Categoria: açorianidades açorianismos autores açorianos

  • santos narciso escreve sobre língua maltratada

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    Deve dizer-se Câmara DE Lagoa ou Câmara DA Lagoa? Junta DE Arrifes, DE Capelas, ou DAS Capelas e DOS Arrifes?…. Eis o meu artigo publicado hoje, no “Correio dos Açores”…. Nunca peço isto a ninguém. Mas se puderem partilhar, ficarei muito grato. Pode ser que, por intermédio de algum dos meus Amigos/as do facebook, chegue junto de quem de direito, ou, pelo menos, dos muitos assessores/as de imprensa que pululam por aí!
    Aqui está
    DE ou dA?
    A moda suplanta a gramática?
    Tornou-se moda reduzir um determinativo de lugar à preposição “de”… Assim, temos, em documentos oficiais, A Câmara DELagoa; a Junta de Freguesia DE Arrifes; a Câmara DE Nordeste e a Junta DE Capelas. Isto para citar apenas alguns casos sem sair de São Miguel.
    Nada mais errado! E não sei se ainda vamos a tempo de corrigir o erro. Porque nada pior do que a repetição dele para se pensar que assim é que é. Já para não falar de certo snobismo cultural que vai ditando regras ao sabor do momento e na proporção da indiferença com que as questões da Língua são tratadas.
    No caso concreto das denominações de países, províncias, cidades, vilas, freguesias ou lugares, há dois aspectos a considerar: uns nomes pedem artigo definido, masculino ou feminino, no singular ou plural, para serem escritos ou pronunciados. Outros são “neutros” ou, como dizia o Professor José de Almeida Pavão, “indefinidos”.
    E aqui estão exemplos: Roma, Paris, Londres, Lisboa, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Vila Franca do Campo, Água de Pau,
    São Mateus, e tantos outros… Nenhum destes nomes precisa de artigo definido para ser pronunciado ou escrito.
    E por isto mesmo se diz, correctamente: Vou A Lisboa, vim DE Roma, estive EMLondres, ou vivo EM Ponta Delgada. Tudo preposições simples sem qualquer contracção com o artigo definido.
    Vejamos agora outros exemplos: tudo nomes de países, cidades, vilas, freguesias e lugares que requerem um artigo a defini-las: O Porto, A Ribeira Grande, A Horta, A Lagoa, OS Açores, OS Arrifes, O Nordeste, A Ribeira das Tainhas (por favor sem acento, e todas as placas estão erradas), A Maia e AS Capelas… Só para dar alguns exemplos.
    E aqui todos nós dizemos, e bem: vou AO Porto, estive NA Ribeira Grande, já visitei A Horta, gosto de ir À Lagoa, tenho amor AOS Açores, passarei NOS Arrifes, e estarei NO Nordeste.
    A ninguém passa pela cabeça dizer que vivi em Horta, ou vou morar em Lagoa, ou mesmo vou nadar no mar de Capelas. Como estas palavras todas pedem o artigo definido, quando preposicionadas, pedem a contracção da preposição com o artigo definido.
    Por isso mesmo deve dizer-se a Vila DAS Capelas (contracção da preposição DE, mais o artigo definido do plural AS); Concelho, ou Câmara DA Lagoa, do Nordeste ou DA Ribeira Grande ( contracção da preposição DE, mais o artigo definido, no plural, feminino ou masculino A/O, conforme os casos).
    Nunca percebi o porquê da moda que agora se vê em muitos lados, quando se escreve a Câmara DE Nordeste, a cidade DE Lagoa, ou a Junta DE Arrifes.
    É natural que este meu alerta venha a cair em saco-roto, até porque me poderão dizer que não sou académico, nem tenho autoridade para opinar sobre a matéria. Mas acho que, em questões destas, basta conhecer o básico de uma gramática e acima de tudo estar atento ao senso comum. Se ninguém diz: eu vou A Arrifes, porquê Junta de Arrifes? Se ninguém diz: estive EM Lagoa, mas sim NA Lagoa, porque cidade DE Lagoa?
    Deixo o assunto à consideração de cada um dos responsáveis, com a certeza de que quem tiver coragem de se demarcar de modas para se guiar pela gramática, ganhará pontos. Não dá votos, mas há mais vida para além dos votos!
    Santos Narciso
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  • E se não mexêssemos nos programas de Português? – Aventar

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    Source: E se não mexêssemos nos programas de Português? – Aventar

  • DO TURISMO À LITERATURA AÇORIANA AGO 2022

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    CRÓNICA 479 DO TURISMO À LITERATURA AÇORIANA AGO 2022

    Ando , há dias, a passear turistas nesta ilha do Arcanjo. No Pico do Ferro, sobranceiro à Lagoa das Furnas, duas viaturas de aluguer ocupavam lugares reservados a deficientes. Como falavam português deviam ser iletrados e não sabiam ler. O mesmo se passava na descida da Lagoa do Fogo a 200 m do parque do estacionamento. Claro que sem PSP, nem fiscalização, a viatura em que viajava e ostentava o dístico não pode parar e teve de buscar outras paragens. Na esplanada do Hotel no Parque Terra Nostra um funcionário usava o termo vocês com os clientes. Se soubesse o nome deles seria capaz de lhes chamar António e Rosa e tratá-los-ia por tu. Foi lá que outro funcionário , bem jovem me admoestou, chamando-me a atenção por me ter sentado numa mesa que vagara, dizendo que as normas internas diziam que as pessoas só se podiam sentar depois de terem levantado o que estava na mesa. Pena foi que só depois de lhe pedir para limpar a mesa, ao fim de vinte minutos, se apercebesse do erro contra os regulamentos. Pelos vistos não há 4 estrelas que cheguem naquele hotel para ensinar o pessoal a receber clientes. Nada de novo, a tudo isto assisti desde que há dezoito anos arribei nas ilhas.

    Em volta, em todas as mesas não havia diálogo pois os seus ocupantes estavam ocupados a teclar nos seus “smartphones” nesta Torre de babel linguística que só se vislumbrava quando encomendavam comida e bebidas. Vejo na sinalética que são proibidos cães e pessoas em fato de banho. Deve ser em nome da decência e dos bons costumes. Pena não pedirem aos clientes para serem civilizados e bem-educados, nessa turba que enchia os dois níveis da esplanada.

    A galinha dos ovos de ouro de turismo levava alguém a queixar-se hoje num fórum açoriano que havia empresários do turismo preocupados com o problemas das “rent-a-car” cobrarem 300 euros ao dia pelo aluguer de viatura. Diziam que havia abusos escandalosos nos preços cobrados por táxis e empresas de “Tours”.

    Os trilhos cheios, maltratados e sujos (que muita desta gente é pouco dada a ecologias) , o recorde de subidas ao Pico, e outros problemas irão levar a que a mãe-natureza comece a sentir a deterioração da beleza imaculada das ilhas e um dia a galinha começará a pôr ovos de cobre e não de ouro, reluzem mas nada valem. Continua a faltar uma visão global do que se pretende na política do turismo mas continua a rumar-se a um turismo de massas que não nos interessa nem se adequa às ilhas. Pode interessar no presente para lucros rápidos mas compromete um futuro sustentável.

    Uma última nota. Em mais de seis dezenas de convivas apenas nós dois líamos livros em papel, à boa moda de antigamente. Sinal dos tempos ou da nossa idade? Curiosamente, os livros eram ambos de literatura açoriana, categoria única, que bem merecia melhor divulgação nacional e internacional, pela qualidade e variedade dos seus escritos, com uma nova vaga de autores cheios de pujança e criatividade. A maior parte deles (mais de meia centena) estará em outubro, em Ponta Delgada no 36º colóquio da lusofonia, a celebrar os vintes anos de colóquios. Autores que ao longo destes anos temos vindo a musicar e traduzir tentando levar a sua escrita a novas paragens e leitores.

     

    etsa e anteriores crónicas em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    Chrys Chrystello, drchryschrystello@journalist.com

    Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association – MEEA]

    Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)

    Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)

    Jornal do Pico (desde 2021)

     

     

     

     

     

  • Ilha da Magia: 4 lendas do folclore açoriano que você precisa conhecer | ND Mais

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    O amor de Peri e Conceição, a maldição das bruxas e a história de Mateus com o boi de estimação são alguns dos contos do folclore açoriano

    Source: Ilha da Magia: 4 lendas do folclore açoriano que você precisa conhecer | ND Mais

  • POEMA DO DIA

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    https://folhinhapoetica.blogspot.com/2022/08/19ago22-chrys-chrystello.html