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Ministro da Educação disse que pelo menos 98% das escolas já tinham todos os professores necessários, na véspera do início do ano letivo.
Source: Escolas com todos os professores: ministro disse 98%, afinal são só 22%
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Ministro da Educação disse que pelo menos 98% das escolas já tinham todos os professores necessários, na véspera do início do ano letivo.
Source: Escolas com todos os professores: ministro disse 98%, afinal são só 22%
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Diário de um Homem Só, de Chrys Chrystello, é uma obra profundamente introspetiva e melancólica que explora temas como a solidão, a reflexão existencial e a condição humana. Escrito em formato de diário, o livro mergulha nos pensamentos e emoções interiores de um homem solitário à medida que navega pela vida, pelas relações e pela sua própria psique.
A prosa de Chrystello é poética e filosófica, abordando frequentemente temas como a alienação, a nostalgia e a procura de sentido. As reflexões do protagonista revelam um profundo sentimento de isolamento, mas também momentos de clareza e autodescoberta. A narrativa mistura a reflexão pessoal com questões existenciais mais vastas, tornando-a numa leitura contemplativa.
O livro não é apenas um relato pessoal, mas também uma meditação universal sobre a solidão, o que o torna acessível a qualquer pessoa que tenha passado por momentos de profunda solidão. O seu estilo lírico e profundidade emocional deixam uma impressão duradoura, marcando-o como uma exploração pungente do que significa estar sozinho no mundo.
contracapa
Este Diário de um homem só, chegou ao termo do seu prazo de validade, após 12 meses de desabafos e dor, cumpriu a missão, e não sendo de catarse, expurgou silêncios, prantos e medos, neste doentio e anómalo sossego, nesta calma podre, nesta serenidade irreal, nesta tranquilidade artificial de autocontrolo, nesta paz doméstica da solidão, sem agitação da vida em comum, sem o dessossego da tua doença, sem o tumulto das tuas crises, sem a desordem do lento e inexorável caminhar terminal do teu enfisema pulmonar. O tempo passa, aumenta a saudade, a dor, a impotência de te rever apenas em fotos e filmes, sem poder(mos) regressar aos locais que passam, todo o dia, nas imagens na moldura digital em frente a mim.
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Embora o número de centenários possa estar a aumentar, uma nova investigação revela que, estatisticamente, ninguém que viva atualmente deve esperar viver até aos 100 anos.
Source: É improvável que alguém nascido depois de 1939 viva até aos 100 anos – ZAP Notícias
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Li há dias numa parede grafitada que viver é uma canseira, quem o disse e recriou para a posteridade deve ter tido uma vida desastradamente monótona e desinteressante.
A minha maior canseira foi chegar à 4ª idade com o cérebro de 25 anos e um corpo de 125.
Nem queiram saber o rol de maleitas que surgem, umas atrás das outras num corpo aparentemente saudável e não muito escalavrado pelos anos. É esta canseira que ora me aflige pela expectativa daquilo que de pior ainda está por chegar.
Sempre pedi à minha mulher que não me deixasse conhecer este estado civil de viuvez pois já pressentia as dores que traria.
É precisamente agora que pareço ter perdido toda e qualquer réstia de paciência, para ouvir as promessas ocas dos políticos balofos, que nunca fizeram nada na vida a não ser venderem promessas vazias. E de eleição em eleição reciclam-se e prometem o que já tinham prometido e que tanto eles como os eleitores se esqueceram.
E tudo aquilo que ainda não fizeram, em mandatos anteriores, será agora que vão fazer, até melhor do que seria de esperar dada a conjuntura, que, conjuntamente com a ingrata mãe natura, o clima, a economia, a guerra (qualquer uma, não importa), algumas potências estrangeiras, a globalização, o protecionismo ou outro qualquer asteroide impediram anteriormente que fosse realizado.
Entre outras notícias de somenos importância desfilam pelos entediantes ecrãs da nossa realidade destilando palavras inócuas que parecem encher o mundo de bolas de cristal coloridas plenas de futuros acontecimentos inconseguidos.
O tempo, esse mestre maior, acaba sempre por se ver livre dos seus seguidores e, mais cedo ou mais tarde, transita para outra dimensão onde deles jamais se ouvirá falar. Mas logo outros políticos de carreira surgirão para lhes tomar o lugar. Escrevo isto e lembro a história de Roma ao longo de séculos, e sorrio ao vê-la aqui reproduzida já no curto espaço da minha vida.
Está aí mais uma eleição à sua espera, e de nada servirá o seu voto exceto para justificar que a democracia ainda é o melhor sistema de todos, apesar das suas fragilidades, desigualdades, iniquidades e abusos e se estiver numa fase da vida que é uma canseira, como eu estou, sabe bem que a autocracia e a ditadura ainda o fariam bem mais infeliz.
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Financiamento da Universidade dos Açores
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Despacho da Agência para a Integração Migrações e Asilo notifica 72 imigrantes para abandonarem território nacional e expõe dados pessoais de todos, incluindo moradas. Advogada destaca violação da proteção de dados e diz que um dos seus clientes até já obteve a nacionalidade portuguesa.
Source: AIMA manda português abandonar território nacional – Portugal – SÁBADO
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710 nao quero saber o teu nome 2019
724. Para uma biblioteca universal da felicidade 2021
736, não à guerra na ucrânia, 2023
742 nii dores 2024
738 imarcescível 2025
ler aqui todos
maria nobody
de todos ninguém
de alguém
de um só
maria nobody
com body de jovem
maria só minha
assim te sonho
assim te habito
maria nobody
de todos ninguém
maria nobody
mãe
amante
mulher
minha maria
maria nobody
de todos ninguém
nem sabes a riqueza
que a gente tem
maria nobody
de todos ninguém
maria só minha
dos filhos também
maria nobody
mais ninguém tem.
In poesia chiado entre o sono e o sonho 2015 vol 6
não quero saber o teu nome
nem a tua idade
nem o teu bairro
nem o teu emprego
não quero saber a tua riqueza
nem o teu carro
nem as tuas férias
nem a tua família
quero saber como tratas as estrelas
e os animais
quero saber onde nasce teu sorriso
e as tuas lágrimas
quero saber como tratas as nuvens
a bruma e o sol-pôr
quero saber como sonhas
onde moram teus devaneios
e se neles há lugar para os meus
Quando deixarem morrer os teus pais
num lar sem água
Deixa lá é por um bem maior
Quando recusarem levar
os teus pais ao hospital
deixa lá é por um bem maior
quando recusarem tratar os teus pais
porque os remédios são caros
deixa lá é por um bem maior
quando derem aos teus pais
morfina que inibe respirar
em vez de entubarem num ventilador
deixa lá é por um bem maior
quando em nome de um vírus
te tirarem toda a liberdade
deixa lá é por um bem maior
quando em nome da saúde
te controlarem o smartphone
deixa lá é por um bem maior
quando em nome de um bem maior
te levarem ao matadouro
deixa lá é por um bem maior
in poesia chiado entre o sono e o sonho 2020 vol. xii
se poeta sou
sei a quem o devo
ao povo a quem dou
os versos que escrevo
(lembrando poema de fernando manuel bernardo
cantado por manuel freire)
se poeta sou
sei a quem o devo
a meu pai
que me ensinou
a gostar de poesia
dos clássicos aos neorrealistas
da antologia da novíssima poesia
da maria alberta meneres e m. de melo e castro
à matura idade de mourão-ferreira
quando só me apaixonava
por quem gostava de poesia
e sabia sonhar nas marés
de paul eluard à autobiografia de maiakowki
dos 40 anos de servidão de jorge de sena
aos operários em construção de vinicius de moraes
fiz minhas as lutas dos trabalhadores
espoliados escravos da ditadura
e dos infantes que se opunham à guerra
organizei concertos de música proibida
marchei à frente dos cavalos da gnr
dos poemas escolhidos de jorge luís borges
e entre duas memórias de carlos de oliveira
lavrei meu canto e lavei a minha alma
mas quem me ensinou
foram os livros que levei
para timor, macau e austrália
zeca afonso no livro proibido
os cantares do single de 1964
que ouvi ao vivo no tup no porto
aprendi lawrence ferlinghetti
em como eu costumava dizer
revoltei-me e tornei-me animal político
no uivo de allen ginsberg
com todos subi às montanhas de bobonaro
e boiei na areia branca de díli
a vocação animal de herberto helder
levou-me a imaginar sereias em Bali
cabaias e ousados cheong sam
de ninfas orientais nos casinos de macau
os olhos de silêncio de ramos rosa
fizeram-me sofrer amores incompreendidos
a invenção do amor de daniel filipe
ou a sua pátria lugar de exílio
fizeram da minha poesia uma arma
a antologia breve de neruda
e a crítica doméstica dos paralelepípedos
ou a noção de poema de nuno júdice
e o canto e as armas de manuel alegre
foram livros de cabeceira
até à idade do meio
depois na idade matura descobri
as maravilhas atlantes
no fogo oculto de vasco pereira da costa
dancei o tango nos mares do sul
do eduardo bettencourt pinto
e mergulhei nos poemas vadios
de álamo oliveira
e nos lugares, sombras e afetos
do urbano bettencourt
sem sair dos silos do silêncio
de Eduíno de jesus
e tantos outros autores
que aprendi a decifrar
neles me perdi e encontrei
com eles serei amortalhado
para que ao morrer se evole de mim
o cheiro diáfano das palavras dos mestres
e o mundo seja mais respirável
e mais justo nas palavras dos poetas
porque eu sei
se poeta sou
a eles o devo
in poesia chiado entre o sono e o sonho 2021 volume xiii
Frase de um poema de Lâmia Brito, incluído no livro “Todas as funções de uma cicatriz, doburro, 2017)
meu amor desculpa o atraso
fiquei preso num poema
que nunca cheguei a escrever
que nunca cheguei a declamar
que nunca cheguei a dedicar
e queria tanto ter chegado a horas
queria tanto ter escrito
queria tanto declamar
meu amor desculpa o atraso
fiquei preso num poema
com as palavras que nunca te disse
com os sentimentos que nunca te expressei
como se o amanhã existisse
queria tanto ter dito
queria tanto expressar o amor
como se o amanhã fosse hoje
meu amor desculpa o atraso
fiquei preso num poema
e só tu me podes libertar
in poesia chiado entre o sono e o sonho 2022 volume xiv
já não ouço os tambores de guerra
silenciaram as sirenes aéreas
os alarmes calaram-se
as bombas não caem
os soldados não disparam
o choro das crianças ficou suspenso
os mortos não estrebucham
os feridos não gemem
nesta guerra não há bons nem maus
nem o czar nem os falcões eua
neste mar de gente
morta e inocente
feneceu a humanidade.
já não quero salvar o mundo
nem salvar o planeta
nem salvar-me a mim
não quero salvar nada
não quero guerra nem paz
nem capitalismo nem comunismo
nem nenhum outro ismo
nem quero acabar com a fome
ou a sede ou a pobreza
quero voltar à pureza original
da infância e da ingenuidade
em vez de estar aqui velho
à espera que nos matem a todos.
In poesia chiado entre o sono e o sonho 2023 volume xv
o pior de tudo são os silêncios sem fim
entrecortados pelo toque dos sinos,
o pior de tudo é não ouvir a tua voz
ao telefone com colegas e amigas
ou a ralhar com as cadelas ou comigo
o pior de tudo é ninguém bater, o telefone não tocar
e os silêncios dantescos como as sombras
como os murmúrios que ainda ouço, das tuas dores
o pior de tudo é a irreversibilidade
as fotos que passam não voltam
29 anos de memórias, partilhas, cumplicidades,
e a certeza inabalável de que nada nos separaria
e nada nos separará, ou afastará
nem a morte traiçoeira que chegou sem ser convidada
o pior de tudo são os silêncios sem fim
entrecortados pelo toque dos sinos,
o pior de tudo é não ter quem leia os meus escritos
não os corriges nem criticas
o amanhã não vai mudar nada
e a solidão será companheira indesejada e fria
havia tantos planos e projetos
a tua vontade inabalável para os concluir
mesmo quando já te faltavam as forças
o pior de tudo são os silêncios sem fim
entrecortados pelo toque dos sinos,
como os murmúrios que ainda ouço, com as dores
e as fotos que passam na moldura não voltam mais
nem as poderemos recriar ou reviver
e onde quer que vá estive lá contigo
o pior de tudo são os silêncios sem fim
esta irreversibilidade inaceitada
chorar a saudade do teu riso alegre
ansiar o teu sorriso cúmplice
nestes dias chorosos e tristes
solitários, vazios, silenciosos
o pior de tudo são os silêncios sem fim
esta imensa dor nunca vai passar
a angústia e solidão não vai mudar
preciso tanto de ti ao meu lado
para me ajudares com esta dor
não quero viver sem ti
não posso crer que não vais voltar
o pior de tudo são os silêncios sem fim
e ninguém sente o que estou a passar
só tu entendes esta dor
só tu podes secar estas lágrimas
só tu podes dar-me razão para viver
e eu nunca saberei viver sem ti
in poesia chiado entre o sono e o sonho 2024 volume xvi
(ouçam a leitura sublime deste poema pelo Diogo Ourique)
https://youtu.be/I6DggTPZPQQ?list=PLwjUyRyOUwOKRIA8XUWpVdMb8qRyjwlPB
imarcescível quis ser
escrevi livros, plantei árvores e tive filhos
lavrei no granito natal
os meus petróglifos de nazca
em timor dissipei-me na areia branca
em bali fui hippie em kuta beach
em macau fiz tai chi no lou lim iok
na austrália nadei em rottnest island
em bragança renasci transmontano
e no basalto açoriano gravei
imperecíveis poemas
este o improvável epitáfio
in poesia chiado entre o sono e o sonho 2025 volume xvii