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Há coisas que normalmente nunca discuto, política, futebol, colonialismo e retornados, mas vou acrescentar uma nova categoria: música e gostos pirosos ou pimbas.
Entro, dentro de dias, na quarta idade, cujo representante romântico por excelência se deslocou aos Açores, aos 83 anos, para dar um concerto em Ponta Delgada. Na entrada um jovem da mesma idade, visivelmente emocionado, declarava que “estava a concretizar “o sonho de uma vida”. Nem comento, mas o senhor deve ter tido uma vida desinteressante para isto ser o apogeu dos seus sonhos.
Na assistência muitos jovens, cujos avós devem ter chorado baba e ranho ao ouvir as músicas românticas do “rei” mostravam-se igualmente emocionados neste amor pela música que não conhece barreiras nem idades…
Não vou aqui discutir as opções políticas do cantor Bolsonarista, mas discuto a sanidade de 100 pessoas que se apinhavam em Ponta Delgada para ouvirem o octogenário.
No fundo, gostos não se discutem, de idade semelhante andam para aí os Rolling Stones e dois dos Beatles entre muitos outros que fizeram as delícias da minha geração…
A única razão que me leva a versar este tema é que fico extremamente triste por ver que um octogenário como Roberto Carlos não pode deixar de dar concertos com esta idade pois a núbil esposa com menos 50 anos assim o exige. Dizem que o amor cego e decerto assim será pois há cada mais vez mais exemplos destes. Como dizia uma pessoa conhecida “não há homens feios, há homens pobres…”
Não sei quem ele pensa enganar ao manter o mesmo corte de cabelo escorrido e negro, mas isso levanta outra questão que nunca discuto, se bem que seja, mais ou menos, consensual as mulheres pintarem o cabelo, nos homens essa postura parece-me merecedora doutras considerações que evito trazer à colação num artigo destes, pois, mentalmente, evoco sempre velhos carecas em carros descapotáveis ao lado de jovens louras com menos 50 anos…
Dito isto e como gostos não se discutem, espero que continuem a ouvir outros ídolos dessa era como António Calvário, Artur Garcia, Toni de Matos, Maria de Lourdes Resende, Francisco José, e tantos outros que entravam nas nossas casas pelas ondas hertzianas do “Serão para Trabalhadores”[1] da Emissora Nacional apresentados por Artur Agostinho … eu não vou por aí.
[1] O Serão Cultural e Recreativo para Trabalhadores era um programa radiofónico da Emissora Nacional, com a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), atual Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres (INATEL).
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Um Estado que deixa fugir 5 presos duma prisão de alta segurança é inseguro, tal como a cadeia de Ponta Delgada há décadas em banho-maria à espera de nova construção, adiada para as calendas enquanto extraem bagacina de um morro para outro. Um Estado que deixa tribunais, conservatórias, e demais serviços públicos em Ponta Delgada (e em todas as ilhas) ao abandono, ao ponto de chover lá dentro, caírem tetos, estarem salas fechadas e os processos à espera d e navegarem se chover muito, esse Estado não merece os impostos que arrecada.
Um Estado que durante anos, como dizia há dias o diretor deste jornal (Osvaldo Cabral), ensacava pacotes de açúcar e enchia latas de atum! e metia na função pública funcionários de empresas municipais falidas, sem falar nos milhões dilapidados na SATA, na Saúde, na Educação (com os piores resultados possíveis, cíclica falta de professores, não-integração de pessoal auxiliar em contratos temporários, ou em programas de emprego a prazo certo, ano após ano, será a nova forma de perpetuar a precariedade?) não pode ser levado a sério. As escolas, mesmo as mais novas, também parecem ser precárias, dada a falta de manutenção de quase todas, a deficiente construção, infiltrações, falhas estruturais e falta de verba para as manter a funcionar em condições mínimas. No ensino começa a faltar tudo, dantes faltavam sobretudo os bons resultados agora faltam professores, faltam assistentes operacionais, e até faltam (cada vez mais) alunos.
Tudo se faz, tudo acontece à revelia de qualquer punição, que ninguém é sancionado pela má gestão, pela incompetência (afinal são quase todos nomeados pelo seu fervor partidário e não qualidade de gestão) e sabem sempre que depois de um tacho, novo tacho virá, transitando de uma Secretaria para outra, de uma Direção Regional para outra, ou por vezes merecendo mesmo a promoção ao escalão superior, a primeira divisão, a primeira liga que se joga na Península Ibérica, fora da pequenez deste arquipélago.
Nas últimas décadas a situação económica do arquipélago, com culpados regionais e da República agravou-se, de tal forma, que evocamos logo o mito dos lémingues suicidas… se o setor público é um buraco do tamanho da fossa de Mindanau, o privado continua a seguir (na sua maioria) modelos oitocentistas de trabalho, remunerações miseráveis, precariedade, falta de incentivos e de carreiras do pessoal que explicam em grande parte a falta de oportunidades para os mais jovens, que votam com os pés quer rumo à diáspora quer rumo à Península ibérica; tornando as 9 ilhas num lar de velhos, de massa trabalhadora sem qualificações na maior parte dos casos, com poucas crianças e com mau aproveitamento escolar, incapaz de gerar proventos para as enormes despesas de manutenção, 3 polos universitários, 3 hospitais (deficientes), e depois uma distribuição de Secretarias e Direções Regionais pelos nove cantos para satisfazer a clientela.
Qualquer dia começo a dar razão ao político conservador que em tempos disse que ficava mais barato trasladar os habitantes do Corvo do que manter a ilha a funcionar…só que agora parece ser mais barato tirar daqui toda a gente das 9 ilhas e entregar isto aos estrangeiros para gerirem melhor do que os nativos, que é o que se pretende fazer com a TAP, SATA, etc…. Pode ser que esses estrangeiros aceitem a minha cidadania australiana e me deixem voltar a viver aqui…