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  • Elefante na Sala: Um adeus português… | Global News Portugal

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    “Nesta curva tão terna e lancinanteque vai ser que já é o teu desaparecimentodigo-te adeuse como um adolescentetropeço de ternurapor ti.”

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  • José Ramos-Horta · Ronaldo, o maior

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    Ronaldo, o maior
    Deitei-me cedo em Maputo. Não jantei. Raramente janto. Mas acordei com jetlag cerca da 1h de manhã, hora de Maputo. E li um pouco do que se escreveu de mesquinhice sobre um dos maiores futebolistas de sempre, o Cristiano Ronaldo. Li como uma Repórter da CNN português e outro da BBC mesquinhavam sobre Ronaldo. E li o comentário que segue. Gostei muito.
    Subscrevo na totalidade o belo comentário do Repórter Rui Caria que partilho aqui. É minha homenagem, “plagiada”, a um dos maiores futebolistas de sempre.
    Rui Caria
    Repórter de imagem/ Fotojornalista
    Peço desculpa ao Ronaldo em meu nome, gostava de o fazer em nome do País.
    Sou, talvez, o único português que não entende nada de futebol, – só isso já deve ser um recorde – mas como todos os outros portugueses, tenho opinião para dar, mesmo sem saber nada do assunto.
    O futebol, parece viver da natureza irracional da crença, como uma espécie de religião, isso está por toda a literatura, mas percebe-se, sobretudo, no belíssimo livro de Desmond Morris, a tribo do futebol. E se assim é no futebol em geral, esse valor ritual é amplificado a cada competição entre seleções. É que a coisa agora mistura futebol com bandeiras e patriotismos mais ou menos seletivos.
    O caldo é explosivo, e todos, como eu, querem ter a sua palavrita sobre o tema. E o tema de verão, cá na tasca, já nem é bem o futebol; o tema chama-se Cristiano Ronaldo, que é o mesmo que dizer, o futebol, por cá, chama-se Cristiano Ronaldo.
    O nome dele é mais conhecido que o nome do país onde ele nasceu. É uma espécie de Gillete das lâminas de barbear. E quando a marca define o género de produto, as outras marcas podem ir deitar-se.
    O Ronaldo define o futebol e representa o país, e é assim, quer se goste ou se odeie, que por sinal é quase a mesma coisa.
    Já desconfiava que era assim, mas descobri este fenómeno durante a guerra da Ucrânia quando dezenas de checkpoints se abriam à palavra Ronaldo. Os guardas pediam-nos selfies só por acharem que poderíamos conhecer o jogador. Alguns perguntavam mesmo se o conhecíamos. Claro que sim, dizíamos nós.
    O nome de Portugal, na capa do passaporte, não conseguia competir com o nome de um jogador de futebol que por acaso também é português. E é por ser português que me aflige o destrato que por aí vejo. Mas tenho de viver na minha tristeza, já que, também eu, estou a ser patriota e lamechas ao dizer que me entristece desprezarmos assim a única coisa que temos como referência de um país, e que por acaso é uma pessoa.
    Entristece-me e envergonha-me o que leio e vejo. Mas como sabemos, o povo, especialmente o português, adora inflamar o Ego à custa da glória alheia, como quem engorda um porquinho, o problema é que quando porquinho está cheio e não leva mais, mata-se.
    As tentativas de assassinato da carreira do jogador português, aparecem em todo o lado, seja por especialistas em comentar, seja por especialistas em comentar os especialistas a comentar, até a um tipo como eu, que nada percebe de bola, mas quer dar a sua espetadela.
    Há de tudo. Só parece não haver memória, mesmo que a memória seja a única garantia de vida depois da morte da carreira ou do homem jogador. E que bom seria termos a memória tão presente como temos a palavra. Que bom seria lembrarmo-nos do arrepio de outros momentos oferecidos pelo que agora colocamos na cruz.
    Agora só peço desculpa ao Ronaldo em meu nome, gostava de o fazer em nome do país, mas não sou o Ronaldo. Sou apenas mais um selvagem quando vejo futebol, como os outros. Já dei por mim a dar instruções ao treinador na televisão, apesar de ainda nem saber ver um fora de jogo, como os outros.
    Mas, apesar desta minha micro paixão irracional por este futebol, também sei que ele poderia deixar de existir amanhã, não me faria qualquer diferença. Provavelmente, para mim, vai deixar de existir a partir de sexta-feira se “formos” – está entre aspas porque eu não jogo nada – eliminados pela França. Mas se formos eliminados não fiquemos tristes, afinal também gostamos de eliminar mesmo sem saber jogar.
    Ao Ronaldo agradeço, uma vez mais, por me abrir as portas pelas cidades em guerra. E mesmo sabendo que se vão zangar comigo, digo na mesma que a vitória neste europeu, não deveria ser levantar uma taça; deveria ser poder ver o Cristiano Ronaldo a jogar numa competição assim, pela última vez. É a única coisa que deveríamos conseguir ter para lhe dar.
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  • Açores. Imigrantes garantem “estabilidade demográfica” – Renascença

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    Governo regional pretende estabelecer uma parceria com a Agência para Integração e Migrações e Asilo.

    Source: Açores. Imigrantes garantem “estabilidade demográfica” – Renascença

  • Dulce Maria Cardoso (parte 1): “Não percebemos que cinco séculos desta ideia esquizofrénica de uma terra de Minho a Timor deixou marcas” – Expresso

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    Nome incontornável da literatura contemporânea portuguesa, Dulce Maria Cardoso é autora de cinco romances que lhe valeram inúmeros prémios. O livro “O Retorno”, de 2012, é uma das suas obras mais elogiadas e o último romance, “Eliete”, de 2018, é outro caso sério de popularidade, aclamado pela crítica e pelos leitores: venceu o Prémio Oceanos em 2019 e foi finalista do Prémio Femina. Uma obra com final em aberto, que faz parte de uma trilogia que aguarda o segundo volume. Para quando? É a pergunta repetida que a escritora escuta há seis anos. Um projeto adiado pela pandemia e por razões pessoais, que Dulce aqui revela. Ouçam-na aqui na primeira parte desta conversa com Bernardo Mendonça

    Source: Dulce Maria Cardoso (parte 1): “Não percebemos que cinco séculos desta ideia esquizofrénica de uma terra de Minho a Timor deixou marcas” – Expresso