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  • O FIM DO HUMOR E O POLITICAMENTE CORRETO (2009)

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    . O FIM DO HUMOR E O POLITICAMENTE CORRETO 2009

     

    Ter humor é possuir a capacidade de entender a discrepância entre duas realidades: os factos e o sonho ou criatividade, as limitações do sistema e o poder da fantasia criadora. O humor é a forma de expressão em que ocorre um sentimento de alívio face às limitações dramáticas da existência e da tragédia, sinal da transcendência humana. O humor é libertador. Rir, mesmo parecendo fútil, é importante.

    Sorrir e ter humor sobre o que nos rodeia é uma forma de oposição à norma. Só quem é capaz de relativizar as coisas sérias, embora as assuma, pode ter humor. O maior inimigo é o fundamentalista e o dogmático. Ninguém viu um terrorista ou um severo conservador esboçar um sorriso. Geralmente são tristes como se fossem ao seu enterro, rostos crispados. Afirmou Nietzsche, “festejar é dizer: sejam bem-vindas todas as coisas. Pela festa o ser humano rompe a monotonia do quotidiano”. Façamos a festa…!

    Não me espantam os blogues politicamente corretos pois vivo num mundo diferente. Sem questionar o feminismo (ou outros ismos) todas as piadas são objecionáveis por se basearem em estereótipos (humanos, animais, ambos ou nenhum). Depois dos defensores dos “ismos” terem colocado as objeções contra clichés de louras, alentejanos, judeus, cristãos, islâmicos, pobres, professores, animais (os que estão na mala dos carros com a esposa), o que fica: NADA. Acaba-se o humor. Sinto-me incomodado com a violência gratuita, insinuações da TV, telejornais e séries, pois são armas de estupidificação globalizante que a todos corroem. O humor usa a linguagem dos estereótipos. Desde 1980 vi surgir a censura, dissimulada em fundamentos aceitáveis, pretendendo sanitizar as mentes. Começou na Austrália quando o politicamente correto foi introduzido naquela década. Como tradutor profissional tive de o seguir, mas como ser inteligente (pensante) recuso-o hoje, como ontem. Deve-se lutar contra a discriminação, sob todas as formas, assédio sexual, político e outros, contra o salário de miséria e exploração (reminiscente da Revolução Industrial), contra as quotas ou falta delas nos elencos femininos do governo, a falta de acesso a pessoas com deficiências. Lute-se contra isso tudo mas deixem o humor de lado. Com o politicamente correto acaba-se o humor. Esse é o cerne da questão. O politicamente correto era a forma mais fascista de sanitizar a língua, o pensamento e a vida, criando uma sociedade assética e inócua. Todos iguais e cinzentos de acordo com a norma.

    Não é só no humor que a situação é preocupante, a educação merece aturada atenção.

    Há canudos, por encomenda, a passagem de iletrados, a massificação da ignorância nacional, o entorpecimento da mente através de programação subliminar, preparada em gabinetes de psicologia de guerra. O alvo é a destruição dos pilares tradicionais: família, professores, médicos, rumo ao Homo Novus, plano sabiamente arquitetado por maçonarias, Bilderberg. Do livro de Daniel Estulin[1]):

    “A história do Clube Bilderberg é a da subjugação da população. Um Estado Policial Global, que formula a Nova Ordem Mundial, um governo invisível, omnipresente, que manipula, controla os EUA, União Europeia, OMS, ONU, Banco Mundial, FMI e similares.

    A ideia é criar uma sociedade dócil, de ignorância massificada através das “Novas Oportunidades” e diplomas a “martelo”, incapaz de pensar, argumentar, discursar ou filosofar. Os professores mais novos já pertencem a essa “colheita”, em breve, toda a nação se rege por esse protocolo entorpecente. Será muito mais fácil, manipulá-los, enganá-los e explorá-los. Por outro lado, quando introduzirem o salário universal, a sociedade irá depender economicamente do Estado para desenvolver projetos e atividades. Cada vez mais, a teia se enrola, como uma cascavel, sugando a vida e liberdade.

    Nem Salazar nem Orwell conceberiam um plano tão maquiavélico, nem teriam meios de o implementar. Perguntar-se-á, ninguém dá conta? Alguns darão, mas como não podem escrever livremente, nem os jornais ou telejornais aceitariam um discurso crítico, o povo fica sem acesso a opiniões divergentes. Incapaz sequer as equacionar e, como não tem capacidade de discernir não as distinguiria das notícias falsas. Dentro de uma ou duas gerações, Portugal terá a população mais dócil e manipulável. Todos diplomados, licenciados, doutorados, com diplomas mas sem literacia, sem saberem ler ou escrever e sem a capacidade de discernir ou pensar livre e criticamente. A nova ditadura, instaurada subrepticiamente como um vírus informático, esconder-se-á sob o manto diáfano da democracia.

     

    [1] “A Verdadeira História do Clube Bilderberg” nos últimos 50 anos, um grupo de poderosos reúne-se secretamente para planear as decisões que movem o mundo e depois acontecem. O jornalista e especialista em comunicação Daniel Estulin, há 13 anos investiga as atividades do Clube. Ganhou três prémios, EUA e Canadá, e aponta quem manipula na sombra as organizações. O livro foi editado em 28 países, 21 idiomas

  • ANTOLOGIA DE POESIA AÇORIANA, de Pedro da Silveira

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    Norberto Ávila está presente em três antologias poéticas:
    ANTOLOGIA DE POESIA AÇORIANA, de Pedro da Silveira
    Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1977 (na foto)
    ANTOLOGIA ON A LEAF OF BLUE, de Diniz Borges
    University of California, Berkeley, 2003
    NERUDA, CEM ANOS DEPOIS – REFLEXOS NA POESIA PORTUGUESA, de Cristino Cortes Lisboa, Universitária Editora, 2004.
    Para além disso, está ainda presente, com cenas integrais de 4 peças de teatro, na COLETÂNEA DE TEXTOS DRAMÁTICOS DE AUTORES AÇORIANOS, de Helena Chrystello e Lucília Roxo (Ed. Calendário de Letras, Vila Nova de Gaia, 2013).
    Para saber mais sobre o autor, consulte a Biografia Extensa na página https://bit.ly/3cPfLF8
    May be an image of book
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  • A palavra “coisa” é um bombril do idioma. – Observatório da Língua Portuguesa

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    Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português. Gramaticalmente, “coisa” pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma “coisificar”. E no Nordeste há “coisar”: “Ô, seu coisinha, você já coisou […]

    Source: A palavra “coisa” é um bombril do idioma. – Observatório da Língua Portuguesa

  • se houvesse cultura nos açores teríamos Casas-Museu

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    Crónica 422 se houvesse cultura nos açores teríamos Casas-Museu 26.10.2021

    Já em 2003 recém-chegado da Austrália imaginei Portugal com roteiros culturais dedicados aos seus autores, como se podia ler em A língua portuguesa e a UE alargada, 2003-06-02 | Revista ELO |

    Quem se lembrou já de incluir roteiros turísticos literários a locais celebrizados pelos monstros sagrados da literatura dos sécs XIX e XX? Alguns constam já dos vulgares roteiros paisagísticos, havia que organizar a leitura de livros desses autores, e a divulgação nesses locais, [como em abril 2003 com a atribuição do prémio Camilo Castelo Branco a Mega Ferreira]. Disponibilizavam-se traduções ou faziam-se reedições (económicas, sem luxos) para os milhares de turistas desses novos países que quererão vir a Portugal. Lucrava o país, editores, operadores turísticos e a língua. Podíamos começar com o José Saramago e um roteiro às terras de origem acompanhado de leitura de obras suas, disponibilizadas em línguas dos países da UE, passando por locais evocados em “A Cidade e as Serras” e outras paisagens dos Açores de Nemésio, à Brasileira de Pessoa ou à Monsanto de Fernando Namora. Convidavam-se professores jubilados que amam a Língua Portuguesa para falarem das mil e uma nuances de cada um, pedia-se aos autores vivos que disponibilizasse um dia do calendário para falar da sua obra ou lê-la num cenário apropriado. Estou certo de que a organização de tais eventos custaria menos do que muitas funções oficiais já agendadas.

    Posteriormente, com a morte em 2008 de Dias de Melo e a de Daniel de Sá em 2013 propugno a criação de casas-museu como forma de homenagear aqueles autores e a sua obra, uma na Calheta de Nesquim e outra na Maia micaelense.

    Agora que o Cristóvão de Aguiar abandonou as vestes terrenas, e depois de falar com os filhos reitero essa necessidade de uma Casa-Museu na localidade de S. Miguel Arcanjo, São Roque do Pico para onde ele se mudou na década de 1990 e ali fez a sua segunda casa. Os filhos estão dispostos a repor toda a sua biblioteca e manter a casa tal como estava quando ele a habitava a fim de que possa ser convertida num local dedicado ao autor e às suas obras.

    Se a região autónoma dos Açores tivesse uma verdadeira Secretaria da Cultura esta deveria inscrever já no orçamento regional montantes destinados a adquirir as casas daqueles autores e convertê-las em Casa-Museu. Uma região que não honra a memória dos seus maiores nas letras e artes não pode arrogar-se o direito de falar na sua história e muitos menos dizer que tem cultura.

    É essa visão que sempre faltou a esta autonomia envergonhada em que vivemos. Propositadamente deixei de fora todos os outros autores que merecem idêntico tratamento e concentro-me nestes três pois com eles lidei e deram contributo de relevo aos nossos Colóquios da Lusofonia.

    Se o governo não quiser, que seja a autarquia de São Roque do Pico a tomar a dianteira e a iniciativa e a ficar na vanguarda desta merecida homenagem ao prolífico autor Cristóvão de Aguiar. Fico à espera.

    Imagem da casa em S. Miguel Arcanjo

    Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association MEEA]

    Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)

    Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)

     

     

  • prendas a quem as merece

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    Hoje tive uma prenda!
    Obrigada Chrys Chrystello .
    Vão comigo para Timor.
    You and 2 others
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  • CNN Portugal arranca a 22 de novembro | TVI24

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    A CNN Portugal apresentou esta sexta-feira a data para o lançamento. O mais ambicioso projeto de informação do país arranca no próximo mês.

    Source: CNN Portugal arranca a 22 de novembro | TVI24