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  • ESTÁTUA PERDIDA DE DOM BOAVENTURA DE MANUFAHI

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    Sábado, 6 de Agosto de 2011 Lá fui eu, mais...
    J M Domingues Silva15 August 11:55
    Sábado, 6 de Agosto de 2011
    Aqui está ela!…

    Note-se o nome de “D. Boaventura” escrito no “kaibauk” preso na testa
    Nem tudo o que parece é… O dedo esticado
    é o indicador e não o anelar,
    como se pode confirmar na foto acima…
    Localização da estátua; vejam-se as coordenadas
    na parte de baixo da imagem do Google

    Qual a história desta estátua? Onde deveria estar e não está? Mais perguntas para perguntar… Alguém sabe as respostas?

    Lá fui eu, mais uma vez, perscrutar a cidade…
    … em busca de uma estátua “perdida”! 🙂
    Expliquemo-nos!
    Há dias um amigo mostrou no seu mural do FB uma estátua (metálica) identificada como sendo de D. Boaventura de Manufahi e que estaria “perdida” algures em Fatuhada, um dos bairros de Dili. Estavam reunidas todas as condições para me pôr em campo e ir “xeretar” a região.E hoje, sábado, lá fui eu. 8h30m da manhã, mais ou menos, saí do hotel e segui a pista que o meu amigo R.Fonseca me tinha dado: dois quarteirões antes da embaixada australiana virar à direita e procurar a dita cuja.

    Desconhecendo a geografia do local, acabei por me meter na Rua da Mesquita e, claro, não dei com nada. Virei para o interior do bairro e andei às voltas mas… nada!
    Acabei por ir até à embaixada e então voltar para trás e só então dei com a entrada de uma rua, meio manhosa, que era a segunda depois da embaixada. Meti-me por ela e fui andando e nada de estátua.
    Quando começava a pensar que a estátua se tinha esfumado, verifiquei que a rua estreitava com um prédio que quase fecha a rua. Ultrapassei-o e… ó pra ela! Lá estava a estátua, de pé, assente no chão.
    Aqui está ela!…

    (in O Livro das Contradições) http://livrodascontradisoens.blogspot.pt/2011/08/la-fui-eu-mais-uma-vez-perscrutar.html

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  • MORREU O ÚLTIMO SOBREVIVENTE TIMORENSE DA 2ª GRANDE GUERRA

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    Rufino Alves Correia, considerado o último...
    J M Domingues Silva15 August 11:37
    Rufino Alves Correia, considerado o último sobrevivente dos timorenses que combateram ao lado das forças australianas na II Guerra Mundial morreu quarta-feira e foi hoje 22 Abril 2010 a enterrar, com honras militares, no cemitério de Santa Cruz, em Díli. Rufino Alves Correia, que tinha 94 anos, integrou em 1942 a 2ª companhia independente, uma unidade de elite, como soldado, na guerra de guerrilha das tropas australianas atrás das linhas inimigas. Os jovens timorenses eram geralmente incumbidos de fornecer informações, de tratar do abastecimento alimentar e de encontrar abrigo nas aldeias. Rufino Correia foi um dos poucos timorenses a participar diretamente em ações de combate, nomeadamente no ataque às posições nipónicas na cidade de Díli pelo pelotão B, segundo Paul Cleary, jornalista e escritor australiano, autor de “Os homens que saíram do chão”. O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, na impossibilidade de estar presente nas exéquias, enviou de Phnom Penh, onde se encontra em visita oficial, uma mensagem de condolências, prestando tributo “a um verdadeiro herói que demonstrou uma bravura extraordinária em jovem”. “Rufino emergiu do período mais trágico da história da Humanidade como uma inspiração geracional”, refere Ramos-Horta na sua mensagem, lembrando que “nunca esqueceu os amigos australianos nem foi jamais esquecido pelos soldados australianos a quem serviu”. O Chefe de Estado timorense havia condecorado Rufino Alves Correia com a Medalha Presidencial de Mérito, por ocasião do 10. aniversário da consulta popular que determinou a independência, a 30 de agosto de 1999, “pelo serviço que prestou a Timor-Leste e à Humanidade”.

    Notícia da Lusa

    No medal for a Timor war hero

    Lindsay Murdoch, DarwinApril 23, 2010

    SIXTY-FOUR years was not enough time for Australia to award a medal to Rufino Alves Correia for his heroism when he was shot and wounded while trying to protect Australian commandos in World War II.

    Mr Correia, 90, was buried in Dili yesterday, six months after a petition signed by 24,000 people was presented to federal MPs asking them to back an award to honour the sacrifices Timorese made to help the Australians.

    Between 40,000 and 50,000 Timorese – in a population of only 650,000 – were killed or starved to death in Japanese-occupied East Timor.

    Mr Correia was one of the last surviving ”criados” who fought alongside Australians.

    Australian soldiers deployed in East Timor yesterday presided over his funeral, a rare honour for a non-Australian citizen.

    But Canberra is still considering the petition for a special Timorese Order of Australia that was organised last year by East Timor’s Mary Mackillop mission. ”Sadly, Rufino died without the full recognition he deserved for his bravery,” said Mary Mackillop’s Susan Connelly. She said there has not been adequate recognition of the assistance the Timorese gave the Australians. Mr Correia, known as Rufino, was proud of the time he spent with the Australian commandos. Every year he would attend the Anzac Day service in Dili.

    ”Rufino has never forgotten his Australian friends and similarly has never been forgotten by the Australian soldiers he served beside,” East Timor President Jose Ramos Horta said yesterday.

    But in 2006, before Mr Correia travelled to Melbourne to take part in an Anzac Day parade, he told The Age that he always wondered why the Australians ”never came back to help us after the war”.

    Read more: http://www.theage.com.au/national/no-medal-for-a-timor-war-hero-20100422-tfva.html#ixzz1cAlBDmpv

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  • LUIS CARDOSO E RUY CINATTI (TIMOR)

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    Crónica de uma travessia – A época do...
    Daniel Braga14 August 21:41
    Crónica de uma travessia – A época do Ai-Dik-Funam
    (Autor: Luís Cardoso)
    Editora: Publicações Dom Quixote

    Apreciação:
    (Urbano Tavares Rodrigues, 1997)

    Timor não tem ainda uma literatura. Há, é certo, os poemas de Xanana Gusmão, que são interessantes e são dele, que lhes confere um valor especial. E há ainda a poesia, cheia de boa vontade e sentimento nacionalista, de Fernando Sylvan, artisticamente fraca, muito oratória e  romântica, com uns pós de pitoresco. Este livro de Luís Cardoso, Crónica de Uma Travessia, subtitulado “A Época do Ai-Dik-Funam”, sob certos aspectos fascinante, participa da biografia, do romance e efectivamente da crónica. Narra as peripécias do autor, desde a infância timorense, no campo, à viagem com o pai, enfermeiro, para a ilha de Ataúro, à vinda para o exílio em Portugal, os estudos de Agronomia, a participação no Conselho Nacional da Resistência Maubere, o convívio com os timorenses do Vale do Jamor. Pelo meio da narrativa, em que se equilibram o relato e o comentário de acontecimentos e aparecem pessoas e nomes como o de Ramos Horta, o de Manuel Carrascalão e se fala em Zeca Afonso, em Adriano Correia de Oliveira, etc., equilibram o realismo e o fantástico (este intimamente associado às vivências de Timor, mas também a um modo de viver e sentir). Passa neste livro um sopro de mistério, através do entrosamento de duas culturas, uma delas ainda carregada de elementos mágicos.
    José Eduardo Agualusa tem razão quando aponta em Luís Cardoso, no seu prefácio, um escritor a caminho da sua obra.

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    Rui Cinnati Não era timorense, mas amou Timor...
    Daniel Braga14 August 20:57
    Rui Cinnati
    Não era timorense, mas amou Timor como ningem

    Rui Vaz Monteiro Gomes Cinatti (1915-1986) nasceu em Londres e faleceu em Lisboa. Licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa em 1941, partiu para a Inglaterra onde estudou Etnologia e Antropologia em Oxford. Entre 1943 e 1945 desempenhou o cargo de meteorologista aeronáutico da Pan-American Airways e entre 1946 e 1948 exerceu a função de chefe de gabinete do então governador do Timor Português . Exercerá pouco depois o cargo de chefe dos Serviços da Agricultura do Governo de Timor. Seria mais tarde nomeado investigador da Junta de Investigação do Ultramar. Em 1967 instala-se definitivamente em Lisboa. Entre 1940 e 1953 coordena com Tomás Kim e José Blanc de Portugal os Cadernos de Poesia. Obras principais: Ossonobó (1936), Nós Não Somos Deste Mundo (1941), Anoitecendo a Vida Recomeça (1942), Poemas Escolhidos (1951), O Livro do Nómada Meu Amigo (1966), Sete Septetos (1967), Crónica Cabo-Verdeana (1967), O Tédio Recompensado (1968), Borda d’Alma (1970), Uma Sequência Timorense (1970), Memória Descritiva (1971), Conversa de Rotina (Sociedade de Expansão Cultural, Colecção de Poesia “Convergência”, 1973), Os Poemas do Itinerário Angolano (1974), Paisagens Timorenses com Vultos (1974), Cravo Singular (1974), Timor-Amor (1974), O A Fazer, Faz-se (1976), Import-Export (1976), Lembranças para São Tomé e Príncipe – 1972 (1979), Poemas (1981), Manhã Imensa (1982).

    Ruy Cinatti: Poeta, “Agrónomo e Etnólogo”, Instigador de Pesquisas em Timor
    (Autor: Cláudia Castelo)

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  • Uma descendente de açorianos na família imperial brasileira

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    Uma descendente de açorianos na família imperial brasileira

    Apesar de pouco visualizados, os Açores contribuíram com gente na colonização de terras conquistada por Portugal, de forma sempre constante, em todas as épocas da sua história. No Brasil, com exceção do sul do país, onde a colonização ilhoa foi marcante, a presença açoriana se apresentou de uma forma diluída, mas frequente na base da formação das famílias brasileiras.

    Em leitura recente, no livro de Genealogia das Quatro Ilhas (Pico-Faial-Flores e Corvo – Vol. II) encontrei um fato interessante que veio corroborar esta evidencia. Na família Imperial Brasileira há uma Senhora que tem raízes familiares no Arquipélago açoriano. Chama-se Maritza Ribas Bokel.

    D. Maritza Ribas Bokel nasceu no Rio de Janeiro a 29/04/61. É paisagista e casada com D. Alberto Maria José João Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança e Wittels Bach (Jundiaí do Sul, PR – 23/06/1957) nascido Príncipe do Brasil, e que renunciou aos eventuais direitos ao trono Imperial, assim como a sua descendência.

    É filha de.

    D. Marisa Bulcão Ribas (RJ, 28/08/1930) e de Jaddo Barbosa Bokel (Campinas SP). É filha de

    D. Guilhermina Cavalcanti Bulcão (RJ) casada com José da Rocha Ribas (RJ). Poetisa. Filha de

    Joaquim Inácio de Siqueira Bulcão (Cachoeira BA, n. 1852) Médico, vice-almirante, e de D. Maria José Cavalcanti Lins.

    É filho de

    Joaquim Inácio de Siqueira Bulcão (S. Francisco- BA, n.1830) fidalgo da Casa Imperial e de D. Inácia Calmon Du Pin e Almeida (f em Vila da Cachoeira, BA em 1892). Filho de

    José Araújo de Aragão Bulcão (n em 1795, e f em 1865, Salvador, BA), Segundo barão de São Francisco e de D. Ana Rita Cavalcanti e Albuquerque (f em Salvador em 1869). Filho de

    Joaquim Inácio Siqueira Bulcão (n. em 1768, S. Francisco, BA, e falecido em Salvador em 1829) Primeiro Barão de São Francisco e de D. Joaquina de Maurícia de São Miguel e Aragão (n. São Francisco, BA em 1773 e f. 1862). Filho de

    Baltazar da Costa Bulcão (n. em N. Senhora do Monte do Recôncavo, BA em 1721 e f. após 1763) Capitão-mor e de D. Maria Joana de Jesus e Aragão ). Filho de

    José da Costa Bulcão (n. em N. Sra do Monte do Recôncavo, BA e f. em 1776 em Salvador, BA) Senhor de Engenhos e de D. Maria de Souza de Aragão (n. e f. na BA). Filho de

    Baltazar da Costa Bulcão (n. em N. Sra do Monte do Recôncavo, BA e falecido a 1718) Senhor de engenhos de Açúcar e Capitão de Ordenanças e de D. Maria de Gões Mendonça (n. BA). Filho de

    Gaspar de Faria Bulcão (n. em Castelo Branco, Faial e f. na Fazenda Água Boa, BA, Brasil em 21/03/ 1690) e de Guiomar da Costa (f. na Fazenda Água Boa, BA em 11/01/ 1690). Filho de

    Sebastião de Faria Bulcão (Faial) e de Maria de Ávila (Faial). Filho de

    Sebastião Dutra de Faria Bulcão (f. a 1650- Faial)) e de Madalena Dutra (f. 1645- Faial)). Filho de

    Gaspar de Faria (n. no terceiro quartel do século XVI e falecido com testamento de mão comum de 9/01/1620, Faial) e de Violante de Utra.

    Nota: Gaspar de Faria- desconhecemos no Faial a sua ascendência. Supõe-se ser do Continente. Era casado com Violante d’Utra ( Faial).

    Violante d`Utra (Faial, m. a 27/08/1645) era filha do fidalgo flamengo Gaspar Gonçalves Bulcão que fez assento no Faial (desconhecendo-se a sua ascendência) e de outa Violante d’ Utra ( Faial)

    Violante d’Utra ( Faial) era filha de Antonio Utra Nunes e Francisca Gaspar Machado.

    Antonio Utra Nunes era filho de Nuno Fernandes e de Jorgina d’Utra, irmã do primeiro donatário da Ilha do Faial, Jorge d’Utra (Joss Van Hurtere) e filha de Leo Van Hurtere, senhor do senhorio feudal da Aghebrone (Haeghebrouc), flamengos de Bruges.

    Maria Eduarda Fagundes

    Uberaba, 31/07/2012

    Referencia bibliográfica:

    Famílias Faialenses (Marcelino Lima)

    Genealogia das Quatro Ilhas (Faial-Pico-Flores. Corvo).

    Jorge Forjaz e Antonio Ornelas Mendes (2012)

     

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  • OS PROFESSORES POR JOSÉ LUÍS PEIXOTO (2011)

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    Os professores, por José Luís Peixoto

    Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança.
    ARTIGO | 15 OUTUBRO, 2011 – 00:17

    Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios - José Luís Peixotohttp://www.esquerda.net/artigo/os-professores-por-jos%C3%A9-lu%C3%ADs-peixoto

    Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios – José Luís Peixoto

    O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.

    O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.

    Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.

    Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.

    Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.

    Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.

    Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança.

    Artigo de José Luís Peixoto, publicado na revista Visão de 13 de Outubro de 2011

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    Comentários

    Por: luisa lemos 20 Julho, 2012 – 20:23

    Obrigada mais uma vez José Luís. Cada texto que escreve sobre a minha profissão/ vocação enche-me de prazer e orgulho. Todos os maus tratos passam para segundo plano quando alguém “ergue a voz” para mostrar ao mundo que nos rodeia a forma como nos sentimos e a razão de termos escolhido esta profissão há alguns (muitos)anos. É sempre um prazer ler as suas crónicas. Por favor não deixe de o fazer em nenhuma circunstância.

    Por: Maria Olímpia L.B. Alves 29 Outubro, 2011 – 20:06

    José Luís Peixoto,

    Muito fora do comum este seu artigo!!
    Deve ser um homem raro, de uma sensibilidade extrema e muito lúcido.
    É gratificante lê-lo.
    Agradeço a clareza e a destreza da escrita.

    Sempre pensei que não ensinava nada… limitava-me a mostrar caminhos ou modos de ver.

    Sendo como é, seguiu os caminhos que escolheu e foi bem sucedido.

    Obrigada,

    Por: Rita 21 Outubro, 2011 – 17:57

    Obrigada José Luís Peixoto!!! Com estas palavras sinto-me reconfortada , consigo esquecer-me dos males que senti nos final dos 40 anos que trabalhei, como docente. Fui PROFESSORA! Infelizmente tive de abandonar e não por culpa dos alunos. Esses, passados tantos anos, continuam a sentir a mesma amizade que partilhámos na sala, reconhecem a importância que para eles tive. Somos colegas/amigos ou simplements amigos. Infelizmente colegas há que não atingem o verdadeiro sentido da sua missão… esses sim conduzem o ensino/ professor ao estado actual.

    Por: José Cadeco 19 Outubro, 2011 – 23:02

    Obrigado

    Por: Paula Oliveira 18 Outubro, 2011 – 23:22

    Parabéns pelo seu artigo!
    Como dizia o autor,

    “Há palavras que nos beijam
    (…)
    De repente coloridas
    Entre palavras sem cor,”
    (…)

    Por: marisa luz 16 Outubro, 2011 – 15:56

    este artigo…foi musica para os meus ouvidos…bem haja

    Por: Isabel Raminhos 16 Outubro, 2011 – 15:44

    Obrigada José Luís Peixoto pelas palavras que dedicou aos professores, numa altura em que estes têm sido tratados com tanta injustiça e tanta ingratidão. Também eu sou professora há vinte e oito anos, profissão à qual me dediquei inteiramente, acreditando que podia contribuir para a criação de uma sociedade mais justa e mais fraterna, onde cada cidadão valha como a pessoa que é e não como um simples número numa qualquer contagem estatística. Porém, aquilo a que tenho assistido é a um ataque sem limites à figura do professor, ao seu trabalho e à sua dedicação. Por isso a desilusão é grande. Ainda bem que “mesmo na noite mais triste, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”. Bem haja.

    Por: Filomena Amorim 15 Outubro, 2011 – 22:35

    Parabéns, José Luís Peixoto, pelo seu artigo. Muito obrigada.
    Filomena Amorim

    Por: Margarida 15 Outubro, 2011 – 20:20

    Parabéns e obrigada ao autor deste artigo, José Luís Peixoto! Agradeço não só porque sou professora neste país, hoje, aqui e desde há trinta e tal anos… mas também porque é verdadeiramente quando estou no desempenho daquilo que entendo que é a minha verdadeira missão, que consigo esquecer-me dos “males” do mundo e do meu, agora, pobre país! E neste texto consigo sentir-me gratificada, tanto quanto quando encontro e revejo antigos alunos, ou melhor dizendo, me encontram, os jovens que me “passaram pelas mãos” e que fazem questão de fazer o favor de me lembrar que um dia fui alguém nas suas vidas!
    Bem haja!
    Margarida

  • DIAS DE MELO

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    • Nuno Gomes dos Santos
    Recordar Dias de Melo em Abril

    «Além de tudo, com a idade que tenho, importa que, entretanto, não me bata à porta o momento final». Escreveu isto o Dias de Melo, numa carta que me enviou, no dia 1 de Junho de 2006. Porém, o momento final chegou, dois anos depois de ter começado essa carta, respondendo à minha de pouco tempo antes, e que começava assim: «é sempre um consolo, no isolamento em que vivo, receber notícias de um amigo». Antes, a 26 de Novembro de 2005, escrevia-me: «parece que toda a tristeza do mundo caiu em cima de mim. A minha estrada está quase no seu termo». Nascido no dia 8 de Abril de 1925, na Calheta de Nesquim, ilha do Pico, Açores, Dias de Melo viveu os seus últimos anos numa azáfama de escrita, numa luta pela publicação dos seus livros, cada vez mais difícil dada a política editorial que em Portugal se implantou, de memória curta e de olho no lucro, sem grandes critérios de qualidade (as excepções confirmam a regra), e com pouca gente a dar-lhe o «consolo» que, por muitas razões, merecia mais do que tinha: poucos amigos, alguns familiares dedicados, muitas costas injusta e desumanamente voltadas. Foi, na opinião que sobre ele tinha Natália Correia, «o mais honesto escritor português». Escreveu poesia, foi cronista (no Diário de Lisboa, onde assinou textos numa coluna intitulada «Gente e paisagem» e fez amizade grande com Fernando Assis Pacheco), etnógrafo e, mais que tudo, romancista. Cito, apenas, alguns títulos: «Mar Rubro», «Pedras Negras», «Vinde e Vede», «Cidade Cinzenta», «Na Noite Silenciosa», saudados, em tempos, pela crítica intramuros e de fora parte, sendo traduzido em várias línguas, japonês incluído. Foi professor («recebi ontem a sua carta. Veio acordar em mim tanta lembrança e um pouco de saudade dos meus tempos de professor, embora o fosse sem qualquer vocação, que a minha era o mar», 12 de Janeiro de 2007). O mar. Aos 12 anos escreveu um texto intitulado «Desastre no Canal», que deu origem, mais tarde, ao romance «Mar Pela Proa». O título inicial foi modificado para se não dizer que o escritor ia a reboque de Nemésio e do seu «Mau Tempo no Canal». Desse canal e desse mau tempo sabia o Dias de Melo, baleeiro que foi e que sobre baleeiros escreveu, muito e bem. Homem preocupado e empenhado nas questões sociais («o negócio do livro está mau. Com a crise que aí vai, tomara as pessoas ainda poderem comprar coisa que mastigar», carta de 8 de Janeiro de 2006), Dias de Melo sempre se afirmou contra a ditadura e, até ao fim dos seus dias, pronunciou-se a favor de uma maior igualdade social, mantendo uma actividade política participativa. Tinha, com a sua idade e o seu passado, muitas estórias para contar. E contava-as com prazer e sabedoria. Como esta, por exemplo, sobre Vitorino Nemésio:«Nemésio, pelo menos no liceu, tinha grande embirração com a Matemática. Na Terceira, foi umas quantas vezes a exame e nunca conseguiu passar. Foi então ao Faial e saiu-lhe a sorte grande: teve por professor de Matemática o senhor Florêncio Terra, notável escritor, embora pouco conhecido, e homem bom. No fim do ano, no conselho das notas, ao chegar ao Vitorino Nemésio, diz para os colegas: Este aluno não merece passar. Mas vou dar-lhe o 10. O que ele vai ser é um notável escritor e não serei eu a cortar-lhe as pernash» (carta datada de 21 de Novembro de 2006). De Dias de Melo poder-se-ia escrever muito e muito mais. Creio que, também, perguntando coisas ao Fernando Tordo, um seu grande amigo dos tempos do «exílio» do grande cantautor no Faial, ali a duas braçadas do Pico, ilhas de olhos nos olhos bem captadas pela câmara de José Medeiros no documentário «Toadas do Mar e da Terra – Uma Viagem ao Universo do Escritor Dias de Melo». Por mim, vou relendo a obra do «mais honesto escritor português» e as suas cartas, que começavam, inevitavelmente, assim: «caríssimo Nuno Gomes dos Santos».

     

    ps Dias de Melo esteve em 2008 no colóquio da lusofonia da Lagoa quando o começamos a revelar e faleceu passado uns meses em setembro desse ano…leia o caderno de estudos açorianos e o suplemento a ele dedicado https://www.lusofonias.net/acorianidade/cadernos-acorianos-suplementos.html#

     

  • Pepetela ladrões honestos

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    “Ainda há ladrões honrados”, por Pepetela

    Redação revista África21
    05/07/2012 09:14
    “É pena que certos banqueiros, especuladores de agências de ratos, e outros ladrões de casaca e lacinho preto, não sejam apanhados da mesma maneira”

    Brasília – “É pena que certos banqueiros, especuladores de agências de ratos, e outros ladrões de casaca e lacinho preto, não sejam apanhados da mesma maneira”

    Quando uma pessoa ouve ou lê uma boa estória, fica com saudades de um tempo que talvez nunca tenha existido. Por exemplo, o tempo dos ladrões honestos, género Robin dos Bosques ou Ali Babá. Os tais que só roubavam os grandes ladrões. Infelizmente, na realidade, deparamo-nos sobretudo com os grandes ladrões que não são castigados, nem sequer pelos pequenos lhes aliviando um pouco o bolso. É mesmo de acreditar na ausência da justiça.

    De repente, no entanto, surge uma notícia e lá voltamos nós a ter esperança, talvez a Humanidade não esteja perdida definitivamente para os liberalismos de nome, os tais que enriquecem os ricos e mais empobrecem os pobres, o tal liberalismo que só autoriza os grandes latrocínios, tão grandes que até mudam de designação e se tornam respeitáveis. O capitalismo que estamos com ele.

    Mas vamos lá acender a réstia de esperança. Num desses países avançados do Sul, Austrália ou Nova Zelândia, um larápio roubou a carteira e um telemóvel de um cidadão. Ao analisar os resultados da bem sucedida operação, descobriu no telemóvel furtado fotografias de pornografia infantil. O gatuno entrou numa daquelas situações de encruzilhada, como os grandes caminhantes dos nossos matos. Que faço eu, vou pela direita, pela esquerda, sigo em frente? Porque tinha descoberto um criminoso maior que ele próprio.

    Embora fosse reincidente, com vários julgamentos e mesmo prisão por ladroagem, se considerava pessoa de princípios, talvez (não pude confirmar) até de formação religiosa. Em época de crise, mesmo em país rico, há alguns que têm de recorrer a métodos menos corretos para se manterem vivos. Esta seria a sua justificativa para as aventuras mais ou menos perigosas em que incorria. Nada comparáveis a um miserável que abusa de crianças e ainda pode ganhar dinheiro com isso, vendendo vídeos ou fotos a outros tão malucos como ele (os doidos que me desculpem a força de expressão, mas este tipo de gente não é só «perturbada mental», é maluca mesmo, maluca furiosa).

    Leia versão integral na edição impressa da revista África21 (N.º 65, JULHO 2012). Para assinar a revista contacte: jbelisario.movimento@gmail.com

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  • GOÊS ESCREVE EM PORTUGUÊS 50 anos depois

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    Goan writing in Portuguese gets another close look, back home
    GOA, India: Five decades after the Portuguese language
    suddenly lost its prominence in this society, a
    researcher-priest is to come out with a detailed study of the
    literature that influenced the minds and hearts of 19th and
    20th century Goa.
    Dr. (Fr) Eufemiano de Jesus Miranda is to release a
    new book titled Oriente e Ocidente na Literatura
    Goesa (East and West in Goan Literature). The
    322-page book’s subtitle focuses on the “reality,
    fiction, history and imagination” of the writings
    from Goa’s past. It will be released on Wednesday,
    May 30, 2012 at the Margao Ravindra Bhavan’s Black
    Box at a function which starts at 4.45 pm.
    This work looks at the work of many prominent writers of the
    yesteryears — Francisco Luis Gomes, Orlando da Costa, and
    themes such as the image of Mother India in the poetry of the
    Portuguese-speaking Goan, the figure of the dancing-girl in
    Goan Lusophone literature, and the works of “Gip” and
    Augustinho Fernandes.
    Dr Miranda also looks at the creative output of other Goans
    writing in Portuguese — Floriano Barreto, Nascimento
    Mendonca, Mariano Gracias, Adolfo Costa, Paulino Dias,
    Adeodato Barreto, Sanches Fernandes, Lino Abreu, Vimala Devi,
    Laxmanrao Sardessai and R.V. Pandit.
    Eufemiano de Jesus Miranda earlier did his PhD at the Goa
    University on the topic 19th-20th century Indo-Portuguese
    Literature — a study of major themes in the socio-historical
    background (Literatura Indo-Portuguesa dos Séculos XIX e XX:
    Um estudo de temas principais no contexto sócio-histórico).
    Miranda has also been at St Xavier’s College at
    Mapusa, Goa, for ten years as a lecturer teaching
    both Portuguese and English. In 1988, he was
    awarded a scholarship from the Gulbenkian
    Foundation, Lisbon, to work on the thesis which was
    completed under the guidance of the late
    vice-principal Fr. Ivo de Mascarenhas, at the Goa
    University.
    He has continued to teach at various institutes and colleges,
    and as a priest involved actively in the pastoral ministry at
    Curca-Santana, Alto de Porvorim, Santa Inez and presently at
    Chicalim. Miranda is currently the parish priest of the
    Chicalim Church.
    Miranda has a classical formation from the seminary from 1954
    to 1960, having learnt Latin, Greek, Hebrew, French, Marathi
    and Konkani. His other passion is music, and he founded the
    Music Lovers’ Society and the Goa String Orchestra, and he is
    also president of the Stuti Choral Ensemble, Goa.
    Stuti is the Konkani word for “praise”, and he is actively
    involved in organising concerts in various in religious and
    other venues with the goal of fostering the culture of
    classical and popular music and taking it to the people.
    In his book, Miranda suggests: “The Indo-Portuguese
    writer is a ‘romantic’, a man under the spell of a
    ‘rupture’ and a ‘longing for totality’. It argues
    that this writer — ethnically Indian but often
    imbibed with Western, Christian and Latin traits,
    and also strongly influenced by the
    “Vedic-Upanishadic Hindu substratum”, was marked by
    a painful search for “self-identity and
    self-definition”.
    Though the book is in Portuguese — one of the few to be
    published in recent decades in that language in Goa — it has
    chapter summaries in the English language.
    The book has been supported in part by the Goa
    government’s Directorate of Arts & Culture, and its launch is
    being held in association with the Ravindra Bhavan, Margao.
    Its introduction is by Prof. Dr. Hélder Garmes of the
    Department of Classical and Vernacular Literature of the
    University of Sao Paulo in Brazil.
    A few Brazilian students are known to have done or are still
    doing their research on topics relating to Goan writing in
    Portuguese, a genre seemingly forgotten in its home of origin
    itself.
    Angela Goldstein has been studing the writing
    (short stories) by Vimala Devi for her Masters.
    Pedro Vinícius Leite has been doing a comparative
    study between *O signo da Ira* and *O ultimo olhar
    de Manu Mirando*, two novels by the awardwinning
    Portugal-based late Orlando da Costa who traces his
    roots to Margao.
    Octavio Carillo has been working on a comparative study
    between *O Signo da Ira* and Lambert Mascarenhas’
    *Sorrowing Lies My Land* at the undergraduate level. João
    Cunha who already did a study termed as impressive on *Jacob
    and Dulce* by “Gip”, for his Master, now, in his PHd, is
    studing the works by Jose da Silva Coelho. Prof Helder
    himself has been doing a comparative study between *Os
    Brahamanes* (1866), the novel by Francisco Luis Gomes, and
    *The Guarani* (1857), a romantic Brazilian novel by Jose de
    Alencar.
    Dr Miranda’s book has been published by the Saligao-based
    Goa,1556 named after the arrival of the first Gutenberg-style
    printing press in the whole of Asia, in Goa in that year. It
    is available via mail order from goa1556@gmail.com
    The launch function is open to interested members of the
    public.
    ###
    Contact numbers:
    Author (Dr/Fr Eufemiano Miranda) +91-832-2540099 (Portugues or English)
    PUblisher (Goa,1556) goa1556@gmail.com +91-832-2409490 or +91-832-2409490 (English only) Contact: Frederick Noronha.

     

     

     

  • Língua nacional kikongo começa ser ministrada nas escolas primárias

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    in diálogos lusófonos

    Língua nacional kikongo começa ser ministrada nas escolas primárias

    Tomboco – O formador provincial de línguas nacionais da direcção local da educação, ciência e tecnologia, Ngonga Afonso, afirmou domingo na sede municipal do Tomboco, província do Zaire, que a língua nacional kikongo começa a partir do II trimestre do ano em curso, a ser ministrada nas escolas do ensino primário da região.

    O responsável prestou essa informação durante a sessão de encerramento do seminário provincial de formação de formadores escolares em língua nacional kikongo, realizado naquela localidade, sob a égide da direcção provincial da educação, ciência e tecnologia.

    De acordo ainda com o formador, numa primeira fase a língua nacional kikongo será ministrada em instituições escolares de ensino primário dos municípios de Mbanza Kongo, Soyo, Kuimba, Tomboco, Nzeto e Nóqui.

    Ngonga Afonso sublinhou que a introdução da língua nacional kikongo no currículo escolar vai facilitar o processo de ensino aprendizagem no seio dos alunos, principalmente para aquelas crianças com dificuldades de se expressarem em língua portuguesa.

    “A introdução pelo mistério da educação de línguas nacionais no currículo escolar é uma medida acertada, porque a identidade cultural de um indivíduo manifesta-se pela língua”, enfatizou.

    Durante a acção formativa, foram ministradas entre outros temas os métodos de ensino em língua nacional kikongo, materiais e os cursos de elevação no ensino de leitura e os manuais de orientação para o professor e aluno.

    Participaram no seminário, 25 formadores dos municípios do Tomboco, Soyo, Nóqui e Nzeto. Este é o primeiro seminário do género que a direcção provincial da educação, ciência e tecnologia realiza a nível da circunscrição.

    [Fonte: www.portalangop.co.ao]
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