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  • Ministério está a alterar habilitações exigidas para dar aulas – ECO

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    Em vez de se associar a habilitação própria para a docência às listas de licenciaturas “olha-se para o percurso formativo dos candidatos”, diz o ministro João Costa.

    Source: Ministério está a alterar habilitações exigidas para dar aulas – ECO

  • crónica de paula sousa lima

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    AMIGOS, aqui vai a crónica deste sábado:
    Acerca das palavras LV – ainda sobre as palavras e o silêncio
    Soube-me a pouco o que (vos) deixei escrito na última crónica. De facto, a questão das palavras e do silêncio é um campo quase inesgotável, tão vasto quanto a(s) abordagem(ns) que nos propusermos fazer. Sem ter a mínima ambição de esgotar a questão, apraz-me avançar mais algumas ideias sobre a mesma.
    Ora, qual é a forma mais completa de nos exprimirmos? Através de belas, sentidas, sinceras palavras, ou deixando o silêncio fluir? Depende, como quase tudo, pois para se entender seja o que for é forçoso que nos atenhamos às circunstâncias. Creio ser mais fácil exprimirmo-nos através das palavras, pois são elas que permitem uma comunicação supostamente mais eficaz e também supostamente mais completa. Contudo, há uma elevação do espírito quando duas pessoas estão em sintonia ante o silêncio, quando não são já necessárias as palavras, quando a intimidade de almas é tal que dispensa qualquer palavra. Isto é para seres excecionais, de eleição, dir-me-ão. E dir-mo-ão com toda a propriedade – não é comum aquela harmonia de almas que se compreendem e unem uma à outra silenciosamente.
    E qual é a forma mais cruel de lidar com o outro? Com frias, duras, ásperas palavras, ou com um cortante silêncio, daqueles que nos arrepiam a coluna vertebral de alto abaixo? Se as palavras podem ser muito cruéis, e são-no tantas vezes, o silêncio também o pode ser. Há silêncios prenhes de desprezo, saturados de ódio, plenos de indiferença, e estes transportam consigo uma crueldade tão grande como as palavras mais impiedosas. A verdade, porém, é que tanto os silêncios como as palavras tomam os seus significados de acordo com a forma de entender do interlocutor. Imaginemos uma discussão, uma disputa por qualquer razão. A certa altura, o falante A cala-se, deixa que se imponha o silêncio para que a disputa termine, para não ofender o falante B com alguma palavra mais acesa. O falante B, todavia, pode entender aquele silêncio como marca de desprezo por parte do falante A. A verdade é que acontece não entendermos bem os silêncios, tal como, tantas vezes, não entendemos bem as palavras.
    Estas, de facto, geram todo o tipo de mal-entendidos que se possa imaginar, e nós, muito inocentemente, disso não nos apercebemos. Assim, há que ser muito cauteloso com as palavras. Às vezes, basta uma palavra, só uma, dita, muito provavelmente, sem qualquer má intenção, para que o nosso interlocutor se sinta ferido. É com mãos enluvadas que temos de manusear as palavras, sempre atentos a cada uma delas, ao tom com que as pronunciamos, pensando no efeito que elas terão sobre os nossos interlocutores – enfim, a comunicação é algo muito delicado, e as relações humanas são complexas em extremo, exigindo todo o cuidado.
    Permitam-me, caríssimas pessoas que me leem, acabar em tom diferente, contando-vos um “caso” jocoso ou, tão-só, ridiculamente deplorável. Como não há nada a que eu escape nas redes sociais, andei uns tempos a tentar contornar o assédio de um “amigo”. Ora, o dito “amigo” exagerou nos seus arroubos, tornou-se inconveniente, mal-educado, e eu bloqueei-o, mas, como sou educadinha, disso o avisei, escrevendo: “Vou bloqueá-lo, pois você é uma criatura malformada e sem princípios.” Creiam, leitores e leitoras, que a pessoa em causa mereceu os insultos, até foram levezinhos. Bem, antes de eu clicar no botãozinho para bloquear o homem em causa, ainda li a resposta que me enviou, toda indignação por eu me referir a ele com a palavra “criatura” (que não é injúria, como sabe qualquer pessoa minimamente escolarizada), não por ser insultado com as expressões “malformada e sem princípios”. Caricato, não é? É, pois claro que é, mas cada um tem as suas palavras de estimação ou de estimado ódio, e, sem o sabermos, quantas vezes tocamos na tecla errada ou simplesmente inoportuna, naquela que vai fazer desandar a comunicação.
    AnaBela Terceira and 5 others
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  • HÁ GENTE TÃO DISTRAÍDA QUE ANDA HÁ CINQUENTA ANOS NA LUA E NEM DEU CONTA 21.7.2019

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    CRÓNICA 274. HÁ GENTE TÃO DISTRAÍDA QUE ANDA HÁ CINQUENTA ANOS NA LUA E NEM DEU CONTA 21.7.2019

     

    Podia ser assim o início desta crónica, se eu tivesse ido à lua há cinquenta anos com Neil Armstrong e lá tivesse ficado, sendo agora confrontado no regresso, com este mundo louco em que a desintegração da sociedade ocidental arrasta consigo princípios e valores, criando novos robôs ou zombies, novos paradigmas da sociedade, novos escravos com a designação de colaboradores, em que ressurgem fantasmas de nazismo, racismo, xenofobia, egoísmo, mentira, manipulação, a um nível que há muito julgávamos arredados. Afinal, como diz o outro, apenas estalou o verniz primitivo.

    A resiliência do planeta irá, decerto, sobrepor-se ao Especismo (Espécie + ismo é o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies. Isto no caso de não haver um cataclismo causado por um asteroide ou outro similar, um deflagrar nuclear, uma nova guerra mundial ou qualquer catástrofe que aniquile esta espécie como a conhecemos e que dará lugar a uma outra, como parece ter acontecido vezes sem conta, ao longo da história).

    Apesar de ser basicamente otimista e não ser costume meu queixar-me, sou extremamente crítico de tudo o que está mal, e que podia e devia estar melhor, seja na saúde, na educação ou na justiça. Tenho uma fobia extrema contra as injustiças e iniquidades.

    Comecemos pela corrupção, hoje endémica em muitos países, mas aparentando ter Portugal como um dos sítios privilegiados por tradição e consciente vontade daqueles que o governam. Muitos são os acusados, mas poucos os condenados por leis feitas à medida e prescrições para todos os gostos.

    No campo da violência doméstica, pedofilia, abusos contra cônjuges, crianças e velhos, começa Portugal a sobressair na tabela, em especial quando os juízes denotando um machismo medieval mandam os culpados em paz, para casa, com penas suspensas. Quantas mulheres mais terão de morrer, ser assaltadas e feridas para este tormento parar? Quantas crianças mais terão de ser molestadas até que os juízes sejam justos?

    No campo do único desporto nacional tratado como religião, o futebol, assiste-se ao mais despudorado negócio de compra e venda de jogadores e treinadores, que são idolatrados como se fossem deuses duma qualquer religião de fanáticos que assim são melhor manipulados pelas elites dirigentes.

    No que à educação diz respeito há professores a morrerem de “burnout”, outros a quererem fugir das escolas, alunos que não querem aprender, dirigentes a inventarem novas práticas que sempre melhoram as estatísticas sem aumentarem os conhecimentos ou a exigência e o presente a trazer-nos uma nova geração diplomada e soberbamente ignorante.

    Dito isto, o melhor é hibernar ou voltar para a Lua de onde nunca devia ter saído.

     

  • mais bem ou melhor?

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    FALAR E ESCREVER EM BOM PORTUGUÊS
    De há uns bons anos para cá, que se ouve, na televisão e na rádio, com razoável frequência, expressões como “melhor conservado”, em vez de “mais bem conservado”, “melhor imaginado” em vez de “mais bem imaginado”, e muitas outras, saídas da boca de pessoas ditas cultas, com responsabilidades no uso da nossa língua.
    Recordo-me de ter aprendido na Escola primária, que a palavra “bem” é um advérbio e, como tal, é invariável. Aprendi igualmente que a palavra “melhor” é, sim, um grau aumentativo do adjectivo “bom”, este, sim, variável.
    Com base nestes ensinamentos, desde criança que, nestes casos, digo e escrevo “mais bem” em vez de “melhor”.
    Dado o suposto bom nível cultural das muitas personalidades a quem ouvi e oiço o uso de um português diferente daquele que aprendi, à mistura com muitas reguadas, tenho vivido na dúvida sobre qual é forma correcta.
    Há meia dúzia de dias, no propósito de me esclarecer, coloquei a questão, por e-mail, à Drª Edite Estrela, reconhecida conhecedora da Língua Portuguesa.
    Eis a sua resposta, que agora me chegou
    “Tem razão, ouve-se frequentemente esse erro, de tal modo que já há quem estranhe a construção correta. Até já vi “melhor dito” escrito em artigo de opinião de pessoa “douta”. Na oralidade, surje na boca de pretensos eruditos, governantes, professores, comentadores televisivos, etc.”
    Obrigado, Drª Edite Estrela
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