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  • A GUERRA E O POVO 1974 CHRYS C

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    451.1. porque jovens, bali, dez 3, 1974

     

    eram jovens

    por isso partiam

    nas mãos os cravos

    nos lábios mil sangues

    por florescer

    os corpos amadureciam quando matavam

    pilhavam

    violavam

    era o fogo das balas

    as granadas

    o napalm

    a carne para canhões

    porque jovens

    cantavam impolutos

    e as mãos decepavam

    a saudade desilusionada

    irmãos todos

    fratricidas

    o papão fantoche do governo

    lhes ensinara o decálogo de guerra

    indesejada

    porque jovens

    partiam obrigados

    nos sonhos

    armada a verdade

    vulcões por semear

    sangrando campos

    estiolavam

    eram os braços emigrados

    era a fome

    eram soldados

    era o povo

    porque soldados e povo

    partiam

    levavam ódios insentidos

    cumpriam destinos alheados

    nos lábios as palavras

    e eram amor

    o alfabeto dos oprimidos

    para uso interior

    lá onde os regulamentos não mandam

    pelo caminho

    eram a voz e a bandeira

    o povo sorria às armas

    libertado caminhava

    no braço armado do povo.

     

  • Crónica 445 acabem com a guerra 25.2.2022

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    Crónica 445 acabem com a guerra 25.2.2022

    No fim da vida assisto incrédulo a mais uma guerra em solo europeu. A humanidade nunca aprende nada e repete a história. Um Putin louco ou meramente czarista quer expandir a Rússia para a sua antiga grandeza, a NATO beligerante a cercar a Rússia com ameaças. E os povos sem serem ouvidos sobre a sua morte e destruição dos seus países.

    Concordaram os países ocidentais em sanções, mas como o dinheiro fala mais alto, os italianos querem sanções com exceção para produtos de luxo, os belgas com exceções para os diamantes e por aí adiante consoante os interesses financeiros de cada um. Nem sei se Portugal pediu exceção para o Vinho do Porto, sanções que apenas vão dificultar mais a vida do cidadão russo e nunca dos oligarcas que alimentam a sede de poder de Putin. A única solução era congelar todos os bens, expropriar as propriedades de todos os oligarcas russos (sejam propriedades ou clubes de futebol), retirar-lhes as múltiplas nacionalidades, pois só assim, podem afetar Putin e a clique que o apoia. O resto são ameaças vãs.

    E nada me admiraria se soubesse que houve um pacto secreto da Rússia com a China como vingança contra o imperialismo dos EUA que fez guerras e invasões sem conta, como esta, e estivessem apenas a redefinir a divisão do mundo numa espécie de novo Tratado de Tordesilhas.

    E nós, indefesos peões nesta e noutras guerras vamos pagar com a vida, a fome e a miséria tal como os ucranianos e russos que estão a morrer às mãos dos exércitos de loucos e czaristas. Disso não restem dúvidas, e aqui nos Açores onde tudo se importa vamos sentir os efeitos secundários de mais esta guerra. Já é tarde para começarmos a produzir, seja o que for.

    E a nós pacifistas, amantes da paz, sem exércitos nem armas, que nos resta? Usar as palavras e esperar que os loucos se inibam de alastrar o conflito armado e que não carreguem no botão mágico que pode acabar com tudo o que conhecemos e reiniciar do zero a vida na Terra.

     

     

    Chrys Chrystello, drchryschrystello@journalist.com

    Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association – MEEA]

    Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)

    Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)

    Jornal do Pico (desde 2021)

     

     

     

  • Recordar a poesia de Roberto Mesquita

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    A sessão foi dedicada ao poeta Açoriano apresentado por António Salvado como uma poesia marcada pelo ambiente das ilhas

    Source: Recordar a poesia de Roberto Mesquita

  • inundações em Díli 1973-2022

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    685 dili inundado, 6, fevº 2016

     

    maromác zangou-se

    as ribeiras transbordantes

    em dili nada mudou

    tudo alagado como dantes

     

    décadas depois

    nem os milhões do petróleo

    dominam as águas

    passados quarenta anos

    sem dinheiro para voltar

    dominam-me as mágoas

    a minha saudade

    rima com verdade

    chrys c 2016

     

    Dili. Loron 23/02/22 Mota boot Loron rua ne’e resulta sobu Escola Secundaria Tecnica Vocacional Hera.
  • Semanário. “Metade dos professores põe em causa as suas escolhas” – Expresso

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    Karine Tremblay Analista da Divisão de Políticas da OCDE, sobre a realidade portuguesa

    Source: Semanário. “Metade dos professores põe em causa as suas escolhas” – Expresso

  • REINO UNIDO A SANITIZAR A LÍNGUA: abaixo esta nova moda

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    Associação Educar & Celebrar pretende retirar os sexos no momento da matrícula e prefere uma linguagem neutra.

    As palavras foram captadas pelo jornal The Telegraph e pertencem a Elly Barnes, diretora-executiva da associação Educar & Celebrar. O objetivo é chegar à “linguagem certa” ao longo deste ano.

    Esta iniciativa no Reino Unido, que é financiada pela União Nacional de Educação, defende uma linguagem neutra e, em breve, vai abrir um debate sobre a generalização de uniformes que não sejam especialmente dirigidos a rapazes ou raparigas.

    Em relação às palavras que devem ser utilizadas nas escolas britânicas, Elly tem dito que as crianças deixariam de pronunciar as palavras “senhor” ou “senhora”; passariam a dizer apenas “teacher” – professor(a), em inglês.

    Mas os adultos também deveriam mudar o seu vocabulário: “rapaz” ou “rapariga” desapareciam para dar lugar a “estudante”; saem “filho” e “filha” para resistir apenas a “criança”.

    E, voltando às crianças, deixariam de chamar a mãe e o pai por “mãe” e “pai”. Só ficaria a palavra “progenitor”.

    A associação também entende que, no momento de matricular uma criança na escola, desaparecerá a indicação de que a criança é do sexo masculino ou feminino. Essa secção “ficaria em aberto”.

    Quem não concordar com o novo código de conduta durante o acolhimento, não teria autorização para entrar na escola.

    A associação Educar & Celebrar já recebeu financiamento do Departamento de Educação local e tem contratos com o governo,

    Após a publicação da notícia no The Telegraph, a associação indicou que as escolas e as organizações que trabalham com a associação consideram as sessões “úteis, acolhedoras e informativas”. E o objetivo principal é “transmitir confiança” aos funcionários das escolas, no momento de comunicar com as crianças.

    Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

  • As 50melhores Fernando Pessoa – YouTube

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  • Taxa de abandono escolar 18-24 anos nos Açores é a mais alta da Europa – Açoriano Oriental

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    O sociólogo e professor da Universidade dos Açores, Fernando Diogo, alertou para a estagnação da taxa de abandono escolar precoce de educação e formação entre os 18 e os 24 anos nos Açores, que é já a mais alta da Europa.

    Source: Taxa de abandono escolar 18-24 anos nos Açores é a mais alta da Europa – Açoriano Oriental

  • Os nomes do dinheiro

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    DINHEIRO
    Money, dinero, argent, Geld. Capital, verba, subvenção, pilim, massa, pastel, pastarel, saldo, soldo, ordenado, paga, troco, tostão, trocos, trocado, nota, papel, cheta, custo, guita, guito, grana, cacau, pataca, pataco, carcanhol, milho, grana, ouro, prata, algum, bagulho, bens, cabedal, numerário, caroço, cheta, cobres, fundos, fortuna, pé-de-meia, importância, maquia, moeda, metal sonante, nota, pecúleo, quantia, valor, riqueza, vintém, vinténs, bits.
    Mais na moda, menos, mais chique, menos, mais vulgar, menos, mais, muito, quase nada…, o motor do mundo. Este ano chama-se BAZUCA. Que já desencadeou, muito pela calada, lutas eleitorais antes de tempo.
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  • DA NOITE DA MAIORIA ÀS NOITES DOS AÇORES E DO ALASCA

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    1. DA NOITE DA MAIORIA ÀS NOITES DOS AÇORES E DO ALASCA

     

    Mais uma eleição legislativa em Portugal em que finalmente houve vencedores claros e muitos vencidos, pela segunda vez o PS com maioria absoluta para distribuir as prebendas (como bem entender) do PPR, e se for inteligente, esvaziar os 7% de salvadores da pátria com cheiro a mofo salazarento e os liberais que desde 1832 sempre perderam todas as batalhas. A nível regional a “caranguejola” bem pode estremecer com estes resultados e se tiverem inteligência limpam os secretários e diretores regionais impostos pela coligação e que tão mal têm feito à governação. O CDS só sobrevive nas “ilhas adjacentes” com uma representação desproporcionada à vontade popular e o PSD regional tem de tomar decisões dolorosas para completar a legislatura.

     

    Como ninguém na campanha se preocupou com os dois maiores problemas destas ilhas é melhor eu lembrar a quem nos governa que as medidas avulsas para combater a perda demográfica são meros paliativos que não combatem nem resolvem esse cancro. Como sempre escrevi, os açorianos votam com os pés, emigrando e numa terra de salários de miséria e de empresários sem tarelo, o trabalho mal remunerado e sem perspetivas futuras só pode levar a maior desertificação humana das ilhas mais pequenas incrementando a macrocefalia económica de São Miguel. O outro problema que ninguém debateu é mais preocupante que a sangria demográfica: 33507 pessoas (14.2%) da população açoriana não têm escolaridade. Uns adicionais 53 mil (22,4% dos 236440 habitantes) apenas têm o ensino básico. Como também venho escrevendo desde 2005 não há massa crítica nas ilhas nem material humano pensante capaz de promover o desenvolvimento económico e tirar-nos desta letargia de desenvolvimento, tradicionalmente assente em monoculturas (agora passamos da vacaria para o turismo). Investir na educação e formação contínua é essencial e já tarda depois de milhões esbanjados em empresas públicas e parapúblicas altamente deficitárias. Quem souber resolver o problema que ouse fazê-lo antes que sejamos absolutamente redundantes.

    E porque cito o Alasca no título? Por ver várias séries (The last Alaskans, The last frontiier da KIlcher Family Homestead, e outras) em que as pessoas vivem em condições extremas por opção, livre escolha, desígnio ou tradição, em que têm de trabalhar arduamente para garantir o seu sustento animal (caça e pesca) e económico (venda de peles ou gado), vivendo sem a maioria dos confortos a que nos habituamos (eletricidade, casas de banho, água, distantes centenas de quilómetros da cidade ou vila mais próxima, dezenas de quilómetros sem vivalma), e tendo acesso exclusivo em avioneta nalgumas épocas do ano, rios traiçoeiros no verão ou gelados no inverno, cheios de ursos pardos ou pretos, alcateias de lobos e outros predadores em que o homem só está no topo da cadeia alimentar se tiver armas e pontaria afinada. Mas o ponto que queria ressalvar para o nosso caso é que muitos deles são licenciados, e quase todos têm, pelo menos a escolaridade, com uma cultura geral que me surpreende, além de que estão bem equipados para sobreviver a invernos nucleares e outros cenários apocalíticos. Nós aqui nestas nove ilhas, mal deflagre uma nova guerra ou uma grande crise, ficaremos isolados e famintos, sem importarmos tudo o que necessitamos e sem produzirmos a maior parte dos víveres essenciais. Outra coisa que não me surpreendeu e me fez inveja nesses habitantes do Alasca, em locais remotos sem vivalma, cumprem as quotas de pesca (seja halibute ou salmão) e de caça (alce, caribu, etc.) e não matam as fêmeas com crias para manter o equilíbrio ecológico. Ninguém os vigia, não há PSP, GNR, ASAE ou quejandos, mas não excedem as quotas por seu livre arbítrio. Exemplos que gostaria de ver aqui, e lá voltamos ao mesmo, eles são educados e instruídos e nós continuamos analfabetos e impreparados. Basta analisar o registo cultural, cientifico e linguístico deles e compará-lo com o das nossas nove ilhas e é nesses momentos que gostaria que fossemos do Alasca.

    Chrys Chrystello, drchryschrystello@journalist.com

    Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

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