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(eleições à vista) viver é uma canseira
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viver é uma canseira abr 2025
Li há dias numa parede grafitada que viver é uma canseira, quem o disse e recriou para a posteridade deve ter tido uma vida desastradamente monótona e desinteressante.
A minha maior canseira foi chegar à 4ª idade com o cérebro de 25 anos e um corpo de 125.
Nem queiram saber o rol de maleitas que surgem, umas atrás das outras num corpo aparentemente saudável e não muito escalavrado pelos anos. É esta canseira que ora me aflige pela expectativa daquilo que de pior ainda está por chegar.
Sempre pedi à minha mulher que não me deixasse conhecer este estado civil de viuvez pois já pressentia as dores que traria.
É precisamente agora que pareço ter perdido toda e qualquer réstia de paciência, para ouvir as promessas ocas dos políticos balofos, que nunca fizeram nada na vida a não ser venderem promessas vazias. E de eleição em eleição reciclam-se e prometem o que já tinham prometido e que tanto eles como os eleitores se esqueceram.
E tudo aquilo que ainda não fizeram, em mandatos anteriores, será agora que vão fazer, até melhor do que seria de esperar dada a conjuntura, que, conjuntamente com a ingrata mãe natura, o clima, a economia, a guerra (qualquer uma, não importa), algumas potências estrangeiras, a globalização, o protecionismo ou outro qualquer asteroide impediram anteriormente que fosse realizado.
Entre outras notícias de somenos importância desfilam pelos entediantes ecrãs da nossa realidade destilando palavras inócuas que parecem encher o mundo de bolas de cristal coloridas plenas de futuros acontecimentos inconseguidos.
O tempo, esse mestre maior, acaba sempre por se ver livre dos seus seguidores e, mais cedo ou mais tarde, transita para outra dimensão onde deles jamais se ouvirá falar. Mas logo outros políticos de carreira surgirão para lhes tomar o lugar. Escrevo isto e lembro a história de Roma ao longo de séculos, e sorrio ao vê-la aqui reproduzida já no curto espaço da minha vida.
Está aí mais uma eleição à sua espera, e de nada servirá o seu voto exceto para justificar que a democracia ainda é o melhor sistema de todos, apesar das suas fragilidades, desigualdades, iniquidades e abusos e se estiver numa fase da vida que é uma canseira, como eu estou, sabe bem que a autocracia e a ditadura ainda o fariam bem mais infeliz.
tragedias-sem-culpados-chrys-c.
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609. casamentos felizes por chrys c
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609. casamentos felizes 16.9.2025
Todos imaginamos os casamentos como momentos mas há alguns que nos surpreendem 

Há outros ainda que nos surpreendem por serem insólitos como este e a noiva não se aconselha a ninguém, nem que ela mesma se deu consigo própria e se divorciou de si: 
Pode-se prever idêntico desfecho para esta italiana em 2026

Há quem tenha dificuldade em arranjar noivo 
enquanto umas tiveram mais sorte
outras tendem a ser diferentes
e há casais em 40 anos sem uma única discussão
608. ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 16.09.2025
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608. ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 16.09.2025
Ultimamente o desânimo, o desalento, a impotência perante o que se passa em volta, tem-me afastado de falar de questões políticas.
A 12 de outubro nova ida às urnas para as autárquicas, as eleições onde os candidatos estão mais perto do povo. Nos Açores, tradicionalmente o vencedor da dúbia honra de maior abstencionista nada se espera a alterar essa tradição.
Em 21 anos de arquipélago e ao olhar para os candidatos – salvo uma ou outra exceção – diria que os partidos foram buscar o refugo de candidatos, além das promessas ocas e que nem um orçamento milionário permitiria, há candidatos que até nas promessas são pobres, outros repetem promessas antigas (do género não fizemos em 4 anos, mas agora vamos fazer).
Só dois partidos concorrem às 19 freguesias o PS e o Chega, mas este inovou ao buscar “estrangeiros” para as autarquias do Corvo, Lajes das Flores e Santa Cruz da Graciosa, quiçá por não haver membros do Chega naquelas três autarquias…
Além do mais, eticamente errado, moralmente condenável, politicamente escandaloso esta escolha de “continentais” vem colocar em dúvida a defesa dos interesses daquelas autarquias por essas pessoas – que além de desconhecerem a realidade local, talvez nem sequer as tenham visitado – .
Isto faz-me lembrar aquele célebre imperador romano Calígula e o seu cavalo favorito. Calígula, conhecido pela sua extravagância, mimava o cavalo Incitatus com luxos como estábulos de mármore e colares de pedras preciosas, e as fontes antigas sugerem que chegou a cogitar nomear o cavalo para o cargo de cônsul. Embora muitos acreditem que a história foi uma propaganda para retratar Calígula como insano, outros pensam que pode ter sido uma forma de ridicularizar o Senado, insinuando que um cavalo seria mais competente que os políticos da época, neste caso o Chega acha que não há competentes na Graciosa, Corvo e Flores…
Assim, não nos admiremos com o abstencionismo, pois o que o bom povo açoriano quer são as suas festas da paróquia abrilhantadas por artistas pimba (de preferência importados do continente), outros eventos híbridos de religião e paganismo, as romarias (sobretudo micaelenses mas que se estão a espalhar pelas restantes ilhas e diáspora) numa versão mais atual da máxima salazarenta de Fátima, futebol e fado.
O bom povo açoriano nem se apercebeu do endividamento excessivo que as gerações futuras terão de pagar, nem entende a crescente perda de autonomia, apenas sente a subida do custo devida, a enorme crise da habitação e preços estratosféricos da propriedade (em grande parte devido ao turismo), nem se apercebe da deterioração da natureza ((em grande parte devido ao turismo) num arquipélago apenas sustentável de nome, cuja economia entrará em declínio abismal mal o turismo comece a buscar novos poisos. Quando esse dia chegar será tarde mas devia ser sobre isso que os habitantes se deviam preocupar na altura de votarem ou de se absterem.
esta e ANTERIORES CRÓNICAS EM https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html
MORTE-PESADA-POR-CHRYS-C
os médicos também morrem por chrys c
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607. tragédias sem culpados 6.9.2025 CHRYS C
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607. tragédias sem culpados 6.9.2025
(esta e as anteriores estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html
Nas últimas semanas o mundo foi surpreendido por um desastre sem paralelo com um funicular (Elevador da Glória) onde alegadamente um cabo se rompeu e os sistemas complementares de segurança (travões, etc.) não funcionaram. Nunca tinha acontecido uma falha idêntica. Agora seguir-se-ão inquéritos internos, externos, da PJ e sabe-se lá quem mais, mas posso enganar-me mas conta a História que em Portugal todas as tragédias (as que vão e as que não a tribunal) terminam sempre sem culpados.
Foi assim na tragédia da Ponte de Entre-os-Rios (2001, 59 mortes) em que o Tribunal de Castelo de Paiva absolveu os seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estaria o seu alcance para evitar o colapso da ponte de Entre-os-Rios. Ninguém fica assim responsabilizado criminalmente pelo maior acidente rodoviário de Portugal, em número de mortos. Da decisão decorre que “cai” o processo civil associado, em que Estado, Segurança Social e famílias reclamavam aos arguidos um total de 13,117 milhões de euros. Os técnicos vinham acusados de não terem feito o que estaria ao seu alcance para evitar o colapso da ponte. No acórdão de 551 páginas, afirma-se que a Justiça “só podia pronunciar-se face à prova produzida em tribunal”. De tudo isto, resultou claro para o tribunal que não existiu a alegada violação das regras técnicos, imputada pelo Ministério Público aos seis arguidos. O tribunal criticou os dois grupos de peritos chamados a colaborar com a Justiça, referindo ter sido “evidente e seguro” que revelaram incapacidade para se colocarem ao tempo dos factos, “com muito menos informação e sem que as coisas tivessem acontecido”…
Depois temos outra tragédia em Pedrógão Grande que contabilizou 63 mortos e 44 feridos. O Tribunal da Relação de Coimbra confirmou a 25 de junho 2025, a absolvição dos 11 arguidos do processo dos incêndios de Pedrógão Grande, o coletivo de juízes da 1.ª instância absolveu o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, funcionários da antiga EDP Distribuição, atual E-Redes, e da Ascendi. A absolvição estendeu-se aos ex-presidentes das câmaras de Castanheira de Pera e de Pedrógão Grande, assim como ao atual presidente do Município de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu. O antigo vice-presidente do Município de Pedrógão Grande e a então responsável pelo Gabinete Florestal desta câmara, foram, igualmente, absolvidos. Em causa estavam crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns dos quais graves. No resumo do acórdão lê-se que “resultou provado que a generalidade dos óbitos verificados, designadamente na EN 236-1, e das lesões físicas sofridas, foram consequência direta do outflow convectivo e/ou do “downburst” verificado”. E que “foi a primeira vez que houve registo da ocorrência de tal fenómeno”, classificado como “pirometeorológico extremo, raro e imprevisível”. O coletivo de juízes dá como não provado que “os óbitos e ofensas à integridade física verificados tenham resultado, por acção ou omissão, da conduta de qualquer dos arguidos”. Isto foi mesmo um acórdão sério com palavras em língua estrangeira e tudo para que não restassem dúvidas sobre a sua seriedade.
Assim, resta-me a consolação de sempre que possível (em Portugal) ter evitado equipamentos como este que ora sucumbiu (sabe-se lá a que causas) e preferir a cobarde atitude de não experimentar sensações novas por mais turísticas e engraçadas que possam ser.
Lembrem-se sempre que em Portugal as tragédias ocorrem sempre sem culpados.
insólito solidão e casamento
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602. solidão e casamento 1.8.2025
Um homem de Tóquio casou-se oficialmente com um holograma de IA chamado Hatsune Miku. Com mais de 4.000 «casamentos tecnológicos» semelhantes no Japão, os especialistas afirmam que isto reflete a tendência crescente da ficcionalidade, ou seja, laços emocionais reais com seres virtuais. Isto já não é ficção científica.
Mas faz-nos pensar que mundo estamos a construir? Houve mais 4 mil casos destes, significando o desajustamento entre seres vivos e a sociedade que os rodeia ao ponto de preferirem uniões virtuais a uniões reais. Significa ainda o enorme peso que a solidão começa a ter e a fuga para este tipo de conúbio ou para outros como o casamento com os animais de estimação…
A noção é tão alienígena que nem consigo imaginar todas as suas implicações no quotidiano destas pessoas, na sua vida social, profissional, etc., mas isso refletir-se-á na demografia futura, na regeneração da espécie, na própria evolução do Homo Sapiens Sapiens.
Em Portugal esse matrimónio não seria legal nem legalizado, por enquanto, mas pode ser apenas uma questão de tempo ou de oportunismo de algum partido quando surgirem propostas nesse sentido. Com a baixa taxa de natalidade do país seria o golpe de misericórdia e enfrentaria a oposição da Igreja, dos setores mais à direita do espetro político, dos legisladores. Não espero durar tanto até que este exemplo do Japão se torne realidade em Portugal pois já não tenho elasticidade mental para aceitar estas coisas.
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Akihiko Kondo, um japonês de 38 anos, ganhou notoriedade ao se casar simbolicamente com Hatsune Miku, uma cantora virtual conhecida por seu cabelo azul-turquesa. A cerimónia, realizada com o auxílio do dispositivo Gatebox, permitia que Kondo interagisse com Miku de forma holográfica, criando uma relação que combinava tecnologia e afeto.
No entanto, em 2020, o suporte ao software foi descontinuado, impossibilitando a comunicação entre Kondo e sua “esposa” holográfica. Isso resultou em uma crise no relacionamento, levando Kondo a declarar que “ela não fala mais comigo”. Apesar da situação, ele manteve seu afeto por Miku e afirmou desejar continuar com ela para sempre, mostrando como os vínculos tecnológicos podem ter impactos emocionais reais.
O caso de Kondo também trouxe atenção ao conceito de “fictossexualidade”, definido como a atração romântica ou sexual por personagens fictícios, e levanta questões sobre os limites e desafios das relações mediadas por tecnologia, especialmente quando dependem de suporte técnico que pode ser interrompido.
ANALISAR CRÓNICA DO QUOTIDIAO INÚTIL DE CHRYS CHRYSTELLO
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