Arquivo da Categoria: literatura poesia livros convites Conf prix prémios

saudade do que nunca foi

Views: 3

1. saudade do que nunca foi (lomba da maia, fevº 2016)

«ah, não há saudades mais dolorosas

do que as das coisas que nunca foram!»

bernardo soares, (heterónimo fernando pessoa),

in livro do desassossego (fragmento 92)

 

tenho tanta saudade

do que nunca aconteceu

só o poeta pode fazer acontecer

aquilo de que temos saudade

por nunca ter acontecido

 

CHRYS CHRYSTELLO CQI VOL 6 2022

mais poemas chrys c no 40º colóquio lajes das flores

Views: 10

25 de abril NOITE POEMAS

 

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2025/10/25-de-abril-NOITE-POEMAS-.pdf

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2025/10/25-abr25-DIA-POEMAS.pdf

 

25 abr25 DIA POEMAS

lendas da minha Galiza (lomba da maia, dez.º 2011) poema de chrys c

Views: 6

1. lendas da minha Galiza (lomba da maia, dez.º 2011)

Galiza és tão especial quando sorris

por que não sorris sempre?

Galiza és tão bela quando escarneces com gargalhadas cristalinas

por que não ris sempre?

Galiza és tão enamorada quando falas e cicias

por que não tagarelas sempre?

no monte das Ánimas

na era dos Templários

os cervos eram livres

e os servos escravos

do poço no meu eido

transbordam palavras

dele sorvo inspiração

amores e mouras encantadas

lá aprendi a história de Ith

filho de Breogán

indo à Torre de Hércules

seduzir Eirin a Verde

este conto queda silente

na memória dos velhos

já não o aprendem os nenos

li em livros vetustos

o sumiço das Cassitérides

eram cativos os Ártabros

nas forjas de estanho

não encontrei os mapas

no meu poço seco e definhado

nem um fio de água

sem pardais nas árvores

nem flores no jardim

senti o coração trespassado

as lágrimas minguaram

jamais haveria fadas ou sereias

cronópios e polinópios

fui penar ao cimo do monte

 

pios e polinia fadas ou sereias

atopei umas Meigas

a dançar com o Dianho

também vi o Chupacabras

estandarte de Castela

sem medo de travessuras de Trasgos

nem Marimanta ou Dama de Castro

sem temor da Santa Companhaa Santa Companhatravessuras de Trasgosa

nem do Nubeiro vagueando

entre tempestades e tormentas

juntei ferraduras, alho e sal

colares de conchas e tesouras abertas

esconjurei meigas castelhanas

que me salve o burro farinheiro

ou o banho santo em Lanzada[1]

visitei Santo Andrés de Teixido

duas vezes de morto

que não o visitei uma de vivo

desci a Ribadavia

ali nasce o Minho

que ora passa caladinho

para não despertar os meninos

sigo caminhando

busco a moura fiandeira

um dia virá o eco

e brotará áuga do meu poço

escreverei os versos e serão mágicos

afincado no chão

erguerei a tua flâmula

no poste mais alto e cantarei

Galiza livre sempre.

 

[1] (Sansenxo)

vontade é partir. projetos para uma utopia (poema de chrys c de fevº 1976)

Views: 7

 

 

 

vontade é partir. projetos para uma utopia (fevº 1976)

https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2025/10/vontade-e-partir.pdf

vontade é partir. projetos para uma utopia (fevº 1976)

 

improvisa um despertar

nada tens aqui de teu

nada podes perder

quando nada tens

só a solidão pode perdoar

improvisa um despertar

dele será a tua luta

quotidiana

cobardes

inermes

inertes

e outros

bichos-de-sem-vontade

mero adorno

objeto a marginalizar

vontade é partir

tu

as alturas e as muralhas

montanhas do teu ser

vontade é erguer novo

tu

mundo dos filhos sonhados

habitantes futuros

improvisa um despertar

e parte!

o que é novo

o que é mundo

não espera

tu desesperas

parte já

novo o queres

logo é já amanhã

demasiado tarde

vontade é partir

fly me into the earth

plastic world

tudo é plástico

até o céu azul-metileno

as ruas

as casas

as próprias pessoas

no deposit on return useless as everything else

people to throw away pure waste everything’s plastic

até eu escrevo no plástico papel

com uma esferoplastográfica

vontade é partir

vivemos num mundo uniforme

sem classes só lutas

tudo é meramente igual

constante matemática complexa

a igualdade do ser ao plástico

vontade é partir

levem-me daqui

fly me

take me away

to longtime lost and forgotten worlds

matthew and son

o gato esteves

ainda hoje é voz

mas sem nome de cat stevens

terna expressão

diz-nos das mãos cansadas

trabalho de dias sem fim

em troca de quase nada ou nada

led zeppelin e a propulsão do hélio

pelo mundo toda a mensagem

whole lotta love

resultados trágicos

inesperados

vontade é partir

confundidos com a vinda do messias

os judeus de Israel

tomaram de assalto o sinai

sinal de quem espera amor

o todo total dos lados do suez

cá em baixo do céu

mulher

amor

nem de plástico

e tudo é azul

no calor tranquilo

modorrento da família

amoleces na indecisão

vontade é partir

deixa o hábito onde o usaste

sempre

num cabide

esquece-te dele

deixa passados por ressuscitar

sonhos irrealistas

qualquer passado

é futuro de triste presente

não é livre como o vento

nem raiz no pensamento

vontade é partir

como quem regressa

saber do hoje

o percurso frustre

 

O CERCO APERTA

andamento 1º

sou este cavalo louco

desfilo nas noites

cavalgo ideias

ignoro donos e senhores

sei da liberdade esta vontade

voz incómoda jamais obnubilada

et ça

ça suffit

andamento 2º

prometa a salvaguarda dos interesses

retome a louca compostura do silêncio

diálogos cruzados

impostor! anarquista!

destruidor premeditado da sociedade!

novo e ingénuo levado por utopias

belas e impraticáveis

pretendo a sociedade e não estereótipos

as estruturas disfarçam jogos subterrâneos

a estabilidade estagnante

é preciso reinventar a vida

entre os dois primeiros seres

partir numa conjugação correta do zero

abolir dogmas quaisquer que sejam

ordenar o código geral não-penal

andamento 3º

sem donos nem senhores

desfilada na noite

da libertação conheces utopias

tua a voz

incómoda

perdida a louca compostura

do silêncio

a vida no grau zero do zen.

 

 

Prémio Nobel da Paz atribuído à opositora venezuelana Corina Machado

Views: 2

O Comité Norueguês anunciou esta sexta-feira a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Corina Machado, rosto da oposição venezuelana a Nicolás Maduro. Corina Machado foi laureada “pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela”.

Source: Prémio Nobel da Paz atribuído à opositora venezuelana Corina Machado

Poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares vence Prémio Camões 2025

Views: 10

A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares, autora de uma vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos, venceu o Prémio Camões 2025, anunciou a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).

Source: Poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares vence Prémio Camões 2025