias sem que a empregada fosse lá a casa ver se estava tudo bem, ou o jardineiro, motorista, etc…já nem falo dos filhos e ne-tos…
    Eu que nem fama nem dinheiro tenho sempre imaginei que nunca morreria sozinho, e, de repen-te, o filho de 28 anos sai de casa, a mulher morre e fico sozinho com uma cadela. Eu, a pensar que só acontecia aos outros! Recordo e atualizo um extrato do que escrevi em 2024 sobre este tema:

    A grande solução dos problemas do quotidiano é a de haver sempre um amanhã. Até um dia em que não haja. A recente morte da minha mulher obriga-me a pensar nisso e equacionar novos paradigmas, duvido sempre se haverá amanhã. Quando a deixei no Hospital nunca imaginei que para ela não haveria outro ama-nhã. A vida nunca mais foi a mesma, amar em morte é doloroso, reaviva os 1001 momentos bons que parti-lhamos e dos quais tenho saudades.
    Sei que a memória vai fraquejando com a idade, tende a confundir tudo e a dar leituras erradas, mas a viu-vez em idade avançada conduz a pensamentos filosóficos variados, como a descoberta da teleofobia. Essa condição está relacionada à ansiedade ou insegurança, quem sofre desse mal pode ter dificuldades em fir-mar compromissos ou criar metas de longo prazo. Também não sou do tipo dos que aceitam um qualquer metaverso, um ambiente digital compartilhado onde pode interagir com outras pessoas, jogar, trabalhar ou viver uma vida virtual. Grandes empresas de tecnologia, como o Facebook (agora Meta), estão investindo nisso.
    Bem a propósito surge no ecrã a citação de Charles Bukowski “E quando ninguém te acorda de manhã, e ninguém te espera na noite, quando podes fazer o que quiseres, como se chama? Liberdade ou solidão?”
    Sei a resposta mas não quero essa liberdade a que chamo solidão.
    Pior do que isso ou do que aconteceu ao famoso Gene Hackman foi o caso do casal sexagenário nos arre-dores de Castelo Branco (meados de agosto 24), o marido teve morte natural, ela acamada morreu (de fome e sede?) sem assistência, ambos em lento estado de decomposição. Isso sim é solidão, numa sociedade de va-sos comunicantes. Somos todos desconhecidos, mesmo que aparentemente haja amigos no Facebook ou ou-tra rede social. Provavelmente aquele casal teria filhos e netos que os ignoraram, vivendo longe, preocupa-dos com vicissitudes das suas pequenas e miseráveis vidas, sem tempo de pensar nos velhos.
    Medito nisto e nos meus filhos. Morreria sem que soubessem, exceto a filha da Nini (que adotei como mi-nha há 30 anos) que cuida de mim à distância com a prova diária de vida, e que me telefona ao fim de cada dia.
    Se o alarme sobre o meu passamento não fosse dado com o dito telefonema diário, seria a nossa governan-ta Berta, quem me encontraria, a meio da semana, num qualquer recanto da casa, não muito decomposto nem mumificado. Pode ser que logo ao entrar na porta da rua o cheiro a alertasse ou a cadela ladrasse de forma distinta.
    É um pensamento que agora me ocorre amiúde, quando estou no duche e em especial neste mês de março 2025 em que houve uns tantos sismos fortes na ilha de São Miguel . Quase como o pensamento se houver um desses sismos saio do chuveiro como Adão no Jardim de Éden? (perdoem a latitude do pensamento, nem sou Adónis, nem a Lomba da Maia é o Jardim de Éden).
    Tento secar-me? Ou vestir-me? agarro num par de calças ou na toalha? ou decido-me a correr porta fora em busca da sobrevivência antes que tudo o mais? Imagino o riso e as caras da populaça ao ver-me naqueles preparos, lá se ia a imagem bem compostinha que tentei criar nestes 20 anos.
    Por aqui se pode calcular que em caso de sismo, estivesse onde estivesse, optaria pela solução “ó pernas para que te quero e os pruridos e constrangimentos sociais viriam depois”.
    Não entendo como as pessoas a quem tenho questionado sobre o tema, não têm (ou nunca tiveram) pen-samentos ou temores destes, nem saibam dizer-me se sairiam do duche com toalha ou roupa.
    Já por outro lado, morrer na sanita deve ser altamente desagradável, de odor desaconselhável, para quem descobrir o cadáver.
    Outra morte que, inversamente ao descrito, faz sorrir, é a do idoso (um rapaz da minha idade!), numa mis-são de infidelidade conjugal (com ou sem Viagra) que desfalece para toda a eternidade em pleno ato, granje-ando direito ao epitáfio “teve uma morte santa.” Pena teria eu da companheira de infortúnio, que em pleno exercício de atividade pessoal ou profissional, podia ficar irremediavelmente traumatizada, sem rendimento garantido e sem direito a apoio psicológico ou acompanhamento especializado.
    Creio não andar longe da verdade se disser que a maioria sonha morrer no sono, sem se aperceber do des-pertar em nova dimensão.
    Feliz ou infelizmente, cheguei à idade em que já não acredito no céu, nem em anjos e querubins a ladear um São Pedro de barbas longas e brancas, a verificar nomes na lista de admissão.
    Agora que o Papa Francisco proclamou que não há Purgatório, esse limbo, antecâmara de melhores dias, devemos interiorizar em termos de céu que o inferno este existe aqui e agora. O inferno é a vida na Terra, pe-lo que o melhor é ser otimista e imaginar outra dimensão (qualquer que seja) melhor do que esta.
    Atualmente também já não acredito no Terceiro Olho de Lobsang Rampa (que me fascinava em tempos de hippie nos anos 70) nem creio na reencarnação hindustânica. Talvez pretenda negar o temor extremo de re-gressar como barata. Como cucaracha nunca.
    E ninguém me explica como foi possível a um velho ator, nonagenário, demente, milionário, morrer daque-le modo. No meio da sua doença teria expulsado todos os funcionários em troca da solidão com que morreu?