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  • PICO a caminho da desertificação humana?

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    Pico: a caminho da desertificação

    Uma das constatações que faz quem chega à ilha do Pico é o envelhecimento da sua população. Nota-se esta situação no dia-a-dia das freguesias e vilas, bem como nas festas maiores, que congregam, habitualmente, maior número de pessoas.
    É verdade que, no Verão, estudantes e naturais regressam “a casa”, gerando-se maior movimentação no comércio e nos locais públicos. Todavia, isso não nega que a segunda Ilha maior do arquipélago vive um preocupante problema demográfico a que urge olhar com muita atenção e encontrar respostas céleres que visem o necessário repovoamento e o desenvolvimento sócio-económico dos seus residentes.
    Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) revelam que em 2011, o Pico registou um saldo natural negativo de -65 pessoas, o mais elevado do arquipélago. Seguem-se-lhe São Jorge com -51 e a Graciosa com -22. São três ilhas há muito diagnosticadas com situações demográficas preocupantes, porque a relação existente entre o número de idosos e a população jovem, ou seja o índice de envelhecimento no Pico atingiu, em 2011, os 120,9 nos homens e os 175,2 nas mulheres1. Acresce também que os indicadores açorianos mais elevados registam-se no concelho das Lajes do Pico com 142 H e 193 M.
    É impossível olhar estes dados e ficar indiferente.
    Nos próximos seis anos, se nada se fizer, o Pico irá perder o equivalente à população de uma pequena freguesia com cerca de 300 habitantes que as há também no referido concelho, apesar dos novos investimentos no parque escolar realizados na freguesia da Piedade com uma nova escola para cerca de 200 alunos e nas Lajes para cerca de 500.
    O censo de 2011 revela uma acentuada diminuição de nascimentos traduzida, nesse ano, numa população de 183 crianças dos 0-4 anos, contra 206 dos 5-9 A, 234 dos 10-14 A e de 246 jovens dos 15-19 anos.
    Há que estancar, imediatamente, este declínio para que a ilha não fique exangue e não se transforme num deserto humano.
    A atual discussão sobre que medidas tomar para inverter a perda de população no país revela que qualquer decisão política tomada AGORA no âmbito do aumento da natalidade só terá consequências positivas daqui a trinta anos. É muito tempo!
    No arquipélago – já o afirmei por diversas vezes – as políticas de crescimento ou a criação de serviços públicos nos maiores centros urbanos afetam as ilhas e núcleos populacionais menos habitados, porque atraem jovens oriundos de ilhas e localidades menos populosas. E este é que é o busílis do processo de desenvolvimento do arquipélago.
    Como garantir que as nove parcelas tenham TODAS acesso aos bens e direitos essenciais, sem se penalizar o crescimento das que, por razões demográficas e outras, conseguem maiores avanços económicos e sociais?
    É para encontrar um necessário ponto de equilíbrio entre as nove ilhas que existem os poderes públicos regionais. Cabe, pois, às autarquias e governo da Região refletirem em conjunto com instituições económicas, culturais e sociais sobre tão graves situações e desafios.
    O planeamento da nossa frágil, mas eventualmente rica região, se atentarmos nas potencialidades ainda mal conhecidas dos fundos marinhos, não pode ser feito respondendo, apenas, a reivindicações locais de duvidosa necessidade. Antes, ele deve visar a realização da pessoa humana e o ambiente natural que a rodeia nas suas várias dimensões: familiar, educativa, sócio-profissional, económica, política, cultural e de bem-estar físico e psíquico.
    Desde os começos do regime autonómico entendeu-se que a unidade do arquipélago passava por dotar TODAS as ilhas com as condições mínimas que garantissem o progresso e bem-estar dos residentes em cada parcela do território insular.
    Decorridos quase quarenta anos, e face à acentuada desertificação de algumas ilhas e concelhos, impõe-se, agora, novas e rápidas soluções, sob pena dos índices de envelhecimento se acentuarem, perigosamente, sem possibilidade de retrocesso. Contando e reivindicando, se preciso for, com apoios específicos da União Europeia para a necessária investigação científica e fixação de quadros técnicos que estudem as potencialidades de todo o território açoriano. A ultraperiferia justifica-os, plenamente.
    Continuar a afirmar que os Açores são uma das regiões mais jovens do país é promover a política desenvolvimentista da centralidade de duas ilhas, ignorando que os Açores são, de Santa Maria ao Corvo, um arquipélago de homens e mulheres com iguais direitos e deveres no processo de desenvolvimento.
    Como açoriano, não o aceito, de modo nenhum!
    José Gabriel Ávila
    jornalista c.p. 536
    http://escritemdia.blogspot.pt/2014/07/pico-caminho-da-desertificacao.html
    1Fonte: SREA
  • as ilhas dos açores (som Madredeus)

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  • PONTA DELGADA EM FILME

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  • PICO, O SANTORINI DOS AÇORES? texto em inglês

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    Pico, the Azores – the Santorini of Portugal?

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  • morre JOÃO UBALDO RIBEIRO

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    Morre no Rio o escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro, aos 73 anos

    Jornalista foi vítima de embolia pulmonar na madrugada desta sexta (18).
    João Ubaldo era o 7º ocupante da cadeira número 34 da ABL.

    Do G1 Rio

    João Ubaldo Ribeiro (Foto: Flavio Moraes/G1)João Ubaldo Ribeiro era o 7º ocupante da cadeira número 34 da ABL (Foto: Flavio Moraes/G1)

    Morreu de madrugada desta sexta-feira (18), em casa, no Leblon, Zona Sul do Rio, o escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro, aos 73 anos. Como mostrou o Bom Dia Rio, ele teve uma embolia pulmonar. João Ubaldo era casado e tinha quatro filhos. O corpo dele será velado a partir das 10h na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio. Ainda não há informações se o velório será aberto ao público ou restrito aos familiares e amigos.

    O escritor era o 7º ocupante da cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco.

    JOÃO UBALDO RIBEIRO

    João Ubaldo Ribeiro ganhou em 2008 o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Ele é autor de livros como “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Também ganhou dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o melhor autor e melhor romance do ano, por ‘Sargento Getúlio’ e ‘Viva o povo brasileiro”.

    Nascido em Itaparica (BA), Ribeiro viveu até os 11 anos com a família em Sergipe, onde o pai era professor e político. Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio para, em seguida, se estabelecer em Itaparica, onde viveu aproximadamente sete anos.

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    João Ubaldo também se formou bacharel em Direito, em 1962, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas nunca chegou a advogar. Entre 1990 e 1991, o escritor morou em Berlim, na Alemanha, a convite do Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD – Deutscher Akademischer Austauschdienst).

    Ele era pós-graduado em Administração Pública pela UFBA e mestre em Administração Pública e Ciência Política pela Universidade do Sul da Califórnia (USC) .

    O escritor foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de Salvador. Como jornalista, trabalhou como repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia; foi também colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia.

    Ribeiro trabalhou como colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha, e foi colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os quais, além dos citados, Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.

    A formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor.

    Obras
    Os primeiros trabalhos literários de João Ubaldo Ribeiro foram publicados em diversas coletâneas, como “Reunião”, “Panorama do Conto Baiano”. Aos 21 anos de idade, escreveu o seu primeiro livro, “Setembro não tem sentido”, que ele desejava batizar como “A Semana da Pátria”, contra a opinião do editor. O segundo foi “Sargento Getúlio”, de 1971. Em 1974, publicou “Vencecavalo e o Outro Povo”, que por sua vontade se chamaria “A Guerra dos Paranaguás”.

    Consagrado como um marco do romance brasileiro moderno, “Sargento Getúlio” filiou o seu autor, segundo a crítica, a uma vertente literária que sintetiza o melhor dos escritores Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os costumes do Nordeste brasileiro e, em particular, dos sergipanos. Esse regionalismo extremamente rico e fiel dificultou a versão do romance para o inglês, obrigando o próprio autor a fazer esse trabalho. A seu respeito pronunciaram-se, nos Estados Unidos e na França, as colunas literárias de todos os grandes jornais e revistas.

    Em 1999, foi um dos escritores escolhidos em todo o mundo para dar depoimento, ao jornal francês Libération, sobre o Terceiro Milênio. E Viva o Povo Brasileiro foi o tema do exame de Agrégation, concurso para detentores de diploma de graduação na universidade francesa. Este romance e “Sargento Getúlio” constaram da maior parte das listas dos cem melhores romances brasileiros do século.

    Prêmios
    – Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado do Rio de Janeiro, conferido, em 1971, pelo romance Sargento Getúlio;
    – Dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo romances Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro;
    – Prêmio Altamente Recomendável – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil,1983, para Vida e Paixão de Pandonar, o Cruel ;
    – Prêmio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia, Alemanha);
    – Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça);
    – Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de Tubigem, Alemanha (1996).
    – Prêmio Lifetime Achievement Award, em 2006;
    – Prêmio Camões, em 2008.

     

    O escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro morreu, aos 73 anos, na madrugada desta sexta-feira (18), em sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio. De acordo com o telejornal “Bom Dia Rio”, da TV Globo, ele teve uma embolia pulmonar. O jornalista é casado com Berenice de Carvalho Batella Ribeiro e pai do ator e ex-VJ da MTV Bento Ribeiro.Um dos grandes nomes da literatura brasileira, João Ubaldo Ribeiro é autor de livros como “Sargento Getúlio”, “O sorriso dos lagartos”, “A casa dos budas ditosos” e “Viva o povo brasileiro”. Em 2008, ele ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Também é vencedor de dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, por “Sargento Getúlio” e “Viva o povo brasileiro”. (mais…)

  • 10 razões para visitar os açores

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    http://www.iloveazores.net/2014/07/10-solides-raisons-pour-partir-en.html#.U8hGs_l_v4Y

  • um fotógrafo profissional vê assim os açores

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    http://www.iloveazores.net/2014/07/os-acores-pelos-olhos-

    https://youtu.be/S1I05VU_8uQ

    de-um-fotografo.html#.U8hGYvl_v4Y

  • poesia ANTÓNIO GEDEÃO

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    Ei-lo aqui, puro, inteiro, íntegro o exaltante «Poema da Malta das Naus», do grande António Gedeão / Rómulo de Carvalho, simultaneamente excelso na arte literária como na Ciência, categoria sumamente rara, dir-se-ia uma dádiva dos deuses, só a poucos concedida…
    POEMA DA MALTA DAS NAUS Lancei ao mar um madeiro, espetei-lhe um pau e um lençol. Com palpite marinheiro medi a altura do sol. Deu-me o vento de feição, levou-me ao cabo do mundo. Pelote de vagabundo, rebotalho de gibão. Dormi no dorso das vagas, pasmei na orla das praias, arreneguei, roguei pragas, mordi peloiros e zagaias. Chamusquei o pêlo hirsuto, tive o corpo em chagas vivas, estalaram-me as gengivas, apodreci de escorbuto. Com a mão esquerda benzi-me, com a direita esganei. Mil vezes no chão, bati-me, outras mil me levantei. Meu riso de dentes podres ecoou nas sete partidas. Fundei cidades e vidas, rompi as arcas e os odres. Tremi no escuro da selva, alambique de suores. Estendi na areia e na relva mulheres de todas as cores. Moldei as chaves do mundo a que outros chamaram seu, mas quem mergulhou no fundo do sonho, esse, fui eu. O meu sabor é diferente. Provo-me e saibo-me a sal. Não se nasce impunemente nas praias de Portugal. ANTÓNIO GEDEÃO
    POEMA DA MALTA DAS NAUS
    António Gedeão
    Lancei ao mar um madeiro,
    espetei-lhe um pau e um lençol.
    Com palpite marinheiro
    medi a altura do sol.
    Deu-me o vento de feição,
    levou-me ao cabo do mundo.
    Pelote de vagabundo,
    rebotalho de gibão.
    Dormi no dorso das vagas,
    pasmei na orla das praias,
    arreneguei, roguei pragas,
    mordi peloiros e zagaias.
    Chamusquei o pêlo hirsuto,
    tive o corpo em chagas vivas,
    estalaram-me as gengivas,
    apodreci de escorbuto.
    Com a mão esquerda benzi-me,
    com a direita esganei.
    Mil vezes no chão, bati-me,
    outras mil me levantei.
    Meu riso de dentes podres
    ecoou nas sete partidas.
    Fundei cidades e vidas,
    rompi as arcas e os odres.
    Tremi no escuro da selva,
    alambique de suores.
    Estendi na areia e na relva
    mulheres de todas as cores.
    Moldei as chaves do mundo
    a que outros chamaram seu,
    mas quem mergulhou no fundo
    do sonho, esse, fui eu.
    O meu sabor é diferente.
    Provo-me e saibo-me a sal.
    Não se nasce impunemente
    nas praias de Portugal.
    ANTÓNIO GEDEÃO
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    “culturas lusófonas”
  • GOA DOS AFETOS

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     Goa: Portugal no património, ruas e nomes, mas também em afetos

    Do património, às ruas e nomes até à missa em português, a herança deixada em Goa não se faz só de reminiscências. Por força de afetos, embora longe, Portugal parece por vezes estranhamente perto, sobretudo para quem chega.

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