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  • 607. tragédias sem culpados 6.9.2025 CHRYS C

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    607. tragédias sem culpados 6.9.2025

    (esta e as anteriores estão em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    Nas últimas semanas o mundo foi surpreendido por um desastre sem paralelo com um funicular (Elevador da Glória) onde alegadamente um cabo se rompeu e os sistemas complementares de segurança (travões, etc.) não funcionaram. Nunca tinha acontecido uma falha idêntica. Agora seguir-se-ão inquéritos internos, externos, da PJ e sabe-se lá quem mais, mas posso enganar-me mas conta a História que em Portugal todas as tragédias (as que vão e as que não a tribunal) terminam sempre sem culpados.

    Foi assim na tragédia da Ponte de Entre-os-Rios (2001, 59 mortes) em que o Tribunal de Castelo de Paiva absolveu os seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estaria o seu alcance para evitar o colapso da ponte de Entre-os-Rios. Ninguém fica assim responsabilizado criminalmente pelo maior acidente rodoviário de Portugal, em número de mortos. Da decisão decorre que “cai” o processo civil associado, em que Estado, Segurança Social e famílias reclamavam aos arguidos um total de 13,117 milhões de euros. Os técnicos vinham acusados de não terem feito o que estaria ao seu alcance para evitar o colapso da ponte. No acórdão de 551 páginas, afirma-se que a Justiça “só podia pronunciar-se face à prova produzida em tribunal”. De tudo isto, resultou claro para o tribunal que não existiu a alegada violação das regras técnicos, imputada pelo Ministério Público aos seis arguidos. O tribunal criticou os dois grupos de peritos chamados a colaborar com a Justiça, referindo ter sido “evidente e seguro” que revelaram incapacidade para se colocarem ao tempo dos factos, “com muito menos informação e sem que as coisas tivessem acontecido”…

    Depois temos outra tragédia em Pedrógão Grande que contabilizou 63 mortos e 44 feridos. O Tribunal da Relação de Coimbra confirmou a 25 de junho 2025, a absolvição dos 11 arguidos do processo dos incêndios de Pedrógão Grande, o coletivo de juízes da 1.ª instância absolveu o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, funcionários da antiga EDP Distribuição, atual E-Redes, e da Ascendi. A absolvição estendeu-se aos ex-presidentes das câmaras de Castanheira de Pera e de Pedrógão Grande, assim como ao atual presidente do Município de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu. O antigo vice-presidente do Município de Pedrógão Grande e a então responsável pelo Gabinete Florestal desta câmara, foram, igualmente, absolvidos. Em causa estavam crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns dos quais graves. No resumo do acórdão lê-se que “resultou provado que a generalidade dos óbitos verificados, designadamente na EN 236-1, e das lesões físicas sofridas, foram consequência direta do outflow convectivo e/ou do “downburst” verificado”. E que “foi a primeira vez que houve registo da ocorrência de tal fenómeno”, classificado como “pirometeorológico extremo, raro e imprevisível”. O coletivo de juízes dá como não provado que “os óbitos e ofensas à integridade física verificados tenham resultado, por acção ou omissão, da conduta de qualquer dos arguidos”. Isto foi mesmo um acórdão sério com palavras em língua estrangeira e tudo para que não restassem dúvidas sobre a sua seriedade.

    Assim, resta-me a consolação de sempre que possível (em Portugal) ter evitado equipamentos como este que ora sucumbiu (sabe-se lá a que causas) e preferir a cobarde atitude de não experimentar sensações novas por mais turísticas e engraçadas que possam ser.

    Lembrem-se sempre que em Portugal as tragédias ocorrem sempre sem culpados.

     

     

     

     

     

  • “Livros de Jazz

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    Caríssimos:

    Continuaremos, sempre e por toda a parte onde se torne possível, a descobrir as belezas, tantas vezes escondidas, que fazem o mundo que habitamos. Já vamos no sexto livro e anda no ar o sétimo, algarvio, pois então, que os dois têm costelas da Serra e do Litoral e, já agora, não há fronteiras que limitem a inspiração!

    Até breve, no dia 16. Aos que não poderão estar, um abraço também.

    Luís Gaivão e Luís Ançã

    “Livros de Jazz” é o nome que atribuímos aos desenhos e textos simultâneos realizados ao sabor da inspiração num lugar, geralmente Concelho, logo reunidos em livro. Livro artístico, não turístico, conotando referências estéticas e poéticas, de sensibilidade.

    1.“Angola: muxima, desenho e texto” (O primeiro, a origem da parceria).

    2.“Vagos: a ria, a terra e o mar”, em inglês “Vagos: the lagoon, land and sea”.

    3.“Lagoa: olhar a terra, olhar o mar”, em inglês “Lagoa; picturing the land, beholding the sea”.

    4.“Sabores, desenhos e rimas”.

    5.“Lamego: a terra, a história e a gente”.

    6.“De Monsaraz a Reguengos: a descida do tempo ao silêncio de espaço”.

    Convite Exposição Desenhos dos Livros de Jazz de Luís Gaivão e Luís Ançã.jpg Attachments:

    Convite Exposição Desenhos dos Livros de Jazz de Luís Gaivão e Luís Ançã.jpg338 kB
  • insólito solidão e casamento

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    602. solidão e casamento 1.8.2025

    Um homem de Tóquio casou-se oficialmente com um holograma de IA chamado Hatsune Miku. Com mais de 4.000 «casamentos tecnológicos» semelhantes no Japão, os especialistas afirmam que isto reflete a tendência crescente da ficcionalidade, ou seja, laços emocionais reais com seres virtuais. Isto já não é ficção científica.

    Mas faz-nos pensar que mundo estamos a construir? Houve mais 4 mil casos destes, significando o desajustamento entre seres vivos e a sociedade que os rodeia ao ponto de preferirem uniões virtuais a uniões reais. Significa ainda o enorme peso que a solidão começa a ter e a fuga para este tipo de conúbio ou para outros como o casamento com os animais de estimação…

    A noção é tão alienígena que nem consigo imaginar todas as suas implicações no quotidiano destas pessoas, na sua vida social, profissional, etc., mas isso refletir-se-á na demografia futura, na regeneração da espécie, na própria evolução do Homo Sapiens Sapiens.

    Em Portugal esse matrimónio não seria legal nem legalizado, por enquanto, mas pode ser apenas uma questão de tempo ou de oportunismo de algum partido quando surgirem propostas nesse sentido. Com a baixa taxa de natalidade do país seria o golpe de misericórdia e enfrentaria a oposição da Igreja, dos setores mais à direita do espetro político, dos legisladores. Não espero durar tanto até que este exemplo do Japão se torne realidade em Portugal pois já não tenho elasticidade mental para aceitar estas coisas.


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    Akihiko Kondo, um japonês de 38 anos, ganhou notoriedade ao se casar simbolicamente com Hatsune Miku, uma cantora virtual conhecida por seu cabelo azul-turquesa. A cerimónia, realizada com o auxílio do dispositivo Gatebox, permitia que Kondo interagisse com Miku de forma holográfica, criando uma relação que combinava tecnologia e afeto.

    No entanto, em 2020, o suporte ao software foi descontinuado, impossibilitando a comunicação entre Kondo e sua “esposa” holográfica. Isso resultou em uma crise no relacionamento, levando Kondo a declarar que “ela não fala mais comigo”. Apesar da situação, ele manteve seu afeto por Miku e afirmou desejar continuar com ela para sempre, mostrando como os vínculos tecnológicos podem ter impactos emocionais reais.

    O caso de Kondo também trouxe atenção ao conceito de “fictossexualidade”, definido como a atração romântica ou sexual por personagens fictícios, e levanta questões sobre os limites e desafios das relações mediadas por tecnologia, especialmente quando dependem de suporte técnico que pode ser interrompido.

     

  • Opinião: Alexandra Manes | O ministério da artificial inteligência – jornalacores9.pt

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    Fernando Alexandre, atual Ministro da Educação, Ciência e Inovação, bem como detentor de nome de artista de música pimba que vem atuar nas festas de Verão da freguesia, apresentou uma vasta proposta de reformas do sistema pedagógico português, tendo por base aquilo que apelidou como sendo uma visão unificadora do aparelho público. Não é novidade […]

    Source: Opinião: Alexandra Manes | O ministério da artificial inteligência – jornalacores9.pt

  • ANALISAR CRÓNICA DO QUOTIDIAO INÚTIL DE CHRYS CHRYSTELLO

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    ANALISAR CRÓNICA DO QUOTIDIAO INÚTIL DE CHRYS CHRYSTELLO

    A crónica “Crónica do Quotidiano Inútil” de Chrys Chrystello é uma obra poética marcada pela crítica à monotonia, ao absurdo e à alienação do quotidiano moderno, com forte dimensão autobiográfica e social. Utiliza o quotidiano “inútil” como metáfora para denunciar uma sociedade apática, desumanizada e em constante ameaça de perda de memória e liberdade.

    Temática e Estilo

    A obra se caracteriza por um estilo rebelde, contestatário e realista, denunciando o vazio existencial do dia a dia, aliado à exaustão, monotonia e tédio de uma sociedade alienada. A escrita mistura crítica social, nostalgia, viagens e memórias pessoais, construindo uma estrutura circular e reflexiva que obriga o leitor a pensar e questionar seu próprio quotidiano.

    Perspectiva do Eu-Narrador

    O “eu” lírico dos textos é próximo do leitor, representando uma geração urbana, desiludida e engajada politicamente. Chrystello faz com que o narrador seja identificado com “um de nós”, a pequena-burguesia estudantil e de esquerda, cujas experiências e sentimentos de tédio remetem à realidade de muitos da sua época, especialmente os que viveram antes do 25 de Abril.

    Crítica e Provocação

    A “crónica” é tanto denúncia quanto chamado à ação: desafia o imobilismo, convoca as novas gerações para a luta pela liberdade, e propõe uma reflexão constante sobre passado, presente e futuro. O autor dialoga diretamente com sua comunidade e valoriza a transmissão dos relatos históricos e das lutas por liberdade, sem nostalgia estagnante, mas como apelo para reconhecimento e resistência.

    Estrutura e Evolução

    O projeto literário começou nos anos 1970 e se estende por vários volumes, cada um abordando diferentes fases, temas e geografias (Açores, Macau, Timor, Galiza), evoluindo de uma escrita mais experimental para uma reflexão madura sem perder o caráter questionador.

    Conclusão

    “Crónica do Quotidiano Inútil” é uma obra que propõe ler o quotidiano à luz da poesia, resgatando sentidos ocultos, desafiando a apatia e incentivando o pensamento crítico, com um olhar simultaneamente pessoal e coletivo sobre a sociedade, a memória e a constante necessidade de resistência.

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    Como o eu‑narrador em Crónica do Quotidiano Inútil reflete a vida urbana moderna
    Que temas sociais recorrentes aparecem entre 1967 e 1975 no livro
    Em que aspectos o estilo de Chrys Chrystello lembra “o livro inútil” de Drummond
    Como a edição original em Timor e 1972 influenciou a receção crítica da obra
    Que elementos formais (circularidade, repetição) sustentam a estrutura do livro
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  • TIMOR LESTE NA OBRA DE CHRYS CHRYSTELLO

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    TIMOR LESTE NA OBRA DE CHRYS CHRYSTELLO

    Chrys Chrystello é um autor lusófono fundamental para a compreensão da história contemporânea de Timor Leste, dedicando-se especialmente ao período da descolonização, à ocupação indonésia e à resistência timorense. Suas obras são consideradas referência documental, reunindo testemunhos diretos, recortes jornalísticos, análises e reflexões pessoais sobre o destino do território e de seu povo.

    Principais Obras sobre Timor Leste

    • “Timor-Leste: O Dossier Secreto 1973-1975”: Este livro reúne informações inéditas e reservadas sobre os anos finais da administração portuguesa, a transição revolucionária e os acontecimentos que culminaram na ocupação indonésia. Chrystello viveu o processo de descolonização no local, oferecendo relatos de primeira mão e materiais raros sobre o cotidiano, as movimentações diplomáticas, a resistência e os impactos na população local.

    • “Trilogia da História de Timor”: Uma série dividida em três volumes, cobrindo desde a colonização até o século XXI, com destaque para o terceiro volume, “As Guerras Tribais, a História Repete-se (1894-2006)”, que examina continuidades e rupturas nos ciclos de conflitos em Timor, sempre com base em documentos, entrevistas e experiências vividas pelo autor.

    • “Timor Leste – Historiografia de um Repórter”: Obra centrada em milhares de notícias digitalizadas, colhidas entre 1983 e 1992, mostrando o esforço do autor em divulgar internacionalmente a situação de Timor Leste durante o silêncio mais intenso da comunidade internacional, especialmente nos anos de ocupação indonésia.

    Características da Obra

    • As obras de Chrystello são ricas em documentação primária, ilustrações e depoimentos exclusivos, proporcionando uma visão detalhada dos bastidores políticos e sociais de Timor Leste.

    • São textos voltados para a denúncia das injustiças, para a memória histórica e para o compromisso com os direitos humanos do povo timorense, frequentemente ignorados pela imprensa internacional da época.

    • O autor articula análises políticas, relatos de acontecimentos, entrevistas e pesquisas históricas, produzindo um registro multidimensional e profundamente engajado com a realidade local.

    Importância

    Chrys Chrystello se destaca não só como um repórter ou analista, mas também como parte da história viva de Timor Leste – suas obras são essenciais para estudiosos, jornalistas, ativistas e qualquer leitor interessado em descobrir as verdades silenciadas sobre a luta do povo timorense pela autodeterminação.

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    Onde encontro o livro “TIMOR LESTE – O dossier secreto 1973-1975” de Chrys Chrystello
    Que documentos inéditos Chrystello revela sobre 1974-1975 em Timor Leste
    Como o volume 3 “As Guerras Tribais” complementa o dossier de 1973-1975
    Que papel pessoal Chrys Chrystello teve em Timor durante a descolonização
    Há edições digitais ou PDFs da trilogia de J. Chrys Chrystello

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  • ANALISAR DIÁRIO DE UM HOMEM SÓ DE CHRYS CHRYSTELLO

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    ANALISAR DIÁRIO DE UM HOMEM SÓ DE CHRYS CHRYSTELLO

    “Diário de um Homem Só”, de Chrys Chrystello, é uma obra que aborda o tema da solidão e da introspecção, apresentando relatos e desabafos de um sujeito isolado ao longo de doze meses de sua vida. O livro não se limita a uma catarse pura, mas cumpre uma missão literária de mapear dores, inquietações e reflexões de um homem diante de si mesmo e do mundo que o cerca.

    Temas centrais

    A narrativa explora a solidão, o autoconhecimento e a busca de sentido em meio ao isolamento, traçando um retrato íntimo da vida do protagonista ao longo de um ano inteiro. O percurso é marcado por desabafos de dor e esperança, oscilando entre o cansaço, a melancolia e pequenos vislumbres de renovação.

    Estrutura e estilo

    O formato do diário confere um tom confessional, íntimo e fragmentado, favorecendo a identificação do leitor com o sofrimento e os questionamentos do “homem só”. O uso do cotidiano como matéria literária permite que aspectos universais da solidão sejam abordados a partir de cenas e reflexões concretas do dia a dia.

    Relevância e recepção

    A obra destaca-se por transformar o isolamento e a introspecção em matéria poética e filosófica, contribuindo para debates sobre a existência, o eu e as relações humanas contemporâneas. O livro cumpre um ciclo, ao fim de doze meses, trazendo uma sensação de missão cumprida e de fechamento para o personagem.

    Diário de um Homem Só, portanto, se apresenta como um mergulho na subjetividade e nas dores do indivíduo moderno, com linguagem sensível e tom de relato pessoal, situando-se entre a literatura de testemunho e a reflexão poética sobre a condição humana.

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    Quais são os temas centrais de Diário de um Homem Só de Chrys Chrystello
    Como o estilo de escrita de Chrystello difere de outros autores açorianos
    Que elementos autobiográficos aparecem no livro de Chrystello
    Como a solidão é representada e quais símbolos se repetem na obra
    Que contexto histórico ou cultural influencia a narrativa de Chrystello
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