As indicações transmitidas no referido e-mail “reduzem substancialmente o universo de alunos que assistirão
a aulas presenciais. Estas novas directrizes demonstram um profundo alheamento e até desrespeito pelo esforço realizado nos últimos dias, pela Escola, pelos CE, docentes e pessoal não docente, no sentido de receber os alunos com as melhores condições possíveis”. Por outro lado, dizem os professores, esta comunicação, feita a esta distância, desconsidera e desvaloriza também o trabalho pedagógico de preparação das aulas por parte dos docentes, ao determinar que as aulas presenciais sejam filmadas para que os restantes alunos, em casa, as possam visionar. “Desconhecem os serviços pedagógicos da DRE que a preparação e lecionação de uma aula presencial é significativamente diferente de uma aula para ser visionada à distância?”, questiona o sindicato. E acrescenta: “A apenas 1 dia útil do início das actividades lectivas, como vão conseguir as escolas criar as condições para que tal se concretize? Que recursos têm ou lhes foram fornecidos em tão curto espaço de tempo? Que legitimidade existe em filmar os docentes no seu espaço de sala de aula para um universo de alunos não presentes?”
Sublinham que “depois de terem
organizado todo o espaço físico das
salas, criado circuitos de entradas e
saídas da escola e dos diferentes espaços,
tendo em conta o necessário
distanciamento social, terão agora, os
Conselhos Executivos, que preparar as
salas com equipamentos que permitam
esse desiderato em termos de imagem
e som!”
O Sindicato dos Professores da Região
Açores “lamenta a desvalorização
e desconsideração manifestadas pela
DRE, relativamente ao trabalho da comunidade
educativa, e a ligeireza com
que emana orientações e contra orientações”.
Finalmente, o Sindicato dos Professores
da Região Açores considera
que estes processos “poderiam ter sido
evitados se, antes de tomar decisões,
a DRE tivesse encetado um processo
de negociação sindical nesta matéria –
que é, por lei, obrigatório, uma vez que
estão em causa condições de trabalho
–, mesmo que adaptado às actuais circunstâncias.
Podiam também ter sido
evitados se, antes de tomar decisões, a
DRE tivesse ouvido as escolas. O SPRA
considera, por isso, necessária uma alteração
de postura da DRE, no sentido
de melhorar as decisões tomadas sobre
estas e outras matérias”.