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  • 426, E SE NADA FOSSE REAL 27.11.2021

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    426, E SE NADA FOSSE REAL 27.11.2021

    Hoje, acordei particularmente tarde mas bem-disposto. Ao abrir a caixa de Pandora do mundo da ciência descobri o título que me fascinou: E SE NADA FOSSE REAL (nova hipótese argumenta que o universo simula a sua própria existência). Trata-se de artigo do Quantum Gravity Research Institute que visa unificar as mecânicas quânticas com uma perspetiva não-materialista. Seremos reais? E se tudo que cremos ser real, as pessoas, e os eventos da nossa vida não existissem, mas fossem uma simulação complexa? Já, em tempos, o filósofo Nick Bostrum se interrogava “Estamos a viver numa simulação de computador?” Tratar-se-ia de simulações deveras complexas criadas por seres muito evoluídos. Contudo, a nova teoria exclui os seres evoluídos e indaga “Será uma autossimulação que é gerada pelo próprio pensamento?” Não disponho de conhecimentos suficientes, e de física quântica nada sei, para tentar seguir a argumentação dos autores desses artigos. Penso ou sinto, que seria mais agradável se nada fosse real, e fosse simulado ou imaginado. Seria benéfico, se pudéssemos apagar da memória coletiva, a chamada história da humanidade, a maioria dos acontecimentos de que há memória: confrontos violentos, guerras, destruição arbitrária e aleatória, a própria maldade humana inerente a todos os seres que simulam tal realidade? Seria possível ao pensamento evoluir para uma realidade menos destrutiva, menos desigual, menos escravocrata? A simulação que temos vivido nestes milhões de anos de existência simulada de humanoides narra uma história de uma minoria a dominar a maioria dos seres sencientes, meros escravos cuja única razão de ser é a permitir a existência dessa minoria dominadora. Até agora o grande ponto fraco da IA (inteligência artificial) tem sido o de ser concebida e criada por humanoides, pelo que resta saber se um dia se independentiza e consegue conceber-se sem as falhas humanas que lhe deram origem. Será então capaz de criar uma autossimulação da realidade totalmente distinta da atual e pode então decidir que o melhor destino dos “homo sapiens sapiens” é o de serem escravos dessa mesma inteligência artificial, bem menos imperfeita do que aquilo que vemos na atual ordem mundial. Ou alternativamente, pode decidir que não precisa dos humanos para nada. E é por isto que, às vezes, apetece pensar que nada do que experienciamos é real.

  • somos todos culpados

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    Somos todos culpados

    A FIFA continua o contorcionismo para levar o Mundial de 2034 para a Arábia Saudita. E isso é tão mau como acharmos que é a única que está mal na relação com quem desrespeita direitos humanos.

    António Tadeia

    dez 4

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    Cristiano Ronaldo, o ministro do desporto, Gianni Infantino, presidente da FIFA, e Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro saudita, ideólogo maior do sportswashing com que pretende abrir caminho à diversificação da economia do país

    Palavras: 1317. Tempo de leitura: 7 minutos (áudio no meu Telegram).

    No Verão passado, fui convidado pelo Carlos Vaz Marques para apresentar, na Feira do Livro, a edição portuguesa de Jogos de Poder, uma obra de Jules Boykoff que a Zigurate lançou por cá e que percorre as relações quase sempre perigosas estabelecidas ao longo dos tempos entre o olimpismo e a exploração do homem pelo homem. Ainda tentei desmarcar-me, pois não percebo nada de Jogos Olímpicos, mas em boa hora lá fui, porque isso foi um pretexto para reencontrar o meu bom amigo Luís Lopes, ex-companheiro de redação no Público e a maior enciclopédia viva do desporto em Portugal, que dividiu comigo o palco. E para ler o livro – que vale bem a pena, quanto mais não seja porque nos explica que há sempre camadas em tudo o que é a tentação maniqueísta de dividir o Mundo entre bons e maus. Nestas coisas, como é bem exemplo neste momento a polémica em torno da atribuição do Mundial de 2034 ao regime autocrático e desrespeitador de tudo o que são os mais básicos direitos humanos da Arábia Saudita, é sempre bom relativizar. Mas relativizar não significa compactuar. Nem com um Mundial como forma de lavagem de imagem pelo desporto nem com a hipocrisia dos que acusam a FIFA mas depois vão todos contentes atrás do dinheiro que vem dos mesmos sítios com máscaras legitimadoras.

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    A questão do Mundial de 2034 voltou à ordem do dia por causa de um relatório comprado, perdão, encomendado, perdão, pedido pela organização saudita ao escritório de Riad da firma londrina AS&H Clifford Chance, onde eram avaliadas as condições para que o regime de Riade recebesse um Mundial de futebol. A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch já tinham denunciado “graves deficiências” no dito relatório. “Se não se fizerem reformas amplas, serão detidos todos os que tiverem atitudes críticas, discriminar-se-ão mulheres e pessoas LGBTI e explorar-se-ão trabalhadores numa escala massiva”, disse então Steve Cockburn, subdiretor da Amnistia Internacional. Esta semana viu a luz do dia um estudo da Play The Game, uma Organização Não Governamental dinamarquesa criada com a ideia de “fortalecer a base ética e promover a democracia, a transparência e a liberdade de expressão no desporto”, no qual se identifica a vastidão da operação de lavagem conduzida por Mohammed bin Salman – e vale muito a pena ouvirem o episódio de Heroes & Humans of Football que lhe é consagrado – da qual fazem parte “pelo menos 910 contratos com profissionais ou entidades desportivas”. A visão do poderoso MbS na tentativa de diversificação da economia saudita, para a tornar menos dependente do petróleo, passa muito pelo desporto e pela capacidade de atração que ele potencia, mas será um erro olhar para Zurique e para a FIFA e apontar-lhes o dedo de uma forma exclusiva. Porque a verdade é bem mais dolorosa: nestas coisa não há inocentes. Somos todos culpados. Incluindo a FIFA, mas não excluindo quase tudo o que é responsável da nossa tão querida Europa Ocidental dos valores.

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    Se comecei por vos falar do livro de Boykoff foi precisamente para reforçar a hipocrisia que está sempre associada a estas coisas e que isso não acontece só no futebol e por causa da sua transformação em indústria dos milhões. O olimpismo, afinal de contas, é o quê? O que era a obsessão do barão Pierre de Coubertin pelo amadorismo, ainda hoje apontada por muitos como a defesa da pureza do desporto, senão a exclusão classista dos desfavorecidos, que ele defendia de uma forma descarada? O desporto, na visão de Coubertin, era para aristocratas, para os que não precisavam de trabalhar para comer. Aos atletas que, não possuindo outras fontes de rendimento, se faziam pagar para o praticar era vedada a participação nos Jogos. O que era o impedimento da participação de mulheres nas primeiras edições dos Jogos da era moderna, onde elas apareciam só para enfeitar as cerimónias de entrega de medalhas, senão a mesma discriminação que lhes vedava o direito de voto e que por essa altura era combatida pelas sufragistas? Era ou não verdade que tanto Coubertin como Juan Antonio Samaranch, presidente do COI até 2001 – e depois presidente honorário vitalício – eram simpatizantes da ideologia nazi? Os Jogos Olímpicos foram ou não, tal como os Mundiais de futebol, exemplos de lavagem e promoção de regimes desrespeitadores dos mais básicos direitos humanos ao longo das eras? Tivemos o Mundial de futebol de Mussolini em 1934 e os Jogos Olímpicos de Hitler em 1936… Era o espírito da época? Mas o que dizer da atribuição dos Jogos de 1968 e do Mundial de 1970 ao México do PRI e da corrupção? Da cedência aos blocos dominantes e abertura aos boicotes nos Jogos de 1980 em Moscovo e 1984 em Los Angeles, tornando o desporto uma arma de peso na Guerra Fria? Da atribuição do Mundial de 1978 à Argentina do general Videla e do de 1982 à Espanha que, à data da votação, ainda vivia debaixo do jugo do general Franco? Da entrega, aparentemente por ingenuidade de Blatter, do Mundial de 2018 à Rússia de Putin? Ou, depois, por clara e já provada interferência do presidente francês Nicolas Sarkozy na inversão de tendência de voto europeu, do Mundial de 2022 ao Qatar do emir Al Thani?

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    É o dinheiro a falar, sim. Muitas vezes se ouve esta justificação, num misto de resignação com esperteza saloia. Há quem diga que que esta cedência a quem pode pagar permite que os desportistas sejam cada vez mais bem recompensados, como há quem prefira ver o outro lado da coisa e reconheça que, sim, houve uma exploração indecente de mão de obra imigrante na construção dos estádios onde se jogou o Mundial do Qatar, levando a inúmeras mortes, mas que as coisas teriam sido muito piores se não tivesse havido Mundial e supervisão da FIFA. E por um lado, sim, talvez isso seja verdade. Há uma parte de nós que quer achar que só porque aparece sempre a afagar um gato, Blofeld, o mau do 007, se calhar até tinha um fundo bom e que tudo o que precisaria era de um impulso – o impulso que nós vamos dando a autocratas ao permitir-lhes organizar estas grandes competições. Hoje, porém, estou convencido de que essa não é a motivação maior. Blatter pode ter sido ingénuo na sua relação com Putin até ao dia em que, tendo a Rússia alargado a intervenção original na Crimeia ao resto da Ucrânia, nem os assessores do déspota russo lhe atenderam o telefone ou responderam aos e-mails, assim lhe frustrando o sonho de receber um Nobel da Paz por acabar com a guerra. Mas há cada vez menos espaço para essas ingenuidades. Se Sarkozy pressionou Michel Platini a mudar os votos da UEFA a troco de uma injeção de capital qatari em setores fragilizados da economia francesa, se o governo britânico de Boris Johnson pressionou a Premier League a aprovar a compra do Newcastle United pelo fundo soberano do reino saudita para não perder outros negócios, por exemplo do setor dos automóveis de luxo, se os sauditas estão a comprar tudo o que é desporto, do golfe ao ténis, agora com ameaça de entrada no rugby, a conclusão a tirar não é a de que a FIFA está a ceder. A FIFA sempre cedeu, como o COI sempre cedeu. E, o que é mais grave, os nossos governos também sempre cederam. Nós é que tardamos em reconhecer que somos todos culpados e que é preciso fazer um risco no chão, porque há coisas que deviam ser inegociáveis. E a dignidade humana é a maior de todas elas.

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    Ontem, pode ter-lhe escapado:

    Uma metáfora em Anfield

    António Tadeia

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  • 422 SE HOUVESSE CULTURA NOS AÇORES TERÍAMOS CASAS-MUSEU 26.10.2021

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    422 SE HOUVESSE CULTURA NOS AÇORES TERÍAMOS CASAS-MUSEU 26.10.2021

    Já em 2003, recém-chegado da Austrália, imaginei Portugal com roteiros culturais dedicados aos seus autores, como então escrevi em “A língua portuguesa e a UE alargada, 2003-06-02 Revista ELO |

    Quem se lembrou de incluir roteiros turísticos literários a locais celebrizados pelos monstros sagrados da literatura dos sécs XIX e XX? Alguns constam dos vulgares roteiros paisagísticos, mas falta organizar a leitura desses autores, e a divulgação nesses locais [como em abril 2003 com o prémio Camilo Castelo Branco a Mega Ferreira]. Disponibilizavam-se traduções ou reedições (económicas, sem luxos) para os milhares de turistas que quererão vir a Portugal. Lucrava o país, editores, operadores turísticos e a língua. Podíamos começar com Saramago e um roteiro às terras de origem acompanhado de leitura de obras suas, disponibilizadas em línguas dos países da UE, passando por locais evocados em “A Cidade e as Serras” e paisagens dos Açores de Nemésio, à Brasileira de Pessoa ou a Monsanto de Fernando Namora. Convidavam-se professores jubilados que amam a Língua Portuguesa para falarem das mil e uma nuances de cada um, pedia-se aos autores vivos que disponibilizassem um dia do calendário para falar ou ler a sua obra num cenário apropriado. Estou certo de que a organização de tais eventos custaria menos do que muitas funções oficiais já agendadas.

    Posteriormente, com a morte em 2008 de Dias de Melo e de Daniel de Sá em 2013 propugno a criação de casas-museu como forma de homenagear aqueles autores e a sua obra, uma na Calheta de Nesquim e outra na Maia micaelense. Agora que o Cristóvão de Aguiar abandonou as vestes terrenas, e depois de falar com os filhos reitero a necessidade de uma Casa-Museu na localidade de S. Miguel Arcanjo, São Roque do Pico para onde ele se mudou na década de 1990 e ali fez a sua segunda casa. Os filhos estão dispostos a repor toda a sua biblioteca e manter a casa tal como estava quando ele a habitava a fim de que possa ser convertida num local dedicado ao autor e às suas obras. (mas face ao desinteresse do governo regional e autarquias, a casa foi vendida.) Se a região autónoma dos Açores tivesse uma verdadeira Secretaria da Cultura esta deveria inscrever já no orçamento regional montantes destinados a adquirir as casas daqueles autores e convertê-las em Casa-Museu. Uma região que não honra a memória dos seus maiores nas letras e artes não pode arrogar-se o direito de falar na sua história e muitos menos dizer que tem cultura. É essa visão que sempre faltou a esta autonomia envergonhada em que vivemos. Propositadamente deixei de fora todos os outros autores que merecem idêntico tratamento e concentro-me nestes três pois com eles lidei e deram contributo de relevo aos nossos Colóquios da Lusofonia. Se o governo não quiser, que seja a autarquia de São Roque do Pico a tomar a dianteira e a iniciativa e a ficar na vanguarda desta merecida homenagem ao prolífico autor Cristóvão de Aguiar. Fico à espera.

  • SE OS AÇORES FOSSEM ISRAEL ÉRAMOS PALESTINIANOS?

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    395 SE OS AÇORES FOSSEM ISRAEL ÉRAMOS PALESTINIANOS?maio 2021

    Há muito que me debato com esta dúvida. Se em 1947 as potências mundiais tivessem considerado a rica composição genética portuguesa como predominantemente judaica, que o é, juntamente com miríade de outras miscigenações, e tivesse decidido dividir os Açores em Estado de Israel e Região Autónoma dos Açores, pode ser que as coisas até tivessem ocorrido sem problemas de maior nos primeiros anos. Embora os açorianos (exceto em S Miguel) se tivessem fortemente rebelado contra o domínio castelhano 1580-1642 não haveria grande oposição inicial. Só quando os colonatos judeus começassem a ocupar todas as ilhas e os descendentes de açorianos se tivessem de refugiar no Corvo uma ilha de 17 km2 (com um quarto de milhão de habitantes seria quase tão densamente habitado como Macau) é que a “intifada” açoriana teria maior expressão, mas seria como David e Golias, uma fisga contra canhões e submarinos. E compreende-se que do Corvo podiam disparar “rockets” e mísseis contra as restantes 8 ilhas pondo em perigo a nação israelita dessas ilhas e sua homogeneidade, apesar de todos os habitantes do Corvo trabalharem em fábricas e serviços israelitas doutras ilhas, onde não poderiam viver, tendo que retornar diariamente ao Corvo para dormir.

    Salam Kawakibi

    Pois bem a história real é parecida mas acontece no Médio Oriente berço das religiões e local eternamente em conflito. São já 73 anos de guerra, fruto da divisão da Palestina a 14 de maio 1948, no termo do mandato britânico. Em 1914 o território fazia parte do Império otomano. Em 1939 a Grã-Bretanha era o poder colonial e Turquia e Irão eram independentes. Em 29 de novembro de 1947, por 33 votos a favor, 10 contra e 13 abstenções, a ONU divide a Palestina do mandato britânico em dois Estados: um judaico e um árabe. A Resolução 181 previa uma união económica e colocava Jerusalém sob estatuto internacional. Os dois Estados seriam territórios descontínuos ligados por corredores estreitos. Ao Estado judaico foi atribuída uma larga faixa costeira ao longo do Mediterrâneo, a Galileia oriental, e praticamente todo o deserto do Negueve, com uma saída para o mar Vermelho. Ao Estado árabe foi oferecida a Galileia ocidental, e acesso ao Mediterrâneo, a partir de Acre, a Cisjordânia (exceto Jerusalém) e a Faixa de Gaza. Jaffa, cidade portuária de maioria árabe, permaneceria um enclave árabe. Os sionistas apoiaram este projeto de divisão que garantia soberania e imigração sem entraves. Os árabes rejeitaram-no unanimemente e pegaram logo em armas. O plano jamais chegou a ser aplicado.

    Em 1967 a vitória na Guerra dos Seis Dias dá a Israel importantes posições estratégicas. Começa uma acelerada colonização da Cisjordânia e é anexado o setor oriental de Jerusalém. A cidade é unilateralmente proclamada “capital una e indivisível” do Estado judaico.

    Em 1985 após a Guerra de Yom Kippur (1973) a única alteração, imposta pelos EUA, foi a evacuação da cidade de Kuneitra nos Montes Golã.

    Em 1981, este planalto, conquistado à Síria em 1967, é anexado por Israel, e um tratado de paz devolve ao Egito a península do Sinai.

    Em 1982, Israel invade o Líbano e cerca Beirute, mas, em 1985, depois de expulsar 8000 guerrilheiros da OLP, reposiciona-se numa “zona de segurança” no sul do país – a retirada total só se dará em 2000.

    Os Acordos de Oslo assinados em 1992 por Israel e pela OLP de Arafat levam a uma complexa fragmentação territorial. A Autoridade Palestiniana passa a controlar 70% da Faixa de Gaza. Na Cisjordânia são instituídas três zonas: A (controlo palestiniano); B (controlo misto) e C (controlo exclusivo de Israel), incluindo as instalações militares e 150 colonatos judaicos. Este mapa de Oslo ficou mais retalhado em 2000, quando, depois da Segunda Intifada, Israel reocupou militarmente a Cisjordânia e iniciou a construção de um “muro de separação” – que tem transformado povoações palestinianas em guetos. 2017: As iniciativas legislativas do Governo de direita, dominado pela ala nacionalista do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu criaram mais retalhos no mapa, abrindo caminho para a anexação de territórios ocupados. Em setembro 2017, o Parlamento aprovou uma lei que permite a criação de universidades na Cisjordânia ocupada. Há iniciativas para os tribunais israelitas terem jurisdição na Área C, que compreende 60% da Cisjordânia. Os colonatos não cessam de aumentar. Muros, vedações eletrificadas e outros obstáculos são utilizados para controlar o movimento dos palestinianos. A construção do muro dentro da Cisjordânia continua, apesar de o tribunal internacional de Justiça ter considerado que não devia existir. NB: Nova guerra começou em 2023 com a invasão da Faixa de Gaza. Esta guerra Israel-Hamas, conflito Israel-Gaza ou israelo-palestino de 2023, começou em 7 de outubro após um ataque terrorista de vários grupos militantes palestinos contra cidades israelitas, passagens de fronteira, instalações militares adjacentes e colonatos civis nas proximidades da Faixa de Gaza. Descrito como uma Terceira Intifada por alguns observadores as hostilidades foram iniciadas por um bombardeio de mísseis contra Israel e incursões em território israelita, com vários ataques contra os militares israelitas e comunidades civis. O ataque foi liderado por grupos militantes palestinos (Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina), com o apoio do Irão. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apoiou verbalmente o levante, afirmando que os palestinos tinham o direito de se defenderem contra a ocupação. O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, a União Europeia e muitos países membros expressaram condenação dos ataques e disseram que Israel tinha o direito à autodefesa. Pelo menos 2 200 mísseis foram disparados da Faixa de Gaza enquanto militantes do Hamas violavam a barreira Israel-Gaza, matando 200 israelitas e levando o governo de Israel a declarar estado de emergência. Vários países do mundo ocidental condenaram o Hamas pela violência e chamaram as táticas de “terrorismo” enquanto países do mundo muçulmano culparam a ocupação dos territórios palestinos e a negação da autodeterminação palestina como a causa da escalada da violência. A Amnistia Internacional condenou o Hamas e Israel pela conduta da guerra. O conflito produziu uma grave crise humanitária no território de Gaza com mais de 40 mil mortos e mais de 90 mil feridos palestinos (agosto de 2024), incluindo milhares de mulheres e crianças, destruição maciça de infraestrutura e habitações, quase dois milhões de pessoas desalojadas de suas casas, desabastecimento generalizado de energia, combustível e medicamentos, destruição de hospitais e serviços sanitários, 95% da população perdeu o acesso à água de boa qualidade e a fome atingiu virtualmente 100% da população. Segundo oficiais das Nações Unidas, “a crise humanitária em Gaza é mais do que catastrófica, e piora a cada dia. Nos três meses desde o início do conflito, Gaza tornou-se um lugar de morte e desespero”. No lado israelita mais de 1,5 mil pessoas morreram e 500 mil foram desalojadas

  • Entrevista sobre a ciência em Portugal na Expansão

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    https://www.academia.edu/37650142/Entrevista_sobre_a_ci%C3%AAncia_em_Portugal_na_Expans%C3%A3o?email_work_card=view-paper

  • Hominídeo com crânio e dentes gigantes descoberto na China pode ser nova espécie humana

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    Cientistas defendem a classificação de um novo grupo extinto que viveu no norte da China até há 120 mil anos como uma espécie separada. Tem grandes dentes, um enorme crânio — e levanta muitas questões sobre os Humanos. “Esta é uma diferença muito substancial entre o Homo sapiens moderno, o Neandertal e esta nova espécie agora proposta”, explica Christopher Bae, professor de antropologia na Universidade do Havai em Manoa, e um dos cientistas que batizaram a nova espécie como Homo juluensis. Ju lu, em chinês, significa cabeça enorme. “Quando pensamos no Homo juluensis, estamos perante uma população de hominídeos bastante

    Source: Hominídeo com crânio e dentes gigantes descoberto na China pode ser nova espécie humana