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PARA JOANA
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No 19º colóquio (Maia 20139, uma das conclusões era o PROJETO DE MUSICAR (VERSÃO MÚSICA CLÁSSICA) POEMAS DE AUTORES (AÇORIANOS e AÇORIANIZADOS) Continuar a ler
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MARIA NOBODY, poema de Chrys Chrystello interpretado em versão pop (fado/tango) por pedro teixeira, paulo peixoto e joana costa, trio da EBI Maia nos Moinhos de Porto Formoso no 21º colóquio da lusofonia a 27 abril 2014
http://youtu.be/OkM8_nr3jrI
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http://nossaradio.blogspot.com/2014/03/miguel-torga-ode-poesia.html
Para ouvir o poema de Miguel Torga recitado por João Villaret, há que aceder à página http://nossaradio.blogspot.pt/2014/03/miguel-torga-ode-poesia.html e clicar no “playáudio/vídeo”.
ODE À POESIA
Poema de Miguel Torga (in “Odes”, Coimbra: Coimbra Editora, 1946; “Poesia Completa”, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000, 2007)
Recitado por João Villaret (in LP “João Villaret no São Luís”, Parlophone/VC, 1959, reed. Valentim de Carvalho/Som Livre, 2008)
Vou de comboio…
Vou
Mecanizado e duro como sou
Neste dia;
— E mesmo assim tu vens, tu me visitas!
Tu ranges nestes ferros e palpitas
Dentro de mim, Poesia!
Vão homens a meu lado distraídos
Da sua condição de almas penadas;
Vão outros à janela, diluídos
Nas paisagens passadas…
E porque hei-de ter eu nos meus sentidos
As tuas formas brancas e aladas?
Os campos, imprecisos, nos meus olhos,
Vão de braços abertos às montanhas;
O mar protesta contra não sei quê;
E eu, movido por ti, por tuas manhas,
A sonhar um painel que se não vê!
Porque me tocas? Porque me destinas
Este cilício vivo de cantar?
Porque hei-de eu padecer e ter matinas
Sem sequer acordar?
Porque há-de a tua voz chamar a estrela
Onde descansa e dorme a minha lira?
Que razão te dei eu
Para que a um gesto teu
A harmonia me fira?
Poeta sou e a ti me escravizei,
Incapaz de fugir ao meu destino.
Mas, se todo me dei,
Porque não há-de haver na tua lei
O lugar do menino
Que a fazer versos e a crescer fiquei?
Tanto me apetecia agora ser
Alguém que não cantasse nem sentisse!
Alguém que visse padecer,
E não visse…
Alguém que fosse pelo dia fora
Neutro como um rapaz
Que come e bebe a cada hora
Sem saber o que faz…
Alguém que não tivesse sentimentos,
Pressentimentos,
E coisas de escrever e de exprimir…
Alguém que se deitasse
No banco mais comprido que vagasse,
E pudesse dormir…
Mas eu sei que não posso.
Sei que sou todo vosso,
Ritmos, imagens, emoções!
Sei que serve quem ama,
E que eu jurei amor à minha dama,
À mágica senhora das paixões.
Musa bela, terrível e sagrada,
Imaculada Deusa do condão:
Aqui vou de longada;
Mas aqui estou, e aqui serás louvada,
Se aqui mesmo me obriga a tua mão!
Polímnia, a musa da poesia lírica (estátua romana do séc. II, mármore, Museu Pio-Clementino, Vaticano)
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TRAGO-TE AMIZADE
Sinto-me solidária
E gela-me o teu frio
mas se está bem
vejo abrirem-se
uma a uma as flores
deste jardim
sabes?
é desta cércea
que se fazem os amigos.
Joana Félix
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A DANÇA DOS PEIXES
Neste cais de pedra cinza,
olho o mar em silêncio.
Deixados nos sonhos
há peixes de prata
que serpenteiam,
parecem pássaros
sem medo,
que não se casam.
Agitam as barbatanas
e cantam com frequência.
Deslizam no infinito
em direção ao escuro
desaparecem,
talvez para dormir.
JOANA FÉLIX
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a CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL EM RECENSÃO POR MELO BENTO
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Adeus, rios; adeus, fontes
adeus, rios; adeus, fontes;
adeus, regatos pequenos;
adeus, vista dos meus olhos;
não sei quando nos veremos.
minha terra, minha terra,
terra onde me eu criei,
hortinha que quero tanto,
figueirinhas que plantei,
prados, rios, arvoredos,
pinhares que move o vento,
passarinhos piadores,
casinha do meu contento,
moinho dos castanhais,
noites claras de luar,
campainhas timbradoras
da igrejinha do lugar,
amorinhas das silveiras
que eu lhe dava ao meu amor,
caminhinhos entre o milho,
adeus para sempre a vós!
adeus, glória! adeus, contento!
deixo a casa onde nasci,
deixo a aldeia que conheço
por um mundo que não vi!
deixo amigos por estranhos,
deixo a veiga pelo mar,
deixo, enfim, quanto bem quero…
quem pudera o não deixar!…
mas sou pobre e, malpecado!
a minha terra n’é minha,
que até lhe dão prestado
a beira por que caminha
ao que nasceu desditado.
tenho-vos, pois, que deixar,
hortinha que tanto amei,
fogueirinha do meu lar,
arvorinhas que plantei,
fontinha do cabanal.
adeus, adeus, que me vou,
ervinhas do campo-santo,
onde meu pai se enterrou,
ervinhas que biquei tanto,
terrinha que nos criou.
adeus, Virgem da Assunção,
branca como um serafim;
levo-vos no coração;
vós pedi-lhe a Deus por mim,
minha Virgem da Assunção.
já se ouvem longe, mui longe,
as campanas do Pomar;
para mim, ai!, coitadinho,
nunca mais hão de tocar.
já se ouvem longe, mais longe…
cada bad’lada uma dor;
vou-me só e sem arrimo…
minha terra, adeus me vou!
adeus também, queridinha…
adeus por sempre quiçá!…
digo-che este adeus chorando
desde a beirinha do mar.
não me olvides, queridinha,
se morro de solidão…
tantas léguas mar adentro…
minha casinha!, meu lar!
(Rosalia de Castro, poeta galega 1837-1885)
Edições da Galiza/AGLP, pelo ilustre filólogo galego, Professor Dr. Higino Martins Esteves, segundo o Acordo Ortográfico da LP de 1990.
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Este poema faz parte do curriculo do 12 ano da Escolas Portuguesas de TL. Foram escolhidos tres poemas sobre Timor : este, um de Rui Cinatty e um do Padre Barros Duarte. …
Poema :
Titulo : Menino Abandonado
autora; MGabriela Carrascalao
01-12-2006
Menino…. Abandonado,
rejeitado!
chorando!…
nas ruas de Dili!…
Secas! Poeirentas!
Menino magoado!
Perdido…
Angustiado!
Geme!
Garoto inocente!
triste, mal amado!
Menino esfomeado!
inocência violada !
criança usada!
rosto massacrado,
lágrimas !
de sangue jorrando!
nas ruas de Dili!…
Secas! Poeirentas!
Criança chorando!
Meu Menino,
garoto magoado!
Triste !…
abandonado!…
MGabriela Carrascalão
1-12-2006
MGabriela