Categoria: açorianidades açorianismos autores açorianos

  • ban the use of AI in all editorial content in Australia

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  • Qual o plural de rímel?

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    Qual o plural de rímel? 👁️👁️

    Se você também tinha essa dúvida, agora não tem mais! O plural de rímel é igual ao plural de papel, dá uma olhada:

    PAPEL➡️PAPÉIS

    RÍMEL➡️RÍMEIS

    Quando uma palavra termina em -al, -el, -ol ou -ul, no plural tiramos o -l e acrescentamos o -is.

    Agora quero ver se você aprendeu: Qual o plural de CARACOL?🐌

  • tradução para português do livro “Lady Bobs, o Seu Irmão e Eu: Um Romance dos Açores

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    A editora Letras Lavadas apresentou a primeira tradução para português do livro “Lady Bobs, o Seu Irmão e Eu: Um Romance dos Açores”, da atriz norte-americana Jean Chamblin.
    Publicado em 1905, esta obra é uma narrativa de viagem sobre as ilhas dos Açores.
    Além do romance, conta com descrições precisas de pessoas, lugares e acontecimentos que nos fazem recuar até ao início do século XX.
    Tendo em conta a importância histórica e literária e o desconhecimento desta obra pelos açorianos, a Letras Lavadas decidiu apresentá-la, em simultâneo, em todo o arquipélago
    e Diáspora.
  • Darrell Kastin The Undiscovered Island ( by Darrell Kastin and Katherine Vaz BOOKSHOP.ORG The Undiscovered Island (Revised, Revised) a book by Darrell Kastin and Katherine Vaz Alarmed by her father’s unexplained disappearance, Julia Castro travels from California to her family’s ancestral home in the Azores to find the islands abuzz with tales of ghost ships, seductive sirens, and witchcraft. The mystery deepens when a drowned man’s body is discovered on a mountainside an…

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    The book will ship in two days.
    The Undiscovered Island (Revised, Revised) a book by Darrell Kastin and Katherine Vaz
    BOOKSHOP.ORG
    The Undiscovered Island (Revised, Revised) a book by Darrell Kastin and Katherine Vaz
    Alarmed by her father’s unexplained disappearance, Julia Castro travels from California to her family’s ancestral home in the Azores to find the islands abuzz with tales of ghost ships, seductive sirens, and witchcraft. The mystery deepens when a drowned man’s body is discovered on a mountainside an…
  • lançamento

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  • POEMA DE GUERRA 1971 MAS ATUAL COMO NUNCA 54 ANOS DEPOIS

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    e.30. crónica do quotidiano 3, memórias de guerra. set 24, 1971

     

    1.

    o general medrou no instante obsceno

    imponderável espelho de todas as ambições

    rosto ou eco de mim próprio?

    espio o calendário esfolhado

    horas desertadas num véu sem mistério

    em cada janela do tempo

    (a cada momento

    todo o ato

    é desnecessário)

    senhor general cuidado com os vidros

    monoculares olhos de todas as guerras

    dança cadeira menina

    regressa a ti própria

    onde jamais habitaste

    suspenso do fumo

    ardente farda

    iridescentes fogos

    incandescentes celas nos abrigam

    pendular impaciência

    sôfrego macho

    na berma da estrada o duro leito

    longa viagem sem retorno

    inventam-se vitórias, árduas escaladas

    com timbales e campainhas

    tímidas carícias proibidas

    ei-la que entra

    banal gesto alugado ao corpo

    já o velho murmura afagos

    esponjosas carícias imaginadas

    trémulas mãos sujas

    de sangue inocente

    preço injusto de algumas fomes

    soergo a cabeça e pesa-me a rua

    desabam mundos na chávena de café

    sorvo sensual boca de muitas esperas

    adejam aves sem nome

    mirradas folhas de oculta metralha

    mutilada cor de muitos mapas

    esvaziada a memória

    de cansaços muitos

    adormece agora saciado

    generalzinho de merda

    não trinques dedos de infindos medos

    truncando o campo

    espaço de mortos

    inumanos gritos de estertor

    saíram à rua os fantasmas

    e agora?

    para quê a pistola senhor general?

    deixe-os revisitar o calendário

    não regressarão aos ataúdes

    soam alarmes em tantas cabeças

    denso o tráfego de passos

    apressados se cruzam e acotovelam

    ninguém os deterá

    o quartel vazio

    armas ao abandono

    todos de si riem

    descomposto

    repugnantemente nu

    pústula de gente

    ridículo e só na multidão

    insígnias do medo

    (o futuro é já amanhã!)

    diluo-me pausadamente na bica

    negro êxtase de espuma

    boiando descontrolado

    me afogo

    são vagas asa recordações

    e me inundam

    suspenderam a rotina em volta

    interferentes e intrometidos

    de louco me apodam

    nem um gesto

    por mim

    pelo vagar deste cansaço antigo

    desaguo na praia

    longo areal de memórias

    exauridas

    ofensos se erguem os lábios

    no desdém da colher

    retemperado (pelo açúcar indissoluto)

    pago o preço deste sonho

    outro

    ignoro o desdém

    pobres assalariados da dúvida

    profanam ociosos templos

    que fomos.

    ruidoso relógio nos matraqueia

    calcorreamos as folhas deste espaço

    inútil livro que não escrevemos

    soam clamores, cláxones e freios

    alheado prossigo sem ouvir

    vociferantes vozes que já esqueci

    devo-lhes novas angústias

    somos a cidade do passado

    estéril abismo que recusámos.

    carcomidos degraus da sombra me protegem

    solitária melopeia de saudade

    no espelho se esvaíram dez minutos

    renasceu há apenas três, senhor general

    atravessava o corredor imaginário

    uma ficção de rua quotidianos esbirros

    no nexo do real

    saltamos o grande muro

    de nós mesmos

    2.

    nenhumas imagens nos percutem

    ruinosas pedras

    desocupada janela

    nunca existida

    desconheço este fantasma que habito

    repetem-se passadas antigas

    como se fossem primeiras

    estranhas forças me dominam

    sibilante é este tempo inventado

    na brisa

    o vento novo na casa da palavra

    a ordem cumpriu-se

    em nossos caminhos

    a longa missão

    povoa-se de alegorias

    escombrosos dias

    muradas deliquescências

    escabrosas invadem

    o revérbero da imagem

    no princípio do beijo

    o mundo

    desaustinado ato

    inaugura a luta

    sabíamos ser o cavaleiro andante

    solitário

    líder da resistência

    ei-la

    é tua

    desfruta deste conluio

    enredada batalha inconclusa

    não à avidez

    soçobrantes corpos

    encrespadas mãos

    quase unidos no prazer

    na posse primeira

    (a eternidade é uma falácia, dizem!)

    concêntrica viagem ao outro lado

    em vão se aguarda

    a abruta queda sem regresso

    insubmissos

    sobrevivos envilecemos

    a engendrada equivoca desordem

    podres

    corruptos

    cancros de todos os filhos

    existimos nos que creem

    e confiam

    em vão.

    estre -lejante civilização

    da bomba letal

    cercados por decadentes fomes

    soubemos da vida

    bebemos a taça

    no sétimo céu das indiferenças

    emborca o general

    vitória pírrica sobre o medo

    soldado de muitas guerras

    todas absolutas e finais

    nunca libertado

    do embalo de sonhos inominados

    matou

    decepou

    estropiou

    nunca a verdade saberás

    general-da-grei-sem-lei

    • o nome da paz desconhece o sangue da liberdade –
  • EUCÍSIA – DOIS POEMAS BUCÓLICOS DE 1970

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    e.16. vem correr comigo (à bi rua) jun. 11,12, 1970

    vem correr comigo. cabelos soltos ao vento.

    pernas fustigadas pelas espigas, como um poema lançado ao fogo.

    o cheiro a campo, a feno.

    calma na aldeia. os campos povoados.

    gente afanosa de um lado para outro.

    o que se semeia. o que se colhe.

    as terras adubadas pelo suor.

    as mãos calejadas pelo trabalho.

    o pó a entranhar-se nas rugas da cara.

    os dias belos, verdes e azuis, cinzentos, iguais a tantos.

    os cães ao longe guardando os rebanhos.

    a fome e os verdes prados.

    o sol a pino, como pá ou picareta abrindo estradas,

    fazendo brotar água das f(r)ontes dos lavradores.

    a brisa que não corre.

    a sombra que se escolhe para a merenda frugal.

    comida de crianças para homens feitos.

    de novo a enxada até sol-pôr.

    vidas penhoradas por frutos que não serão colhidos.

    ao longe passam carros sibilantes.

    por cima enormes monstros dos ares

    atroam a calma, violam a aldeia. o sino assustado repica a medo.

    pendurados nos fios há pardais. colocadas nas fundas há pedras.

    as velhas sentadas ao sol que entra nas portas abertas.

    enxameiam moscas. crianças chafurdam na lama.

    cães encostados às próprias sombras

    sacodem as moscas, coçam as pulgas

    (em todas as elites sociais há parasitas!)

    cabeças se movem inquisidoras

    dos lábios o cumprimento-saudação

    oculta comentários inconvenientes. fica a pairar o murmúrio.

    chapéus nas cabeças, mãos que se levam ao chapéu.

    e nós só queríamos os verdes campos

    a vontade contida de correr e saltar

    a liberdade dos pássaros-homens

    dos homens feitos pássaros.

    as noites claras e límpidas.

    as estrelas no alto como teto.

    nós sentindo a terra pulsar sob nossos corpos.

    com um frémito

    percorrendo as suas formas, o seu calor.

    coladas as bocas, juntas as mãos

    o nosso bafo entrecortado

    por teto as estrelas.

    • ————————————————————————————
    e.17. para uma canção triste de embalar (à bi rua) jun 26, 1970

    não vou falar de ti, de mim ou de nós.

    vou cantar uma história de embalar

    quando as pessoas, por exemplo, no alentejo

    tinham as costas vergadas

    as caras rugosamente marcadas

    e o bronzeado de muitos sóis

    mãos ásperas mas fortes de homens

    • não vou dizer que eram fortes como as certezas

    mas direi que a vida vivia lá

    por entre os vagarosos extensos campos

    mudos e cabisbaixos como os homens

    que adormeciam entoando hinos às estrelas

    eu e tu dormíamos sob um branco teto –

    homens para quem as estrelas entoavam cantigas de embalar

    a vida igual e os homens os mesmos

    indiferentes chorávamos os nossos problemas

    falávamos mas nada dizíamos

    as nossas palavras lançadas à terra não germinavam

    as searas dos nossos atos sem espigas para colhermos

    o pão que amassávamos era feito de pedras

    que tínhamos em lugar de corações

    os homens calados e taciturnos continuavam

    embalados entoavam cânticos

    à paz universal no meio do silêncio

    enquanto os campos se agitavam

    as pedras floresciam e os regatos iam alegres

    gargalhando segredos jamais pronunciados

    eu e tu sob o teto branco por céu

    e os homens que então havia dormiam

    embalados pelas estrelas

    as nossas mãos macias e aveludadas

    o ar cansado e os olhos profundos

    faziam rir de pena homens e mulheres

    pelo choro dos nossos problemas

    • esta a canção de embalar –

    súbita e simultaneamente surgiu do nada

    um metralhar impiedoso

    ceifado o sangue saía em borbotões

    das bocas abertas mas caladas

    como balões vazios ficavam os sonhos

    para quê então uma canção de embalar?

    entoemos em uníssono, uma última vez

    esta trova de ninar.

  • Pedro Almeida Maia: “Os açorianos conseguem tirar mais sumo de cada limão” – NiT

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    Não haverá território português com mais criação artística por quilómetro quadrado do que os Açores — e a literatura não é, naturalmente, exceção. Além dos óbvios vultos, desde Natália Correia a Antero de Quental, de Vitorino Nemésio a João de Melo, há quem se destaque no rol de contemporâneos, sobretudo através da conquista de prémios … Continued

    Source: Pedro Almeida Maia: “Os açorianos conseguem tirar mais sumo de cada limão” – NiT