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Filomeno’s post
Parabéns HDES oncologia
Mas nunca se sabe o que vai acontecer até se entrar naquele submundo da Oncologia que está quase sempre lotado de pessoas em tratamento, em análises, consultas, ou à espera de vez. Há evidente falta de meios humanos, materiais e outros, compensados pela alegre disposição do pessoal de enfermagem, da receção, pessoal auxiliar e dos próprios médicos. Com mais ou menos efeitos secundários da quimioterapia as pessoas não se queixam, nem se lamuriam, aguardando a sua vez com a sub-reptícia esperança de que haja solução para o seu caso.
Há enfermeiras a cantarolar e a dançar por entre os doentes dando um tom alegre àquela antecâmara de tratamento, que merecia maiores instalações e um ambiente com uma decoração mais alegre, sempre lotada de pessoas à espera de consulta, análises ou tratamento pois o limite da sala de tratamentos é de 12 doentes.
Nas instalações mais modernas da radioterapia o ambiente jovial entre rececionistas, técnicos, pessoal de enfermagem, auxiliar e pessoal médico incute esperança nos que ali vão diariamente. Durante semanas assisti a tudo isto, mentalmente dando graças por o meu caso não ser tão terrível como outros e ao fim de tantas sessões de quimio e radioterapia aguardo a vez de fazer testes que dirão se esta primeira batalha foi ganha, enquanto nos anos subsequentes se irão fazer novos testes.
A todo esse pessoal, creio que mais de 3 dezenas, fica o meu louvor pelo espírito de sacrifício face aos meios e recursos disponíveis e a forma profissional e assertiva como estimulam os pacientes. A todos bem hajam por terem tornado o meu percurso e o de todos que comigo se cruzaram bem menos doloroso, com a sua contagiante mensagem de esperança…
*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713
Comments
- Mafalda CidadeConcordo consigo o pessoal da oncologia é excepcional. Desde as senhoras da limpeza até aos médicos. Pessoas muito humanas. Agradeço de coração todos os cuidados e carinho que sempre tiveram comigo
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- 1 d
Carlos BrandaoPlenamente de acordo. Bem haja a todos os profissionais.2
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- 22 h
Carina BenfeitoRealmente só quem lá passa sabe o valor que aquelas pessoas tem para cada um de nós…3
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- 20 h
Andreia BragaEquipadesde médicos , enfermeiros e enfermeiras , auxiliares todos com enormes corações, e onde se fazem muitas amizades que duram e duram .
Eu agradeço do fundo do meu coração e de toda a minha alma por tudo que fizeram e fazem por mim um ENORME OBRIGADA- Like
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- 17 h
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Filomena GouveiaSendo eu uma doente oncológica sei muito bem e sinto na pele estas palavras !- Like
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- 17 h
Maria PereiraConcordo plenamente consigo um bem haja a todos aqueles que dão o seu melhor em prol do bem estar do outro que Deus vos dê em dobro tudo o que dão aos doentes e mesmo aos familiares para que aqueles momentos se tornem mais fáceis de aguentar- Like
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- 16 h
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Cristina E Marco MeloAinda esta semana disse a uma enfermeira não tenho saudades do que me levou á oncologia mas tenho saudades de toda a equipa- Like
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- 16 h
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- 15 h
David ViveirosTem lá uma equipa de 100% tanto faz medicos ,enfermeiros ,auxiliares todos tou lá naquele barco tambem maas graças a Deus está a correr tudo bem até agora porque açima de tudo DEUS ESTÁ NO COMANDO DE TUDO AMEN- Like
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- 13 h
Ana MirandaPenso que esta situação acontece um pouco por todos os hospitais deste pais…Santarém por exemplo também não é excepção. São homens e mulheres que dão o seu melhor, nem sempre nas melhores condições para que tudo corra bem…BEM HAJA!- Like
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- 7 h
Adelaide PachecoSó quem passa pela oncologia , sente a verdadeira missão destes profissionais de saúde . Houvir tens um cancro , tens de fazer quimio .É muito sofrimento !- Like
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- 5 h
VICTOR RUI DORES SOBRE Chrys Chrystello memória e mundividência
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Chrys Chrystello
memória e mundividência
Cavaleiro andante por amor à literatura, J. Chrys Chrystello, ex-jornalista e ex-professor, investigador, cronista, poeta, tradutor, editor e promotor dos Colóquios da Lusofonia, continua a escrever com os olhos da memória.
Acabo de ler dois livros deste autor: um de crónicas, Liames e Epifanias Autobiográficas, ChrónicAçores V (1949-2005), uma Circum-Navegação (Letras Lavadas edições, 2022); o outro de memórias, Alumbramento: Crónicas do Éden, ChrónicAçores VI (2005-2021), uma Circum-Navegação (2005-2021), (Letras Lavadas edições, 2022).
Falar de Chrys Chrystello é falar de um cidadão participativo, de um pensador livre e frontal, de um espírito inquieto e irrequieto, de uma voz incómoda e incomodada e, acima de tudo, de um homem da mundividência e do multiculturalismo, exemplo de bom gosto, saber científico e paciência. O bom gosto nasce do amor que ele de há muito vem dedicando aos Açores e à sua literatura. O saber científico é fruto de uma vida inteira dedicada à investigação. A paciência, tendo como tem muito de treino e vontade, só floresce quando é posta ao serviço de uma causa em que se acredita. É o caso dessa monumental Bibliografia Geral da Açorianidade (Letras Lavadas edições, 2017), em dois volumes, fruto de um amplo, criterioso e extensíssimo levantamento bibliográfico (19.500 entradas) levado a cabo, durante 7 anos, por este luso-australiano, e que só pode ser a prova provada e comprovada de uma pujança editorial e de uma indiscutível identidade cultural açoriana.
De resto, Chrys Chrystello já havia dado boa conta de si com a publicação, entre outras, das seguintes obras: ChrónicAçores: Uma Circum-Navegação de Timor a Macau, Austrália, Brasil, Bragança até aos Açores (Calendário de Letras, 2011) e Crónica do Quotidiano Inútil (Calendário de Letras, 2012), com uma segunda edição revista e aumentada com aquele mesmo título, mas agora com o subtítulo de 50 anos de vida literária (Letras Lavadas, edições, 2022), que reúne os seus textos poéticos – uma poesia do real, militante e de combate, que denuncia as verdades ilusórias e renuncia às máscaras de um quotidiano alienante.
Mas é sobre os dois livros, assinalados no segundo parágrafo deste escrito, que aqui me proponho tecer alguns breves olhares. Num e noutro, Chrystello, observador infatigável do que se passa à sua volta, pega em momentos do real para os transformar em matéria narrativa.
Sentindo a usura do tempo e acionando os retroativos da memória, o autor convoca, invoca e evoca pessoas, lugares, coisas e acontecimentos marcantes que povoam o seu imaginário, isto é, tudo aquilo que lhe ficou suspenso na memória telúrica. Recorda geografias afetivas: Porto, Trás-os-Montes, Bragança, Timor, Bali, Austrália, Macau, Médio Oriente, Brasil, Açores. Lembra viagens inesquecíveis. Atenta e argutamente observa e ironiza o real. Faz crítica social e política. Navega sonhos e utopias. Desdenha (d)as novas mitologias do “quotidiano inútil”. Pugna pela liberdade e pela justiça social. Defende a língua portuguesa, ele que é poliglota. Dialoga com poetas e escritores. Lança olhares sobre livros e obras de arte. Celebra a vida e a amizade. Questiona o destino do homem no palco do mundo. Preocupa-se com os infortúnios dos outros. Acima de tudo, reflete sobre a condição humana.
Estamos perante dois livros de grande espessura evocativa porque registos de uma escrita da memória. Sobretudo em Liames e Epifanias Autobiográficas, o autor analisa minuciosamente algumas das suas experiências vividas, sentidas, sonhadas e evocadas. E, prosador vernáculo que se esmera no cultivo da língua de Camões, escreve com ritmo discursivo e fluência narrativa. Da Lomba da Maia (hoje, seu microcosmo de referência) para o Mundo.
Horta, 7/3/2023
Victor Rui Dores
J. Chrys Chrystello – Alumbramento – Crónicas do Éden Bertrand Livreiros – livraria Online
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Source: J. Chrys Chrystello – Bertrand Livreiros – livraria Online