Categoria: açorianidades açorianismos autores açorianos

  • GOA E A LÍNGUA PORTUGUESA

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    “E se um jornal de Goa voltar a escrever em português? Aconteceu.”

    (Os goeses redescobrem a língua portuguesa.)

    Fundado em 1900, “O Heraldo” é um jornal de Goa que, em 1983, mais de duas décadas depois da integração deste território na Índia, passou a publicar apenas em inglês. Contudo, a pedido dos seus leitores, voltou a incluir conteúdos em português, numa secção publicada ao domingo.

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  • POEMA AMOR ILHEU

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    poema Amor ilhéu de Chrys Chrystello musicado pela Ana Paula Andrade e interpretado pela Academia de Música de Belmonte abril 2017.

  • 2020 maria nobody rtp 1 no parque terra nostra

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    poema aqui 509 maria nobody

     

    só som em

     

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    poema de chrys chrystello, composto por ana paula andrade e interpretado magistralmente por helena castro

  • a formatação de crianças na escola????

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    Isto é verdade?!? A crianças do 5.° ano? A educação sexual nas escolas em Portugal deixou de ser adequada à faixa etária dos alunos? É por coisas destas que anda aí a tal polémica com a lista de pessoas que defendem o direito à objeção de consciência na Educação Cívica? Mesmo que fosse admissível arrombar a intimidade das crianças e obrigá-las a sentirem que há alguma coisa errada consigo próprias se não andarem ainda a pensar nos/nas colegas em termos sexuais, querer obrigar uma criança (ou um adulto) a revelar a sua orientação sexual não seria uma violação de privacidade? Isto não é ilegal?

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  • predições infelizmente cumpridas de 2007

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    O Big Brother está nas nossas vidas e aceitamo-lo sem pruridos. Sabe o que fazemos através dos cartões de crédito e débito, do cartão de cidadão, da passagem pelas portagens da autoestrada, pelo Metro e “Cartão Andante”, pelas câmaras nos centros comerciais. Não se admirem se qualquer dia com a nossa inconformidade e individualismo pudermos ser privados da pseudoliberdade por não termos cumprido as normas de higiene e de saúde que “eles” determinaram obrigatórias. Já não há espaço para seres pensantes e questionadores. Só espero que isto não acelere demasiado para os anos de vida que ainda tenho. Não se preocupem, sou assim e a fobia excessiva que tenho contra as bases de dados, é um sinal evidente da minha hipocondria e da necessidade absoluta que existe de me internarem como um perigo que sou para a sociedade uniforme e cinzenta que me querem impor. Ah! Se eu ao menos tivesse cá a cicuta, repetia-se o destino. Parecia que o mundo real lá fora estava a conspirar, mas a maior parte das pessoas nem se apercebia e vivia tranquila na morrinha da lufa diária pela sobrevivência, que a mais não podiam aspirar. …

    (o artigo todo abaixo:

    12.6. GEORGE ORWELL 1984 A transformação da realidade é o tema principal – CRÓNICA 47 NOVº 2007

     

    Como muitos o citam sem o lerem extraio um resumo adaptado sincreticamente por mim…

     

    … a história passa-se no “futuro” ano de 1984 na Inglaterra, Pista de Pouso Número 1, megabloco da Oceânia, congregação de países dos oceanos. Disfarçada de democracia, a Oceânia vive um totalitarismo desde que o IngSoc (Partido) chegou ao poder sob o omnipresente Grande Irmão (Big Brother). …é a história de Winston Smith, membro do partido externo, funcionário do Ministério da Verdade, cuja função é reescrever e alterar dados de acordo com o interesse do Partido.

     

    Nada diferente do que faz um qualquer jornalista ou historiador nos dias de hoje.

     

    Antes da Terceira Guerra, Winston desfrutava uma vida normal com os pais, mas tinha dificuldade em lembrar o passado. A propaganda do Partido e duplipensamento tornavam a tarefa quase impossível, o futuro, presente e passado eram controlados pelo Partido. Winston questiona a opressão do Partido. Se alguém pensa diferente, comete crimideia, capturado pela Polícia do Pensamento e é vaporizado, desaparecendo como se nunca tivesse existido. Winston é o cidadão comum vigiado pelas teletelas e pelas diretrizes do Partido. Qualquer atitude suspeita pode significar o fim, desaparecer de facto. Os vizinhos e os filhos eram incentivados a denunciar quem cometesse crimideia. Mas algo estava errado, Winston sentia-o e precisava extravasar. Comprou clandestinamente um bloco e um lápis (venda proibida). Atualiza o diário usando o canto “cego” do apartamento, sem ser focado pela teletela. A primeira frase que escreve é: Abaixo o Big Brother! O seu trabalho era transformar a realidade. No MINIVER (Ministério da Verdade), alterava dados de tudo que contradissesse a verdade do Partido e incinerava os originais (Buraco da Memória). O Partido informa: a ração de chocolate aumenta para 20 g. Winston apagava os dados antigos quando a ração era de 30 g. e a população agradece ao Grande Irmão o aumento.

    O medo de comentar era a arma do Partido para controlar a população. Havia os “Dois minutos de ódio”, em que os membros do partido viam propaganda do Grande Irmão e, direcionavam o ódio contra os inimigos. A mulher de Winston separa-se por não querer participar em sexo por prazer (era crime), sexo apenas para procriar. Apesar de proibido e muito perigoso Winston anota tudo, revoltado por ver os últimos sobreviventes da Revolução, confessarem assassinatos e sabotagens, sendo perdoados mas. Sabia que estavam na Eurásia (na época a inimiga), mas de súbito, a Lestásia passara a ser a inimiga.

    Bastante atual se se comparar o apoio dado a Saddam Hussein, Kadhafi, bin Laden antes de serem os inimigos eternos.

    Revoltado, escreve “liberdade é escrever 2+2=4”, mas as fábricas têm placas 2+2 são cinco se o partido quiser. Winston entrevista pessoas sobre a vida antes da guerra, mas os idosos não se lembram. Vê uma mulher e desconfia que seja espia da Polícia do Pensamento. No dia seguinte, encontra-a no Ministério e recebe um bilhete: “Eu te amo”. Os membros do Partido, de sexo oposto, não deviam comunicar. Marcaram encontro num lugar secreto, e após beijá-lo, Júlia confessa-se atraída. O rosto de Winston ia contra o partido e o desejo dela era corromper o estado por dentro. Apaixonado, recupera peso e saúde.

    O’Brien, membro do Partido Interno, percebe que Winston era diferente e convida-o a ir ao seu apartamento ver a edição do dicionário de Novilíngua. O convite era incomum e fez Winston animar-se e leva Júlia. Para espanto do casal, O’Brien desliga a teletela do luxuoso apartamento. Alguns membros do Partido Interno tinham permissão para se desconetar. Winston confessa acreditar na Fraternidade. Os planos eram regados a vinho, proibido aos do Partido Externo. Dias depois, Winston recebe a obra e devora-a. Ouve uma mulher cantar música prefabricada em máquinas de fazer versos. Nada distante da música atual. “Nós somos os mortos” filosofa Winston. “Nós somos os mortos” repete a voz metálica da teletela atrás de um quadro. Guardas irrompem no quarto e Winston é preso e vai para o Ministério do Amor. As celas tinham teletelas que vigiavam cada passo. Numa sala, O’Brien torna-se o seu torturador e explica o duplipensar, o funcionamento do Partido e questiona-o acerca das frases sobre liberdade. Winston, torturado e drogado aceita o mundo de O’Brien e passa ao estágio seguinte aprender, entender e aceitar. e confessa que a Eurásia era a inimiga e que nunca tinha visto a foto dos revolucionários. Faltava a reintegração, ritual de passagem a concluir no Quarto 101, um inferno personalizado. Como Winston tem pavor de roedores, os torturadores colocam a máscara no rosto com abertura para uma gaiola de ratos famintos. A única forma de escapar é renegar o perigo maior ao Partido, o amor a outra pessoa acima do Grande Irmão. Winston, libertado, termina os dias sozinho, aparece na teletela confessando vários crimes, sendo libertado, despromovido num trabalho ordinário num subcomité.

     

    Trajetória de milhares de pessoas de regimes totalitários, como o checo Thomaz de “A Insustentável Leveza do Ser[1]. Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940, o livro de Orwell critica o estalinismo e o nazismo e a nivelação da sociedade, tal como pretendem fazer em Portugal depois do 25 de abril. Uma redução do indivíduo a peça para servir o estado ou o mercado através do controlo total, incluindo o pensamento e a redução do idioma. Tudo isto acontece já e só vai piorar.

     

    Júlia escapa do Quarto 101. O Partido separou-os e encontram-se ocasionalmente. Já não eram os mesmos. Tinham “crescido”. Winston sorri, completamente adaptado. Finalmente ama o Grande Irmão.”

     

    O Big Brother está nas nossas vidas e aceitamo-lo sem pruridos. Sabe o que fazemos através dos cartões de crédito e débito, do cartão de cidadão, da passagem pelas portagens da autoestrada, pelo Metro e “Cartão Andante”, pelas câmaras nos centros comerciais. Não se admirem se qualquer dia com a nossa inconformidade e individualismo pudermos ser privados da pseudoliberdade por não termos cumprido as normas de higiene e de saúde que “eles” determinaram obrigatórias. Já não há espaço para seres pensantes e questionadores. Só espero que isto não acelere demasiado para os anos de vida que ainda tenho. Não se preocupem, sou assim e a fobia excessiva que tenho contra as bases de dados, é um sinal evidente da minha hipocondria e da necessidade absoluta que existe de me internarem como um perigo que sou para a sociedade uniforme e cinzenta que me querem impor. Ah! Se eu ao menos tivesse cá a cicuta, repetia-se o destino. Parecia que o mundo real lá fora estava a conspirar, mas a maior parte das pessoas nem se apercebia e vivia tranquila na morrinha da lufa diária pela sobrevivência, que a mais não podiam aspirar. …

     

    Também isto constava das previsões de George Orwell[2].

     

    Adquiri pés de galinha, os cabelos e pelos eriçaram-se como se tivesse visto um fantasma, isto, claro está, no caso de existirem. Comecei a olhar por sobre o ombro à cata de alguém que me espiolhe ou esquadrinhe as ideias, tão diversas do pensamento “aprovado e oficial”. Não me apetecia ser vaporizado pois tinha um legado que queria imune à ação de um qualquer ministério da verdade. A privacidade de há 10, 20 anos ou mais, seria impensável hoje. Tudo em nome da defesa dos valores sagrados da civilização ocidental. Da luta contra o terrorismo. Doutra qualquer peleja que os líderes hão de inventar. Como as armas químicas que o velhaco genocida do Saddam Hussein afinal não tinha. O mesmo que os EUA forjaram com Bin Laden. Desde há um século que “inventam” personalidades destas para fazerem o que lhes convém, lembremo-nos do Xá da Pérsia, ou do Panamá e mais as centenas de golpes falhados e os que fizeram ricochete…

    [1] o caso do médico que vira pintor de paredes ao renegar as ordens do partido não é diferente dos que não se adaptam nas profissões no mundo livre, de Milan Kundera

    [2] (n. Eric Arthur Blair, Bengala, 1903-1950

  • morreu o poeta MELO E CASTRO

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    MORREU ERNESTO MEL
    LUTO
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    E.M. De Melo e Castro. Faleceu ontem à noite o meu querido pai, em São Paulo, aos 88 anos. Poeta Escritor Eng Têxtil, Professor Doutor em Literatura Portuguesa, Ensaísta, um Homem de Cultura, uma vida dedicada às Artes. Meu coração está muito muito triste. Meu pai adorado. 🖤🖤🖤 1932 / 2020

    O E CASTRO

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    INCONFORMADO | Ernesto Melo e Castro era um dos últimos de uma geração notável, composta por gente genial, que colocava à frente de tudo o desejo e o talento d…

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  • CRÓNICA 357, Timor 45 anos depois

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    CRÓNICA 357, Timor 45 anos depois 20.8.2020

     

    Era agosto 1975, passava uns meses de férias em São Martinho do Porto em Portugal quando ouvi na rádio, primeiro, a notícia do golpe de estado da UDT a 11 e depois a sublevação da Fretilin dia 20 e o começo da guerra civil que iria mudar a vida a milhões de pessoas em vários países. Um terço da população (200 mil) foi aniquilada pela invasão e colonização indonésia de 24 anos, milhares de mortos e estropiados, a destruição quase total em 1999 até a ONU patrocinar o referendo que deu a independência em maio 2002.

    Eu deixei Timor e Bali em maio 1975 e planeara regressar passados uns meses de descanso e férias, provavelmente depois do meu aniversário em outubro, aproveitando a viagem a que tinha direito num avião das FAP (Força aérea portuguesa, como todos os oficiais milicianos que tinham estado no exército colonial português e que queriam regressar à província ultramarina onde tinham estado em serviço).

    Em outubro as forças avançadas e infiltradas da Indonésia antecipando a Operação Komodo assassinaram os 5 de Balibó (os colegas jornalistas australianos, britânicos e neozelandeses o repórter Greg Shackleton, 29, o operador de som Tony Stewart, 21; o Kiwi, Gary Cunningham, 27, cameraman do canal 7 HSV-7 em Melbourne; dois britânicos, cameraman Brian Peters, 24, e o repórter Malcolm Rennie, 29, do canal 9 TCN-9 em Sydney). Havia um sexto, Roger East de 53 anos, (jornalista australiano da AAP Reuters) que seria executado pelos indonésios no cais de Díli na invasão de 7 de dezembro… desesperadamente a Fretilin proclamara unilateralmente a independência a 28 de novembro e a sua liderança seria tragicamente abatida pelos indonésios nessa guerra sem quartel que se prolongou por 24 anos. O resto é história e todos a conhecem. Hoje, Timor tem 40% da população abaixo do limiar da pobreza (menos de USD 1,25 ao dia), 50% de analfabetos, 97% de católicos, milhões de dólares em fundos da exploração de petróleo, muitas estradas novas foram construídas e dessas quando chove há derrocadas e ficam intransitáveis como aconteceu recentemente no Suai onde existe um inútil e enorme aeroporto internacional sem movimento. Em menos de 20 anos, Timor já teve sete governos, estando atualmente no 8º, mas raramente atingem o fim dos mandatos devido a lutas intestinas, conflitos internos alianças feitas e desfeitas (como no tempo tribal), muita corrupção, nepotismo, laivos ditatoriais de personalidades de destaque. Atentados, sublevações da polícia, do exército, de ex-guerrilheiros resumem os anos de independência. Costumo ironizar que além da língua portuguesa, a velha guarda aprendeu os truques da cunha corrupta portuguesa, mas doutoraram-se em corrupção com os indonésios. Tanto poderia ter sido feito e não foi, à exceção de Díli que cresceu desmesuradamente (éramos 25 mil, hoje são mais de 250 mil habitantes) se modernizou, mas continua a inundar-se sempre que chove. Os membros do governo e uma certa elite vivem em boas casas com carros de topo de gama, mas no resto do país a miséria assemelha-se à dos anos 70 sobre a qual tanto escrevi ao longo dos anos.

    Tanto podia ter sido feito e não foi mas eles são soberanos nas suas escolhas políticas e nas suas opções, eu não, eu nem a opção de regressar tive, nem a de voltar a visitar a terra que o sol em nascendo vê primeiro, a mim restam as memórias que o tempo ajudou a mitificar, as recordações da beleza das terras e das gentes, e imaginar como tudo teria sido diferente se as datas de 11 e 20 agosto de 1975 não tivessem alterado o nosso futuro para sempre. Resta-me o amor incondicional pela terra e pelas gentes.

    Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713 [Australian Journalists’ Association] MEEA] Para o Diário dos Açores (desde 2018) Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e Tribuna das Ilhas (desde 2019)

     

     

     

     

  • é só duques e marqueses..alunos a limpar a escola??

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    3tStponsoroedho

    Sobre estar a criar bestinhas preguiçosas e caprichosas. Pais a fazer a cama onde se irão deitar. Bom senso, precisa-se com urgência!
    ttSp17onsnohoroed

    Sobre o regresso às aulas.
    Umas das futuras medidas do governo para o próximo ano lectivo;
    a partir de um certo ano de escolaridade, (penso que ainda a definir), os alunos deverão ter a responsabilidade de desinfectar ao fim do dia a mesa de trabalho de forma a que desempenhem papel activo no impedimento da propagação do vírus, não substituindo o papel do auxiliar de educação, mas sim, de ajudar a minorar uma questão que a todos diz respeito.
    Acabei de ler o seguinte comentário à notícia;
    “Filho meu não vai limpar nada porque não tem essa obrigação, as auxiliares que limpem porque ele não é empregado de ninguém”.
    Vou contar-vos uma história que será de memória comum a muitos de vós.
    No tempo dos meus pais, dos vossos pais, as crianças que podiam ir à escola (poucas, porque na aldeia a abundância era inexistente), muitas delas iam descalças.
    Depois de terem acordado com as galinhas e de ajudarem os pais na lida da casa, de alimentarem o porco e os patos que viviam no pequeno quintal, depois de ajudarem a mãe a dar o pequeno almoço aos irmãos mais novos, depois e só depois, descalços, iam por terra batida para a escola e em bandos como pardais, sem vigilância parental. Os pais tinham que ir bem cedo para os campos guardar gado, cavar de sol a sol.
    Já tinham a responsabilidade de cuidar, mas também a liberdade de usarem as asas.
    A mochila dos Pokémons, Frozens, Patrulha Pata e o caraças era um cinto das calças que apertava os manuais escolares que imaculados e religiosamente poupados que nem peças de coleção, serviriam mais tarde para os irmãos mais novos.
    As crianças já tinham responsabilidades de dar valor ao que tinham.
    Na sala de aula tinham a responsabilidade de se portarem bem, de cuidarem do escasso material escolar disponível, de respeitarem a professora. Caso não acontecesse, estava prometida uma galheta pelas trombas.
    Tinham a responsabilidade de respeitar.
    Muitas dessas crianças só tinham uma muda de roupa e sabiam que teriam que a poupar, não havia dinheiro para mais, a família era pobre e essa consciência já estava bem definida.
    Hoje em dia alguns pais não querem que os filhos tenham responsabilidades (julgam os mesmos demasiado “preciosos” para que o simples acto de limpar uma mesa seja somente a obrigação de alguns).
    São estes burgueses de cocó armados ao pingarelho que acham que os filhos são pequenos príncipes (mesmo que tenham 18 anos). Os outros, são os serviçais.
    Um dia os “príncipes” serão os futuros cagões que perante a velhice dos pais, simplesmente desaparecem, porque não têm estofo para lidar com responsabilidades.
    Se acho que antigamente tudo era bom? Não acho.
    Se acho que antigamente é que era bom? Não acho.
    Se acho que os pais de antigamente pecavam pelo exagero? Também acho.
    Se acho que antigamente se respeitava mais o próximo? Ah… isso acho.
    Não sou ninguém para opinar sobre como devem criar os vossos filhos, mas isto é só bom senso, gente!
    Nada mais que isso. Bom senso.
    Vou repetir; bom senso.
    Porra pá, só vão pedir aos vossos filhos que passem um pano por cima de uma superfície plana que poderá estar contaminada e que, no pior dos cenários, poderá levar ao falecimento de alguém.
    É assim tão descabido?
    Ide ganhar cinco dedos de testa, ide.
    Nem é preciso ir muito atrás no tempo, basta ver a actualidade no Japão! Os alunos é que cuidam e limpam a sua sala de aula!! É o espaço deles que é para manter limpo e arrumado, portanto é da responsabilidade deles manter assim.

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    ttSp17onsnohoroed

    Sobre o regresso às aulas.
    Umas das futuras medidas do governo para o próximo ano lectivo;
    a partir de um certo ano de escolaridade, (penso que ainda a definir), os alunos deverão ter a responsabilidade de desinfectar ao fim do dia a mesa de trabalho de forma a que desempenhem papel activo no impedimento da propagação do vírus, não substituindo o papel do auxiliar de educação, mas sim, de ajudar a minorar uma questão que a todos diz respeito.
    Acabei de ler o seguinte comentário à notícia;
    “Filho meu não vai limpar nada porque não tem essa obrigação, as auxiliares que limpem porque ele não é empregado de ninguém”.
    Vou contar-vos uma história que será de memória comum a muitos de vós.
    No tempo dos meus pais, dos vossos pais, as crianças que podiam ir à escola (poucas, porque na aldeia a abundância era inexistente), muitas delas iam descalças.
    Depois de terem acordado com as galinhas e de ajudarem os pais na lida da casa, de alimentarem o porco e os patos que viviam no pequeno quintal, depois de ajudarem a mãe a dar o pequeno almoço aos irmãos mais novos, depois e só depois, descalços, iam por terra batida para a escola e em bandos como pardais, sem vigilância parental. Os pais tinham que ir bem cedo para os campos guardar gado, cavar de sol a sol.
    Já tinham a responsabilidade de cuidar, mas também a liberdade de usarem as asas.
    A mochila dos Pokémons, Frozens, Patrulha Pata e o caraças era um cinto das calças que apertava os manuais escolares que imaculados e religiosamente poupados que nem peças de coleção, serviriam mais tarde para os irmãos mais novos.
    As crianças já tinham responsabilidades de dar valor ao que tinham.
    Na sala de aula tinham a responsabilidade de se portarem bem, de cuidarem do escasso material escolar disponível, de respeitarem a professora. Caso não acontecesse, estava prometida uma galheta pelas trombas.
    Tinham a responsabilidade de respeitar.
    Muitas dessas crianças só tinham uma muda de roupa e sabiam que teriam que a poupar, não havia dinheiro para mais, a família era pobre e essa consciência já estava bem definida.
    Hoje em dia alguns pais não querem que os filhos tenham responsabilidades (julgam os mesmos demasiado “preciosos” para que o simples acto de limpar uma mesa seja somente a obrigação de alguns).
    São estes burgueses de cocó armados ao pingarelho que acham que os filhos são pequenos príncipes (mesmo que tenham 18 anos). Os outros, são os serviçais.
    Um dia os “príncipes” serão os futuros cagões que perante a velhice dos pais, simplesmente desaparecem, porque não têm estofo para lidar com responsabilidades.
    Se acho que antigamente tudo era bom? Não acho.
    Se acho que antigamente é que era bom? Não acho.
    Se acho que os pais de antigamente pecavam pelo exagero? Também acho.
    Se acho que antigamente se respeitava mais o próximo? Ah… isso acho.
    Não sou ninguém para opinar sobre como devem criar os vossos filhos, mas isto é só bom senso, gente!
    Nada mais que isso. Bom senso.
    Vou repetir; bom senso.
    Porra pá, só vão pedir aos vossos filhos que passem um pano por cima de uma superfície plana que poderá estar contaminada e que, no pior dos cenários, poderá levar ao falecimento de alguém.
    É assim tão descabido?
    Ide ganhar cinco dedos de testa, ide.

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    • Nem é preciso ir muito atrás no tempo, basta ver a actualidade no Japão! Os alunos é que cuidam e limpam a sua sala de aula!! É o espaço deles que é para manter limpo e arrumado, portanto é da responsabilidade deles manter assim.

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  • CRÓNICA 354, FIQUEI OUTRA VEZ ÓRFÃO DE PAI, RIP PAI NENÉ BATALHA, 10.8.2020

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    CRÓNICA 354, FIQUEI OUTRA VEZ ÓRFÃO DE PAI, RIP PAI NENÉ BATALHA, 10.8.2020

    em 2016 escrevi uma prece para o Leonel A Jorge Batalha (19 maio 1927-10 ago 2020) a quem desde 1979 chamei sempre pai, mesmo depois do a separação e divórcio da sua filha em 1992, hoje foi a vez dele se libertar desta vida e subir lá, onde quer que seja. Continuarei a falar com ele, partilhando desaires e vitórias, preocupações e escritos, como faço com o meu pai biológico desde 1992, sabendo que ele e Mãe Lala sempre estarão a olhar e a cuidar de mim, dos filhos e netos.

    687. PRECE DE ATEU, AO PAI NENÉ, 24 julho 2016

    pedem-me hoje que ore

    como se um ateu rezasse

    pedem-me hoje as minhas preces

    como se vozes de ateu chegassem aos céus

    mas nem sei nem posso

    tentarei enviar energias positivas

    pensamentos sãos

    lembrar os momentos bons

    as discussões que nunca tivemos

    o apoio e amor que recebi

    a partilha de parte da minha vida

    apesar de sogro

    foi um pai sempre presente

    confidente e amigo

    cúmplice

    não sei se isto serve de prece

    quero crer que sim

    apesar dos continentes que nos separam

    estivemos sempre perto

    na china, na europa e na austrália

    e nunca deixou de ser pai

    desde que me aceitou há 37 anos

    seremos sempre família

    estará sempre comigo

    nas preces que não sei

    nas memórias que evoco

    nos sorrisos que recordo

    na sua bondade e tolerância

    na sua ingenuidade sem malícia

    para ti pai nené batalha

    para onde quer que vás

    estarei sempre contigo

    É difícil quando se perde uma pessoa amiga, a quem se chama pai e que fez parte da nossa vida ao longo de 41 anos, desde que em 1979 me meti num avião de Macau a Perth para raptar a filha e dela fazer minha mulher em 1980. Sinto-me como se nesta fase da vida , eu fosse uma construção Lego e me começassem a retirar peças do puzzle que sempre fui para ficar apenas um desenho incompleto de tudo o que ainda sou. Quando essa peça sempre esteve comigo nos momentos bons e nos maus a dor é maior, e daí o título deste escrito. Quando casei em junho 1980 não podia ausentar-se (sob pena de perder o emprego) e ir a Macau e apenas foi a Lala.

    Quando definitivamente fui para a Austrália em janeiro 1983 por não poder atrasar mais a minha efetiva residência, sob pena de perder o meu visto de residente, acabamos por ir viver numa “unit” em Macherson St. Waverley mesmo por cima da deles. Era uma casa geminada em quatro, com duas garagens e um quintal relvado. Ajudou-me a pintar a casa, a fazer trabalhos de marcenaria e carpintaria (que nisso tinha uma habilidade e uma paciência extremas). Tiramos camada após camada de papel de parede, retiramos as carpetes octogenárias da casa, e tornamo-la habitável em menos de um mês. Pouco depois tive de lhe dar a noticia das preferências alternativas de uma filha (que continua ser a cunhada com quem mais contacto ainda mantenho hoje), preparei-lhe um gin tónico duplo e dei a notícia de chofre e ele nem pestanejou, enquanto a Lala aceitava com a sua naturalidade possível. Depois mudaram para uma vivenda em Maroubra e eu mudei para Centennial Park e depois, para Randwick, mantendo sempre a nossa tradição de Yum Cha ao domingo em Chinatown ou então um barbecue com amigos nossos e deles, sempre muita gente num convívio dominical que jamais esquecerei de camarões tigre, bacalhau assado ou bifes, em que toda a família ajudava.

    Jamais esquecerei que, depois de se ter mudado para a China onde fixou residência há mais de dez anos depois da morte da Lala, com 84 anos guiou duas horas até Macau para estar na Livraria Portuguesa a partilhar o lançamento do meu segundo volume de ChrónicAçores em pleno 15º colóquio da lusófona, junto com duas filhas e uma amiga de Macau dos meus tempos.

    Lembro o apoio que me deu quando me arranjou emprego supranumerário no Consulado Geral de Portugal em Sydney entre março ou abril 1983 e janeiro 1984, no tempo do cônsul Dr Sarmento (a quem ajudamos a montar uma exposição de pintura). Fiquei encarregue de várias funções, oficiosamente, pois não podia ser contratado oficialmente, e o vice-cônsul V. Farinha pagava-me diretamente das suas ajudas de custo para eu desempenhar as funções de Adido Comercial, de Imprensa e das Comunidades. Isto antes de o meu amigo Eduardo Guedes de Oliveira ser nomeado pela Secretaria de Estado da Emigração como cônsul dos assuntos da emigração.

    Foram meses intensos a tratar dos livros que enchiam uma arrecadação do 1º andar do consulado em Edgecliff e que nunca tinham sido distribuídos às escolas nem às bibliotecas. Fui a escolas, representei o Consulado em assuntos comunitários, de emigração, atuei como adido de imprensa, mantive contactos com a comunidade emigrada fugida de Timor sob ocupação indonésia. Todos os dias o pessoal almoçava junto, com o Viana macaense, que era secretário do consulado, a Modesta (que agora vive no seu Timor natal), e os restantes e havia sempre pitéus macaenses a degustar nesses almoços. Nunca havia horário de serviço e as horas do dia nunca chegavam e todos trazíamos serviço para completar em casa fora das horas de expediente.

    Antes disso e depois de emigrar em 1977 para Perth passaram tempos difíceis em Perth com dificuldades económicas e a adaptação a meio da vida num país estranho onde estavam já os dois filhos mais velhos, a Angie e o Lito. Ele, que sempre foi de trabalhos manuais (como se chamava na época) trabalhou num supermercado, tomou conta da manutenção de um barco, até fazer o “overland” épico Perth – Sydney com a mulher e a sogra, a saudosa avó Maria (que, sem saber ler ou escrever foi sozinha de Sepins, Mealhada a Perth).

    O Nené era a pessoa com menos sentido de orientação que já conheci e em Perth perdia-se sempre que se deslocava da cidade para o arrabalde afastado onde viviam, mas conseguiu chegar a Sydney ao fim de cinco dias na sua carripana Ford Station Wagon atulhada de móveis. Mais tarde, com a vida mais orientada trocou-a por um Mazda 626 que sempre teve essa mania macaense de trocar de carro como eu troco de camisa. Perdia-se tantas vezes que nós gozávamos dizendo que até era capaz de se perder numa aldeia só com duas ruas.

    Não esqueço a alegria que tinha sempre que lhe pedi para me ir buscar a pequena Vanessa Ingrid à creche em Bondi Junction, por eu não poder chegar a horas cumulava-a de mimos, pois sempre teve um fraquinho especial por essa neta que está hoje prestes a completar 34 anos.

    Quando fui casar a Sydney com a minha mulher em abril 1996, ainda fomos convidados a ir lá jantar a casa (então ainda em Maroubra) e fomos recebidos como se fossemos da dinastia Qing.

    Mais tarde, depois de 1995 e durante alguns anos, passavam seis meses em Portugal, com a sogra dele em Sepins, e sempre tratou o meu filho João nascido em 1996 como se fosse outro neto, cumulando-o de prendas e mimos como tinha coma Vanessa na mesma idade. Íamos sempre almoçar e passar tempo com eles nesses meses de estadia expatriada em Portugal. Algumas vezes vinham duas das filhas, depois, a avó Maria morreu e desfizeram-se do casarão que foi comprado pelos rendeiros, quebrando seu vínculo a Portugal onde havia ainda irmãos e irmãs dele a viver no Porto, Lisboa e Algarve.

    É difícil tentar em meia dúzia de linhas recordar tantos momentos compartilhados, que apensa sofreram um pequeno hiato aquando da separação e divórcio em 1992. O que aqui deixo são os que evoco neste momento e que mais profundamente ficaram gravados na memória, entre tantos e tantos ao longo de 41 anos. Pude sempre contar com ele, senti-me sempre tanto filho dele como os restantes, ou mais até.

    Nesta data triste de hoje, as palavras-poema que acima escrevi em 2016 sumariam o que sempre senti. RIP, PAI NENÉ BATALHA