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  • crónica 576. ARTIFICIALIDADES 7.3.2025 chrys c

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    1. ARTIFICIALIDADES 7.3.2025

    esta e anteriores crónicas estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

     

    Andam os mais instruídos todos preocupados com a IA (inteligência artificial) enquanto outros há surpreendidos com a falta de inteligência. Os exemplos sucedem-se e não só nas cenas de humor que as televisões diariamente proporcionam.
    Há dias uma funcionária de uma cadeia multinacional não atendeu uma chamada de um cliente dos EUA porque não reconheceu o número e estava a chegar a hora de fecho da loja. Admirava-me que ela reconhecesse o nº telefónico sabendo que diariamente recebem chamadas de clientes locais e de todo o mundo.
    Num hipermercado há dias dei umas moedas para receber o troco certo, e a funcionária avisou-me que eu estava a dar dinheiro a mais , devolveu-me as moedas e deu-me o troco em mais moedas ainda, em vez da nota de cinco que esperava receber.
    Numa loja de artigos de papelaria, quis comprar 50 crachás, a funcionária solícita depois de eu ter feito a minha escolha do tipo pretendido, abriu a caixa de cartão, devidamente selada com a inscrição de “contém 50 crachás” e pôs-se a contar os ditos cujos, uma um…teria medo que a caixa trouxesse mais de 50???
    Quando se comparam fotos de praia nos anos 70 e agora algumas observações são necessárias, uma a da obesidade atual a todos os níveis e idades, a falsidade das formas do corpo com implantes de silicone, botox, plásticas, e sei lá que mais, tatuagens até dizer basta e outros adereços.
    Cada vez mais nos confrontamos com a IA a tomar decisões e a responder a questões nossas, sem que muitas vezes possamos explicar idiossincrasias dos nossos problemas e casos a outro ser vivo. Pos algoritmos que a IA usa foram delineados por humanos, como tal cheios de falhas, sem terem em conta especificidades e unicidades de cada caso, pelo que muitas vezes é quase impossível resolver tal problema ou caso.
    A IA nem é inteligência nem é artificial, trata-se de uma enorme coletânea de saberes e conhecimentos, trata-se de uma evolução da computação. “Não é inteligência, nem é artificial, porque depende do trabalho humano para treiná-la. É apenas probabilística, não é criativa, é uma descrição equivocada, um exagero de marketing que serve aos interesses de algumas grandes corporações de tecnologia.” Assim a definiu Nick Couldry da London School of Economics and Political Science, no Reino Unido.
    A IA incorporou-se na nossa vida quotidiana sem o pretendermos, desejarmos ou nos apercebermos das vantagens e desvantagens ou perigos de tal. “Confundir” os resultados da IA com conhecimento é cometer um erro de categoria profundo. “Se os resultados da IA, por mais eficazes que sejam como hipóteses, não podem explicar por que são plausíveis, então a IA é fundamentalmente diferente da inteligência humana”, observou Couldry.
    Couldry considera que vivemos uma nova fase nas relações entre colonialismo e capitalismo, que é o colonialismo de dados, uma ordem emergente para a apropriação da vida humana, de modo que os dados possam ser continuamente extraídos dela, com valor agregado. “O colonialismo de dados prepara o terreno para um novo modo de produção capitalista e organização socioeconómica, enquanto coexiste com o legado neocolonial. É uma continuação da tentativa do Ocidente de impor uma única versão de racionalidade ao mundo”, explicou o sociólogo.
    E atraídos por semanas de 4 dias, rendimento universal e quejandos, estamos artificialmente a aceitar as novas regras de uma escravatura cujos contornos ainda estão por definir…que proletários seremos nas próximas décadas? Quando a geração a que pertenço se extinguir que homo sapiens sapiens teremos e estará confinado a algum zoológico de História Natural da Humanidade ?

  • sensação térmica negativa

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    nunca tinha visto isto aqui… sensação térmica (menos) – 3ºC mas aqui os meus termómetros externos hoje variaram não entre 8 e 12ºC mas entre 7ºC e 8ºC, já na Lagoa ao almoço chegou aos 10 e PDL aos 11….este aquecimento global mata-me de frio

     

    a casa com o gás ligado está nos 14ºC e o escritório nao passa dos 18ºC, nunca esteve assim frio em 20 anos de Lomba mesmo com temperaturas mais baixas pois algumas vezes baixou aos 5ºC…

  • morrer em choque frontal a 50 km h

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  • paz-e-sossego-por-chrys.

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  • os valores da ajuda à Ucrânia

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  • quando o meu pai tinha a minha idade

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    quando o meu pai fez 75 anos fizemos um painel em miniatura com toda a vida dele em miniatura de 1 a 3 cm…e decidi ir da Austrália ao Porto entregar pessoalmente esse painel

  • 1992 memórias visita com Pedro Roriz, a David Landers então dono da Station TowalCreek, Comara (recente,mente vendida)

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    TOWAL CREEK

    1.5. A ENTRADA NA UNIVERSIDADE É SEMPRE TRAUMÁTICA

    Fizemos muitas manifestações ou “manifs” contra a guerra colonial. Vimos a U.P. (Universidade do Porto), no Largo dos Leões, invadida pelos cavalos da GNR que subiam a escadaria em perseguição dos alunos que corriam a acoitar-se no sótão onde se albergavam as seis salas da F.E.P. (Faculdade de Economia do Porto). Outra coisa importante a que meti mãos foi a preparação de convívios de Economia. Só recentemente, em pleno século XXI, me recordei desta vertente de capacidade organizativa.
    Num deles arrendamos o Palácio de Cristal (atual Pavilhão Rosa Mota) e contratamos o Manuel Freire, a fadista Maria da Fé e / ou a Lenita Gentil, e outra artista pop cujo nome se perdeu. Era difícil organizar: contactar os músicos, pedir a aparelhagem emprestada a uma das lojas (VADECA, Valentim de Carvalho, ou à Ritmo dum primo meu) na Rua de Santo António (ou 31 de janeiro conforme as modas políticas). Depois, improvisar cartazes e distribuí-los pelos Liceus (D. Manuel e Carolina Michaëlis) alvos privilegiados donde vinha mais gente (finalistas de 6º e 7º anos, atuais 11º e 12º).
    Não havia interligação com outras faculdades. Conhecia pessoas de Engenharia e de Letras, mas a menos que se fizesse parte desses grupos não iam às festas deles nem eles vinham às nossas. Compravam-se rifas numeradas para vender na esperança de recuperar o investimento. Os “artistas” não cobravam cachet, mas havia despesas de transporte do som e comida, além do aluguer do local, da tipografia. Zeca Afonso estava proibido não podia atuar, restava o Manuel Freire, o Adriano Correia de Oliveira, como cantores de intervenção já que o José Mário Branco estava em França, como o Sérgio Godinho, e outros. Hoje contratam um “pimba” como o Quim Barreiros, nós íamos para a fadista local, Lenita Gentil ou a mais sofisticada Maria da Fé, do gosto popular enquanto uma minoria esclarecida apreciava os cantores proibidos. O custo era de 30 escudos (15 cêntimos) em 1969, segundo a minha irmã me recordara, pois pedira dinheiro emprestado a uma amiga para poder ir. Só tinha 15 anos e a mesada era insuficiente para um “Convívio de Economia”. Não me lembro de ter perdido dinheiro com estas atividades. Na época, os convívios e a Queima das Fitas não eram fábricas de bebedeiras. Embora ocorressem, as pessoas não iam lá para isso. Agora os caloiros e outros vão exclusivamente para se emborracharem até ao coma alcoólico.
    Isso evocava o sistema australiano de se embebedarem quinta-feira, depois do trabalho e regressarem segunda-feira. Quando se perguntava, se tinha sido um bom fim de semana, respondiam alegremente “deve ter sido, não me lembro de nada”. Evoque-se, que numa das idas a Towal Creek Station levara o Jacko. Depois de jantar vieram “jackeroos” e “jilleroos” (vaqueiros) beber uns copos. Uma festa informal. De hora a hora, metiam-se nas “utes” (carrinhas de caixa aberta) e iam 20 km ao bar da aldeia próxima para mais umas grades. Depois, o ambiente era quente e animado, ao ponto de o Jacko já contar em português como pegava touros de cernelha e todos se rirem. Tinha sido um sucesso, o amigo de Angola acabado de chegar. Fui-me deitar, o ambiente descambava, e nada inspirava de sóbrio. O Jacko ficou até mais tarde. Não tivera o cuidado de conhecer a enorme casa, de criadores de gado, não tinha a quem perguntar onde dormir, foi espreitar. Nas casas de banho encontrara gente em diferentes estádios de coma alcoólico. Nos quartos deparara com cenas semelhantes, e num, o filho dos donos, David estava de chapéu à cobói e botas de montar lidando com as vagas alterosas da Jill. Apenas se via o chapéu. O Jacko quis indagar se era o “Australian Way”. Conteve-se, mas na manhã seguinte, por entre a ressaca, não parava de se rir a contar. Jamais esqueço Towal Creek. Comara, Bellbrook, Nova Gales do Sul), a quinta dos amigos Landers, onde adorava ir, 700 km NW de Sidney. Sempre que podia lá ia num fim de semana prolongado até Port Macquarie, na costa norte, rumo norte a Kempsey e fletia-se para o interior na rota de Armidale. A partir de Bellbrook, a estrada era de terra batida. Andavam-se 10 km até um portão. Depois, duas barreiras separadoras de gado, guiando-se uns minutos, até um ribeiro onde nos vinham buscar para atravessar de barco. Em época de cheias havia um segundo ribeiro que só o trator ou o pequeno camião tipo Unimog conseguia passar. Mais uns minutos e chegava-se às casas. A luz elétrica e a água eram de fabrico local, como a carne, o leite, o pão e outros produtos e centenas de cabeças de gado. Havia cavalos bravos (brumbies) e domesticados que podiam montar. O gado bovino guiado por motos ou cavalos dum pasto para outro. Uma propriedade enorme (2,305.94 ha – 30 km2) demorava horas a dar a volta de jipe e não se via tudo. Há seis gerações que a família ali estava. Com o avançar da idade e as secas (a maior, desde há três mil anos), crises da agricultura e baixos preços do gado acabariam por dar à exploração a quinta, incapazes de cuidar dela apenas com um dos filhos. Os restantes tinham ido estudar e não regressaram. Lá, como cá, o engodo das grandes cidades contribui para a desertificação. Mas não eram uns labregos, várias vezes os vi vestidos a rigor para concertos ou a óperas.
    https://www.outbackmag.com.au/who-owns-the-australian-bush/
    Em dezembro 2016 a quinta foi vendida por 5 milhões de dólares.
    https://www.urban.com.au/news/towal-creek-station-in-the-macleay-valley-sold

    Ainda assim, Towal Creek vive hoje na memória desses tempos áureos.
    Que diferença dos portugueses. Ainda assim, Towal Creek vive hoje na memória dos meus tempos áureos.
    https://c21ch.newcastle.edu.au/colonialmassacres/detail.php?r=620

  • PERTH DEZº 1979 CORRIDAS loucas

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